Capítulo 2
Ninguém sabe como foram feitos os portais que Aaron usava para nos trazer até aqui ou melhor para ir de um lugar para outro em uma curta distância de tempo, mesmo ele me explicando algumas coisas nunca consegui fazer nada.
Se um dia eu voltar a vê-lo, irei exigir que me ensine, como ele cria o mesmo.
A minha sessão com Adam logo termina, graças ao grande Deus, ele sempre me leva para meu quarto e me deixa sozinha com minha ânsia e dor de cabeça que só passa quando Elis vem ajudar com seu poder de cura, que não é tão forte como os das mulheres da sua família, mas me ajuda bastante.
- Está se sentindo melhor? - Elis perguntou sentada ao meu lado na cama.
- Estou, obrigada. - Digo com um sorriso. - Onde está Briana, por que ela não veio junto com você? - Questiono com saudades da minha amiga.
- Bri está ocupada, assim como quase todo mundo, mas ela estará aqui antes do jantar. Descanse um pouco, por favor, também estarei de volta com ela. - A loira fala como se eu fosse criança, o que me faz lembrar da minha mãe ou melhor de como eu a fantasiava, pois ela nunca usara esse tom comigo.
Elis me deixou sozinha em meu quarto pois estou sem a mínima vontade de sair dele novamente, pelo menos hoje.
Adormeço mais rápido do que se pode imaginar. Como quase todos os dias nos últimos meses, voltei a ter pesadelos, sempre no mesmo contexto meus amigos sendo mortos de maneiras diferentes por pessoas diferentes, todas horríveis que me assombram infinitamente quando estou sozinha.
O grito que sai rasgando da minha garganta muitas vezes não se é escutado por ninguém o que me dá um alívio pois quero me poupar de dar explicações, até mesmo de falar. Mas dessa vez como esse pesadelo foi em plena luz do dia alguém entra em meu quarto se deparando comigo pingando suor e tremendo tentando segurar as lágrimas que sempre insiste em sair dos meus olhos.
- Kaya... - Gael me chama em um quase sussurro, não olho para ele não consigo pois se me virar em sua direção sei que não vou me segurar e chorar como uma criança. - Está tudo bem? - Ele pergunta se aproximando de mim, aceno que sim freneticamente. Ele senta ao meu lado na cama e passa um braço pela as minhas costas me abraçando.
Me aproximo dele me aconchegando em seu peito, em um abraço Gael me aperta contra si enquanto choro em silêncio por uns bons minutos, até aporta ser aberta abruptamente pelo o rei do reino preto.
- O que está acontecendo aqui? - A voz de Harry ecoa pelo meu quarto inteiro.
Nos viramos em direção a porta onde o rei está parado com as mãos fechadas em punho e o maxilar mais marcado que o seu normal.
- Não sabe bater antes de entrar? - Pergunto me afastando do capitão saindo da cama enxugando as lágrimas que já não caiam mais.
- Se eu fosse você seria um pouco mais inteligente e trancaria a porta para ficar mais à vontade com seu amante. - Harry rosna para mim entrando mais no quarto, olho para seus olhos eles parecem mais escuros que o normal.
-Você de deve estar totalmente louco, contrário do que pensa eu e o Gael somos apenas amigos, e você sabe disso.- Digo no mesmo tom que o dele.
- Saia daqui, agora. - Ele grita para o capitão,a amizade deles também não é a mesma de antes como se o rei estivesse afastado todos que já teve afeição, ele faz menção de sair ainda calado mas eu o impeço.
- Obrigada por me consolar e desculpe por isso, te amo.- Digo envergonhada.
- Também te amo. - Ele diz e sai sem olhar para Harry.
- Não vai me explicar o que estava acontecendo? - O rei preto rosna ao me questionar.
- Não lhe devo explicações, vossa majestade. - Eu falo em um tom de irritação.
- Como não? Será minha mulher logo. - Ele fala, me fazendo revirar os olhos.
- Não pensei que você fosse tão patético Harry, sério, mulher? Acho que esqueceram que assim que eu fizer a escolha serei a rainha e o escolhido um consorte não terá poder nenhum sobre mim. - Digo encarando o rei a minha frente com um sobrancelha levantada.
- Pensei que Noah já não fosse mais uma escolha. - Ele fala com tom apreensivo.
- E não é, mesmo agora eu tendo um convívio bom com ele não sou capaz ainda de o perdoar pelas as suas atitudes para comigo. - Digo com as lembranças girando em minha mente, Harry me parecia outra pessoa nelas, talvez ele fosse e aqueles momentos depois do dia da escolha nos mudou.
- Isso significa que não tem mais escolha a não ser eu. - O rei diz com um sorriso ladino no rosto.
- Isso significa que tenho que me mexer para descobrir como quebrar a profecia. - Digo lhe dando as costas indo em direção a uma das janelas.
- Isso é impossível. - Harry sussurra já ao meu lado.
- Nada é impossível. - Falo mais para mim do que para ele.
Em um piscar de olhos sem que meus reflexos perceba o rei me prende contra a parede com seu corpo.
- O que está fazendo? - Rosno para Harry.
- Como pode se apaixonar por aquele homem? - Ele praticamente grita comigo me assustando.
- Do que está falando? Me solte agora - Eu grito de volta tentando sair do seu aperto.
- Eu vi Kaya, eu vi como ele te olhava... vi como vocês se comportavam um com o outro. - Ele grita mais uma vez.
- Isso não significa nada e nem te dá o direito de estar gritando comigo feito um louco. - Eu digo.
- Por que não assume? Porque não conta o que aconteceu entre vocês quando esteve com ele? - Ele fala mais perto do meu rosto agora, consigo sentir sua respiração irregular junto ao seu cheiro de floresta quando chove, vejo em seus olhos que o lilás está quase preto.
- Você está ficando completamente maluco, não aconteceu nada entre eu e Aaron. - Falo no mesmo tom.
- Não minta para você mesma, porque para mim não adianta mais. - Ele diz.
Não suportando mais esse assédio, invoquei os meus poderes para afastá-lo de mim.
- Saia do meu quarto agora. - Digo segurando as lágrimas, que ultimamente virou uma parte horrível de mim.
- Kaya... me desculpe. - Ele fala arfando.
Seus olhos parecem mais claros mas minha cabeça gira apenas o querendo longe para me importar.
- Saia agora. - Eu digo conseguindo manter a voz firme.
Harry sai mancando de um dos pés por ter caído no chão, mas antes de sumir totalmente ele olha para mim com um olhar triste. Assim que ele tranca a porta atrás de si eu desabo em choro, sentando no chão juntando as minhas pernas ao meu corpo.
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Obrigada!!!
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