Joseph
Depois que a família sai de nossa casa, ainda fico olhando da varanda da minha casa, como se fosse importante vê-la chegar em segurança em casa. Ela entra e antes de atravessar a porta da sala, dá uma olhada para trás e me vê. Dá aquele sorriso e entra. Eu só consigo ficar estático, sem reação. Há poucos dias nem passava pela minha cabeça me apaixonar, mas já estava.
A noite passa e com ela vem o dia. Eu queria falar com a Sabrina, mas não sabia como e nem o que falar, então esperei, ansioso, dar 17 horas para ir passear com o Trovão Branco, ou apenas Bob para os mais íntimos. Meu cachorro é uma peste, mas o amo muito.
Quando está perto do horário de sair, fico tenso. E se ela não fosse? Se não quisesse? Ou pior, se não gostasse de cachorro ou tivesse medo?!
— Meu filho, se acalme! Ela vai passear com você, está nervoso à toa — fala a minha mãe.
— Como pode ter tanta certeza?
— Porque já tive a idade de vocês e vi como se olharam no jantar, na verdade, todos viram, e a mãe da Sabrina te adorou! Ponto positivo pra você.
Eu só sorrio, mas ainda estava nervoso. Até que dá a hora e saio com o Bob todo esbaforido, para variar, e ela já está no portão. Usa um vestido florido na altura dos joelhos, sua pele é clara. Ela está com o cabelo preso em rabo de cavalo, está radiante! Como uma menina dessas olharia pra mim, isso eu não sei, mas ela está no portão me esperando para passear. Eu sou um sortudo!
Atravesso a rua e claro que o meu cachorro me faz passar vergonha. Eu querendo ir para frente e ele me puxando para todos os lados. Depois de uma luta, eu chego no seu portão.
— Oi — falo sem graça.
— Oi, Joseph! Pelo visto o seu cachorro é bem animado.
— Animado até demais, muito elétrico. Eu gosto de caminhar com ele na ciclovia, dou um longo passeio, apesar de ser mega sedentário. Tenho que ouvir meu pai mais — falo e dou uma risada.
— Eu andava muito de bicicleta lá na ciclovia. Tenho que voltar a andar, também estou muito sedentária.
— Podemos marcar um passeio de bicicleta, mas sem o Bob, ele me derrubaria e me arrastaria pela ciclovia toda!
— Eu riria, provavelmente, mas tentaria te ajudar e sem sucesso.
— Mudando um pouco de assunto... você disse que gosta de ler também.
— Sim, amo!
— Tem preferência de gênero?
— Não, leio de tudo! E você? — pergunta Sabrina.
— Também não. Leio de tudo, mas essa pergunta foi para saber se você já leu "O Senhor dos Anéis"...
— Não. Ain... — interrompo ela.
— Como assim? — pergunto, alarmado. — Vou te emprestar pra ontem.
— Ei... calma, eu tenho os livros, só não li ainda.
— Ufa, que bom! Quando você ler, poderemos conversar bastante sobre.
— Vou amar, será a minha próxima leitura.
Continuamos caminhando e conversando. Ela tem um sorriso e uma riso tão gostoso!
**************
SABRINA
Meu Deus, ele também gostava de "O Senhor dos Anéis", assim como o meu irmão! Já estou até vendo os dois insistindo para que eu leia e veja os filmes. Sim, nem os filmes eu vi!
— Além dessa saga, você gosta de ler mais alguma coisa? — pergunto fazendo carinho no cachorrinho agitado.
— Claro! Harry Potter...
— Agora sim temos um gosto em comum! — sorri, radiante, interrompendo-o. — Amo Harry Potter! Na verdade, gosto muito de livros de fantasia!
— E Jogos Vorazes? — Ele pergunta num tom de esperança.
— Não li ainda, mas vi os filmes e amei todos, serve? — respondo, sem graça.
—Serve, mas também precisa ler pra ontem! — Ele diz e eu rio.
**************
JOSEPH
— Acho que vamos ter que marcar uma maratona de filmes. Maratona de Harry Potter — falo, animado.
— Eu ia amar.
— E Star Wars? Você gosta?
— Eu amo! — Ela responde.
— Opa, mais uma coisa em comum.
— Sim — a Sabrina responde baixo e sorri. Claro que o meu cachorro me dá um puxão de novo.
— Sabrina, você gostaria de sair comigo amanhã? Podemos ir ao shopping e, sei lá, no cinema!
— Eu... eu... — acabo interrompendo-a.
— Se está se perguntando se é um encontro, é sim! Eu adoraria que fosse! — falo, determinado.
— Eu adoraria! — Ela responde, olhando-me nos olhos, e eu não mantenho muito tempo, porque o Bob me puxa que nem louco.
Estamos já voltando para casa. Passou tão rápido e já quero logo o amanhã. Deixo-a em casa e atravesso a rua para ir pra minha, bobo que nem um garoto que ganha o seu primeiro video-game.
— Pelo visto o passeio foi bom, né, filhão?
— Foi sim, pai.
— Olha a cara de bobo dele, mulher!
— Me deixa, pai!
— Estou vendo a cara de bobo também — fala a minha mãe. — Como foi? Se comportou que nem um menino educado, né?
— Claro, mãe!
O que os meus pais tinham na cabeça?
— Então, vamos a coisa mais importante: qual o próximo passo? Me diz, meu filho.
— O que seu pai quer dizer é que estamos felizes por você, meu filho, e esperamos que dê tudo certo.
— Obrigado, mãe. Estou bem feliz! E sim, tenho um próximo passo!
— Opa! — fala meu pai, animado.
— Convidei ela pra sair amanhã! Vamos no shopping e se tiver algum filme legal, vamos ao cinema.
— Meu garoto!
— Seu pai quer dizer que está feliz.
— Estou mesmo, preciso do quarto dele. Estive pensando... vou fazer uma caverna de homem lá. O que acha, amor?
— Acho que se você fizer, pode passar a dormir por lá mesmo.
— Tá vendo como elas são, filho? Uma lição pra você: nunca as estresse!
—Obrigado pelo conselho, pai — falo rindo e vou para meu quarto. Tinha muito oque pensar.
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