33. A União Proibida
A vila estava em alvoroço. A notícia de que o reino havia decidido aceitar as bruxas se espalhou rapidamente, mas a recepção foi mista. Algumas bruxas, principalmente as mais velhas, continuavam desconfiadas. Séculos de perseguição não seriam apagados com um simples decreto real.
Lysara, no entanto, estava determinada a mudar isso.
Na praça central da vila, bruxas de todas as idades se reuniram para ouvir o que ela tinha a dizer. A líder da escola de magia se colocou no centro, com uma postura firme e um olhar determinado.
- Sei que muitas de vocês temem essa mudança. Sei que é difícil confiar depois de tanto tempo vivendo às sombras. - sua voz ecoou pelo local. - Mas chegou a hora de olharmos para o futuro. Rina decifrou o código secreto de uma magia ancestral, algo que ninguém jamais conseguiu. E esse código nos mostrou que sempre houve um propósito maior para nossa existência.
Murmúrios se espalharam pela multidão. Algumas bruxas se entreolhavam, surpresas. Outras franziram a testa, ainda hesitantes.
- Não há perigo. Não há armadilha. O destino finalmente nos favoreceu, e agora temos a chance de construir um novo caminho.
As palavras de Lysara causaram um impacto. Algumas bruxas assentiram lentamente, parecendo aceitar a possibilidade de paz.
Outras continuavam em silêncio, mas algo havia mudado no ar.
Eamon cavalgava por entre as árvores, seu coração batendo acelerado.
Ele já sabia onde procurá-la.
Saltou do cavalo e seguiu a pé, sentindo o cheiro das ervas e a brisa suave que sempre parecia envolvê-la.
Ele parou no meio da clareira e fechou os olhos por um instante.
- Rina! - chamou.
O silêncio se prolongou, mas ele não se moveu.
Então, um farfalhar de folhas.
Quando Eamon abriu os olhos, lá estava ela.
Rina emergiu das sombras da floresta, seu olhar cauteloso, mas seu coração acelerado.
- Você veio. - ele sorriu.
- Você me chamou. - Rina disse suavemente.
Por um momento, os dois apenas se olharam.
Então, Eamon se aproximou e segurou as mãos dela.
- Agora que o reino aceita as bruxas... Agora que sabemos que podemos mudar tudo... Eu preciso saber. Podemos ficar juntos?
Rina sentiu o calor das mãos dele sobre as suas.
Ela sorriu.
- Podemos.
Eamon inspirou fundo, como se estivesse reunindo coragem.
Então, ele se ajoelhou diante dela.
Rina arregalou os olhos.
- O que está fazendo?
Ele segurou uma de suas mãos e olhou para ela com uma intensidade que fez seu coração disparar.
- Rina, eu te amo. Desde o momento em que te conheci, sabia que havia algo diferente em você. Algo que me chamava, que me prendia. Você mudou muita coisa dentro de mim, e agora eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado.
Rina prendeu a respiração.
- Está me pedindo...
- Casamento. - ele sorriu. - Rina, você aceita se casar comigo?
Um milhão de emoções passaram por Rina ao mesmo tempo.
Ela nunca imaginou que um príncipe um dia se ajoelharia diante dela.
E no entanto, ali estava ele.
Ela riu, sentindo uma felicidade quase infantil tomar conta dela.
- Claro que sim, seu bobo!
Eamon riu também, se levantando e a puxando para um abraço apertado. - O reino terá uma princesa à altura! - Disse ele, a envolvendo ainda mais em seus braços.
Rina enterrou o rosto no peito dele, sentindo a batida forte do coração que agora pertencia a ela.
As irmãs de Rina ficaram em choque quando ela lhes contou a novidade.
- Você vai se casar com um príncipe?! - Carmina exclamou.
- Isso é inacreditável! - Zayra acrescentou.
Mas logo o espanto se transformou em alegria.
- Rina, isso é maravilhoso! - Carmina a abraçou forte.
- Vossa Alteza. - Zayra se voltou para Eamon com um olhar astuto. - Tem ideia da sorte que tem?
Eamon riu.
- Tenho, e é por isso que não vou deixá-la escapar. E vocês não precisam me tratar com tanta cordialidade! Eu nem mesmo gosto disso.
Zayra e Carmina se entreolharam antes de assentirem e concordarem, satisfeitas.
- Nesse caso, temos um presente para você. - Zayra disse, pegando um pequeno embrulho.
Eamon abriu e encontrou dentro um amuleto antigo, feito de prata e com uma pedra azul reluzente no centro.
- Isso ajudará a protegê-lo. E também é um símbolo de nossa gratidão. - Carmina explicou.
Eamon tocou o amuleto com respeito e o colocou em volta do pescoço.
- Obrigado.
Zayra sorriu.
- Bem-vindo à família, príncipe Eamon.
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