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O que acontece em Hogsmeade, todos ficam sabendo (pt.2)

ENTRE POÇÕES E PUNIÇÕES

...

          Sunoo nem sabe como conseguiu chegar à estação de Hogsmeade, os pensamentos estando confusos e embaralhados demais que ele não se surpreenderia de acabar perdido em qualquer rua estreita. As lágrimas não param de cair, pelo contrário, caem com mais intensidade e mais rapidez, deixando o rosto do menino congelando e os olhos doendo de tanto chorar. Ele está tão magoado, se sentindo tão machucado que não consegue se importar com as pessoas que passam por perto e o olham estranho.

          A figura de Riki é vista por ele, mesmo que de forma embaçada por causa das lágrimas e dos flocos de neve que caem de forma abundante. O garoto corre em direção a ele, com passadas rápidas e largas, com certo desespero. Sunoo nunca o viu correr assim.

— Sunoo hyung.

          Mesmo após toda essa corrida o garoto não parece nem um pouco ofegante, segurando Sunoo pelos ombros e o olhando com atenção, de olhos bem abertos. Sunoo não consegue fazer outra coisa a não ser chorar. Ele chora como um bebê, com direito a emitir sons molhados e balbuciar algumas palavras desconexas. Ele está se sentindo tão frustrado que não consegue se importar em estar parecendo bobo na frente do maior, que parece não saber o que fazer.

— Sunoo hyung, veste seu casaco — o garoto estende o casaco que Sunoo esqueceu dentro do bar para ele, e Sunoo o pega, mas sem vesti-lo.

— Eu quero ir embora daqui — é a única coisa que Sunoo consegue falar em meio às lágrimas.

— Não têm carruagens aqui agora, hyung. — Riki parece perdido. Sunoo não consegue não chorar. — Veste seu casaco.

          Como Sunoo não parece disposto a vestir o agasalho, Riki se encarrega disso. Ele pega o casaco das mãos do mais velho, vai para trás do corpo magricela dele e gentilmente pede para que Sunoo coloque os braços dentro das mangas, em seguida voltando para frente do Kim para cobrir a cabeça dele com o capuz amarelo, fechando o zíper do casaco. Sunoo não para de derramar lágrimas, então quando Riki enrola o cachecol ao redor do pescoço dele, aproveita para secar um pouco do rosto macio do menino.

— Vamos entrar em algum lugar, você vai acabar doente desse jeito, hyung.

          A forma preocupada de Riki amolece o coração de Sunoo. Ele quer falar como o garoto é adorável dessa forma e que se ele continuar segurando o rosto de Sunoo com as duas mãos como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo Sunoo acabará se apaixonando, mas ao invés disso ele se limita a assentir com a cabeça, fungando um pouco e tentando impedir as lágrimas, mesmo que não adiante.

          Riki os guia até uma lojinha de doces a pouco mais de dois minutos da estação de trem. O loiro abre a portinha de madeira e coloca Sunoo para dentro primeiro, entrando logo atrás. O lugar não é muito grande, tem algumas mesinhas pequenas mal espalhadas pela lojinha, ao que todas as paredes do lugar estão cheias de doces do chão ao teto.

          O mais novo segura Sunoo em frente ao corpo dele e juntos caminham até uma mesinha próxima a uma escada caracol que dá para o subsolo. Sunoo senta em uma das cadeirinhas desconfortáveis, acompanhado por Riki, que aproxima a outra cadeirinha para sentar bem ao lado dele.

          Eles ficam em silêncio, e Sunoo não se incomoda com isso. Ele gosta da companhia de Riki ao lado dele, demonstrando algum apoio, enquanto ele repensa os últimos acontecimentos e chora copiosamente.

          É bom que não seja Jungwon junto a ele, ou Heeseung ou Yuna ou Dongpyo. Qualquer um deles faria muitas perguntas, diferente de Riki, que apenas fica quietinho ao lado dele, segurando a mão esquerda de Sunoo enquanto o observa chorar.

          No momento em que empurrou Sunghoon sobre a neve, se arrependeu. Se arrependeu ainda mais quando viu a expressão assustada do amigo o olhando sem entender o motivo da atitude. Sunoo nunca foi alguém de confronto físico, nem Sunghoon, e os dois sempre concordaram neste aspecto. Ver o amigo o olhando daquela forma fez o coraçãozinho dele se apertar tanto quanto ouvi-lo falando aquelas coisas antes de tê-lo empurrado.

          As palavras de Sunghoon para ele no bar podem ter soado normais para qualquer um, amigos brigam mesmo afinal de contas, mas não para Sunoo. Eles já brigaram, é claro, mas Sunghoon nunca fica bravo ao ponto de tratar mal Sunoo, ao ponto de acusar Sunoo e o chamar de irresponsável ou coisas parecidas. A vontade de voltar lá e pedir desculpas ao amigo é enorme, o abraçar e pedir para que eles voltem no tempo para o momento em que Sunghoon e Jake saíram de dentro do bar, mas a mágoa também é grande. Como Sunghoon pôde tratá-lo daquela forma?

          Desde que começou a andar com Jake ele anda menos com Sunoo, e até mesmo no dormitório ele fica mais quieto na dele. Sunghoon sempre foi muito amigo de Jay e Heeseung, muito antes de se tornar amigo do Kim. Quando eles se conheceram, Sunghoon demorou algum tempo para se abrir, mas quando isso aconteceu, eles se tornaram inseparáveis. Mesmo que Sunghoon passasse muito tempo com Jay pelo castelo, tornou-se comum para Sunoo ter a visita do mais velho no quarto dele no dormitório tarde da noite para falar sobre alguma coisa boba, também acompanhando-o pelo castelo a maior parte do tempo. Sunoo tem muitos amigos, mas sem sombras de dúvidas, depois de Jungwon, Sunghoon é o mais próximo dele. Sunghoon sabe como ele se sente, como ele pensa, por vezes consegue até prever algumas atitudes do Kim, e é por isso que as palavras dele machucaram tanto o mais novo. Como ele pôde dizer que Sunoo parece outra pessoa? Como ele pode não entender o que Sunoo está sentindo?

          Ele se sente um pouco bobo pelas coisas que disse, também. Ele tem falado demais de Jake para Sunghoon, insinuado coisas demais para o amigo sobre a amizade dele com o corvino, e Sunghoon já desconfiou disso. Sunoo se sente mal por isso e entende que o amigo pode ter achado estranha essa mudança, pois Sunoo não é de falar mal de ninguém ou de maltratar ninguém. É justamente por ser assim que Sunoo não falou nada de verdade sobre Jake para Sunghoon, justamente por isso que ele tem se esforçado para se sentir feliz por ver o amigo satisfeito com uma nova amizade. Só que Jake está se infiltrando demais, se aproximou de Sunghoon e de Heeseung, e agora também quer conhecer Jay, o amigo de infância de Sunghoon que nem Sunoo tem proximidade ainda — mesmo que o maior motivo disso seja Yang Jungwon, o melhor amigo birrento que insiste em odiar o sonserino.

          Sunoo se sente afligir toda vez que percebe como, de pouquinho em pouquinho, Jake está entrando na vida dos amigos dele. Sunoo não quer isso, não quer os amigos sendo magoados, sendo feridos por Jake. Ele não quer ter que contar sobre o passado para Sunghoon, ainda mais agora que ele parece tão próximo do Shim. Para Sunghoon, Jake e ele são meros desconhecidos, que se viam às vezes pelo Castelo, apenas.

          Sunoo tentou mesmo agir como se ele fosse um desconhecido, por todo esse tempo. Passa por ele pelos corredores e salas de aula e age como se ele fosse apenas mais um na multidão, mas é doloroso também. As memórias, os sentimentos, tudo relacionado a Shim Jake ainda mexe com ele. Seria ele cruel demais de alertar Sunghoon sobre quem Jake realmente é, e pedir para que os amigos se afastem?

         Em meio ao choro, Sunoo acaba soluçando e se engasgando com a saliva acumulada durante o pranto e termina por tossir repetidas vezes.

— Essa foi a coisa mais deselegante que já vi você fazer — Riki comenta, assistindo Sunoo como ele sendo uma espécie de entretenimento.

          Sunoo apenas responde com uma expressão feia para o menino, secando as lágrimas com as costas da mão coberta, mas sem conseguir parar de soluçar.

— Por que você saiu daquele jeito do bar? — Riki pergunta furtivamente, fazendo um carinho na mão de Sunoo que ele não soltou desde que sentaram ali.

          Sunoo funga antes de responder.

— Você viu a-a forma como ele me-e tratou? — A voz dele sai rouquinha, não conseguindo impedir os soluços.

— Ele parecia chateado. Quando saí atrás de você, ele estava jogado no chão, todo molhado. Vocês brigaram de verdade?

          A imagem de Sunghoon caído no chão volta para a mente de Sunoo, o fazendo sentir culpa.

— Eu — soluço — o empurrei no chão. Ele esta-ava falando umas coisas...

          Riki assente, compreendendo, e fica um momento em silêncio.

— Pensei que vocês fossem muito amigos.

— Nós somos! — Sunoo não pensa duas vezes antes de falar, ansioso para se explicar. — Mas nunca o vi — soluço — assim — os olhos dele se enchem de mais lágrimas. — Ele nunca fica bravo comigo de verdade, nunca briga comigo de verdade, e tudo por quê? Por causa daquele...

          Então Sunoo se lembra que não pode falar sobre Jake para Riki. Não pode sequer insinuar qualquer coisa, porque Riki é amigo de Jake.

          Sunoo não se lembra de Jake conhecer Riki, não faz ideia de como eles viraram amigos. Ele tem curiosidade em saber como eles se conheceram e que tipo de amizade eles têm, mas nunca chegou a perguntar para Riki sobre isso, ainda mais depois de o garoto ver aquela bendita ceninha na sala de Feitiços. Felizmente, o loiro não o questionou mais sobre o assunto, mas provavelmente também não esqueceu.

          Sunoo ficou um pouco confuso quando Riki disse que foi Jake quem o ajudou a ajudar Sunoo. Na época, Sunoo ainda estava muito incerto sobre tudo, confuso sobre as atitudes fora do comum do sonserino, e acabou não fazendo muito esforço para pensar sobre o envolvimento de Jake Shim naquilo, além de achar estranho. De qualquer forma, Riki parecia mesmo disposto a parar de encher a vida de Sunoo de imprevistos, mas agora ele quer saber mais sobre isso.

— Daquele... — Riki o incentiva a continuar, olhando atento para o mais velho.

          Sunoo se chega mais para perto do mais novo, apertando a mão maior de contra a dele.

— Riki-ah... — ele chama baixinho.

— Sim?

— Como você e o Jake se-e conheceram? — Sunoo pergunta sem olhar para o menino, focado nas mãos entrelaçadas. — Como vocês viraram amigos?

— Por que quer saber? — É a primeira coisa que Riki diz, sempre na defensiva, mas rapidamente cede ao menino encolhido e de nariz vermelho. — Ele se ofereceu para me ajudar com umas matérias. Foi muito do nada. Eu recebi a carta de Hogwarts um pouco tarde, um ano depois do normal, e por isso acabei não falando com muita gente por aqui, preferi ficar sozinho. Só que ele começou a aparecer perto de mim, a fazer perguntas. No início eu o tratei até um pouco mal, — a confissão sai de um jeito tímido, o tom da voz ainda mais baixo. — mas ele não se importou. Me ajudou com o que eu precisava e passou a me fazer companhia, às vezes. Acabei me acostumando com ele sempre por perto, ele é legal e gosta de ajudar as pessoas.

          Quando não quer prejudicá-las.

          Sunoo escuta o que o mais novo diz com atenção, fungando vez ou outra por causa do nariz já entupido.

— Por que está me perguntando sobre o Jake hyung?

— Sunghoon hyung está mui-to próximo dele ultimamente — Sunoo murmura, secando o rosto novamente. — Desde que eles começaram a-a andar juntos o Sunghoon hyung não — soluço — me dá mais atenção como antes — as lágrimas começam a cair novamente, e Sunoo se sente um bebê chorão. — Só fiquei curi-oso.

— Está com ciúmes? — A pergunta sai tão de repente que Sunoo precisa levantar o rosto para olhar nos olhos de Riki, espantado.

          O menino mais alto leva as mãos ao rosto de Sunoo que está próximo ao dele e seca as lágrimas dele que ainda caem, com carinho, esperando pela resposta.

— Ciúmes de quem?!

— Do Jake hyung — Riki parece um pouco envergonhado, mas não para de encarar de volta.

          Sunoo nem consegue formular uma resposta para isso, sendo pego totalmente de surpresa. De que tipo de ciúme Riki está falando? Ele acaba passando tempo demais olhando para o rosto do loiro como um bobo, porque o garoto pega a mão dele de novo e dá o assunto como encerrado.

— Não precisa responder, deixa pra lá.

          De uma forma que Sunoo nunca imaginou acontecer, Riki cuida dele, o dando apoio e o vendo chorar mais um pouco. Ele escuta Sunoo falar sobre como a amizade dele com Sunghoon estava ótima até a chegada de Jake na vida do amigo, e como ele tem se sentindo deixado de lado. Riki, mesmo que sem querer, acaba defendendo o amigo, dizendo que Jake não faz nada por mal e que está apenas gostando muito de fazer amizade com Sunghoon.

          Ouvir Riki falar sobre a vida de Jake dá uma sensação estranha no peito de Sunoo. Ouvir sobre como Jake age, sobre as coisas que ele fala com Riki e como ele se sente sobre fazer amizades, tudo deixa um gosto amargo na boca de Sunoo. Ele não se cansa de se sentir culpado por coisas que não tem realmente culpa.

          Após uns minutos de muito choro, Sunoo começa a espirrar sem parar. Desistindo da ideia de fugir de Hogsmeade aos prantos e pegar a primeira carruagem livre, quer voltar e ver como Heeseung e Dongpyo estão, quer ver se Yuna fez alguma besteira e se Jungwon ainda está vivo ou se está rolando pelo chão com Jay como gatos de rua. Ainda quer ignorar Sunghoon, mas também quer ver se ele está bem, apenas para se acalmar da ideia de que o amigo também pode ter pego uma gripe depois de se molhar todo na neve.

          Riki impede Sunoo de voltar para o bar, que sinceramente ele nem lembra o caminho, e o convence a ir embora, pois já está claramente doente, espirrando, tossindo e soluçando sem parar.

          Os dois voltam para a estação em busca de carruagens disponíveis e entram em uma sozinhos. Assim que fecham a porta e o veículo começa a andar, Sunoo se aconchega mais ao corpo de Riki, descansando a cabeça no braço do menino, com a mente conturbada demais para pensar nas possibilidades de Riki se esquivar ou não — o que não acontece, e Sunoo sente o braço do loiro passar por trás da cintura dele, o enlaçando em um abraço quentinho e apoiando a cabeça sobre a de Sunoo. Com a sensação de aconchego e ternura, Sunoo se permite repousar dentro dos braços acolhedores.


ϟ


          A ideia de ficar quieto em completo silêncio nunca agradou Sunoo. Ficar quieto, em silêncio, sozinho e sem saber de nada que se passa fora da ala hospitalar do castelo é pior ainda. Deitado na cama, enrolado sob um cobertor branco e com uma caneca de alguma coisa de cheiro horrível na mesinha ao lado para ser ingerida logo, ele se sente bobo e frustrado. Bobo por ter saído sem agasalho no meio de uma nevasca, e frustrado por não poder fazer nada sobre isso além de tomar o líquido esbranquiçado de uma vez com uma careta, engolindo tudo e colocando a caneca de volta sobre a mesinha com pressa. O gosto é tão ruim quanto o cheiro.

          A viagem de carruagem de volta ao Castelo serviu para que ele descansasse um pouco. Acordar entre os braços de Riki foi estranho, mas tão bom que Sunoo sentiu as bochechas ardendo de vergonha assim que abriu os olhos, ouvindo o chamado calmo e paciente do sonserino dizendo que eles haviam chegado. Não demorou muito tempo para eles perceberem que a ardência nas bochechas de Sunoo não era somente devido à timidez, mas sim por causa de uma febre alarmante.

          Madame Pomfrey, a idosa responsável pela ala hospitalar, tratou de medicar Sunoo e de expulsar Nishimura Riki rapidamente do recinto, dizendo que Sunoo precisava descansar.

           Não preciso descansar, preciso me mexer, sair dessa cama e falar com alguém!, é o que Sunoo resmunga para si próprio, pensando nos amigos e em como eles estão.

          Será que Heeseung hyung ficou encrencado por ter bebido? Será que ele pode perder o posto de monitor? Será que brigaram muito com a Yuna por ter pedido cerveja? Jungwon com certeza deve estar falando no ouvido dela até agora.

          Já é fim da tarde e boa parte dos alunos que saíram do castelo já devem ter voltado ou já estão chegando. Sunoo mal pode esperar para ver Jungwon e perguntar sobre tudo, quer saber sobre cada detalhe do que aconteceu depois que saiu daquele bar.

          A grande porta de madeira da enfermaria se abre e, por alguns segundos, nada acontece. Sunoo até se estica para ver melhor quem é, curioso, e acaba rindo quando Riki coloca apenas a cabeça para dentro.

— Tem alguém aqui? — O sussurro alto do mais novo ecoa pela grande sala quase vazia.

— Não — Sunoo sussurra alto de volta, sorrindo largo pela presença do garoto.

          Riki entra com pressa, fechando a porta e correndo de forma engraçada até a cama onde o lufano está, fazendo graça e tirando uma risada do de cabelos pretos.

— Como você está? — Ele pergunta com os olhos pequenos atentos, olhando cada parte de Sunoo enquanto se senta na beira da cama, ao lado do Kim.

— Bem. Já falei isso para madame Pomfrey, mas ela não acredita em mim — Sunoo reclama com um bico. É verdade que ele está se sentindo melhor, já parou de soluçar e tossir, agora só espirra vez ou outra e a voz ainda segue alterada, mas nada demais!

— Você ainda está com um pouco de febre — o mais novo constata, colocando uma das mãos na testa do menor, que encolhe sob o contato da mão fria.

          Sunoo apenas reage com um ''tsc''. Não quer ouvir nada que o faça ficar deitado nessa cama por mais tempo que já ficou.

          A mão de Riki desce da testa febril e para na bochecha macia de Sunoo. Ele pode sentir o carinho leve que os dedos longos deixam na pele quentinha, acariciando cada pedaço da área fofa. Riki é carinhoso, o que é incrível de saber. Sunoo imaginou que o menino fosse ser sempre bruto, mas se revelou ser muito carinhoso e atencioso, o que deixa Sunoo de coração amolecido toda vez que o mais alto toma alguma atitude.

         Ele tem uma péssima notícia para dar a Jungwon, não pode mais evitar.

          Aos poucos o loiro vai se abaixando, ficando mais próximo do rosto de Sunoo. Ele deixa um beijinho na bochecha do mais velho, em seguida deixando outro beijinho mais para o lado, mas antes que chegue aos lábios rosadinhos o lufano se afasta.

— Estou gripado, Riki — Sunoo diz em tom de repreensão. — Você não pode-

— Posso sim.

          Sunoo é calado pelos lábios cheinhos do menino, firmes e sem espaço para discussão. As mãos de Sunoo vão até os ombros dele para empurrá-lo e Riki as segura no lugar, impedindo Sunoo de fazer qualquer força para empurrar o corpo maior que paira sobre ele para longe. Sunoo acaba cedendo, sem nem perceber, no momento em que o maior pede passagem com a língua úmida entre os lábios dele, e os lábios do Kim respondem por conta própria, se abrindo no mesmo instante. Riki o beija com paixão, apertando os pulsos de Sunoo e suspirando entre o beijo, derretendo o lufano a cada toque dos lábios. Riki só encerra o ósculo quando percebe que Sunoo está com dificuldade para respirar, se afastando enquanto sorri arteiro para o mais velho, não sem antes deixar um último selinho molhado nos lábios — agora — avermelhados.

          Quando foi que isso entre eles deixou de ser algo entre provocações e beijos roubados e virou... isso? Nem Sunoo sabe mais.

— Sua boca tem um gosto doce — o mais novo diz sem vergonha nenhuma, e Sunoo sabe que é para implicar com ele.

— Você não pode falar esse tipo de coisa assim, desse jeito — o mais velho reclama, cobrindo o rosto com as mãos recém libertas. O sonserino ri, tirando as mãos de Sunoo do rosto e deixando beijinhos no lugar, o que faz o garoto rir também, todo bobo.

— Sunoo hyung!

          A voz desesperada e estridente é de Jungwon, que invade a ala sem se importar em ser barulhento ou com a possibilidade de terem outros doentes ali, caminhando apressado até a cama onde o amigo está.

— Sunoo hyung, o que aconteceu? — Jungwon pergunta desesperado, e Sunoo percebe como ele ainda está vestindo a mesma roupa que foram à Hogsmeade, sem ter o que tirar nem pôr, os cabelos úmidos e o nariz vermelho.

          O grifinório senta bem próximo de Sunoo, à frente de Riki e sem se preocupar em pedir ''com licença'', apenas senta entre o lufano e o sonserino sem cerimônias, o que faz Sunoo prender uma risada ao ver a careta que Riki faz para Jungwon, que está de costas e não consegue vê-lo.

— Te procurei por cada rua de Hogsmeade, cheguei até a quase entrar no Caldeirão Furado, só não entrei porque sei que você jamais iria lá — o menino dispara tudo, checando cada parte do corpo de Sunoo para ver se está tudo bem. — Quando cheguei aqui me disseram que você estava na enfermaria, entrei em desespero, hyung. O que aconteceu? Um acidente? Por que você está deitado? Por que ele está deitado? — Jungwon pergunta para Riki, falando tudo muito rápido.

— Wonie, eu estou bem — Sunoo tenta acalmar o amigo, segurando a mão inquieta dele. Jungwon não acredita, o olhando com uma sobrancelha levantada. — Acabei pegando um resfriado por conta da nevasca, só isso.

— Foi isso mesmo? — Jungwon se vira novamente para olhar Riki, que assente com a cabeça, e Sunoo não pode deixar de achar a cena bonitinha. O amigo mais novo querendo tomar conta dele, enquanto Riki, que é ainda mais novo, garante estar tudo bem.

          Se eles deixassem de bobeira, seriam amigos adoráveis.

— Vou ter que passar a noite aqui, saio amanhã assim que acordar. — Sunoo reclama. — E como estão os outros? Dongpyo hyung e Heeseung hyung? O que aconteceu depois que eu saí?

— Aquele corvino amigo do Nishimura, o Jake, ele ajudou a não deixar o Dongpyo hyung fazer besteira. Eu tive que segurar a Yuna, ela queria beber mais e sair do bar. Eu juro, hyung, eu não sabia que ela ia pedir a cerveja! Eu sabia que iríamos pegar umas bebidas e algumas poções com efeitos diferentes, mas ficar bêbado não estava nos planos — o olhar de Jungwon é suplicante na direção de Sunoo. A aprovação de Sunoo é muito importante para ele.

— Eu acredito em você, Wonie — Sunoo diz gentilmente, não perdendo a visão do revirar de olhos de Riki, que permanece sentado por trás de Jungwon.

          Jungwon parece aliviado em saber que Sunoo acredita nele, e continua a falar.

— O Sunghoon hyung ficou preocupado com você. O Jay foi atrás dele e pelo que entendi ele não queria entrar de novo, queria ir te procurar, mas o Jay o obrigou a entrar e tentar pelo menos se secar. O que aconteceu do lado de fora? Parecia que ele tinha caído dentro de uma poça ou coisa assim.

— Ele não contou?

— Contou o quê? — Jungwon percebe que tem algo por trás, a expressão de Sunoo não o deixa mentir. — Ele não falou nada do que aconteceu entre vocês, nem com o Jay, que perguntou umas setenta e quatro vezes. Ele só disse que não conseguiu te alcançar e que o Nishimura provavelmente estava com você, então eu fiquei mais aliviado — ele conta, mas logo balança a cabeça e se corrige. — Não fiquei aliviado não, só menos preocupado porque pelo menos ele levou seu casaco!

          Sunoo prende o riso novamente, vendo Riki revirar os olhos em descaso.

          Jungwon conta mais sobre como eles tiveram que esperar até o efeito da bebida passar e como quase foram pegos pelo monitor da corvinal, e como Jake salvou o dia persuadindo o aluno do sétimo ano a não comentar nada com ninguém. Yuna, Dongpyo e Heeseung não estavam mais bêbados na hora de voltar, mas permaneceram com uma dor de cabeça latejante e tiveram que ser ajudados a chegar de volta aos dormitórios, o que foi um pouco patético de ver, do ponto de vista de Jungwon.

          Foi um pouco difícil convencer Jungwon e Riki a saírem da enfermaria, madame Pomfrey quase teve que os escorraçar para que deixassem Sunoo descansar. Os garotos saíram do lugar com trombas enormes e trocando alfinetadas, e essa foi a última coisa que Sunoo viu antes de cair no sono.


ϟ


           Um carinho gostoso em um dos braços descobertos o acorda aos poucos. Está escuro, a Lua sendo responsável por boa parte da iluminação através da grande janela atrás da cama, as velas não sendo suficientes. O menino conhece esse carinho. Já dormiu muitas vezes com ele durante muitas noites no dormitório, quando Sunghoon se infiltrou na cama de solteiro do jovem lufano para conversar sobre qualquer coisa, alegando não estar conseguindo dormir. Sunoo iria dormir em poucos minutos com o carinho, o Park até já sabia, mas nunca deixou de mimar o menino mais novo, que sempre é tão afetivo e amigável com todos.

           Ele observa o amigo, a visão um pouco borrada pela escuridão e pelo sono. Ele parece pensativo, distante. Está vestindo roupas confortáveis de dormir, o que é uma surpresa, já que Sunghoon só sai de dentro do dormitório completamente arrumado de forma impecável.

          O corpo do Kim ainda está cansado. Ele poderia permanecer assim, voltar a dormir com o carinho e relaxar mais um pouco. Mas ele sabe que não deve, e também não quer. Sunghoon não é orgulhoso e não tem o ego inflado, e ele ter ido até ali ver Sunoo, mesmo que na calada da noite, significa muito para o mais novo. Os olhos de Sunoo querem se encher de lágrimas pelas lembranças do dia, mas as segura no lugar.

— Hyung...

          A voz rouca e fraca tira o jovem alto dos próprios pensamentos. Ele olha para Sunoo com preocupação, se aproximando um pouco mais.

— Não quis te acordar — ele diz terno, sem parar com o carinho.

          Uma luta é travada na mente do garoto mais novo. Ele quer pedir desculpas pelo que fez, mas também quer que Sunghoon se desculpe.

— Nós precisamos ter uma conversa, Sunoo...

           Sunoo concorda com um leve aceno, se ajeitando para sentar sobre a cama.

— Sobre o que aconteceu hoje, me desculpa — Sunghoon diz, sincero. — Você não teve culpa de nada. Eu estava chateado com você e acabei descontando tudo daquela forma. Isso não é uma justificativa, eu sei, por isso quero que você me desculpe.

— Chateado comigo, hyung? Por que?

          Pelo que se lembra, Sunoo não fez nada para chatear Sunghoon em dia algum.

— Porque você escondeu coisas de mim — ele é direto, e Sunoo não contém a surpresa na expressão. — Precisamos falar sobre isso, Sunoo. Você tem estado estranho desde aquele dia em que descobrimos quem estava sabotando suas poções, eu já tinha percebido. Eu notei que tinha alguma coisa acontecendo, você estava se afastando aos poucos e estava sempre com seus outros amigos... Você parecia estar me evitando de propósito, e toda vez que eu falava sobre o Jake com você, percebia algo de diferente nas suas atitudes. Mas você nunca me falava nada — a voz dele é chateada, e Sunoo se sente um péssimo amigo. Ele pensou mesmo que estivesse fazendo um bom trabalho em esconder qualquer emoção sobre Jake, mas pelo visto estava errado. — Eu até comecei a pensar que você estivesse gostando do Jake, queria falar sobre isso com você, mas então o Jake me contou que você estava ficando com o Nishimura.

— Ele te contou o quê?!

          Sunoo não consegue acreditar. Era meio óbvio que Jake sabia sobre Riki e Sunoo, afinal, segundo Riki, ele foi quem ajudou um pouco isso a acontecer. Mas que direito ele tinha de contar ao Sunghoon, se nem o próprio Sunoo o fez? Quem ele pensa que é para se meter assim na vida dele?

— Ele contou sem querer — Sunghoon explica, ajeitando os cabelos de forma nervosa. — Eu estava chateado depois de você não ter dado a mínima sobre aquele treino entre Sonserina e a Corvinal e nem ter prestado atenção nas coisas que eu pedi, e ele acabou soltando que eu deveria pegar menos no seu pé, afinal você estava em um encontro. Quando percebeu o que fez ele parou na hora e não quis me falar mais nada, mas eu consegui descobrir depois que era com o Riki que você estava saindo. Aquilo me chateou bastante. Você sempre me conta tudo e eu sempre te conto tudo, eu não consegui entender o motivo de você estar escondendo isso de mim. Esperei você vir até mim, mas isso nunca aconteceu. Me senti deixado de lado.

          Sunoo mal pode confiar na própria audição. Além de ser um péssimo amigo, ele ainda fez Sunghoon se sentir um péssimo amigo também.

— Eu não queria falar nada sobre isso ainda, p-porque a gente meio que não tem nada sério, hyung. Eu queria muito te contar, mas também não sabia o que dizer...

— Poderia ter dito a verdade — Sunghoon suspira, brincando com a barra do cobertor. — Me senti mal por saber uma coisa sobre você de outra pessoa.

— Desculpa, hyung.

          Sunoo não resiste, chega para a frente e abraça o torso do mais velho, escondendo o rosto no pescoço dele.

— Me desculpa por ter escondido isso de você, e me desculpa por ter te empurrado na neve hoje — a voz dele sai abafada de contra a pele do amigo, que o abraça de volta. — Eu fiquei muito chateado por você me falar aquelas coisas, mas eu não deveria...

— Tudo bem, Sunoo-ah — a fala dele é cortada suavemente, com o mais velho o apertando forte de volta. — Eu não deveria ter dito nada daquilo, nada daquilo é verdade.

          Eles ficam algum tempo assim, abraçados, deixando o sentimento de culpa ir embora.

— Ainda precisamos falar sobre outra coisa — Sunghoon diz baixinho de contra os cabelos escuros do garoto. — O que aconteceu entre você e o Jake?

          Sunoo sabia que esse questionamento surgiria em algum momento.

— Posso te contar um segredo, hyung?

— Claro.

— Eu não gosto do Jake — ele confessa, olhando nos olhos surpresos de Sunghoon. — Não quero ter que te falar o que aconteceu, mas acredite em mim, eu tenho motivos para não gostar dele.

— Mas como assim não gosta? Ele te fez alguma coisa? Se algo aconteceu, você precisa-

— Hyung — Sunoo o interrompe. — Se eu te pedisse para se afastar dele, você faria isso?

          Silêncio. Sunghoon não move um músculo, analisando bem o rosto de Sunoo, procurando qualquer indício de que ele esteja mentindo sobre a situação.

— Não estou te pedindo isso. Mas, se eu pedisse, mesmo sem saber o que aconteceu, você se afastaria?

          A pergunta de Sunoo é ansiosa, ele tem medo que Sunghoon fique irritado e vá embora dali.

— Se você me convencesse de que algo aconteceu, — Sunghoon começa depois de algum tempo calculando as palavras. — sim. Eu me afastaria dele. Me diz, Sunoo, aconteceu alguma coisa entre vocês? Algo que eu precise saber? Ou você só... só não gosta dele e tem uma má impressão?

— Deixa isso pra lá, hyung. Eu fico feliz por você ter feito um novo amigo, de verdade, mesmo que eu não goste dele. Mas você também andou me trocando por causa dele.

          A risada de Sunghoon é contida, e ele aperta o amigo mais novo nos braços de forma divertida.

— Você está com ciúmes, Sunoo-ah? — Ele ri, sentindo Sunoo se debater dentro do abraço, resmungando.

          Sunoo se solta do aperto do amigo a tempo de ver um vulto próximo à porta da enfermaria, saindo rapidamente e batendo a porta com força. Sunghoon se assusta com o estrondo, sendo o medroso que é, mas Sunoo reconheceria aqueles cabelos loiros em qualquer lugar.

...

gente vcs prestam atenção nas imagens q eu boto n início dos caps? 🤨

tt: jaysbubu

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