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Capítulo 21 - Renascido do Sangue

Atravessaram a floresta em silêncio, seguindo o caminho já conhecido até a mansão. Quando os portões metálicos se abriram, Ágata ergueu os olhos para a construção imponente à sua frente. O frio parecia menos intenso ali, mas a dúvida ainda pesava em seu peito.

"Mais uma vez, aqui estou eu. Espero que tenha feito a escolha certa... e que não me arrependa."

Arlo os aguardava no arco da porta, a postura impecável de sempre. Seu olhar, ainda que discreto, transmitia um entendimento silencioso.

— Senhorita Ágata, você está bem? — A pergunta veio com uma educação cortês, mas com um traço de preocupação contida.

Antes que ela pudesse responder, ele pegou as sacolas de suas mãos.

— Vou deixá-las em seus aposentos.

Ágata agradeceu em um tom baixo, sentindo um leve constrangimento. Parte de si ainda se envergonhava por ter cogitado ir embora sem se despedir, por ter tentado se afastar de um lugar que, no fundo, nunca a ameaçou de verdade.

Ao cruzar o grande hall, seus olhos se voltaram instintivamente para a escadaria que levava ao segundo andar. O ambiente, antes envolto em mistério, agora lhe trazia um estranho conforto.

Ali, ela estava segura.

E dessa vez, sabia que não fugiria mais.

Arlo pegou as sacolas com delicadeza e desapareceu quase como um vulto, uma corrente de ar balançando as arandelas do salão em sua passagem. Quando retornou, poucos segundos depois, Octavian fechava o guarda-chuva, deixando-o ao lado da porta.

Ágata piscou, confusa. Ela havia visto aquilo. Não era apenas rapidez, era algo além. Algo que a fazia prender a respiração. Era fascinante, mas também perturbador.

Seu pensamento se dissipou no instante em que viu Octavian cambalear e se apoiar contra a parede. Sua postura altiva vacilou, os ombros enrijeceram e seus dedos se cravaram na pedra fria como se precisasse se ancorar à realidade.

— Octavian... — A voz de Arlo rompeu o silêncio, carregada de um tom que ela nunca ouvira antes.

A expressão do mordomo era uma máscara de contenção, mas seus olhos não conseguiam esconder a urgência, a inquietação que se misturava ao medo contido.

Ágata deu um passo à frente, hesitante. Queria tocá-lo, ajudá-lo, mas seus dedos vacilaram no ar. Era como se houvesse uma barreira invisível entre eles, um limite que seu próprio corpo impunha sem que ela entendesse o motivo.

— O que aconteceu em Zarvela, senhorita Ágata? — A pergunta veio mais firme agora, quase como uma exigência.

O coração dela saltou no peito. O quê? Por que aquela pergunta agora?

— Eu... eu não sei! — Sua voz soou trêmula, apressada. — Muita coisa aconteceu! Ele pode estar tendo um ataque de pânico, ou está exausto, ou... ou... — Ela gesticulava, tentando encontrar uma resposta. — O que está acontecendo com ele?!

Arlo não respondeu. Apenas apontou para a sala de reuniões.

Ágata não hesitou. Correu, os passos ecoando pelo salão. O cômodo estava do jeito que ela lembrava, exceto pelo peso opressor que parecia se espalhar pelo ambiente. Seus olhos encontraram a garrafa de vinho sobre a mesa, ao lado de alguns livros. Seu instinto lhe dizia que não era apenas vinho. Pegou-a sem pensar e voltou o mais rápido que pôde.

Assim que entregou o frasco a Arlo, ele o colocou nas mãos trêmulas de Octavian.

— Beba. — A voz do mordomo soou mais baixa, mas firme. — Vai passar.

Octavian segurou a garrafa com força. Sua respiração estava irregular, os olhos semicerrados, como se sua mente estivesse lutando contra algo que os outros não podiam ver. Então, bebeu.

O líquido desceu quente e denso por sua garganta. O gosto metálico de sangue se misturava ao vinho, mas ele não parou. Engoliu cada gota, sentindo o calor pulsar em suas veias. O alívio foi imediato, mas frágil. O corpo ainda queimava. Algo dentro dele ainda ardia.

— Não é o suficiente. — Arlo murmurou.

Antes que Ágata pudesse reagir, o mordomo puxou o sobretudo de Octavian, deixando-o cair no chão. Em um movimento ágil, rasgou a gola alta da camisa cinza, expondo o abdômen pálido e marcado de Octavian.

Ágata prendeu a respiração.

A pele dele estava quente demais. Os músculos tensionados e manchas avermelhadas... como queimaduras de segundo grau.

Mas o que a assustava não era só a condição dele.

Era o fato de que, pela primeira vez, Octavian parecia verdadeiramente vulnerável.

Ágata tapou a boca, os olhos arregalados fitando o abdômen definido, agora coberto de marcas escarlates que se espalhavam como feridas vivas. O cheiro de pele queimada começava a se misturar ao ar, tornando tudo ainda mais real.

Arlo, parado ao lado dele, sentia o peito se apertar. As lembranças de um Octavian ainda menino se mesclavam com aquela visão perturbadora. Ele não podia perdê-lo. Não como já havia perdido tantos outros. Ele havia prometido. Prometido ao pai de Octavian que cuidaria dele, que o protegeria de todo mal.

E falhou.

Como pôde deixá-lo sair sob aquele sol escaldante? Sabia dos riscos, sabia que mesmo com o guarda-chuva ele não sairia ileso. Mas não o impediu. E agora, o via se desmanchando diante de seus olhos.

— Senhorita Ágata, fique com ele. — A voz de Arlo saiu tensa, e antes que ela pudesse reagir, ele desapareceu em um borrão de sombras, indo buscar algo nos aposentos de Octavian.

Ágata ficou ali, imóvel. O medo a prendia no lugar, as pernas pesadas, o peito apertado. Não sabia o que fazer. Não sabia como ajudar.

Octavian tentou se levantar, mas seu corpo se recusava a obedecê-lo. A visão turva fazia o cômodo girar. Suas mãos falharam ao tentar se apoiar no chão, e ele caiu novamente, soltando um gemido rouco.

— É tudo culpa minha... — Ágata sussurrou, e sua voz quebrou no final.

Octavian fechou os olhos por um instante, sentindo o impacto daquelas palavras.

Arrastou-se até encostar as costas na parede, o contato queimando ainda mais sua pele, mas ele já não se importava.

— Pare... — Sua voz saiu firme, mesmo que seu corpo estivesse desmoronando. — Me deixem morrer, por favor.

— O quê?! — Ágata piscou, confusa, o coração disparando. — Não tem mais vinho?! Cadê o Arlo?! Eu não sei o que fazer!

Seu desespero crescia. Ela passou as mãos pelos cabelos, tentando raciocinar, mas nada fazia sentido.

Então, viu.

A pele de Octavian começou a derreter. Como cera quente escorrendo de uma vela, cada gota de suor que brotava era acompanhada de carne queimada se desprendendo em fiapos.

Era como se o impacto do sol estivesse sendo liberado agora, corroendo-o de dentro para fora.

— Não... não... — A voz dela falhou, os olhos marejados.

Se Arlo não voltasse logo...

Octavian estaria perdido.

Então, num borrão de movimento, Arlo apareceu. Num instante, ergueu Octavian como se ele não pesasse nada e o levou consigo, sumindo escada acima. Ágata ficou para trás, os joelhos fracos, o coração batendo contra as costelas como se tentasse escapar.

Arlo cruzou o corredor em um sopro de vento, chegando ao banheiro de Octavian, onde uma banheira já o aguardava, transbordando com a única coisa que poderia salvá-lo: sangue humano.

Sem hesitar, ele mergulhou Octavian na mistura. O impacto da imersão foi imediato — o líquido rubro engoliu seu corpo, deixando apenas seu rosto e pernas à mostra. Mas Octavian não sentiu nada no início. Só o silêncio...

Então veio o frio.

Um frio lancinante que penetrou cada fibra de sua pele, quebrando a febre que o consumia. O gelo se espalhou por seu peito, agarrando-se ao seu coração, paralisando-o. Por um instante, ele esteve morto ali, afundado no líquido escuro.

Então, um choque percorreu seus nervos como um relâmpago quando o verde dos olhos de Ágata surgiu de repente.

Ele emergiu, arfando, os pulmões queimando ao puxar uma lufada de ar. Arlo arregalou os olhos ao vê-lo — os olhos de Octavian brilhavam, dois orbes prateados reluzindo como luas cheias, intensos, eletrizantes. Seus caninos estavam mais afiados, cintilando sob a luz fraca do banheiro.

Mas não era o suficiente.

Ele afundou novamente, sua garganta seca clamando por mais. Bebeu. Bebeu até sentir a força voltando a seus músculos, até que sua pele deixasse de arder, até que pudesse se levantar e sentir-se inteiro outra vez.

Quando saiu da banheira, o líquido escorrendo por seu corpo, seus passos eram calculados, silenciosos. Virou-se lentamente, encontrando Arlo, que o observava com um misto de alívio e apreensão.

— Como está se sentindo... Octavian? — A voz do mordomo finalmente rompeu o silêncio. Seu pior pesadelo não havia acontecido por pouco.

Octavian não respondeu de imediato. Seus olhos, ainda luminosos, se estreitaram.

— Onde ela está? — Sua voz saiu baixa, mas carregada de urgência.

Arlo suspirou, mantendo a compostura.

— O senhor precisa se recuperar completamente antes de pensar em protegê-la. Deixe-me cuidar de tudo. Repouse. Por favor.

Arlo o observava atentamente. Nunca havia visto nada igual.

— O sol escaldante quase o destruiu, mas não o matou. Como isso é possível? — Ele murmurou, o olhar perdido, a cabeça inclinada em reflexão.

Octavian desviou os olhos. Não podia dizer a verdade. Não podia revelar que Ágata parecia ser o combustível para seus poderes, que a simples presença dela o fortalecia. Se fizesse isso, Arlo não o deixaria em paz. Faria perguntas incansáveis e, pior, tentaria testar essa conexão. Até onde poderia crescer esse poder com Ágata por perto?

— Você sabe que já nasci vampiro, Arlo. Talvez isso signifique algo. Quem sabe... eu seja mesmo a reencarnação de Drácula, o monstro que todos dizem. — Octavian respondeu, pegando a toalha das mãos do mordomo e passando por ele sem hesitação, indo até o centro do quarto.

Arlo franziu o cenho.

— Não... Você é o Octavian. Apenas o Octavian. O último a herdar o sangue de Drácula.

O mordomo o estudou em silêncio. Algo estava errado. Ele o conhecia bem demais, sabia quando Octavian escondia algo. Repassava mentalmente tudo o que lera em seu diário – sim, ele bisbilhotava as anotações de Octavian regularmente – mas não havia nada ali que explicasse o que acontecera.

Talvez houvesse outra fonte de respostas.

— Talvez eu deva perguntar a Ágata o que aconteceu em Zarvela. — Arlo disse, provocativo, lançando-lhe um olhar afiado.

Octavian se virou num rompante, os olhos queimando em fúria.

— Deixe-a em paz! — Sua voz soou firme, cortante como uma lâmina. — Ágata passou por muita coisa.

Por um instante, os dois se encararam, o silêncio carregado entre eles.

Então, Octavian desviou o olhar e passou uma mão pelo cabelo ainda úmido, sua postura voltando ao controle habitual.

— Quero que prepare um bom jantar... e que apresente a mansão a ela. — Sua voz veio mais baixa, mas irredutível. — Mostre a biblioteca, a sala de música e a... Estufa.

Arlo conteve um sorriso. Não precisava de mais nada para confirmar suas suspeitas.

Octavian podia mentir para si mesmo o quanto quisesse.

Mas ele já havia escolhido o que era mais importante para ele.

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