A partida
Eu estou por mim mesmo
Eu vou ficar sozinho?
E se for só eu mesmo
Vou ficar bem?
Tão longe de casa
E eu simplesmente não sei
Onw my on - Ross Lych
-
Senhora, Apolo chegou - Natasha disse após alguns momentos
- Chame-o, agora, é urgente - Solaris ordenou
A serviçal apenas fez a reverência e trouxe Apolo
- Apolo, aonde você estava? - A rainha perguntou
A rainha de cabelos loiros encarava se filho fixamente.
- Estava na floresta, a senhora sabe que eu gosto de caçar por lá e também treinar com meu arco e flecha - Apolo disse inquieto e apontou para o objeto que estava ao seu lado no chão
- Você fala como se não carregasse isso para cima e para baixo desde que aprendeu a andar. Você viu o eclipse? - Solaris perguntou
- Teve um eclipse? Nem percebi - Apolo disse tentando ocultar a verdade
Solaris já tinha sacado e Apolo temia isso
- A notícia que eu tenho para te passar é que daqui à uma semana você vai para um treinamento para jovens príncipes no reino de Plutão, só deve retornar na sua cerimônia dos dons - A loira disse com um sorriso vitorioso nos lábios.
Apolo se sentou, estava em choque
- Mas, eu não entendo, não entendo o porquê disso agora, só falta um ano para a minha cerimônia dos dons - Apolo falou confuso
- Não me conteste, garoto. Eu sei o que é melhor para você, da última vez que eu cheguei eu ainda era sua mãe e também sua rainha - Solaris falou em um tom de seriedade
Apolo abaixou a cabeça.
- Você deveria arrumar suas malas, uma semana passa voando.
Apolo estava uma mistura de emoções que ele não sabia descrever ao certo, a única coisa que ele pode ter certeza é que seu coração estava quebrado.
E o que mais preocupava seu coraçãozinho era que não havia tempo para avisar Luna.
Ele imaginou a herdeira do reino da Lua ir à fronteira e não encontra-lo e essa cena se repetir por semanas, ou meses, ou anos
O tempo que fosse necessário para ele se tornar uma lembrança.
Ele se imaginou sozinho em um reino estranho.
Apolo chorou
Chorou sentindo a dor de um coração quebrado, de um amor impossível
Toda a dor que precisava ser sentida
Os dias se passaram, havia chegado a hora da partida.
Antes de Apolo partir foi à fronteira. Olhou toda aquela região, deixou uma caixinha com a carta e uma rosa para Luna.
Ele não queria virar as costas porque sabia que ia deixar uma parte de si para trás quando assim fizesse. Ele não queria encerrar esse ciclo, mas ao mesmo tempo não tinha mais nada que ele pudesse fazer.
Respirou fundo e foi.
Quando chegou no castelo sua carruagem já o esperava, suas coisas também já estavam lá.
- Senhor, sua mãe deixou isso para você - Disse Lacio, seu criado, chamando a atenção do príncipe
- Aonde ela está? Porque ela não está aqui? - O herdeiro do reino do sol indagou
- Eu não sei, senhor, ela apenas deixou essa carta - Disse Lacio
Apolo suspirou e entrou na carruagem.
Tomou coragem e leu a carta :
“Querido Apolo, primeiramente quero lhe pedir perdão por estar te colocando nessa situação mas é tudo pensado para o seu próprio bem. Você será rei algum dia e além de preparado, deve estar atento, sem distrações. Não pude estar contigo no momento em que você partiu porém te carrego comigo em meu coração, meu filho.
Sei que questiona algumas de minhas decisões mas garanto que tudo é necessário, e como disse, é tudo pensado para o seu bem.
O tempo previsto de seu treinamento é de um ano , irei te ver apenas no dia da sua cerimônia dos dons
Com carinho.
Solaris, Rainha do reino do sol"
Apolo suspirou novamente.
A única coisa que ele sabia é que ela tinha descoberto sobre Luna ou tinha fortes suspeitas, mas ele não entendia o porquê dela repetir mil vezes que ela não era digna, sendo que a culpada de todo o conflito foi a representante do reino do sol. Tinha algo mais ali.
Apolo acabou caindo no sono e demorou algumas horas para acordar, mas mesmo quando acordou ainda não tinha chegado ao seu destino.
Quando Apolo chegou a aldeia já era noite, a pequena província de Plutão era muito diferente da capital do sol. A província era pequena e mau iluminada, com apenas uma rua principal, pela qual a carruagem entrou e parou numa espécie de praça
Apolo demorou alguns minutos para se acostumar com a pouca iluminação. Ele olhou em volta, suspirou.
Logo veio um homem baixo e de cabelos grisalhos, com uma lamparina na mão
- És Apolo, filho de Solaris? - O homem grisalho perguntou à Apolo que ainda não tinha descido da carruagem
- Sim, sou eu - Apolo respondeu
O homem reverenciou Apolo
- Alteza sou Marcelus, serviçal responsável pela chegada dos príncipes para o treinamento real - O homem disse.
Apolo desceu da carruagem, enquanto Marcelus pegava seu baú
- Me acompanhe, Alteza.
E Apolo foi, acompanhado por Marcelus e pela escuridão, deixando qualquer vestígio de sua vida antes desse treinamento para trás.
- Alteza - Marcelus chamou quebrando o silêncio
- Sim, Marcelus - Apolo respondeu o chamado
- O que o senhor sabe sobre este treinamento? - Marcelus questionou
- Sinceramente? Nada, aconteceu certos incidentes em meu reino e a Rainha achou mais viável me mandar para cá. Apolo disse olhando para o horizonte, tentando se situar em meio a imensa escuridão do ambiente - Apolo disse.
Marcelus mudou seu semblante, como se algo na fala de Apolo não fosse o esperado.
- Alteza, isso é um pouco preocupante, aqui os príncipes recebem os mesmos tratamentos de um soldado, se tiraram o senhor daquela realidade do Palácio e só o enviaram pra cá, sem a preparação prévia devida.... Aqui é muito diferente da vida no palácio - O homem de cabelos grisalhos falou preocupado.
- Eu imagino, porém acredito que irei me sair bem, aprendo rápido - Apolo retrucou com uma falsa confiança
- Bem, chegamos - Marcelus anunciou, mudando de assunto
Se Apolo tinha achado a praça da pequena província era o lugar menos acolhedor daquele lugar, certamente já havia mudado de ideia. A área de treinamento era (com bastante eufemismo) tenebrosa. Amontoados de pequenos casebres de madeira desgastados pela ação do tempo era que Apolo mais conseguia ver com exatidão, devido a única luz vir da lamparina que Marcelus estava segurando, o mato crescia desordenado por toda aquela região, o que de um aspecto de abandono, como se à muito tempo alguém tivesse pisado lá.
- Bem, Alteza, é isso, essa é a parte do alojamento - Marcelus disse .
Apolo apenas assentiu
- Me siga, acredito que tenha algum casebre por aqui com vaga ainda - O serviçal anunciou.
O príncipe do sol seguiu o serviçal.
Seria um ano muito longo naquele lugar, disso o príncipe tinha certeza.
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