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22

Chegamos no apartamento e Kamily deixou as malas no meio do caminho e foi até o sofá se jogando no couro marrom. Antes que eu pudesse fechar a porta Gabryelle, entrou do apartamento.

— Como foi a lua de mel? — Gabryelle parece uma criança alegre.

— Não casamos ainda e vai demorar para a gente se casar — fui até a minha miniadega e peguei uma garrafa de vinho branco, tirei três taças da cristaleira e dei uma para cada uma.

— Mas vocês não fizeram nada de interessante lá, não? — Gabryelle tomou conta do outro sofá de couro.

— Fizemos compras na Time Square, andamos pelo Central Park e transamos — explicou Kamily.

— Uma lua de mel perfeita — Gabryelle se levantou e serviu um pouco de vinho na sua taça.

— E como anda a sua vida amorosa, irmãzinha? — Ela ficou corada e virou todo o vinho.

— Descobri que bombeiro coloca mais fogo do que apaga.

— Você já transou com ele fardado? — olhei para a Kamily impressionado com a pergunta.

— Umas quatro vezes.

— Essa conversa deu para mim agora, vou ver os nossos pais e vocês podem ficar conversando sobre as suas fantasias sexuais.

Deixei a taça com um pouco de vinho em cima da mesa de centro, peguei o meu celular e sai do meu apartamento. Olho para o apartamento da Tifane e o Gabriele está batendo na porta como um doido.

— Eu sei que você está aí, deixa eu entrar.

Encarei a cena melodramática por algum tempo até que ele percebeu que eu estava ali, seus olhos verdes escuros estão na cor de esmeraldas, o cabelo está bagunçado, a blusa está do avesso e ele está com os tênis diferentes.

— O que aconteceu com você? — analisei mais uma vez o seu estado — Você não era um CEO sério? Por que está parecendo um  desleixado?

— Eu preciso falar com a sua irmã — nem tinha percebido.

— Ela deve estar na cobertura, estou indo para lá — antes que eu pudesse acabar de falar ele falou na minha frente.

— Posso subir com você?

— Acho que sim.

Chamei o elevador e as portas se abriram, digitei o código da cobertura assim que entramos na caixa metálica. Gabriele não parava de mexer no colar de prata, seus pés batiam freneticamente contra o chão metálico. As portas se abriram e eu avaliei o Hall de entrada dos meus pais, o vaso de planta sumiu novamente. Digitei o código na porta e entramos, chamei os meus pais e eles vieram da cozinha.

— Pai , onde está a Tifane?

— Ela falou que ia voltar para o último lugar onde ela foi feliz. Não entendi o que ela quis dizer.

Gabriele saiu correndo e se retirou da cobertura, olhei para os meus pais que estão felizes em me ver novamente, pelo menos é o que eu acho.

— Senti saudade de vocês.

— Também sentimos saudade, como está a Kamily? — minha mãe está sempre muito preocupada com as pessoas.


Abri a porta do meu apartamento e Gabryelle e Kamily estão conversando ainda na sala, comecei a andar em direção ao quarto, mas paro quando escuto Kamily chamando por mim.

— Você ainda não aprendeu que não pode entrar aqui sem eu te ver?

— Eu gosto de fazer você ficar me esperando alerta. — fui até ela e cheguei a minha boca perto da sua orelha — Você fica muito sexy quando está concentrada, tenho até medo de um professor seu querer competir comigo — ela engoliu em seco, dei um beijo rápido em seus lábios macios e fui para o quarto.

Depois de um banho relaxante de banheira, fui para a cozinha fazer alguma coisa para a gente jantar. Gabryelle não parece que vai sair tão cedo daqui de casa, mas gosto quando ela está aqui, Kamily se sente mais acolhida. Meus pais compraram o presente de noivado para nós, ainda não sei como os meus pais não faliram com o tanto de presentes que eles dão para nós.

— Luka, o que acha de ir em uma festa na base dos bombeiros amanhã? — parei de cortar a cebola para escutar Gabryelle.

— Vou sair de lá como um pinto molhado.

— Eles não vão ligar as mangueiras e jogar água para cima — Gabryelle me repreendeu.

— Minhas respostas ainda é não.

— Ok.

Gabryelle não é o tipo de pessoa que aceita perder fácil, tem alguma coisa por trás da sua aceitação.

— Eu vou de vestido vermelho e você pode ir também, assim nós vamos combinando com o lugar.

Cortei o meu dedo com a faca, quando Gabryelle falou que a Kamily vai na festa do corpo de bombeiros e ainda vestindo um vestido vermelho. Levei o meu dedo na boca e o gosto metálico do meu sangue começou a se espalhar pela minha boca. Me abaixei e peguei a caixa de primeiros socorros e coloquei em cima da bancada, Kamily olhou para mim e arregalou os olhos quando viu que eu estou com o dedo na boca.

— O que aconteceu, Luka? — ela veio ao meu encontro e segurou a minha mão tirando o meu dedo de dentro da minha boca — Você se cortou feio.

— Não exagera, não está tão ruim assim.

— O que aconteceu? — Gabryelle olhou para o meu dedo cortado — Acho que vai ter que dar ponto.

— Vocês duas são exageradas, eu só vou colocar um curativo que vai ficar bom.

— Eu faço isso.

Kamily pegou o soro fisiológico e despejou um pouco no algodão, ela limpou todo o sangue e pingou um remédio para feridas no corte e fechei os meus olhos com força e xinguei um monte de palavrões em alemão. Gabryelle se diverte com a minha fraqueza à dor, Kamily colocou um Band-Aid em cima do corte e deu um beijo.

— Que fofo, eu quero um namorado como a Kamily.

Olhamos para Gabryelle e Kamily deu uma risada descontraída. É bom ver que a antiga Kamily deu espaço à uma nova mulher, a minha mulher e minha noiva. Segurei o seu queixo e trouxe os seus lábios para mim, mordi o lábio inferior e puxei, os olhos dela se escureceram com o desejo que percorreu todo o seu corpo.

— Você é a mulher da minha vida, futura senhora Garcia.

— Tá tudo muito fofo, mas será que vocês podem me ajudar a fazer o jantar? Eu não sei onde fica nada neste apartamento.

Dei mais um beijo rápido em Kamily e fomos ajudar Gabryelle a fazer a sua famosa lasanha, um dos melhores chefs de cozinha do país já experimentou e falou que é uma das melhores lasanhas que ele já comeu.

Não demorou muito para que Gabryelle nos colocasse para fora da nossa cozinha. Sentei no sofá e Kamily se acomodou no meu colo, seus olhos azuis analisam meus lábios, ela enfiou a mão embaixo da minha camisa, suas unhas passeiam entre os vão dos meus gominhos.

— Parece que alguém voltou para academia enquanto eu trabalhava — ela apertou um dos meus gominhos me fazendo soltar um gemido.

— Tinha que fazer alguma coisa para não ir até os eventos em que você estava e xingar o Peter de todos os nomes possíveis e impossíveis por ele não me dar o endereço do hotel.

— Vou fingir que acredito em você, suas irmãs já me falaram o tanto que você gosta de malhar.

— Vou ter que te manter bem ocupada para você parar de conversar com as minhas irmãs.

— O que você vai fazer? — sua voz está carregada de malícia.

— Vamos comer antes que vocês dois vão para o quarto transar — Gabryelle atrapalhou totalmente o meu flerte com Kamily.

Minha noiva saiu do meu colo e acompanhou minha irmã até a cozinha, olhei para o meio das minhas pernas e uma mancha úmida na minha bermuda.

Maldito dia que decidi ficar sem cueca.

Me levantei e coloquei minhas mãos no bolso para disfarçar a minha ereção dura, me sentei ao lado de Kamily e servi um pedaço de lasanha metade frango e metade bolonhesa. Peguei um pedaço e levei a minha boca, a mistura de sabores confundiu o meu paladar. O jantar se seguiu em um silêncio acolhedr. 

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