Epílogo
Quatro anos depois.
Acordei com Kamily cantarolando Photograph do Ed Sheeran, abri os meus olhos e ela está olhando para o espelho em cima de nós.
— O que você está olhando amor? — me virei na cama e encarei o espelho que reflete nossa imagem.
— Quando você dorme parece até que é inocente.
— Mas eu sou inocente, porém, você me faz ser libertino — mordi o pescoço dela.
— Você é mais libertino do que eu.
Ela se levantou e foi desfilando até o banheiro, o seu corpo tem mais curvas do que o dia em que a conheci.
— Você não vem tomar banho? Temos que sair em duas horas.
— O seu presente de aniversário não te deixou satisfeita, não?
— No primeiro round talvez, mas no segundo — ela revirou os olhos — você não funcionou.
Não me lembro muito da noite de ontem, só sei que depois que chegamos do nosso jantar romântico, subimos para a cobertura e minha mãe fez uma festa para Kamily. Eu bebi um pouco demais e quando descemos para o meu apartamento, nós tomamos mais duas taças de champanhe e a partir daí não me lembro de nada.
— Você não lembra de nada que aconteceu depois que você rasgou o meu vestido? — ela indica com o queixo o tecido azul celeste no chão.
— Além de broxar, o que mais eu fiz? — Kamily encolheu os ombros e ela ficou corada — Eu fiz algo de errado? Te machuquei?
— Não. — ela desviou o olhar do meu e eu me levantei e parei na sua frente, Kamily se virou e seus olhos brilham deixando o azul mais intenso — Depois que acabamos de transar, você me falou que não via a hora dos sete meses passarem para nós concedermos o nosso primeiro filho. — ela deu uma risada baixo — Você estava ligeiramente bêbado.
Eu e Kamily planejamos toda a nossa vida juntos em um cronograma, não que vamos seguir tudo do jeito que está escrito, mas cada coisa foi escolhido por nós dois, mesmo que eu tivesse que apelar para o sexo quando Kamily ficou determinada a não aceitar as nossas viagens de lua de mel nos nossos aniversários de casamento e não levar os nossos filhos, foi difícil fazê-la ceder, mas no final depois dela gozar três vezes ela se rendeu.
— Você sabe que o Luka bêbado não está totalmente errado.
— Por quê? — seu rosto demonstra que ela já sabe a resposta.
— Eu não vejo a hora desses sete meses passarem e eu vou poder te foder com amor e sem essas malditas camisinhas. — dei um beijo na ponta do seu nariz — Agora vai tomar banho que temos que estar no salão em uma hora e meia.
Ela entra no banheiro e deixa a porta aberta como sempre faz quando estamos somente nós dois em casa, recolho o tecido rasgado, pego a minha camiseta e a calça jeans. Entro no banheiro e coloco as minhas roupas no cesto de roupa suja.
— Se importa de esfregar as minhas costas? — Kamily colou apenas a cabeça para fora do box.
— Claro que não, minha noiva.
O box foi projetado para que duas pessoas tomem banho juntas. Esfrego as costas de Kamily com delicadeza e vou dando beijos em cada uma das suas pintas.
Nunca pensei que eu ia encontrar o amor da minha vida antes dos meus trinta e agora aqui estou eu com vinte e oito anos tomando banho com a garota que tomou conta dos meus pensamentos no mesmo dia que a vi.
Antes eu protegia às minhas irmãs, mas agora cada um de nós têm uma pessoa a quem entregamos as nossas vidas. Não me arrependo nem por um minuto em ter pagado uma noite inteira de sexo com a garota de programa que se tornou a senhora Garcia no papel há um ano, mas como os meus pais gostam de dar uma festa, daqui a um ano vamos mostrar o nosso amor para a minha família e nossos amigos.
Abri a porta do passageiro e estendi a mão para Kamily que segurou ao descer do carro. Entrego a chave para o manobrista e seguimos pelo tapete vermelho, paramos na entrada para tirarem fotos nossas. Por onde passávamos, atraíamos alguns olhares.
— Acho que estão nos encarando — Kamily não se sente mais tão desconfortável com os olhares como da primeira vez que entrou em um salão de festas repleto de ricos.
— Estão olhando para você. — ela deu uma voltinha e se jogou em mim — Você é maravilhosa, senhora Garcia, a mais belas de todas, a única que quero encostar, a única que quero proteger e amar — dei um selinho demorado em seus lábios vermelhos devido ao batom —, mas agora você tem que ir se trocar para ganhar o seu diploma de publicidade.
Kamily me abraçou e me deu um beijo no pescoço para depois dar uma mordida forte, segurei o máximo para não deixar um gemido sair da minha garganta, porque o meu pau já não tem como ficar mais duro e pulsante. Ela se afastou um pouco e ficou na ponta do pé para me dar um selinho demorado. Segurei a sua cintura e a puxei para perto de mim.
— Você vai se arrepender de ter feito isso! — sussurrei no seu ouvido.
Puxei o lóbulo da orelha de Kamily com os meus dentes e ela estremeceu em meus braços, comecei a arranhar o seu pescoço com os meus dentes, isso já era o bastante para ficar vermelho, mas eu quero marca-la igual ela me marcou. Mordi com força e Kamily não fez nada para conter o gemido. Me afastei e encarei a minha marca em seu pescoço, dei um beijo em cima do avermelhado que não vai demorar em ficar roxo.
— Agora você pode ir — ela se virou e eu dei um tapa na sua bunda.
— Ah, se comporte, senhor Garcia.
— Ela tem razão — levo um susto quando Ethan e Gabriele aparecem atrás de mim, segurando os meus sobrinhos.
— Vocês arrumam uma arma e me dão um tiro na cabeça que é mais fácil de me matar.
— Você tem que estar no palco em dois minutos, ordem do seu pai, não minhas — o sotaque italiano que Gabriele carrega ainda é muito forte, mesmo fazendo quatro anos que ele mora no Brasil.
— Já vou.
Segui pela multidão de pessoas que esperam ansiosos para ver seus filhos, amigos e conhecidos receberem o diploma. Eu tive que fazer um depósito bem gordo na conta da escola para conseguir convencer o novo reitor a deixar a turma de publicidade, ou melhor, a Kamily por último, porque quero fazer uma surpresa para ela.
Alunos pegam os seus diplomas com um sorriso no rosto por conseguir conquistar mais uma fase das suas vidas, um ou outra olha para o meu pescoço que tem uma marca roxa. Kamily gira a aliança de um lado para o outro à medida que a sua ansiedade vai aumentando, o seu nome já tinha que ser chamado antes das vinte pessoas que eu chamei.
Quando Kamily é a única pessoa que falta a ser chamada, meu coração aperta ao ver ela limpar uma lágrima que escorreu pela sua bochecha rosada. Entrego o diploma para o rapaz e tiro o microfone do suporte e vou ao meio do palco, segurando o diploma da Kamily.
— Kamily Garcia — a chamei e ela se levantou —, minha linda e maravilhosa esposa.
Ela subiu os degraus e o seu Louboutin faz barulho ao entrar em contato com o piso de madeira do palco. Kamily se aproximou, entreguei o diploma e segurei a sua cintura a trazendo para perto de mim e dei um beijo carregado de amor. Senti o cheiro dos perfumes caros das minhas irmãs atrás de mim. Afastei-me de Kamily, pegando o buquê de rosas com Tifane e a caixa, com as passagens para as Bahamas, com Gabryelle.
— Desculpa por fazer você chorar, mas eu precisava que você fosse a última.
— Eu já não estava conseguindo respirar, só de pensar em não ter conseguido me formar.
— Mas você conseguiu e ainda vamos viajar para as Bahamas, para comemorar nosso um ano de casados. — dei um beijo no topo da sua cabeça — Agora vai lá comemorar com os outros alunos.
Kamily cumprimentou minhas irmãs e foi para junto dos outros alunos, o reitor falou algumas palavras e os alunos jogaram os chapéus da beca para o alto, comemorando as suas vitórias pessoais.
Kamily me olha e lágrimas de felicidade escorrem pelo seu rosto, ela vem correndo e se joga em cima de mim, seguro a sua cintura e rodopio para que nós dois não caíssemos no chão.
— Muito obrigada por tudo que você fez por mim, não sei se teria conseguido chegar aqui sem você — suas lágrimas molham o meu blazer.
— Não precisa agradecer, foi tudo mérito seu, eu só acompanhei pelo seu percurso. — ela começou a soluçar no meu ombro — Parabéns, meu amor, você é ótima no que faz.
— Eu te amo! Amo o jeito que você me olha, me toca, me beija, me protege e me dá todo o seu amor.
— Você merece isso tudo e muito mais — a coloque no chão —, agora vai comemorar com os seus amigos, nos falamos no final da festa — ela me dá um beijo e vai para o grupinho no canto do salão.
Me pego com um sorriso bobo ao ver as minhas irmãs e meus cunhados brincando com os seus filhos e só de imaginar que um dia eu estarei segurando o meu filho ou filha no colo, dando todo amor que ele precisa. Caio vem em minha direção e eu me agacho para ficar na sua altura.
— Tio, por que está cholando?
Caio é o filho mais novo da Gabryelle, mas é bem esperto para um garotinho de um ano e meio. Limpei as lágrimas que nem sabia que tinha produzido e pego o meu sobrinho no colo.
— O titio está chorando porque ele ama a tia Kamily.
— E eu? — ele cruzou os braços em frente ao peito e eu dei um sorriso.
— Eu também te amo.
Baguncei os fios castanhos claros de Caio, encostei a ponta do meu dedo indicador na ponta do seu nariz e ele fez uma careta fofa. Caio olhou por cima do meu ombro e abriu um sorriso que ele só dá para a minha doce Kamily.
— A titia está atrás de mim? — ele balançou a cabeça freneticamente para cima e para baixo — Vai lá no papai por um tempinho, depois você pode voltar.
Eu o coloquei no chão e o garotinho saiu correndo para os braços de Ethan, me virei e abracei a minha esposa, olhei dentro dos seus olhos e eu sabia que ela quer tanto um filho quanto eu.
— Você vai ser um bom pai.
— E você uma ótima mãe.
Se alguém falasse para mim que o amor da minha vida era uma garota de programa, eu teria rido e caçoado dessa pessoa por muito tempo, mas agora, aqui estou eu abraçado com uma, mesmo ela não sendo mais.
Meus pais sempre disseram que cada pessoa tem sua alma gêmea, alguns erram na primeira vez, outros erram a vida toda, mas se encontram no final da vida, e outros nunca encontram, mas eu tenho certeza de que a minha alma gêmea se chama Kamily Garcia.
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