"O silêncio da alma é a melodia que toca."
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A cada segundo, sentia meu corpo seguir e se deixar levar pela leve e calma melodia que ecoava por aquela velha e acanhada guitarra avermelhada. Meus pensamentos se esvaiam aos seus simples sons, me fazendo fechar os olhos em sintonia, e desfrutar daqueles tão belas e melódicas notas.
Sentia que a cada vez que tocava, por mais mero que fosse o ritmo, a música feita pelo moreno me atraia de uma forma que eu nunca conseguira entender. Seus dedos deslizavam pelo instrumento de tal forma, que chegava a ser impressionante, como se já fosse íntimo o suficiente, e conhece todos os seus melhores pontos.
Além disso, outra coisa que me chamara sempre a atenção era o próprio guitarrista. Um garoto simples e quieto, de roupas despojadas e olhares baixos, sem contar nos fios completamente bagunçados na maioria das vezes, chegando ao comprimento do nariz. Seu sorriso era outra coisa que sempre me atraía. Suave. Leve. Calmo.
Nunca ouvira seu nome, contanto não fazia questão, pois o quê realmente me importava era o mesmo e o seus belos sons. Aquele garoto, em si, já valia, não só um trechou ou refrão, mas sim, uma música por completa. Sem dizer uma só palavra, ele fazia seus próprios shows. Seus próprios solos de guitarra.
Poderia dizer que aquele momento fazia parte da minha rotina, sendo a minha favorita. Por mais que os dias fossem exaustos, sua música me acalmava e relaxava, me causando uma ânsia por cada dia mais, ou melhor, se tornando meu vício.
Seu jeito de não ligar para o mundo e se concentrar, ao ponto de ignorar totalmente o redor, ao somente manejar a guitarra, me encantava. O mesmo aparentava dar tudo de si na música, e que aquilo seria sua eterna paixão, o que eu não discordaria, pois o que ele mais tinha com aquele instrumento, era talento puro.
Após alguns minutos viajando em meus pensamentos, percebo e ouço a música se definhar, me fazendo murmurar por ter acabado tão rapidamente. Encaro o garoto, que estava de olhos fechados, dando um suspiro por estar, aparentemente, cansado, porém satisfeito.
Antes de qualquer ato do mesmo, olho para ambos os lados, vendo se há mais alguém além de nós dois naquele canto do pátio, recolhendo minhas coisas ao ver o resto dos estudantes se dispersando, voltando as suas respectivas alas e cursos.
De forma automática, jogo uns fiapos de cabelo que teimavam em cair sobre meu rosto, enquanto ajeitava ao mesmo tempo, meus livros e a mochila, pondo novamente os fones no ouvido, voltando para o meu mundo tradicional, saindo daquela realidade.
Giro os calcanhares, olhando para o banco pelo qual estava sentada, somente para conferir se deixara algo ali, e ao dar meia volta, um arrepio pousou sobre mim, ao perceber que o guitarrista estava a me encarar. Sua respiração estava um pouco descompassada, e algumas mechas de cabelo haviam grudado em sua testa, por conta do suor.
O olhar era penetrante e fixo, deixando qualquer um tenso, ao ponto de não conseguir dizer uma só palavra, e muito menos pensar em algo. Seus olhos pareciam galáxias, de tão intensos e excitantes, que sempre me atraiam feito um imã, de tal forma que eu não sabia explicar.
Outro arrepio se fez em meu corpo ao ouvir um pigarreio arrastado do mesmo, chamando toda a minha atenção. De forma lenta, rodei meu corpo até ficar de frente para ele, que por sinal já havia se posturado, e deixado a guitarra de lado em poucos segundos, me fitando fixamente.
Sinto minhas mãos gelarem, meus lábios e boca secarem, me fazendo engolir completamente em seco, me travando por inteira. Tentava, ao menos, deduzir o que o guitarrista estava a pensar, porém, seu olhar me congelava totalmente, tanto que só havia saído daquele transe com um pigarreio do mesmo, me chamando a atenção.
- Yoongi, Min Yoongi - e foi a única coisa que saira de sua boca, enquanto estava sentado na mesma posição que antes
- O-o quê? - questionei, praticamente murmurando, ainda sem entender o que estava a acontecer, olhando para os lados desesperadamente
- O que você queria saber - revelou,
pendendo a cabeca para o lado, soando misterioso - Meu nome - explicou, por fim, jogando os cabelos para trás, continuando a me olhar seria e fixamente
Arregalei os olhos ao realmente processar as devidas informações que acabara de ouvir. Podia sentir meu rosto queimar, e minhas pernas bambearem, igual a gelatinas, sem nem mesmo me fazer conseguir movê-las. Um sorriso, quase imperceptível, se formou nos lábios do tal moreno, o que me causou um rebuliço e franzimento de testa ingênuo.
O mesmo se pôs de pé, pondo a guitarra sobre as costas e seguindo em minha direção, ficando a pouquíssimos centímetros de mim. A proximidade fora tão grande, que era possível sentir, não somente seu forte perfume amadeirado, mas também seu hálito quente, mais específico de hortelã, que chegava a arder as minhas narinas ao aspirar.
Seu olhar caia sobre mim intensamente, e poderia dizer que da mesma forma de quando tocava guitarra. Seus olhos castanhos me exploravam, a cada canto do meu rosto, a fim de desvendar algo que eu não sabia o que seria, mas que o instigava a cada instante.
Ao chegar ao limite, o mais velho lançou as mãos no bolso da calça, dando mais um passo a frente, fazendo nossos narizes roçarem. Pude perceber que, ao se desviar de meus olhos, mirou em minha boca semiaberta, e em questão de milésimos, parou em minha orelha esquerda.
- Esqueci de dizer... - pausou, me fazendo fechar os olhos e arrepiar ao sua respiração quente entrar em contato com minha pele e pela gravidade da sua voz - Prazer! - e pairou o silêncio
Continuei de olhos fechados, esperando mais alguma palavra do mesmo, contanto, só havia notado sua falta ao abrir meus olhos, e procurá-lo ao redor do pátio, desesperada, o vendo seguir calmamente em direção ao portão de saída, como se nada houvesse ocorrido, e sem nem ao menos virar e olhar uma última vez.
Passei a mão sobre o pescoço e nuca, fechando novamente os olhos, abaixando a cabeça a fim de tentar relaxar após aquela tensão sexual que havia passado, portanto sabia que isso seria difícil de esquecer, ainda mais por ter descoberto o nome do tal guitarrista que me arrancava suspiros bobos e batidas descompassadas somente ao olhá-lo. Min Yoongi.
...
- Ah vai, me conta! - pediu, pela milésima vez, juntando as mãos
- Já falei que ele só veio falar comigo! - exclamei irritada, dando um tapa em minha coxa
- Tem certeza? - indagou, erguendo uma das sobrancelhas, pondo agora as mãos sobre os joelhos
- Park Jimin - gritei, fazendo o mais novo se assustar, e se encolher
- Chega disso! - bufei, revirando os olhos - O quê você quer tanto saber?! - sacudi os braços, de forma exagerada
- Sobre seu mais novo namorado! - exclamou de volta, jogando os braços pro ar, igual a mim
- Já falei mil vezes que não namoramos! - expliquei - Nunca nem nos falamos, só... ontem - e sorri boba, pondo os ombros para cima, juntando-os as minhas bochechas
- Você está agindo igual a uma boba apaixonada! - exclamou, explicando - Será que não percebe? - e revirei os olhos, não rebatendo, pois sabia que mais uma vez o garoto a minha frente tinha razão
Passo a mão sobre os meus cabelos, suspirando irritada por estar sentindo aquilo somente ao pensar ou falar nele, esfregando as mesmas sobre os olhos, os fechando-o e me jogando sobre a cama logo em seguida, de forma brusca, ouvindo o estalar da cama, me causando uma careta em reprovação.
- Assim você quebra a cama! - brigou - Como vai dormir com ele? - revelou, me fazendo o olhar com repugnância e dar uma travesseirada no mesmo, que ria gradativamente
Logo após nos acalmarmos, me deitei novamente sobre os lençóis coloridos, sentindo um peso ao meu lado, acompanhado das as mãos de Jimin, que adentraram em meus fios negros desengrenhados, afagando os mesmos, a fim de me fazer relaxar.
Em um simples ato, fechei os olhos, adormecendo sobre o colo do moreno, que se mantinha concentrado em me acalmar. Tinha em mente qualquer coisa que não me fizesse pensar nele, e pude perceber que havia falhado miseravelmente naquele quesito.
- Acho que tem alguém apaixonada - disse o garoto, sacudindo levemente meus cabelos, segurando uma gargalhada
- Não estou "apaixonada" - neguei irritada, me levantando do colchão e dos dedos
- Ah não! Claro que não, imagina se estivesse! - ironizou, me levando aos nervos
- Não sei porque cisma com isso! - esbravejei, completamente possessa, porém certa de que o menino estava certo, batendo um dos pés no chão e cerrando os pulsos
- Do chão você não passa querida! - disse, cruzando um dos braços e encarando uma das unhas, roendo em seguida, me lançando um olhar de reprovação igual o de minha mãe, seguindo de cima para baixo, lentamente
- Jimin, só cala essa boca! - exclamei, logo ouvindo um som ecoar do aparelho metálico sobre o criado mudo
- Já está na sua hora, acho melhor correr - falou, e virou o objeto, que informava ser o horário de me arrumar para a faculdade
Em uma breve reviravolta, começo a correr de um lado para o outro, igual a uma barata tonta. Olho em direção à Hoseok, de forma desesperada, recolhendo minhas roupas sobre a cama, adentrando ao chuveiro, somente ouvindo uma gargalhada do mesmo. Em passos rápidos, termino de me arrumar, e sigo correndo até a porta, tropeçando cerca de três vezes antes de por os pés na rua.
Em poucos minutos, paro a frente do portão da faculdade, pondo as mãos sobre os joelhos, recuperando o ar, sentindo minhas pernas bambearem. Adentro ao campus da faculdade, logo, seguindo em direção ao meu típico canto, longe de boa parte dos alunos, tentando agir naturalmente, ainda sem todo o ar.
Em passos lentos, descontraídos e relaxados, chego ao meu canto, aliviada o suficiente por ninguém estar ali, ou por perto. Sinto uma brisa gélida, me fazendo aspirar o ar fresco, que estava a sacudir meus cabelos e bater contra minha pele, me arrepiando pela leve e gostosa sensação que sentira naquele momento.
Sento sobre a grama recém-aparada, jogando minha mochila e pertecences sobre a mesma, enquanto equilibrava alguns livros sobre os braços, cruzando as pernas. Largo os pesos ao meu lado, e encosto sobre a parede desgastada a trás de mim, apoiando a cabeça na mesma também.
Pego meu celular, pondo algo para escutar, de forma aleatória, me fazendo fechar os olhos ao ouvir Still With You ecoar sobre meus fones, me levando a outro mundo, contanto, não da mesma forma que Yoongi sempre fazia.
Fecho os olhos, usufruindo daquela sensação de paz e calmaria que a música transmitia. Aos poucos, o peso presente em meu corpo fora para os olhos, sentindo o sono bater contra mim, e de forma lenta, fecho os olhos.
Resmungo mal-humorada, logo em seguida, por sentir uma gota d'água atingir minha testa certeiramente, percebendo filetes finos de chuva se engrossarem a cada segundo. Ajunto minhas coisas novamente, com pressa e rapidez, cobrindo a cabeça com o capuz do casaco, correndo em direção às salas da instituição.
Naquele momento, a chuva caía fortemente, e o vento também se fazia presente, levando consigo a chuva e poeira. O aroma da grama úmida enchia minhas narinas, me fazendo sorrir espontaneamente ao reconhecer o cheiro.
Novamente sigo em direção à um canto, agora do pátio coberto, a fim de simplesmente descansar e relaxar. Sento em um dos bancos amadeirados do canto da área, não vendo ninguém. Inspiro aliviada por não haver uma só pessoa.
Pela segunda vez, largo minhas coisas, agora do banco, cruzando as pernas sobre o mesmo, pendendo a cabeça para trás, me fazendo esfregar os olhos, novamente fechando-os, e em questão de segundos, como de costume, começo a cantarolar baixo a música, me deixando levar pela melodia e suavidade do timbre.
O barulho da chuva de fundo trazia uma sensação ainda mais relaxante, deixando o mundo cada vez mais distante de mim, até ouvir o som da chuva mais alto e a música diminuir o som, sentindo uma respiração sobre minha orelha, e alguns leves toques sobre meu pescoço.
- Não sabia que você cantava, por quê não me disse antes? - e pude arregalar os olhos assustada, levantando rapidamente, vendo Yoongi me encarar com um sorriso nos lábios
Retiro meus fones lentamente, abrindo e fechando a boca sem nem dizer uma só palavra, ainda extasiada. Esfrego as mãos sobre os olhos, a fim de despetar totalmente, passando também a mão sobre meus cabelos, que com certeza estavam para o alto, desengranhados.
Seus olhos me encaravam atenta e consistentemente, acompanhando cada sequer movimento meu, como se o que eu estava a fazer fosse a coisa mais interessante que o mesmo poderia ver. Após alguns segundos parados, Yoongi se sentou ao meu lado, ainda me fitando fixamente, enquanto apoiava a guitarra ao seu lado no banco amadeirado que estávamos sentados, equilibrando e deixando-a em pé.
- Eu não sei cantar - lancei, após um século de silêncio, o vendo virar o corpo em minha direção
- Se você não canta, aquilo que você estava "balbuciando" era muito bonito - disse entre aspas, sarcaticamente, sorrindo ladino
Murmurei, balançando a cabeça, sem dizer nada, segurando uma risada, que aparentemente o mais velho havia percebido, me fazendo conprimir a língua sobre a parte interna da bochecha.
- Você canta também? - e encarei seus olhos, quase fechados em um breve cochilo - Além de tocar, é claro, mas, você não se apresenta? - questionei, dando de ombros, com a onda de coragem que havia pairado em mim
Por um minuto, poderia dizer que havia me arrependido por ter perguntado, por causa do devido silêncio que o mesmo fizera pairar, ignorando completamente minha pergunta, como se eu nem ao menos estivesse falado algo.
Após desacretitar em uma possível resposta, subi o capuz do casaco, o vestindo, e logicamente voltando a ouvir minhas músicas, a qual agora toca, Butterfly. Uma melodia pela qual me acalmava, por mais que não fosse os sons do tal guitarrista ao meu lado, me anestesiava da realidade.
- Eu nunca quis cantar - mirou o olhar para mim, respondendo, e tirando novamente o fone, puxando consigo dessa vez o capuz - Eu só queria ficar tocando guitarra no fundo do palco - riu, passando a mão pelos cabelos, aparentemente um pouco envergonhado pelo que havia acabado de revelar
- Mas... - pausei, buscando palavras, de forma lenta, voltando a me concentrar no garoto a minha frente - Como você consegue tocar assim? - questionei, vendo Yoongi não entender, franzindo o cenho e tombando um pouco a cabeça - Com tanta emoção, sentimento - gesticulei, o vendo rir baixo ao raciocinar - Você deve praticar muito! - afirmei comigo mesma, esperando sua resposta
- Quando a vida me deixa triste, eu toco a minha guitarra - falou, pondo os cotovelos sobre os joelhos - O resto do mundo pode seguir as regras, mas eu tenho que seguir o meu coração - finalizou, encarando o horizonte, um pouco distante dali, pensando em algo
- Nossa - pus a mão sobre o peito, dramatizando - Poético! - exclamei, fazendo nós dois cairmos na gargalhada
- Eu sei - balançou a cabeça, convencido- Além de fazer música, faço poesia! - esclareceu, gesticulando com as mãos
- Tenho que assumir... - pausei, pensando se falava ou não, recebendo toda a atenção do mais velho - Você é um ótimo guitarrista - e pude ver seu sorriso envergonhado, suas bochechas coradas, e o coçar da nuca, abaixando-a
- Tecnicamente, não sou um guitarrista - falou, me deixando sem entender, enquanto ainda estava com a mão sobre a nuca - Tudo que toco é verdade e emoção - explicou, e eu balancei a cabeça em concordância - Prefiro mais ser um poeta - finalizou, nos fazendo rir
- Mas... - parei de rir, instantaneamente, o deixando um pouco confuso - Por que escolheu a guitarra? - perguntei, cada vez mais curiosa, não conseguindo me conter
- A guitarra é a única coisa da minha vida que não ferrou comigo - evidenciou, sorrindo triste - Além do mais, ela não fala - e riu, um pouco mais alegre, do próprio comentário
- Você toca mais alguma coisa além dela? - indaguei, erguendo uma das sobrancelhas, apontando para o instrumento avermelhado
- Eu sei tocar um pouco de piano e guitarra - revelou, me surpreendendo - Mas não sou profissional, só toco por diversão - deu de ombros, fazendo pouco caso, abrindo um sorriso soprado passando a mão sobre os fios marrons, bagunçando-os
- Me responde só mais uma coisa! - pedi, percebendo o mesmo suspirar e rir, indicando com o queixo para que eu continuasse - Desde quando você pratica e toca ela? - interroguei, apontando para a guitarra, levantando as sobrancelhas
- Desde a adolescência - disse, com um olhar pensante - Na verdade, sempre me interessei por instrumentos, mas comecei a tocar realmente adolescente - falou, porém não tão confiante assim
Assenti com a cabeça, encarando meus tênis, e de forma automática pelo nervosismo, começo a estalar todos os dedos possíveis, puxando também uma pelinha, roendo-a. Numa fração de segundo, percebo Yoongi estar com a guitarra sobre o colo, somente intercalando o olhar entre mim a guitarra e a mim.
- Solos de guitarra não vão me conquistar - afirmei convicta, erguendo uma das sobrancelhas e cruzando os braços, largando o peso sobre as costas no banco, percebendo seu olhar focar sobre mim, franzindo o cenho
O menino apenas assentiu, rindo soprado ao entender, pegando a capa de proteção, que estava a guardar o instrumento, deixando-a no chão e conectando a sua caixinha de som. O mesmo brincou, dedilhando as cordas do violão para ver se estava afinado, abaixando os olhos para a guitarra, como sempre fazia quando começava a tocar alguma coisa, principalmente quando estava nervoso.
Aos poucos, seus dedos escorregavam de baixo para cima no braço de cordas, reproduzindo um som pelo qual eu conhecia, mas ainda não havia lembrado. Fecho os olhos ao ouvir a melodia, e pude dizer que me assustei ao ouvir um pigarreio do garoto, e ainda mais ao escutar o murmuro baixo, cantarolando quase em som nenhum, e continuou a cantar, aumentando gradativamente ao notar o meu olhar sobre ele.
"Secrets I have held in my heart
Are harder to hide than I thought
Maybe I just wanna be yours
I wanna be yours, I wanna be yours
Wanna be yours
Wanna be yours
Wanna be yours"
Assim que o mesmo terminou, eu já me encontrava perplexa, com a boca aberta em formato de "O". Seu sorriso envergonhado foi o que fez eu me apaixonar ainda mais, e confirmar, além da música, o que o mais velho estava a sentir e pensar naquela hora.
- Solos de guitarra me conquistaram! - assumi, com a mão sobre o peito, sorrindo boba, revirando os olhos, me jogando um pouco para trás
- Eu até pensei em te perguntar... mas acho que nem preciso, não é mesmo? - revelou, rindo baixo, coçando a nuca envergonhado - Aliás, você ainda não me disse seu nome - citou, me lembrando desse mero fator, levantando as sobrancelhas, cruzando os braços e encostando as costas sobre o banco, e ainda com a guitarra sobre o colo
- Ah... - abri a boca, sem reação, cruzando os braços igualmente a ele, sem nem conseguir cogitar uma boa desculpa, ou alguma palavra - Talvez eu te fale um dia, mas acho que não agora - e lancei uma piscadela, o surpreendendo dessa vez tentando soar misteriosa
- Sem comentários - disse rindo, guardando o instrumento e fechando a capa
- Olivia, Olivia Rangel - disparei, o vendo franzir o cenho, se esticando para se pôr ao meu lado - O quê você queria saber, meu nome - e imitei suas palavras de quando nos conhecemos, o deixando novamente extasiado, o que me arrancou uma gargalhada um tanto escandalosa
- Mas... não iria ser um dia? - questionou, erguerdo as mãos, segundo uma risada gostosa na voz
- Até lá eu não aguentaria - revelei, me contendo também - E também não perderia essa chance de te imitar nunca! - exclamei, caindo novamente na gargalhada, agora, juntamente do mais velho
Fecho os olhos, pendendo a cabeça para trás, ainda rindo do me próprio comentário, nem percebendo a drástica aproximação de Yoongi para mim. Sinto sua coxa encostar na minha, me fazendo olhá-lo rapidamente, agora sim, percebendo o local por onde o mesmo estava.
Seus olhos me consumiam de uma forma diferente, mas igual a todas as outras vezes, sendo que naquele momento, de tão perto, era perceptível o significado do seu olhar. Suas orbes negras me examinavam por completo, como se estivesse gravando cada parte minha em sua memória.
Minha respiração naquele momento estava completamente descompassada, igual a dele. Seu hálito de hortelã queimava minhas narinas, juntamente de seu perfume extremamente forte, mas ao mesmo tempo suave.
Percebo seus olhos me consumirem novamente, intercalando os olhares entre meus olhos e meus lábios, mordendo os seus. A cada segundo seu cheiro ficava mais forte, até o ponto de eu poder sentir sua respiração completamente quente sobre meu rosto e o roçar de nossos narizes.
- Será que vou ter que tocar outro solo 'pra poder ser completamente seu, ou apenas beijar a sua boca? - interrogou, me deixando ainda mais perplexa pela devida pergunta direta
Abri e fechei a boca cerca de três vezes, sem conseguir dizer uma palavra sequer. Fechei os olhos, criando coragem para responder, mas não conseguia cogitar nada, nem se quer uma resposta qualquer, me fazendo sorrir novamente sobre os lábios só moreno.
Em questão de milésimos de segundo, colei nossas bocas, elevando minhas mãos as suas bochechas, a fim de segurá-las, fazendo-o não se afastar mais. Pude sentir uma de suas mãos, levemente, adentraram em meu cabelo, me deixando um pouco mais eufórica.
Ao me suavizar e parar de apertá-lo com força contra mim, fui pega desprevenida ao sentir suas mãos sobre minha cintura, a apertando e aproximando-a do mais velho, a fim de me fazer não se afastar, continuando naquela situação.
Nossos corpos estavam em sintonia, juntamente de nossas bocas, que por incrível que pareça, se encaixaram perfeitamente. Seus dedos continuavam a precionar minha cintura, me fazendo arfar e o mais velho lançar um sorriso ao ouvi-lo.
Após isso, nossos lábios se desgrudaram, nos deixando um pouco mais afastados, porém ainda pudia sentir, levemente, o seu nariz encostando vez ou outra no meu. Um sorriso bobo se pôs em meus lábios agora, que eram encarados por Yoongi com desejo e euforia.
Meu coração ainda estava a saltar no peito, desacreditado no que havia acabado de acontecer, sem contar em nossas respirações, totalmente desalinhadas e não frenéticas, me fazendo ouvir as batidas do moreno.
Em um breve segundo, o moreno juntou nossos lábios novamente, de uma forma necessitada e intensa, ansiando por mais a cada segundo, o que me surpreendeu instantaneamente, me fazendo arregalar os olhos enquanto o beijava.
Fui pega de surpresa ainda mais, quando senti uma das mãos do mesmo segurarem meu cabelo, me aprofundando no ósculo, enquanto a outra me puxava para seu colo.
Pus uma perna de cada lado, sem em nenhum momento parar de encostar em sua boca, agora, aprofundando meus dedos e unhas em seus fios longos, o puxando cada vez mais para mim.
Assim que o garoto se afastou, poderia dizer que uma abstinência instantaneamente de seus lábios tomou conta de mim, me deixando eufórica e necessitada. Sua boca era como se fosse uma droga. A mais viciante possível.
- Seria safado demais eu dizer que gostaria de tocar o seu corpo, ao silêncio das estrelas, um acorde de guitarra? - questionou, afastando um pouco nossos lábios, me fazendo rir alto com aquele tipo de pergunta
- Poético - falei em meio as risadas, sentido suas mãos me apertarem na cintura em resposta - Eu acho que vou aceitar... não tenho escolha, não é mesmo? - indaguei de forma retórica, já sabendo da resposta, recebendo um sorriso fechado do mesmo
E novamente pude sentir seus lábios sobre os meus, me causando as mesma borboletas de sempre, o mesmo "mini" ataque cardíaco de sempre pelo qual eu amava. Poderia dizer que meu sonho havia se realizado e que sim, solos de guitarra me conquistaram.
>> Notas <<
Eai meus pudins, como estão??
Essa foi uma fic que ficou minha xodó ( estou quase chegando a conclusão que sou Yoongi utted ), e agora, vamos a mais informações..:
♤ Dedico essa OneShot à todxs Yoongi utteds que amam o Guinho guitarrista, assim como euzinha
♤ Ela ( história ) foi escrita, inicialmente, sem baseamento na música. Juro gente, eu pensei no título e beeeem depois fui me lembrar da canção KKKKKK
♤ Como já falei, essa fic foi inspirada em uma música, a qual seria Como eu quero, do Kid Abelha, e eu acho a letra bonita, me dando mais um motivo pra escrever, e ao mesmo tempo engraçada, eu não sei o porquê KKKKK
♤ Tentei fazer o mais romântico possível, sério KKKKKKK mas também ficou meio engraçada, então foi basicamente uma comédia romântica
♤ Além do mais... foi uma OneShot um pouquinho diferente das demais, não é? Um estilo meio... hot, digamos assim... KKKKK
♤ Dedico essa história a uma amiga minha, que foi a minha maior inspiração para escrever essa fic, Olivih_uni ( espero que tenha gostado 🤍 )
♤ Essa capa foi feita pelo incrível e digníssimo pjmviolencedesign, e ela tá incrivelmente lindaaaa!!
...
Bem, sou eu agora...
Nunca fui de ter muita criatividade para as coisas, principalmente para escrever aqueles textos da escola, sabe? Redações, fábulas, resenhas criativas e outras coisas do tipo, mas por incrível que pareça, para a escrita não foi assim. Com simples coisas ou palavras, hoje em dia, consigo desenvolver textos, o que antigamente era muito difícil para mim. Vocês são grandes merecedores de tudo o que eu já conquistei, estou conquistando e irei conquistar nesse ramo. O carinho que vocês têm, me cativa e encanta cada vez mais, me incentiva a escrever mais e mais histórias, sempre. Desde já, agradeço por tudo meus pudins!!
P.S.: Não me julguem pelos erros ortográficos, me avisem!!
Então... kisses e até!!
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4292 palavras
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