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O que acontece em Hogsmeade, todos ficam sabendo (pt.1)

ENTRE POÇÕES E PUNIÇÕES

...

          Quando procurou por Sunghoon para convencê-lo a ir ao tal bar com os amigos no sábado, não pensou que fosse ser tão simples. Sunghoon aceitou com muita boa vontade, deixando claro que também chamaria Jay para ir com eles. Sunoo não disse nada sobre isso, pois já estava curioso sobre como é Park Jay e como ele conseguiu fazer Yang Jungwon, um dos alunos mais teimosos da escola, ceder aos encantos dele. O Kim já riu apenas do pensamento, imaginando como seria divertido colocar Jungwon e Jay no mesmo ambiente, em frente aos outros amigos deles.

          Chamar Heeseung foi mais complicado e custou a Sunoo muito tempo e muitas palavras de incentivo, mas tudo entrou por uma orelha e saiu por outra.

— O Jay vai também — Sunghoon tinha se juntado ao Kim na tentativa de persuasão.

— Porque ele é um imbecil, não me surpreendo com nada de burro que ele faça.

          Como se já não bastasse o medo de Heeseung de ser pego fazendo coisas erradas com alunos mais novos, ele ainda estava olhando Sunoo de forma estranha desde o dia anterior, e o mais novo sabe bem o motivo. Heeseung o viu de mãos dadas com Riki durante aquele treino e, embora não tenha demonstrado reação na hora, Sunoo conhece o hyung que tem. Heeseung com certeza vai falar sobre isso com ele em alguma hora, ele apenas está esperando pelo melhor momento.

          Tudo saiu diferente do planejado com o tão difícil-de-convencer monitor da Lufa-Lufa e Sunoo se conformou que o Lee não iria. Por isso, foi uma surpresa ser acordado com um Heeseung resmungando sobre carruagens e testrálios e roupas de frio, andando de um lado para o outro com um bico. Sunoo e Sunghoon apenas trocaram um olhar cúmplice quando perceberam que o garoto provavelmente se juntaria a eles, mas não falaram nada para não correr o risco de Heeseung mudar de ideia.

— As carruagens já começaram a sair — Dongpyo fala (grita) assim que eles se aproximam do portão de entrada do Castelo.

          O dia está frio, os passos deixam pegadas na neve que cai lentamente, apenas o suficiente para deixar as roupas um pouco úmidas. Alguns alunos chegam e outros saem em carruagens, a maioria já agitado, contrastando com a monotonia do clima. Jungwon, Riki e Jake já estão parados de pé juntos a outros alunos que esperam a vez para entrar nas carruagens autônomas que levam a Hogsmeade quando os lufanos se aproximam, e a mistura dos três deixa Sunoo agoniado. Nunca se sentiu tão satisfeito pela antipatia de Riki e pela desconfiança de Jungwon, já que os dois estão comicamente se olhando pelos cantos dos olhos, e isso impede Jungwon de criar qualquer diálogo com o corvino, que fala alguma coisa com Riki.

           Todos estão encapuzados e devidamente agasalhados, menos um certo alguém. Já esperando por isso, Sunoo se apressa na frente dos outros, carregando um cachecol extra em mãos.

— Cadê a Yuna? — Jungwon questiona assim que Sunoo se aproxima sorridente, quase saltitante ele diria.

— Ela dorme no seu dormitório, não no meu — diz o dando um sorriso cínico e se virando para Riki, que já o olha de volta.

          Os cabelos loiros do menino estão úmidos em algumas partes devido à neve. A pele dele parece incrivelmente mais pálida que o de costume, os olhos firmes na figura mais baixa de Sunoo.

— Você veio mesmo — ele diz sorrindo, sem disfarçar a felicidade. Riki encolhe os ombros.

— Eu disse que viria.

          Sunoo dá um sorrisinho para o garoto, que não retribui, mas observa o mais velho sem qualquer indício de desagrado. Riki está com uma expressão até um pouco cansada, Sunoo percebe. Provavelmente acordou cedo demais e ainda não teve tempo de tirar a cama das costas, o que o deixa com um rostinho adorável e até mesmo fofo. É a primeira vez que Sunoo consegue ver um lado menos altivo do mais novo e finalmente enxerga o lado do Nishimura Riki de catorze anos.

— Trouxe para você.

          Sunoo estende o cachecol da Lufa-lufa para o menino, que encara o tecido. Ele olha para o cachecol por bons segundos, ao ponto de Sunoo ficar um pouco envergonhado, pensando que o garoto não irá aceitar. Foi mesmo muita bobeira dar algo com as cores e o selo da Lufa-Lufa para ele, ele é da Sonserina e-

— Por que está me dando isso? — A pergunta sai calma, em uma lufada de ar que condensa e forma uma fumaça saindo dos lábios do loiro. Ele pega o cachecol entre as mãos, sentindo a textura e observando o tecido de uma forma que Sunoo não consegue interpretar.

— Você nunca veste roupas de frio — ele responde, atento aos movimentos do mais alto, que revira o cachecol nas mãos, olhando cada partezinha com interesse. — Você me deu as luvas, — ele levanta as mãos vestidas nas luvas verde musgo e as balança, e o outro parece um pouco envergonhado. — e como tem feito muito frio pensei em te dar isso. Não vai colocar?

          O mais alto olha para o cachecol, depois olha para Sunoo. Olha para o cachecol de novo, então o ergue e enrola ao redor do pescoço de um jeito desajeitado.

          Enquanto Sunoo ergue os braços para tentar ajudar o mais novo, os outros garotos interagem ao redor deles.

— Cabem quatro, o Taeyoung não vai, então vamos eu, você, Sunoo e Dongpyo oppa —Yuna, que acabou de chegar, conta nos dedos a distribuição de assentos enquanto explica para Jungwon.

— Eu acho que o Sunoo vai querer ir com o Nishimura — Dongpyo aponta com o queixo para os dois em uma briga besta por causa de como vestir um cachecol.

— O que eles têm? — Yuna pergunta curiosa, se aproximando dos amigos. Jungwon dá uma risada seca.

— O que eles não têm, você quer dizer — ele corta, olhando o amigo fazendo bico para seja lá o que Nishimura Riki disse dessa vez. — Se o Sunoo hyung quiser ele conta, mas eu só digo uma coisa: isso não vai durar.

          Mesmo tendo incentivado o amigo a ter algo com o sonserino, Jungwon sente que não deu o conselho certo. Nishimura segue agindo como se Sunoo fosse invisível a maior parte do tempo, e Sunoo apenas não percebeu ainda como o garoto apenas encontrou outra forma de perturbar a vida dele, agora, mexendo com a mente do lufano. Jungwon tem receio de que tenha empurrado o amigo direto para um jogo onde apenas será usado para proveito do garoto mais novo, e quando Nishimura cansar, irá dispensar Sunoo, dando fim à ladainha sobre possível interesse amoroso.

          O sonserino que fique bem atento, pois Jungwon estará sempre a poucos passos deles, pronto para tomar as dores de Sunoo.

— Cadê seu amigo que você queria me apresentar? — Jake se aproxima de Sunghoon e cumprimenta Heeseung.

— Ele já deveria estar aqui — Sunghoon diz enquanto olha ao redor procurando pelo amigo, se afastando alguns passos para ver se o encontra entre os outros alunos.

— Então vocês ficaram mesmo amigos? — Heeseung pergunta a Jake apontando para o amigo lufano e para o corvino, sobrancelhas levantadas em curiosidade.

— Sim — Jake confirma com um sorriso grande. — E agora o Sunghoon quer me apresentar ao amigo dele, o Jay. Segundo ele, vamos nos dar muito bem também. Mas eu não sei...

— Pode ficar tranquilo — Heeseung dá tapinhas no ombro de Jake como quem diz ''eu te entendo''. — Pode não parecer, mas o Jay é legal. Ele pode parecer um idiota na maioria das vezes, querendo fingir que se sente superior aos outros, mas na realidade ele-

— Eu demoro dez minutos e já sou esculachado pelas minhas costas — uma voz baixa e firme diz atrás dos garotos, e os dois levam um susto. — E ainda pelo cara que me chama de melhor amigo, porra, estou muito bem de amigos mesmo.

          A risada escandalosa de Sunghoon chama atenção de Sunoo, que tira os olhos do sonserino implicante por um momento, apenas para ver o que tem de tão legal acontecendo com os outros para Sunghoon estar rindo assim. Ele não consegue entender bem o motivo da graça já que não tem mais ninguém rindo além dele, mas ver Jake ali no meio o incomoda.

          Sunoo não sabe o que tem acontecido, mas parece que nas últimas semanas não importa o que ele faça ou para onde ele vá, tudo termina num caminho onde Shim Jake está. E ele não está gostando nada disso.

          Finalmente a vez deles de subirem nas carruagens chega. Um grupo de alunos entra em uma, o que deixa duas disponíveis. Cabem apenas quatro alunos dentro de cada carruagem e, com um cálculo mental rápido, Sunoo percebe que a conta não bate. Antes que ele possa falar qualquer coisa, Sunghoon está subindo animado junto de Heeseung, Jay e Jake na outra carruagem. Ver Sunghoon e Heeseung entrando sorridentes e animados na estrutura de madeira, sem nem se lembrarem que Sunoo está ali também, aperta um pouco o coração do lufano. Mesmo que eles vão algumas vezes em diferentes carruagens, eles sempre falam sobre isso, sempre veem se vai ter espaço suficiente. Sunoo se sente deixado de lado.

— Um de nós vai ter que ficar esperando — Dongpyo diz, mas a frase sai mais como uma pergunta, frustrado. Jungwon parece tão desapontado quanto ele, encarando a carruagem ao lado com os quatro garotos.

          Sunoo está ocupado demais pensando em como foi largado ali de pé na neve pelos dois amigos mais velhos para notar o olhar desolado do sonserino ao lado dele.

— Não tem ninguém fiscalizando — Yuna insinua com um sorriso arteiro.

— Vamos logo então — Dongpyo é o primeiro a subir na carruagem, com pressa. — Antes que nenhum aluno fofoqueiro nos veja — ele diz se acomodando, chegando para o lado para dar espaço para Yuna sentar ao lado dele.

           Jungwon sobe também, o que deixa apenas mais um espaço vago ao lado dele.

— Vai, Riki — Sunoo indica com a mão para o garoto entrar, mas Riki parece incerto.

— Só tem mais um lugar. Onde você vai sentar?

— A gente dá um jeito, vai logo — Sunoo começa a empurrar o garoto mais alto, que anda por conta própria, já que Sunoo não conseguiria tirá-lo do lugar nem com muita força de vontade.

          Riki entra um pouco desajeitado, sendo alto demais e acabando por bater a cabeça no teto de madeira, o que tira uma risada abafada de Jungwon e um ''tá tudo bem?'' de Dongpyo.

          Sunoo entra logo em seguida, apressado, e se espreme entre Riki e a parede fina da carruagem, logo fechando a portinha para não correr o risco de algum aluno meter a cabeça ali para ver se ainda tem espaço sobrando e acabar os entregando por ter uma pessoa a mais.

— Fecha a cortina também — Jungwon o lembra, fazendo o mesmo com a cortina do outro lado.

          A carruagem começa a andar sozinha, como mágica, e os alunos se mantêm em silêncio por um momento, espiando por entre a cortina e a janelinha para ver se já estão longe o suficiente para não serem repreendidos.

          Quando já estão afastados o suficiente, Hogwarts sendo apenas uma imagem distante e bonita, é que Sunoo percebe o quão espremido contra Riki ele está, quase por cima do garoto.

— Me desculpa — ele se afasta um pouco, na medida do possível para não ficar quase sobre o sonserino.

— Tudo bem — Riki murmura.

          Mesmo com tão pouco espaço disponível no assento, Sunoo consegue ver alguns bons centímetros entre Jungwon e Riki, que estão se afastando um do outro propositalmente — e espremendo Sunoo de contra a parede no processo.

— Você parece incomodado com alguma coisa — Dongpyo solta para Riki, assim, como quem diz ''hoje está frio''.

— Impressão sua — Riki responde, se encolhendo dentro do cachecol preto e amarelo.

— Não, eu tenho certeza que você está — Dongpyo é insistente e Sunoo quer dar um chute no amigo para ele calar a boca e não se meter, mas não pode pois ele está distante demais.

           O loiro resmunga alguma coisa ao lado de Sunoo, que é abafado pelo cachecol, antes de finalmente falar alguma coisa.

— Só não gosto muito de testrálios, eles me incomodam.

— Não gosta de quê? — Yuna e Sunoo perguntam ao mesmo tempo, intrigados.

— Você os vê também? — Surpreendentemente, é Jungwon quem pergunta, finalmente olhando nos olhos de Riki com algo que não seja ironia ou descaso.

— Hmn — o sonserino concorda, meio sem saber como agir.

          Yuna continua perguntando o que são testrálios e Dongpyo explica sobre os cavalos alados esqueléticos que só aqueles que já viram a morte conseguem enxergar, coisa que nem Sunoo sabia.

— Eu podia jurar que as carruagens eram mesmo automáticas — Sunoo comenta meio abobado e Riki olha com uma careta engraçada para ele, sem acreditar.

— Sério? E pensou que elas se movessem como? — O mais novo debocha, e Sunoo responde com um bico.

— Com mágica, ué.

          Jungwon não se aguenta e começa a rir, dizendo que sempre era divertido a forma como eles não faziam ideia do que estava carregando as carruagens, gerando risadas e reclamações de Sunoo e Yuna, que se sentem feitos de bobos durante todos esses anos.

          Dentro da carruagem é mais quente que do lado de fora, que parece nevar cada vez mais. O caminho até Hogsmeade é tranquilo e divertido, até. Sunoo não sabia o que esperar das interações de Jungwon e Riki, mas por alguma razão, Jungwon pareceu simpatizar com o loiro após toda a história dos testrálios, e durante o percurso até trocaram algumas palavras — que não foram ofensas nem insinuações maldosas, o que o Kim vê como uma grande evolução.

          Assim que a carruagem para atrás de uma fila de outras carruagens que também desembarcam alunos, Sunoo pula para fora do aperto do veículo, mesmo não sendo de um todo ruim ficar espremido contra Riki e no quentinho de lá de dentro.

          Que tipo de coisas eu estou pensando?, ele se repreende.

          Os quatro que foram na outra carruagem já estão ali os esperando, de pé e encolhidos por causa do vento frio. Montes de neve se acumulam nos cantos das ruas e se espalham pelo chão, deixando o asfalto pedregoso quase totalmente branco.

— Onde fica esse tal bar? — Sunghoon pergunta, se aproximando assim que vê os mais novos. Sunoo quase quer ignorá-lo pela desfeita de minutos atrás. Quase.

— Fica a uns dez minutos daqui — Jungwon é quem responde, esfregando as mãos cobertas por luvas vermelhas uma contra a outra. — A gente sobe umas cinco ruas, vira em algumas ruelas e pronto.

— Como vocês conhecem esse tal bar? — Heeseung os questiona, de braços cruzados pelo frio, mas Yuna e Jungwon apenas trocam sorrisinhos cúmplices e dão de ombros, deixando o Lee intrigado e sem uma resposta. — Você é o grifinório daquele dia, Yang Jungwon, não é? — Heeseung aponta, mas Sunoo sabe bem que ele já sabia disso e por algum motivo está se fazendo de desentendido agora, apenas para ver Jungwon nervoso e sem saber o que falar.

          O grupo começa a caminhar pelo caminho instruído pelos grifinórios, lutando contra o frio e contra o vento a cada passo.

           Riki é muito calado, Sunoo percebe. Nos últimos dias tem prestado atenção, e até mesmo ao lado de Jake, aparentemente o único amigo dele, ele não fala muito. O garoto alto anda em silêncio e olhando para o chão, parecendo no próprio mundo dele.

— Riki — Sunoo chama a atenção do garoto, que o olha se aproximar para caminharem lado a lado. — Desde quando você vê os testrálios?

— Desde sempre.

— Mesmo? E como eles são?

          A curiosidade de Sunoo é genuína. É muito estranho não ser capaz de ver algo que parece tão óbvio para outros, ao ponto de ele ter passado cinco anos em Hogwarts e nunca nem ter imaginado que tais criaturas existissem.

— Horríveis, asquerosos — é a descrição dada enquanto o mais novo forma uma expressão de nojo.

— Se eles te incomodam tanto, pensei que fossem medonhos — Sunoo implica ou pouco, vendo o sonserino bufar.

          Eles passam pela rua principal, onde ficam a maior parte das lojas que Sunoo costuma gostar de passar o tempo com os amigos, gastando todo o dinheiro em comida.

— Falando em medo — Sunoo lembra de uma coisa. — O que você viu na aula do Bicho-Papão?

— Por Merlin, Sunoo — o garoto reclama, olhando para o mais velho com descrença. — Testrálios, Bicho-Papão, o que mais? Quer falar sobre o Lorde Voldemort também? Alguma teoria da conspiração sobre ele ainda estar vivo?

— Eu só estava puxando assunto! — O Kim reclama, apressando os passos para alcançar os amigos. Ele escuta passos atrás dele, seguidos de risadas.

— Então me pergunte coisas normais, como ''o que você comeu hoje?'' ou ''dormiu bem?'' — O mais alto fala rindo, segurando Sunoo pelo pulso para que ele pare de andar rápido afundando os pés na neve fofa.

— E o que me interessa o que você comeu hoje, Nishimura? — Sunoo revira os olhos apenas pela cena, nem se esforçando para se soltar do aperto do garoto.

— Não sei, talvez para saber qual gosto o nosso próximo beijo terá — o loiro diz com uma sobrancelha levantada e Sunoo imediatamente reage com uma expressão de horror e desgosto.

— Que nojo, você nem escovou os dentes? — Ele pergunta dramaticamente, arrancando uma risada gostosa do sonserino, que ele precisa se virar para olhar. O sorriso quadradinho dele é tão, tão bonito que parece aquecer o ambiente ao redor deles.

— Então você pretende mesmo me beijar? — Riki o provoca e Sunoo fica sem palavras, abrindo e fechando a boca por um momento antes de virar o rosto, fechando os lábios em um bico e sentindo o mais novo apertar uma das bochechas dele de forma brincalhona.

           Eles seguem os amigos de perto, trocando algumas implicâncias pelo caminho, mas nada demais. Sunoo se sente leve de estar assim com Riki, brincando e trocando algumas farpas aqui e ali. Mesmo que eles não sejam super próximos nem nada do tipo, ainda é cedo demais para isso, de qualquer forma. Estão andando juntos há quase um mês e não são todos os dias que eles ficam próximos, então momentos como esse ainda são novos e deixam Sunoo com borboletas na barriga.

          O bar é um lugar um pouco grotesco, com símbolos na entrada que Sunoo nunca viu e janelas fechadas e cobertas por madeira por dentro. A porta está aberta e a iluminação lá de dentro também não parece muito boa, além de ter mesas de madeira antiga dispostas próximas demais uma da outra. O lugar não está cheio, mas pelo menos Sunoo consegue enxergar alguns jovens por ali, e não apenas alguns velhos bruxos bêbados.

— Tem certeza que isso é um bar e não um- — Jay começa a dizer, mas é logo cortado pelas mãos de Sunghoon tapando a boca dele.

— Vamos logo antes que fique cheio — Jungwon guia o resto dos adolescentes pela porta estreita, que se apressam em parar de encarar a estrutura do lugar e entrar de uma vez.

           O lufano é parado no lugar, sendo novamente segurado pelo pulso quando está prestes a entrar no estabelecimento atrás dos outros.

— Podemos ficar um pouco aqui? — Riki pergunta, olhando para Sunoo com olhos quase pidões.

— Sim, aconteceu alguma coisa? — Ele se preocupa, sem entender os motivos de Riki.

— Não. Só quero fazer uma coisa.

           Antes que Sunoo possa perguntar o que é, o garoto mais novo se abaixa na altura do rosto do lufano e deposita um beijinho nos lábios rosados pelo frio. É um beijinho delicado e sem pressa, que deixa Sunoo com um sorriso bobo quando se afastam.

— Isso. Obrigado pelo cachecol, hyung. — As bochechas de Riki estão rosadas assim como as de Sunoo, este que não resiste em levar uma das mãos à bochecha do mais novo e deixar um aperto.

— Não precisa agradecer, Riki-ah — ele diz sorrindo abertamente, e sorri ainda mais quando o garoto se abaixa novamente para dá-lo outro beijinho.

— Preciso. Nunca me deram nada assim — ele confessa baixinho, dessa vez sem se afastar do mais velho, que enlaça os braços ao redor do pescoço do sonserino coberto pelo cachecol.

— Você é fofo quando quer, sabia, Riki? — Sunoo ri fraquinho antes de unir os lábios novamente, dessa vez em um beijo de verdade.

          Ele pode sentir o sorriso de Riki entre o beijo, pode sentir a forma como ele aperta a cintura dele entre os braços e o ergue do chão, fazendo-o parar o beijo e esconder o rosto no pescoço do garoto, que o mantém entre os braços, o apertando contra si. Essa é provavelmente a primeira vez que eles se abraçam, e o corpo todo de Sunoo se agita com a sensação. Ele gosta tanto de Riki, gosta tanto de conhecer esse lado afetivo do garoto que surge quando ele menos espera. Ele já estava esperando que algo acontecesse hoje, talvez depois de algum tempo no bar ou numa caminhada pelo vilarejo, mas Riki o surpreendeu como sempre, superando todas as expectativas.

— Huh-uh — eles escutam alguém limpando a garganta para chamar a atenção, e lentamente o sonserino coloca Sunoo de volta ao chão. — Vocês vão entrar ou não? Umas moças meio que não querem deixar duas cadeiras sobrando na nossa mesa, e vão pegar se vocês não entrarem logo.

           Jungwon avisa e entra de novo logo em seguida, e Sunoo quase morre de vergonha. Uma coisa é Jungwon saber que ele e Riki andam fazendo essas coisas, outra coisa é ele ver eles fazendo. Agora sabe como o amigo se sentiu quando foi pego aos amassos com Jay, e a sensação não é nada legal.


ϟ


          Foi uma péssima ideia seguir Yuna e Jungwon. Foi a ideia mais burra que eles já tiveram, e os únicos que concordavam com Sunoo nisso, estão fora de alcance. Dongpyo está se escondendo debaixo da mesa de madeira mal esculpida, enquanto Heeseung está totalmente apagado, sentado de mal jeito sobre uma das cadeiras.

— Os testrálios vão pegar vocês — Dongpyo murmura, agarrado ao pé da mesa. — Vão voar quando subirmos na carruagem e vão nos levar embora.

— O que vocês deram para eles? — Sunghoon pergunta assustado assim que volta com Jake de uma ''breve caminhada'' que eles foram fazer.

          Ninguém vai fazer caminhadas no frio e na neve apenas pela diversão, foi o que Sunoo pensou quando Sunghoon avisou onde eles estavam indo ''rapidinho''. Um rapidinho que levou mais de trinta minutos.

— Acho que eles tomaram aquela poção azul — Jungwon tenta lembrar, olhando para cima como sempre faz quando se concentra em algo. — Ou era verde?

— Era amarela — Jay corrige, vasculhando os copos de cima da mesa. — Marrom, sei lá.

— Não tinha poção amarela nem marrom com a gente — Jake aponta, também tentando entender.

— A única coisa marrom amarelada ou amarela amarronzada que tinha, era a cerveja amanteigada — Yuna conta rindo, uma caneca vazia em uma das mãos e um sorriso imenso.

— Cerveja amanteigada? — Sunghoon parece horrorizado. Não apenas ele, como Jake e Sunoo também. Riki não está se importando muito, parecendo conversar algo com Dongpyo, como se conversasse com uma criança. — Como você não viu isso, Sunoo?

          Ele está me acusando?

— Eu saí um pouquinho também... — Sunoo conta. Ele e Riki saíram um tempo depois de Sunghoon e Jake, com a desculpa de ir atrás deles, mas terminaram aos beijos encostados em uma árvore qualquer.

— Como assim, Sunoo?

          Sunghoon parece bravo, e Sunghoon nunca fica bravo. Sunoo não consegue entender o motivo disso, ele não era o responsável por todos ali ou coisa assim. Ele saiu sim, mas qual o problema? Sunghoon e Jake fizeram o mesmo também.

— Como assim o quê? Como eu ia saber que eles iriam beber cerveja amanteigada? — A voz do lufano sai ofendida, sem acreditar que o amigo o está culpando por isso. — Eu nem sou o mais velho daqui, não sou o responsável por tomar conta de todo mundo.

— Você não é o responsável por nada, isso sim — Sunghoon atira, e Jay, que esteve observando os dois durante todo esse tempo, se levanta da cadeira e se aproxima do Park.

— Cara, provavelmente confundiram nossas bebidas, ou...

— Você está me chamando de irresponsável? — Sunoo não se importa em cortar o mais velho. Como Sunghoon pode agir assim com ele, tão de repente e por nada?

— Gente, foi a Yuna que pediu, o Heeseung hyung e o Dongpyo hyung acabaram bebendo sem saber provavelmente — Jungwon tenta acalmar a situação também, enquanto Yuna rodopia ao redor deles, claramente bêbada.

          Mas já é tarde demais para qualquer intervenção. Sunoo já está se sentindo magoado com as acusações de Sunghoon, seu amigo de anos. Nada disso faz sentido, e ser acusado pelo amigo enquanto Jake está ao lado dele com aquela cara de sonso mentiroso só piora tudo. Com certeza foi Jake quem fez a cabeça de Sunghoon contra ele, com certeza Jake fala mal de Sunoo para Sunghoon, como quem não quer nada, como que é sem querer, como ele sempre faz tudo, sem querer.

— Espera aí! — Jungwon grita o amigo ao que Sunoo sai do lugar às pressas com as bochechas vermelhas de raiva, esquecendo até o casaco para trás.

Sunghoon também vai atrás de Sunoo e Jay segura o grifinório no lugar.

— Deixa que eles se resolvam — é o que o sonserino diz, mantendo Jungwon dentro do bar.

          Sunoo caminha rápido a passos firmes pela grossa camada de neve que se formou desde que eles chegaram à Hogsmeade. Uma tempestade se iniciou após a primeira hora dentro do bar, e agora tudo parece mais frio e mais denso.

— Sunoo, espera aí! — Ele escuta o mais velho o gritando, mas não quer saber. Quer voltar para a estação de Hogsmeade e subir na primeira carruagem de volta ao Castelo, e ignorar Sunghoon pelos próximos dias, semanas, quem sabe até as férias de inverno.

— Sunoo! — Ele chama novamente. — Você não pode sair correndo assim, você tem que assumir as coisas também!

          O Kim para, cansado de lutar contra a neve e de ouvir Sunghoon o acusando.

— Assumir o quê? — Ele grita de volta, pouco se importando se Sunghoon é mais velho que ele. — Por acaso eu sou pai de alguém? Por acaso eu embebedei alguém? Eu dei aquela cerveja pro Heeseung hyung e mandei ele beber ou lançaria um Cruciatus* nele?

— Não, mas você deveria ter prestado atenção — Sunghoon fala igualmente alto. — Eu saí por um momento e esperava que você cuidasse das coisas junto ao Heeseung hyung, a ideia de vir até esse bar em si já era péssima, mas eu estava confiando em você para cuidar das coisas, e você pega e sai de lá?!

— E por que não poderia sair? Você saiu com o Jake, foi aproveitar um tempo com o seu novo melhor amigo e quando voltou esperava que eu tivesse ficado de babá?! — Sunoo desabafa tudo o que está pensando, apontando para o peito do mais velho. — Além do mais, o Jay hyung, seu antigo melhor amigo, estava lá também, por que você não agiu assim com ele também? Qual o seu problema comigo, Sunghoon hyung?

          Sunghoon parece ficar sem palavras por alguns momentos, olhando para Sunoo sem saber o que fazer, respirando pesado pela corrida e pelos gritos.

— Por que você tem agido assim comigo, Sunoo? — O mais alto pergunta e Sunoo franze as sobrancelhas, sem entender. — Você tem estado estranho, não fala direito comigo e parece me evitar. Você parece outra pessoa...

          E com isso, Sunoo não o deixa terminar de falar, o empurra com força para trás, o que faz com que Sunghoon caia com as costas na neve, de olhos arregalados pela surpresa. Do chão ele pode ver os olhos de Sunoo cheios de lágrimas ameaçando cair.

— Eu pareço outra pessoa assim tão de repente, hyung? — A voz dele ainda é alta, mas também é ferida. Sunghoon nem tem reação, ainda caído na neve. — Eu estou parecendo outra pessoa, ou tem outra pessoa fazendo a sua cabeça?

          Para não chorar na frente do garoto caído, Sunoo se vira e volta a andar, ainda mais rápido para bem longe, secando as lágrimas que caem grossas e sem parar, assim como a neve que não para de cair, o molhando por completo.


...

* - ''A maldição Cruciatus é a maldição da tortura (é uma das maldições que mais causam dores tanto físicas quanto psicologicas).''

tt: jaysbubu

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