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Capítulo 10

Eu havia adormecido cheirando a minha camisa, e logo após, acordei com o coração em pandarecos, imaginando que a Agatha pudesse me ignorar durante todo o trajeto até o Colégio Pereira & Filhos.

Mas estava decidido a lutar para que o ímpeto da noite anterior, não fizesse ela se afastar de mim.

Desci até a cozinha com o livro sobre a vida de Aurora nos braços, e logo percebi que a Agatha o havia notado e então a notei lendo o meu olhar, buscando indícios de que eu lhe devolveria ele naquela manhã, assim como o prometido.

Acenei tanto como afirmação, como cumprimento.

Ficamos calados, nos encarando, enquanto o nosso desjejum continuava intocável. Dona Sônia foi a única a notar, principalmente de minha parte. Afinal, o meu pai estava sempre mergulhado em seu poço de egocentrismo, tanto que não tinha vista para nada além do seu próprio umbigo.

― Eu o escutei derrubando as panelas e vindo assaltar a minha cozinha ontem à noite, Marcelo... ― ela murmurou à beira do fogão. ― Mas encontrou algo ruim? Algo que lhe fez perder a fome agora?

― Acho apenas que ando comendo demais. ― Desculpei-me com ela. ― Tanto que agora estou sem apetite, dona Sônia.

― Não vou perguntar o que aconteceu com a Agatha, pois ela nunca come direito mesmo.

Deu de ombros, indo lavar a louça. Esperei então que a Agatha se levantasse da mesa, e calada como sempre, fosse para a área dos serviçais, escovar os seus dentes e pegar os seus materiais escolares.

Apressei-me em fazer o mesmo, subindo as escadas como uma trovoada e voltando logo, diretamente para a garagem, antes mesmo que ela chegasse ali.

Quando a Agatha despontou ali, eu já estava sentado em meu carro, esperando-a com a porta aberta. Ela entrou, evitando o meu olhar e se encolhendo junto ao vidro elétrico, mantendo-o aberto e observando o nada.

Girei a chave na ignição e acionei o carro, fazendo com que todos os vidros se fechassem de propósito, obrigando-a a me dar atenção. Afinal, a sua maneira de me ignorar pela manhã, começava a me deixar desesperado.

Eu já não sabia o que fazer para ganhar a sua simpatia, apesar de ter me comportado muito mal com ela, há alguns dias atrás.

― Aqui está o seu livro...

Estendi-o para ela, que o recebeu com as mãos trêmulas.

Houve um minuto de silêncio, enquanto ela encarava o livro, um pouco tristonha.

― O que quer provar, Marcelo?

― Nada ― eu respondi e ela assentiu, enfiando a mão no bolso e me entregando a ágata que a minha avó havia me dado.

Neguei com a cabeça, indicando que aquele era um presente meu para ela.

― Fique com ela ― eu disse, já dando a partida.

― Mas foi a sua avó quem te deu…

― E ela queria que ficasse em boas mãos ― falei, olhando-a de esguelha e tentando dar atenção às ruas.

O silêncio nos escoltou até que eu estacionasse na porta do Colégio Pereira & Filhos, onde milhares de “filhinhos de papai”, desfilavam estilo e arrogância. Agatha me olhou por um instante, antes de abrir a porta e se mergulhar naquela multidão.

― Você leu mesmo, não foi?

― Sim.

E então eu a vi abaixar a cabeça e sumir, parecendo engolir um nó que estava perdurado em sua garganta.

Naquela manhã eu fiquei rodando de carro pela cidade, decidido a não ir à faculdade. Eu já não tinha cabeça alguma para fingir gostar daquilo tudo; não quando eu tinha a Agatha para ocupar todos os segundos da minha mente.

Então eu só tinha cabeça para dar uma de motorista particular e levar e buscar ela, enquanto eu fingia prosseguir com o meu curso.

Parei em frente ao colégio, antes mesmo do término das aulas, mas antes que eu avistasse aquela passarela de gente arrumadinha procurando atenção, a Agatha despontou no portão, escancarando a porta do carro, parecendo agitada como nunca.

― O que está fazendo aqui? ― perguntei, amedrontado de que ela estivesse mal, ou que algo tivesse acontecido ali.

― Não vai falar que sabe de tudo? ― ela gritou comigo, agarrando-me pela gola da camisa. ― Não vai tentar colocar a mim em uma estante e mostrar para todo mundo que encontrou um animalzinho afugentado e estranho?

Ela parecia atormentada, enquanto chorava lágrimas dolorosas, e dessa forma me sacudia, ainda agarrada à minha blusa.

― Não! ― respondi com firmeza, segurando os seus braços e abraçando-a, logo em seguida. ― Era disso que você tinha medo? Que eu soubesse que você e… que são a mesma pessoa?

Ela apenas fez que sim com a cabeça, sem parar de chorar, no entanto. Fiquei em silêncio durante alguns instantes, enquanto ela chorava e chorava, porém depois de alguns minutos de agonia e dor, eu tentei penetrar nas paredes geladas que nos separavam, mudando de assunto.

― Fugiu da aula, foi?

― Porque não me disse nada? Por que não me disse que sabia?

― Eu sabia que não gostaria que eu o fizesse.

― Eu queria que tivesse me obedecido, Marcelo. ― Encarou-me, ainda com lágrimas nos olhos. ― Queria que não tivesse se aproximado e que não tivesse lido o meu livro.

Em um impulso louco, aproximei-me novamente de Agatha, puxando-a bruscamente para os meus braços, encarando a sua beleza, antes de tentar beijá-la.

A Agatha não tentou me afastar dessa vez, mas apenas continuou séria, dura em meu abraço.

― Prove o que tanto quer, Marcelo! ― acusou-me. ― Agora que sabe de tudo, brinque de desvendar os mistérios da pobre garotinha. E depois que se cansar, faça o que quiser também!

Não se moveu e se eu quisesse e tivesse coragem, eu a beijaria facilmente. Mas o seu tom hostil, me fez recuar.

― Do que você tem medo? ― afastei-me, deixando-a de volta em eu banco.

― De você ― ela disse, claramente. ― E de tudo.

― Acredita que eu sou o tal idiota que se refugiou aqui vindo do seu mundo? ― questionei-a, muito intrigado com aquele fato.

― Não! ― ela respondeu. ― Se fosse você, eu saberia. E mesmo se eu só cogitasse a ideia, eu nunca deixaria você tocar nesse livro, nem que para isso, eu desse a minha vida em troca.

Balancei a cabeça, dando de ombros.

― Você sabe de algo ― eu a acusei. ― Mas não vai me contar, pois não confia em mim.

― Como posso confiar? ― ela me desafiou. ― Você me odeia e não cansa de me dizer isso.

Balancei a cabeça, calando-me, enquanto ela blefava. Pela primeira vez então, fui eu quem a ignorou.

Vi ela me encarar, esperando que eu falasse qualquer coisa, mas eu me recusei, seguindo para a casa, calado e chateado, por todo o estardalhaço que a Agatha causou entre nós.

Eu sabia que ela havia sofrido e que a Agatha tinha medo e vivia em um mundo que era muito diferente do que realmente pertencia a ela, mas ela me olhava como se eu fosse queimá-la; coisa que nós dois sabíamos que não aconteceria.

Eu também tinha conhecimento do mal que lhe havia causado naquele primeiro dia de estadia dela ali, mas haviam se passado vários outros, aonde em vão, eu tentava reconciliar a nossa situação.

Estacionei o carro e saí, deixando-a ali e partindo para o meu quarto, onde obrigatoriamente, eu parecia sujeitado a voltar à minha vida de antes.

Tranquei-me lá e não desci para almoçar e nem para nada mais naquele dia. Então, no final da tarde, exausto de ficar deitado e depois de um banho revigorante, resolvi que precisava mergulhar novamente nas frivolidades que me rodeavam.

Vesti uma camisa qualquer e estava decidido a sair pela cidade em busca de nada, enquanto eu sabia que a Agatha me queria bem longe. E eu tinha que acatar a sua vontade.

Cruzei com ela, enquanto me dirigia para a garagem, a fim de pegar o carro e estacionar em uma praia qualquer, de onde sempre aconteciam luaus com pessoas despretensiosas, e que viviam no ócio eterno.

Quando notou que eu não tentaria mais lhe dirigir a palavra, a Agatha o fez, parando-me antes mesmo da porta.

― Aonde você vai?

― Passear sem rumo por aí ― eu disse, me virando para encará-la. Ela estava usando um vestido justo, que a deixava muito sensual. ― Estou sem rumo certo. Por quê?

― Não vai mais falar comigo? ― perguntou, quase chorando.

― Parece que é o que quer ― eu respondi. ― Disse que eu nunca deveria ter me aproximado de você...

― Não faça isso, Marcelo! ― ela implorou. ― Prove logo a si mesmo o que tanto quer.

Ela me encarava, parecendo estar prestes a enlouquecer.

― Você não sabe mesmo de nada, Agatha ― eu respondi, ofendido e pronto para partir. ― Esse é o problema. Nós não sabemos nada e nem estamos dispostos saber também.

Encostei na maçaneta, dando as costas para ela.

― Não vá embora! ― ela implorou. ― Não me deixe aqui sozinha ― ela dizia, enquanto chorava, eu sabia. ― Eu tenho medo. Eu estou com muito medo de morrer. Mas já está tão perto...

Virei-me para ela, resgatando-a do chão, de onde ela havia se ajoelhado, enquanto chorava. Encarei os seus olhos  e antes que os curiosos daquela casa surgissem, querendo saber das coisas somente nas horas que não lhes interessavam, eu a arrastei para a garagem e com um olhar, acenei para que me acompanhasse no passeio.

Dirigi pela cidade, enquanto a Agatha se encolhia em seu banco, agarrando-se ao cinto de segurança, e chorando assim como um bebê faria.

Quando parei em frente à Orla de Marianas, virei-me para ela, tentando acalmá-la.

― O seu livro é um segredo só nosso... pode ficar tranquila.

― E o seu amigo? ― Ela parecia em pânico. ― Não leu ele, né?

― Não ― eu menti. Afinal, eu sabia que Anderson não constituía perigo.

― Obrigada.

Agatha acariciou a minha mão, mas logo a recolheu de volta.

― Quer dar uma volta na areia? ― eu a chamei, enquanto nos encarávamos.

― Acho que podemos guardar mais um segredo... ― ela disse ofegante, ignorando o meu convite.

Percebi que ela se retesava sobre o banco, com os olhos inundados por algo muito quente. Notei que a Agatha tremia e agarrava o final do vestido com as mãos.

Encarei-a, me certificando de que aquela não era uma jogada astuta dela, querendo me jogar no buraco, como se eu apenas quisesse provar em um sentimento egocêntrico, de que eu era o único que podia beijá-la.

Notei em sua pele e no aroma que exalava de seus lábios, que ela desejava aquilo; não a mim, mas poder sentir.

Eu sabia que deveria ser difícil viver enclausurada em um corpo que se incendeia, sem poder provar nada do que quase todo mundo vivia como se fosse banal.

Fechei os olhos, me rendendo ao meu próprio desejo; não de me provar nada, mas puro e simples, de querer ela, o seu gosto e todo o seu corpo.

Atei o seu corpo com os meus braços, trazendo-a para mim, enquanto a Agatha ainda tremia.

Rocei o meu nariz no dela, sentindo o seu aroma e a textura de sua pele. Porém, quando aproximei os meus lábios dos dela, percebi que ela ofegava, como se estivesse perto de desmaiar.

Afastei-me só um pouco, buscando o seu olhar enegrecido.

― Não se afaste, por favor! ― ela implorou, quase ordenando. ― Seja lá o que acontecer, não se afaste.

Agatha ofegou e em seus olhos, eu pude notar o mais puro desejo; daqueles que queimam até os ossos.

Puxei o seu rosto com voracidade, colando os meus lábios nos dela com bastante avidez, em um beijo quase indecente de tão intenso.

E a cada movimento que eu fazia, enroscando a minha língua na dela, parecia que eu iria sugá-la pra mim, mordendo os seus lábios e permitindo que a Agatha fosse em um ritmo que pudesse acompanhar rapidamente, com o mesmo entusiasmo que eu.

Não percebi que estávamos literalmente nos atracando dentro do carro, até notar que a Agatha eriçava o meu cabelo com uma das mãos, puxando-os da minha cabeça com força, enquanto a sua outra mão amarfanhava a minha camisa em sovadas, assim como se ela fosse uma massa de pão.

A garota, de repente, havia ido parar em meu colo, e eu já apertava a sua cintura e coxas, como se eu fosse lhe arrancar um pedaço, como se fosse uma simples lembrança daquele instante.

Sorri em pensamentos, agradecendo por ter vidros escuros em meu carro.

― Eu aceito ― ela disse, ainda ofegando. ― Eu aceito ir dar uma volta na areia agora ― ela anunciou, pulando do meu colo, se ajeitando e prevendo que se ficássemos ali, passaríamos do limite sem nem ver.

― Será um prazer! ― anunciei, sem tocar no assunto, guardando-o como um segredo só nosso, como ela havia me pedido.

Caminhamos pela praia abandonada lado a lado, mas sem nos atrever a olhar nos olhos. As nossas mãos, no entanto, roçavam umas nas outras, quando perdíamos o equilíbrio, na areia extremamente fofa.

Perdemo-nos com os pés na água gelada, enquanto o sol ia se pondo no horizonte do oceano e ganhando a nossa total atenção.

Olhamo-nos por um segundo, e sorrimos então um para o outro. Naquele minuto, eu quase a pude ouvir sussurrar: esse é o nosso segredo.

Assenti com a cabeça, voltando a caminhar ao seu lado, até que nos perdemos na orla, bem longe do meu automóvel.


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