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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 25 - 𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝖔 𝕾𝖔𝖓𝖍𝖔 & 𝖔 𝕯𝖊𝖘𝖊𝖏𝖔

Era um baú de origem chinesa, envernizado em preto e vermelho, com acabamento dourado. A chave de prata coube perfeitamente na fechadura.

Florence fez menção de girá-la, mas, de repente, parou, e seus dedos pareciam não querer se mover. Percebeu que suas mãos estavam geladas, e um arrepio a percorreu. William aproximou-se rapidamente e pegou a chave antes que caísse. Então, a fez sentar-se na cadeira mais próxima.

— Você está completamente branca! — Ele comentou. — Liam, você tem um conhaque?

— Espere só um minuto. — Liam saiu e voltou quase em seguida.

William pegou o cálice e voltou-se para Florence.

— Tome um gole, vai lhe fazer bem.

Ela sorriu fracamente e protestou.

— Sinto-me como se tivesse tropeçado no palco na minha peça de estreia. .Estou completamente apavorada, sinto que o que tem lá dentro poderá mudar a minha vida drasticamente

— Eu sei, mas, por favor, tome este conhaque.

— William, não preciso disso, estou bem.

William levou o copo aos lábios dela e, forçosamente, Florence tomou um gole do líquido forte. Ela, então, voltou-se para os Barett.

— Louis e Liam, sinto-me uma idiota.

— Por favor, Florence, não se preocupe. — Liam a tranquilizou. — Olhe, eu e Louis podemos sair, assim vocês ficam mais à vontade para abrir a caixa...

— Acho melhor não abri-la agora, mas levá-la conosco. — William sugeriu. — Talvez seja melhor para Florence estar em seu aposento, onde poderá se atirar à cama se tiver uma vertigem.

— Por favor, William. — Florence o censurou.

— William está certo! — Louis interferiu. — Você continua pálida, Florence, e acho que deve ir para casa. Caso necessite de apoio, apenas me ligue querida. Sei que o melhor é você abrir esse baú num local tranquilo e seguro.

— Mas quero preveni-los... precisamos saber qual é o final dessa descoberta, certo? Pois a minha mente já está formulando diversas teorias, céus, eu preciso com certeza escrever sobre isso. Expressou seus sentimentos Liam com um novo brilho em seu olhar.

— Está bem!... — Florence assentiu.

Era um alívio para Florence deixar aquela casa e ser conduzida por William até o carro.

— Sinto-me como uma estúpida. — Ela comentou durante o percurso.

— Não há razão para isso.

— Reagi de modo exagerado ao que está acontecendo.

— Pensei que você tivesse se lembrado do baú ao vê-lo.

— Você está dizendo que sei o que há dentro dele?

— Pensei que soubesse.

Florence disse a si mesma que não deveria se zangar com as suspeitas de William... mas não pôde se controlar.

— Se tivesse reconhecido o baú, eu o teria dito.

— Você nunca o viu antes?

— Não tenho certeza. A biblioteca era um espaço de Eduard. Era o santuário intocado dele. Nunca entrei lá. Não poderia lhe dizer o que havia ou não naquele espaço. Selecionei os objetos do aposento a serem guardados e pedi a Alfred e sua esposa que recolhessem as coisas pessoais da biblioteca. Como o baú é uma peça bonita, acho que decidiram deixá-lo como decoração. Acredite, William...

— Não há por que não acreditar em você, Florence. — William afirmou. — É claro que acredito. Bem, o mais importante agora é que já sabemos o que vamos abrir com essa chave, e o mistério, como Liam disse, está para ser desvendado. O que me preocupa é que talvez você não esteja preparada para enfrentá-lo.

— Tenho de estar preparada, não é?

— Acho que sim. — William admitiu de má vontade.

Era inacreditável, mas ele se sentia frustrado por terem descoberto o objetivo da chave e ver que havia muito pouco que pudesse fazer por Florence.

Desejava poder se apoderar do conteúdo do baú, o que quer que fosse, porque tinha um pressentimento de que, se Richard estivesse ligado a ele, o resultado poderia não ser agradável.

Queria protegê-la. Pensava que era dessa forma que os homens se comportavam com as mulheres que amavam. Amor. A palavra surgiu inesperadamente em sua cabeça e parecia ser a única capaz de exprimir seus sentimentos para com Florence.

Na verdade, era o que sentia por ela. E, ainda que fosse incoerente, achava que a amaria por toda a vida. Continuou pensando sobre isso e se perguntando o que poderia fazer naquela situação.

Quando entraram no hall da propriedade, ele carregava o baú. Seymour estava na recepção e falava ao telefone. William notou que ele olhou para Florence e, então, desligou o telefone e saiu em disparada na direção dela.

— Ainda bem que chegou! É Elizabeth, sra. Radcliffe. Ela chegou aqui chorando. Não quis deixá-la ir embora sozinha e a levei para aquela sala dos fundos. Acabei de ir vê-la e a encontrei inconsciente. Foi então que vi um frasco de pílulas vazio na mesa ao lado. Eram comprimidos receitados para a senhora, acho que para dormir. Elizabeth tomou todas as pílulas. Estava para pedir ajuda ao hospital...


Florence foi para o hospital com Elizabeth na ambulância. William e Seymour as seguiram no carro. No hospital, Elizabeth foi levada para a sala de emergência, recebendo os cuidados imediatos de uma equipe médica. Florence estava horrorizada com a atitude de Elizabeth. E mais ainda com o fato de a garota ter tomado suas pílulas! Sempre as deixara no armário do banheiro, sem se importar muito com elas. Quase num sussurro, Florence dividiu com William seus pensamentos enquanto aguardavam na sala de espera. Seymour, incapaz de ficar no mesmo lugar por muito tempo, saiu para o jardim do hospital. Florence, sentada próxima à janela, podia vê-lo andando de um lado para outro.

— Oh, William, Seymour me olha como se eu tivesse envenenado Elizabeth... — Ela comentou, desanimada.

— Isso é ridículo, Florence... — William falou bruscamente. — Seymour sabe muito bem que você não tem nada a ver com isso. Ele está confuso e nervoso. Não fique imaginando o que ele está pensando. Nesse momento, ele não reconhece a si mesmo.

— Mas ela tomou as minhas pílulas! Eu devia ter me livrado delas há muito tempo.

— Calma, Florence. Eu li a bula. Felizmente, não são muito fortes, e ela foi socorrida imediatamente. Elizabeth é muito jovem e vai atravessar essa fase sem grandes sequelas, ainda que tenha sido um grande susto para todos nós. Florence, você avisou os pais dela?

Florence balançou a cabeça negativamente.

— Nem pensei nisso. — Ela confessou. — Tenho de avisá-los, é claro.

Florence começou a se levantar, mas William a puxou de volta para o sofá.

— Eu faço isso! — Ele afirmou e cruzou a sala em direção ao telefone.

Florence curvou-se à decisão dele. Na verdade, queria se apoiar em sua força, porque se sentia completamente aturdida com o que tinha acontecido com Elizabeth. De alguma forma tudo se encaixara: Eduard, Richard, Jackson Musk e o estado de Elizabeth naquela noite. Havia ali um exemplo claro de alienação e, para Florence, Elizabeth era apenas uma vítima deles todos. Nunca teve um pai a quem pudesse recorrer e tampouco o tio lhe dera muita atenção.

E, de Jackson Musk... Ele era um homem vaidoso que se aproveitara dos sentimentos românticos de Elizabeth para alimentar seu ego.

Talvez eu o esteja culpando injustamente, Florence se advertiu. Mas, por mais que tentasse, não conseguia pensar em outro Jackson que pudesse ter estado tão perto de Elizabeth quanto Jackson Musk estivera.

Em poucos minutos William voltou.

— Richard e Emily estão vindo para cá. — Ele sentou ao lado de Florence e acrescentou. — Também falei com o médico de plantão. Achei que ele devia saber sobre a gravidez. Mas, não se preocupe, ele me prometeu guardar segredo.

— Obrigada!... — Florence agradeceu-lhe e se perguntou o que faria sem William naquele momento.

Ela teria, de alguma forma, se arranjado... mas tê-lo ao seu lado tornava tudo muito mais fácil. Nesse sentido, nunca tivera ninguém ao seu lado antes.

No passado, quando surgiam crises, ela precisava resolvê-las sozinha, pois Eduard evitava qualquer tipo de aborrecimento. Ele sempre estivera ausente quando algum problema atingia a família. Seguramente, ela enfrentaria sozinha aquela situação, se preciso fosse. Mas era muito bom ter alguém por perto.

Seymour entrou na sala de espera e se aproximou dela.

— Alguma notícia? — Ele perguntou, tirando os óculos e esfregando os olhos, que estavam vermelhos.

Florence suspeitou que ele havia chorado e se compadeceu de sua dor.

— Nada, ainda... — Ela respondeu. — Mas, Seymour...

— Sim?

— É terrível que Elizabeth tenha tomado as minhas pílulas, mas talvez tenha sido melhor isso do que outra coisa qualquer. Willian leu a bula e disse que não é um remédio muito forte.

— Sra. Radcliffe, não quis insinuar que isso tudo seja culpa sua. — Seymour murmurou, deprimido. — Mas foi um choque encontrar o vidro vazio ao lado de Elizabeth e então perceber o que ela havia feito. Se eu pudesse imaginar, não a teria deixado sozinha. Foi um idiota, por pensar ou mesmo insinuar tal fato, peço mil perdões. Aqui ninguém é culpado pelas decisões que Elizabeth tenha tomado num momento de desespero.

— Sei disso, Seymour. Mas como podia saber que...

Florence viu que Seymour esperava pelo fim de sua frase, mas ela calou-se, assustada. Quase lhe havia contado sobre o verdadeiro problema de Elizabeth.

Até achava que ele tinha o direito de saber, sentindo por Elizabeth o que sentia.

Mas aquele não era o momento para fazer revelações, principalmente porque não sabia como Seymour iria reagir e, também, porque era um problema de sua sobrinha.

O dr. Brigerton por sorte do destino era um dos dono do hospital central e também estava de plantão, então ele os procurou e lhes disse que Elizabeth já estava fora de perigo. Seymouru lhe perguntou se podia vê-la, ainda que fosse por breves instantes. O médico concordou e o conduziu até o quarto de Elizabeth. Então, voltou-se para junto de Florence e William e olhou significativamente. Florence, compreendendo a mensagem de seu olhar, respondeu rapidamente.

— Não, doutor. Seymour não é o pai. É só alguém que gosta muito dela.

— Tanto pior que ele não seja o pa.i — O médico comentou, acrescentando. — Sra. Radcliffe, os pais de Elizabeth precisam saber de seu estado. Não?... — Ele continuou, ao vê-la alarmada — não vou dizer nada a eles. Prometi que não diria e não vou fazê-lo. Mas acho que a senhora deveria conversar com Elizabeth assim que ela melhorar um pouco. A garota está entrando num quatro bastante perigoso e temo que essa não seja a última vez que ela venha a tentar contra a própria vida. E nesses casos a família precisa estar atenta as mudanças de humor e tomar algumas precauções.

— Ela foi à consulta que tinha com o senhor hoje à tarde? Perguntou ficando apreensiva.

— Sim e, com exceção do enjoo, que é normal, ela está indo muito bem. Está entrando no terceiro mês e daqui a algumas semanas não poderá mais esconder a gravidez. Mesmo usando a cinta ou diversas camadas de tecido sobre o corpo. Elizabeth não tem a constituição física necessária para ocultar uma gravidez. Como deve saber algumas mulheres nascem com condições diferentes e podem nem apresentar sintomas, ou ter o corpo mudando durante uma gestação. — O médico calou-se, parecendo refletir no que diria em seguida. — Bem, eu disse isso a ela, como mais uma tentativa de que percebesse a necessidade de contar aos pais. Não posso deixar de sentir que foi essa minha conversa com ela que aumentou o seu desespero e a deixou em pânico...

A voz do médico se extinguiu e, momentaneamente, ele pareceu chocado.

Florence comoveu-se com sua franqueza e, num impulso, afirmou.

— O senhor fez o que achou melhor, doutor. Ninguém poderia imaginar que Elizabeth tomaria uma decisão tão radical.

— Sim, mas nenhum de nós sabe sempre o que é melhor, não é? — Ele observou com um sorriso de desagrado. — Contudo, o que importa agora é que vocês, que são próximos a ela fiquem perto e a apoiem daqui para frente. A família poderia levá-la a um psiquiatra, mas sei que isso poderia significar a morte social dela. Infelizmente muitos tem um receio sobre tratar doenças assim, a mente e os nervos... Ele fez uma pausa e continuou. — Talvez seja necessário uns dias numa clina de repouso, mas... Bem... Gostaria de pensar que seus pais poderiam se juntar a vocês, mas a senhora os conhece melhor que eu.

Florence ficou imaginando que impressão o dr. Brigerton tinha de Richard e Emily. Mas, antes que pudesse comentar alguma coisa, viu o casal que se aproximava. Emily estava soluçando, quase histericamente. Richard tinha um ar soturno e falou pouco. Florence se sentiu aliviada quando o médico lhes disse que deixaria Elizabeth no hospital por mais um dia para observação.

— É apenas uma medida de segurança. — Ele esclareceu e prosseguiu. — Vocês poderão vê-la daqui a pouco.

Seymour voltou para a sala, passando por Richard e Emily, que não o reconheceram. Florence disse aos cunhados que ela e William estavam indo embora e, alguns instantes depois, deixaram o hospital acompanhados por Seymour.

Uma chuva fina começou a cair e, embora o ar estivesse quente, Florence tremia.

William passou os braços por seus ombros enquanto caminhavam para o estacionamento.

— O pior já passou, querida. E duvido que Elizabeth volte a ter outra ideia maluca.

— Espero que não mesmo. Você ouviu o que o dr. Brigerton? — Seymour murmurou com veemência. — Ela estava tão pálida e fraca...

— Ela vai ficar boa, Seymour. — William o encorajou. — Mas acho que você deve saber que ela vai precisar muito de sua ajuda e da de Elizabeth. O médico só está falando de possibilidades, e muita coisa pode acontecer antes, fazendo que a Elizabeth tenha mais lucidez daqui para frente.

Seymour, que andava na frente deles, parou e se voltou.

— O que está querendo dizer?

— Elizabeth está grávida, Seymour. No terceiro mês, e seus pais nada sabem sobre isso. Ela foi ao médico hoje pela primeira vez. Acho que a consciência do que teria de enfrentar foi demais para ela e por isso agiu dessa forma. Agora... algo me diz que ela vai encarar com coragem e determinação o futuro. Mas vai precisar das pessoas que se preocupam com ela.

Florence viu que, enquanto William estava falando, Seymour ficou imóvel e tenso e, aos poucos, cerrou os punhos. Havia um tom de ameaça em sua voz quando falou.

— Suponho que vocês não saibam quem fez isso com ela, não é?

Florence pensou nos famosos duelos que aconteceram pelos arredores da cidade e que hoje eram proibidos por lei. E pôde até mesmo imaginar Seymour lutando para defender a mulher que amava. Mais uma vez seus pensamentos se voltaram para Jackson Musk e desejou que, se ele fosse mesmo o pai do filho de Elizabeth, Seymour nunca viesse a saber. De qualquer forma, era muito improvável que pudesse descobrir. Ela intuía que Elizabeth jamais revelaria o nome do pai de seu filho.

Olhou de Seymour para William e experimentou uma sensação confusa. Não podia ofender-se com William por ter tido a iniciativa de contar a Seymour a verdade. Poderia dizer que ele não tinha o direito de revelar o segredo de Elizabeth, no entanto, sentia-se profundamente aliviada agora que Seymour sabia.

William, na hora decisiva, usou de seu bom senso. Elizabeth, com certeza, iria precisar de pessoas ao seu lado. De alguma forma, seria um teste de amizade para Seymour. Naquele momento, estava muito abalado, e era compreensível que sua reação inicial fosse ficar furioso com o homem que estivera envolvido com Elizabeth.

No caminho de volta para a pousada, eles deixaram Seymour em sua casa.

Quando ele protestou, dizendo que deveria retornar à recepção, Florence ignorou-lhe o protesto.

— Louis deverá chegar mais cedo para o próximo turno. Enquanto isso, posso cuidar das coisas.

— Fique tranquilo, Seymour, eu a ajudarei. — William disse.

— A próxima coisa que deve saber, sr. Montague, é que ela acabará por envolvê-lo no ramo da hotelaria. — Seymour comentou, sorrindo.

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