19
Kamily me olha com intensidade, pessoas passam por nós com presa para não prenderem os seus voos.
- Vou sentir saudade de você, se cuide lá em Nova York.
- Vou me cuidar e você resolva as coisas com a sua irmã.
- Vou fazer isso, me ligue quando chegar.
- Pode deixar, mas agora tenho que ir.
Dei um beijo lento e com paixão em Kamily, ela mordeu o meu lábio inferior interrompendo o nosso beijo. Kamily pegou a mala de bordo da Hermés que eu mandei fazer para ela.
- Adeus, meu amor.
Ela subiu na escada rolante e não se virou para trás nem para dar um último adeus, meu coração foi tomado por um vazio enorme, minhas lágrimas ameaçavam cair, mas Tifane me entregou um lenço de linho.
- Ela vai voltar em um mês.
- Sinto muito pelo Gabriele.
- Vamos voltar para casa.
Entramos no carro e Tifane saiu do estacionamento do aeroporto, minhas lágrimas começaram a escorrer, mesmo sabendo que ela vai voltar em um mês, ficar longe dela será uma coisa que vai me machucar a cada dia. Eu a amo, mas não posso a proibir de seguir os seus sonhos. Gabryelle me entregou uma caixa de lenço, mas não sequei as minhas lágrimas, apenas as deixei caírem.
Chegamos na casa dos meus pais e eu fui para o meu antigo quarto e me joguei na cama, leio a mensagem de Kamily e dou um sorriso. Minha garota sempre sabe como aquecer o meu coração, mesmo a distância.
Faz uma semana que o amor da minha vida está em Nova York e eu não estou conseguindo me concentrar nas minhas obrigações. O joalheiro abriu a mala com as alianças mais caras e mais lindas que já vi. Não sei por qual motivo eu gosto tanto de ouro branco, mas acho que é mais bonito que o ouro amarelo.
- Vou ficar com esses aqui.
- É uma ótima escolha, senhor. É uma joia bem linda.
- Espero que ela goste.
Benjamin colocou as alianças em duas caixas diferentes e me entregou, ele fechou a maleta e se levantou, o segurança de Benjamin se levantou e abriu a porta de madeira da minha sala.
Eles saíram e minhas irmãs entraram pulando, Gabryelle pegou as duas caixinhas e entregou uma para Tifane, apenas me encostei no couro marrom da minha poltrona e fiquei olhando as duas admirarem às alianças.
- Meu Deus, que aliança linda.
- A aliança que ela usa no dedo já é muito linda - disse Tifane.
- Se ela não aceitar eu aceito.
- Vocês duas são uma piada - ri das minhas irmãs.
- Senhor, o Gabriele está na linha dois - avisou a minha secretária.
- Obrigado, Rebeca - ela assentiu e voltou para a sua mesa.
- Ele tinha que acabar com esse momento - reclamou Tifane.
- Silêncio, deve ser algo importante. - as duas se sentaram na poltrona de couro branco e eu atendi o celular - Administração da Empresas Garcia.
- Eu sei que você sabe que sou eu - a voz dele está embaraçada, Gabriele está bêbado.
- Posso te ajudar em alguma coisa? - falei em italiano para Tifane não entender.
- Como está a sua irmã? Eu não consigo viver sem ela.
- Você terá que vir aqui para descobrir - continuei a falar italiano.
Ele desligou a ligação e eu coloquei o celular no gancho novamente, Tifane me olhou com raiva, foi uma má ideia falar em italiano.
- O que esse merda está querendo?
- Doutora Garcia, olha a boca - meu pai apareceu na porta.
- Desculpa pai, meus nervos estão à flor da pele.
- Sua mãe quando ela estava com os nervos à flor da pele, passou alguns meses vocês nasceram.
- Vira essa boca para lá, não posso estar grávida de um babaca.
- Vocês três com as vidas amorosas são um lixo - eu e Tifane olhamos para Gabryelle.
- Você está saindo com alguém e não conta para a gente? - indaguei Gabryelle.
- A culpa é sua, Luka, que falou que tinha um bombeiro no nosso prédio.
- Eu não acredito que você está saindo com o Ethan.
- Quem é Ethan? E como eu não li o contrato dele? - reclamou Tifane.
- Outros advogados leram, você estava muito ocupada.
Meu pai se retirou e Tifane me olhou furiosa, apenas desliguei o meu iMac e me levantei colocando o meu blazer, Gabryelle desamassou o vestido e fui para fora da minha sala, Tifane colou a pandora no pulso e seguiu nossa irmã para fora da minha sala.
- Você pretende viajar quando? - tentei decifrar o que Tifane queria com essa pergunta, mas não consegui.
- Amanhã à noite, é o único horário de voo internacional que eu consegui.
- A puta tá mais valorizada que nós, Gabryelle.
- Não comece Tifane. - repreendi ela - Já falamos sobre isso, não vou largar a Kamily por causa dos seus ataques.
- Eu só estou falando.
- Vocês falam demais e agem pouco. Abriu uma boate nova aqui na cidade e nossos nomes já estão na lista VIP.
- Vê se arruma um homem para te fazer gozar. - coloquei a mão no ombro de Tifane - Pelo menos teremos alguns dias de sossego.
- Eu não preciso de sexo para me acalmar - eu e Gabryelle olhamos para ela.
- Você parece um pinscher raivoso - brincou Gabryelle.
Minha secretária segurou o riso quando Tifane a olhou pelo canto do olho, as portas do elevador se abriram e nós entramos, Gabryelle apertou as bochechas da Tifane.
- Dá para parar de parecer uma criança, Gabryelle Martinez Garcia.
- Calma irmã, você tem que relaxar.
- A vida não é fácil, você sempre tem que continuar a nadar - falei em um tom sereno.
- Vai começar a cintar, é assim que acaba, agora?
- É uma ótima citação - concordei com Gabryelle.
- Por que esse elevador está demorando tanto?
- São vinte e cinco andares para descer. - olhei para Gabryelle - O Ethan vai para a boate? - Gabryelle ficou corada.
- Acho que sim, não sei.
- Vocês dois têm fogo na boceta e no pau - olhamos para a minha irmã que está faltando pouco para se descabelar.
- Você devia ter transado na Itália, agora fica aqui parecendo que chupou limão.
As portas metálicas abriram e Tifane saiu apressada do elevador e foi para perto do meu carro. Destravei o automóvel e minha irmã entrou no banco de trás.
- Acho que ela tem que ir ao psicólogo.
- Ela ia ficar mais chata.
Eu sabia que se a Tifane fosse para o psicólogo agora ela ia surtar, no entanto, ela cancelou a doutora Wanessa assim que pousou em solo brasileiro. Tudo está indo ladeira abaixo na vida da Tifane, mas espero que isso melhore logo.
Coloquei o cinto de segurança e sai da garagem da empresa, entrando na avenida principal. Peguei um pote de chiclete dentro do porta-luvas e Gabryelle o tomou da minha mão sem ao menos deixar eu pegar.
- Tá passando fome? No seu apartamento não tem comida, não? - Gabryelle apenas fez uma careta para o sarcasmo da nossa irmã.
- Você ficaria bravo se a Kamily vendesse o anel de namoro que você deu para ela? - hoje a minha irmã está atacada.
- Não, se eu dei, ela que decide o que faz. Presente a gente só dá, não pergunta o que a pessoa fez com ele.
- Mas você acha que ela venderia se significasse muito para ela? - tentei assimilar às perguntas de Tifane com a sua vida.
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