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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 17 - 𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝖔 𝕾𝖔𝖓𝖍𝖔 & 𝖔 𝕯𝖊𝖘𝖊𝖏𝖔

Ele era um homem de aventuras e adorava viver numa metrópole, ela por sua vez adorava viver e cuidar de seu hotel recém inaugurado. Não pensava em se aventurar pelo mundo a fora.

Concomitantemente tinham estilo de vida distintos; era como se vivessem um romance a bordo de um navio, e teria a duração de um breve cruzeiro. Uma vez em terra firme, os amantes dariam um beijo de despedida e só. De preferência, sem arrependimentos e sem ao menos olhar para trás.

Ela poderia se assegurar de que não teria arrependimentos quando William se fosse? Deixou a questão para depois e concentrou-se no momento. O dia estava lindo.

William, pensativo, comentou.

— Seria tão bom se você pudesse matar o trabalho... — E, rapidamente, acrescentou. — Esqueça o que acabei de dizer, sim? Foi apenas um devaneio da minha mente.

— Não, não vou esquecer. Também gostaria de matar o trabalho, mas Elizabeth não veio hoje, está doente. — Florence disse e franziu o cenho ao pronunciar o nome da sobrinha.

William notou a súbita mudança na expressão dela e ponderou se faria um comentário ou não. Queria saborear aqueles momentos sem problemas. No entanto, encontrava-se em tal sintonia com ela que não era preciso que falasse para saber que algo a preocupava, e não podia se negar a ajudá-la.

— Quer conversar sobre Elizabeth?

— Não, mas acho que preciso falar. — Ela deu um sorriso pesaroso.

— Estou aqui e sou todo ouvidos, Florence.

— E sei que não tenho que recomendar discrição.

— É verdade. Nunca diria a ninguém algo que você me confidenciasse.

— Acredito nisso. Tenho total confiança em você. E você sabe como é difícil confiar plenamente em alguém hoje em dia.

— Sei disso. Mas se continuar me olhando desse jeito, vou acabar batendo o carro.

— Bem, tentarei ser mais prudente da próxima vez. — Florence concordou, fingindo um ar recatado. Voltando a pensar na sobrinha, arqueou as sobrancelhas. — O problema de Elizabeth é sério, William, ela está grávida... há dois meses, pelo que parece.

Ela o ouviu resmungar algo, mas não compreendeu.

— Emily e Richard não sabem! — Ela continuou. — E Elizabeth acredita ingenuamente que não terá de contar a eles. Está amedrontada. Além disso, está passando muito mal, acho que é do tipo de mulher que enjoa durante os nove meses de gravidez. Precisou deixar o trabalho esta manhã. Telefonei para a mãe dela, e Emily me disse que Elizabeth estava mal devido a uma intoxicação alimentar.

— Acha que a mãe dela não suspeita de nada?

— Não, acho que não. Emily chegou mesmo a mencionar que chegássemos lá por volta de meio-dia para um drinque. Eles costumam almoçar nesse horário aos domingos.

— Mais uma vez sinto-me adentrando uma cena de algum romance intrigado de tramas e mistérios... — Murmurou William.

— Vai se sentir assim mesmo quando pisar a casa de Emily e Richard amanhã. — Advertiu Florence. — Eles têm seu próprio conceito sobre a hospitalidade e se esmeram, na verdade tem vezes que ambos agem como se vivemos no século passado. E não adianta lembrar que não estamos no período onde caminhamos para um futuro mais libertador de certos costumes impostos.

— Saia-balão e anágua de crinolina? — Brincou William.

Florence sorriu.

— Simbolicamente, sim. Tudo misturado às magnólias e madressilvas. Gestos nobres e atitudes antiquadas. Não quero parecer cínica, mas na verdade é até um desrespeito para alguns se comportar como se ainda vivêssemos de títulos de nobreza; é uma falta de consideração para com aqueles que de fato a viveram e sofreram nessa época. Nosso país já teve muitos problemas, e reviver o passado só atrasa seu progresso.

— Tem razão, Florence. Não consigo imaginar vivendo sem as maravilhas que temos hoje em dia.

— Sei disso. Saneamento básico, luz elétrico e o básico de higiêne. Diz ela sorrindo.

Mais uma vez, as palavras que diziam um ao outro tinham significado muito mais amplo, que transcendia os meros vocábulos. Ficaram em silêncio por alguns instantes, até que William falou.

— Sei que não é da minha conta, e saber um nome não vai fazer diferença para mim, mas você sabe quem é o pai da criança?

Florence meneou a cabeça.

— Não.

— Meu palpite é que ela não vai contar.

— Concordo com você. Diria que Elizabeth está protegendo alguém de uma forma que poderíamos chamar de ridícula se não fosse trágica. Algo me diz que o pai é casado e provavelmente uma figura importante da nossa sociedade, com trânsito livre entre as melhores famílias desta cidade, o que torna tudo mais absurdo. Seria um escândalo de grandes proporções. Acho que esse é um dos motivos do medo exagerado que ela experimenta agora. Talvez esse homem a esteja até ameaçando, pois não espero outra coisa de um homem que engravida uma jovem dessa maneira.

— Não haveria a chance de fazê-la se abrir com alguém, um sacerdote, por exemplo, que pudesse ajudá-la?

— Acho que não. Ela teme que, se falar com alguém, esse alguém vá se sentir na obrigação de contar tudo a Richard. De qualquer jeito, a impressão que tenho é de que Elizabeth considera a gravidez problema exclusivo dela e vai fazer tudo para não precisar dar nomes aos bois. Por falar nisso...

— Sim? Outra coisa que acho um absurdo em nossa sociedade, culpar a mulher por algo que deveria ser responsabilidade dos dois.

— Bem, ela disse algo como andar em direção ao rio e se afogar.

Chocado, William comentou.

— Você acredita que ela teria coragem para isso? Isso seria loucura!...

— Não sei, William... Mas nunca se sabe, uma mulher desesperada é capaz de tudo. — Admitiu Florence. — Tive a mesma reação que você. Fiquei horrorizada, e ela percebeu. Implorei-lhe que não fizesse nada precipitado. Acho que me ouviu, pelo menos é o que espero. Mas, agora, está na minha vez de fazer algo. Tenho de encontrar uma maneira de ajudá-la.

— Talvez o melhor para ela fosse sair daqui o mais rápido.

— Como isso seria possível?

— Poderia levá-la comigo para Londres e de lá colocá-la aos cuidados de alguns amigos, Florence. Ninguém a conhece lá. Encontraríamos um lugar seguro onde ela pudesse ficar e seria atendida por pessoas experientes. E eu estaria por perto para ajudá-la, é claro.

Florence o fitou com os olhos arregalados.

— Você sabe o que está dizendo?

— Sei muito bem. A responsabilidade é grande, mas por você eu faria qualquer coisa.

Lágrimas brotaram dos olhos de Florence que não pôde mais contê-las.

— Não acreditava que alguém pudesse ser tão generoso.

— Não é questão de generosidade. Talvez... — William cortou a frase.

— Talvez o quê?

— Talvez se ajudar alguém como Elizabeth sinta-me um pouco aliviado em minha culpa.

Florence sabia que ele pensava em tudo que havia ocorrido meses atrás. Provavelmente em Eduard, também, e isso a entristeceu. Era a prova de que nenhum dos dois havia superado totalmente o passado.

Pararam numa lanchonete com entrada especial para carros e bicicletas, fizeram o pedido e comeram no veículo mesmo, sob os protestos de William, que insistia em oferecer-lhe algo melhor.

— Fica para a próxima vez. — Prometeu ela e acrescentou, contrariada. — Preciso voltar para a Amberes, agora. O que você vai fazer durante a tarde?

— Não sei. Andar por aí, acho. Há tanto para ver... A cidade tem seus encantos apesar de ser considerada uma cidade provinciana.

— É verdade. E você não sabe como eu gostaria de acompanhá-lo. Não é justo ter de sair sozinho enquanto está em Malta. Sei quanto é difícil conseguir uma licença na faculdade para viajar.

— Eu tinha um bom motivo. — Ele lhe assegurou. — Nosso reitor é um sujeito muito compreensivo. Expliquei a ele por que tinha de vir até aqui durante o mês letivo. Consegui me adiantar com o trabalho e dei sorte de encontrar um substituto competente para as primeiras semanas de aula. E o mesmo ainda concordou em ficar mais algumas semanas caso eu precise, então estou tranquilo quanto a isso.

Ele ainda não mencionara de quanto tempo era a licença, e Florence descobriu que tampouco queria saber. Olhou-o, e tudo que queria era se aproximar e beijá-lo. Queria abraçá-lo e ser abraçada, desejava o tipo de proximidade que experimentaram no jardim botânico no dia anterior...

— Elizabeth vai tirar apenas algumas horas de folga. — Contou-lhe enquanto ele estacionava à entrada da pousada. — Seymour convenceu Marcello, o recepcionista  da noite, a começar mais cedo hoje. Assim creio que por volta das cinco estarei livre. O garoto também aceitou o desafio de receber treinamento para ficar no lugar de Seymour, vamos ter que remanejar alguns funcionários de lugar, mas acho que vai dar tudo certo.

E, depois de alguns instantes, ela tomou a iniciativa.

— Por que não vem a meu aposento para um drinque?

Foi só quando entrou no hall que percebeu que nem uma única vez eles se lembraram da chave.

1496 Palavras

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