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Capítulo 36 - Doces da Ju

— Esse lugar ficou maravilhoso! — exclamo passando pela porta de vidro que faz soar um barulho através do sino sobre ela. — Que cheiro maravilhoso de doce.

Estou tendo uma overdose de sacarose só de olhar isso tudo!

Meus olhos correm por todos os cantos, as paredes possuem tons de pastel com algumas linhas e desenhos de cupcakes em rosa e azul claro. Juliana e Arthur, e meu pai, que ajudou a montar o projeto, se superaram para organizar isso aqui. E foi bem rápido até, menos de dois meses e a confeitaria Doces da Ju está há algumas horas de ser aberta ao público. Eu confesso que fiquei um pouco de fora de toda essa organização, fim de ano é sempre movimentado para mim, o de 2013 ainda mais, por ser fim do ensino fundamental, a história da Letícia e da minha tia e a chegada iminente de Erik, acompanhava tudo de longe, mas estava feliz por essa realização de Juliana.

Seguro na mão de Erik e vamos até ao caixa onde André está organizando docinhos numa pequena prateleira sobre a bancada. Os brigadeiros ali expostos são os um atrativo e tanto. Continuo olhando em volta, encantada com tudo ali, aproveito também para tirar algumas fotos para o site que o Luís criou para a mãe.

— Sasá! — André deixa a bandeja com os doces sobre a bancada e vem para o lado de cá. Depois de tirar o avental azul e deixá-lo sobre uma mesa, me abraça e deseja um feliz ano novo.

— Pra tu também. Não falei contigo antes porque estava sem celular — desculpo-me dando de ombros. — Treta de família. — Ele sorri e assente, entendendo.

Ele olha para Erik ao meu lado, ainda com a mão entrelaçada a minha e ergue uma sobrancelha.

— Veio de longin, hein, mano?!

Não é surpresa que toda BH saiba da existência de Erik, eu já havia falado muito dele e todos estavam na expectativa, junto comigo, para a vinda dele. Quando eu cheguei ainda hoje de Caeté pensei em espalhar a notícia, no entanto, apenas guardei minhas coisas, almocei e recebi meu celular de volta. Depois saí em direção ao casarão azul, para me encontrar novamente com Erik. Então decidimos vir para a loja da tia Ju, onde toda a turma se reunirá, já que hoje acontecerá a inauguração da confeitaria e todos virão prestigiar a tia Juliana.

— Erik, esse é André, irmão do Luís e também meu amigo — apresento rapidamente antes que o silêncio incômodo se instale.

— Tudo bem, cara?

— E aí, véi?! — Eles trocam um cumprimento de mãos.

André me olha e aponta para uma porta lateral atrás da bancada onde ele estava antes, ajeitando os doces.

— Dona Juliana e o Luís 'tão lá dentro, junto com os outros funcionários, tá sendo maior correria pra tudo estar pronto até 15 horas.

Lembro das minhas câmeras dentro da bolsa que carrego, tudo para registrar cada momento dessa tarde.

— Vamos lá. — Puxo mais uma vez Erik e o levo até o cômodo depois de um curto corredor, a cozinha.

Vejo minha tia no fundo, concentrada em um bolo que está decorando delicadamente e com esmero, resolvo ir até lá mais tarde. Meus olhos correm pela cozinha e ainda que ela não seja tão grande, e só tenha mais duas pessoas, dois funcionários, demoro um pouco para encontrar Luís. Até que deparo-me com ele mordendo os lábios enquanto separa corantes e decora biscoitos de manteiga com chantilly. Ele está tão focado que parece que está jogando.

— Luís! — chamo de imediato e ando até lá.

— Olha a desaparecida aí! Fica quase uma semana sem dar notícia, não manda nem um "feliz ano novo" no Facebook, que tipo de amizade é essa? — acusa sem tirar os olhos do que está fazendo.

Eu reviro os olhos. Já estou acostumada com esse drama pós dias sem notícia, eu ajo pior, às vezes. Quando, no início do ano, ele fez uma maratona de 24 horas de jogo online, sem deixar que nem a mãe entrasse no quarto, eu brisei total e falei muito na cabeça dele, quando, no dia posterior a maratona, ele abriu a porta, mas invés de ouvir minhas lamúrias, Luís dormiu. Por isso, agora, nem respondo ao seu drama.

E, por ainda não ter levando os olhos para mim, não mediu suas palavras seguintes:

— Já tava achando que tinha fugido pra Bahia pra encontrar seu amado, tava imaginando eu pegando um avião e te encontrando prenha no aeroporto de Salvador. Se o Erik fosse frouxo, eu ia assumir, claro, porque melhores amigos servem pra essas coisas e porque sei cozinhar.

É o quê?

— Luís Henrique, que paranóia é essa? De onde você tira essas coisas? — indago, porém nem quero saber mesmo. Imagina a fonte dessa imaginação toda. — Eu não fui pra Salvador, fui pra Caeté, e o Erik que veio pra cá.

— Cadê o soteropolitano então?

— Do meu lado! — Só então ele ergue seus olhos, alarmado. Seus olhos passam de Erik para mim e se fixam em um ponto do meu corpo. Minha barriga.

— Você não entrou pras estatísticas, não é? — interroga com uma expressão de horror.

— O quê? Não! — Olho para Erik e o vejo confuso, constrangido e ao mesmo tempo com vontade de rir de tudo isso. E ele nem precisa falar nada para que eu note isso. — Só fiquei uma semana fora, não três meses.

— Sei lá, né, mas... Então tudo bem, até porque sou muito novo para ser tio ou pai. — Ele sorri, vai até a pia ao lado, lava as mãos e as seca, depois vem até nós. — Famoso, Erik... Tudo massa? Não queria te chamar frouxo, era só uma suposição mesmo.

— Tranquilo... eu acho. — A mão que não está presa na minha vai até o bolso da sua bermuda num claro sinal de confusão.

— Me mata uma curiosidade? Baiano é doido por farofa mesmo ou isso é um mito, tipo mineiro viver na roça, comer só pão de queijo e ficar com fiapo de mato entre os dentes? — Luís pergunta, semicerrando os olhos.

— Olhe, eu mesmo não vou muito com a cara de farofa, não, man — confessa. — Deve ser mito isso aí. Mas é verdade que vocês não comem só pão de queijo e outras coisas feitas de queijo e falam "uai" o tempo todo? Fui enganado esse tempo todo, Sabrina?

Eu e Luís soltamos um "hahaha" forçado para a falsa piada e eu dou um belisco fraco na coluna de Erik, o qual ele responde com um gemido de dor.

Ela é agressiva, nossa.

— Bom saber que você não mentiu pra mim, guri — Luís se encosta na bancada e cruza os braços magros.

Guri? Alguém avisa pra ele que o Erik é da Bahia e não do Sul?

— Fiz tudo o que podia. — Ergo a sobrancelha, do que eles estão falando? Agora sou eu quem está confusa.

— Saber que você teria grandes chances de vir e não contar nada pra Sabrina foi o pior segredo que guardei — Luís continua, como se eu não estivesse aqui, na frente dele, ouvindo tudo.

Como é que é?

— O quê?

— Lembra daquela primeira conversa minha com Erik logo depois da festa na escola? — Assinto com os olhos semicerrados. Luís se vira para a bancada a volta a mexer com os biscoitinhos de diversos formatos. — Quando eu perguntei se era recíproca toda aquela sua paixão e quais eram as intenções dele, ele disse que já tinha planos para vir pra BH, só não queria que eu te falasse.

Ele dá de ombros. Como se aquela informação fosse irrelevante.

— Eu vou te matar! — Começo a estapear as costas do meu melhor amigo e só paro quando sou puxada por Erik pela cintura. Viro-me para o baiano. — E você também!

— Uai, se matar ele vai dar uns beijos em quem? — caçoa Luís. Volto-me para ele novamente, os olhos arregalados, o fuzilando.

— Ei! Sem confusão na minha cozinha! — Juliana surge, seu avental e seu toque blanche destacando-a dentre os outros da cozinha, como a chefe.

Tia Juliana sempre foi um exemplo de pessoa, de mulher, para mim. Além de decidida, Juliana é mega inteligente, simplesmente incrível. Desde muito antes de sair do Espírito Santo ela já lutava muito pelo o que queria, ainda mais quando se separou e veio pra Belo Horizonte com os filhos. Veio para ficar longe do ex-marido e em busca de uma vida melhor. Só que as coisas aqui na capital mineira não eram tão melhores como se esperava e tentar o negócio próprio foi a única opção para tia Ju, nem de longe foi sorte o que ela tinha, era força de vontade e muita garra. E eu tenho plena certeza que essa confeitaria é algo planejado há muito tempo. Muito antes mesmo do projeto da loja, tia Juliana sempre fui muito independente com tudo e sempre pensa em cada mínimo detalhe. Trazer uma confeitaria onde se poderia passar uma tarde como uma lanchonete vintage é algo inovador em nosso bairro. Ter uma loja própria era mais que um sonho, e agora se tornou uma realidade. Seu sorriso chegam aos seus olhos sem mesmo que ela note e mesmo a ponto de nos repreender a felicidade a circunda como uma redoma. É impossível não se sentir feliz com ela e por ela, também.

Eu vou até ela e a abraço, explico rapidamente o porquê de eu não ter aparecido no réveillon, assim como exclareci a André. Logo em seguida, ela nota Erik atrás de mim.

— Você que é o Erik? — Ela nem espera uma resposta para puxá-lo também para um abraço. — Menino, Sabrina vivia falando de você! Pensa numa pessoa ansiosa!

Obrigada pela exposição, tia!

— Tia Juliana, né? Ela também falava muito da senhora, e eu estava ansioso para ver a Sabrina também. — Erik devolve o abraço, sorrindo para ela.

É muita fofura em uma pessoa só, meu Cérebro!

Depois dos devidos cumprimentos, nós fomos colocar a mão na massa, literalmente. Não sem antes eu tirar algumas fotos dos preparativos ali mesmo, na cozinha, e de pedir ao Luís que guardasse minha bolsa com as câmeras. Logo depois, peço ao Erik para amarrar o avental às minhas costas, faço o mesmo com ele e ainda recebo ajuda para colocar todos os meus cachos para dentro da touca de cozinha que fomos instruídos a colocar. Dividimos bancada com o Luís e ficarmos preparando mais biscoitos amanteigados, algo fácil e que podíamos fazer sem que a tia Juliana soltasse o grito em cima da gente por fazermos algo de errado com suas preciosidades culinárias.

Observo tudo à minha volta enquanto trabalho, minha tia em seu cantinho ou andando para lá e para cá, feliz da vida; Erik ao meu lado direito, nossos braços se roçavam algumas vezes, ainda mais pelo fato do baiano ser canhoto, o único, entre as pessoas mais próximas de mim. Nesses momentos, em que nos tocávamos, nos encarávamos e sorríamos. Quase podia ver de soslaio Luís, do lado esquerdo, revirando os olhos para essas cenas "altamente românticas e melosas", como ele costuma dizer.

Não consigo definir com exatidão porque estou tão feliz. Não sei se é por ter me livrado dos anciões da minha família que deixei em Caeté – e que já soube que não terei que visitar no próximo recesso, em julho, graças a uma viagem que meus avós pretendem fazer ao norte do Brasil – ou se é pelo simples fato de estar com meus amigos e saber que logo mais os outros chegarão para apreciar o lançamento da loja da minha criativa e habilidosa tia.

Talvez seja simplesmente pelas duas coisas, Consciência dá de ombros. E, antes que eu me esqueça, preciso criticar algo: por que dois idosos aposentados escolhem logo alta temporada para viajarem? E por que não foram logo para sei lá, o Irã? Pará é muito perto!

Eu acabo por sorrir de toda a situação.

— Achei que você só sorria feito boba quando recebia mensagem do Erik — sussurra Luís, apenas para eu ouvir, com um sorriso malicioso brincando em sua boca —, não sabia que a presença dele também fazia isso.

— Idiota — murmuro de volta e jogo nele um pouco de farinha de trigo do saco que está na bancada. — Ops.

— É guerra, Sabrina Almeida? — Luís pergunta, semicerrando os olhos e estalando a língua. Em menos de um segundo, uma lufada de farinha atinge meu rosto.

Eu não perco tempo e logo devolvo, sem demora Erik entra na brincadeira, mesmo sem saber a origem disso. Nossa guerra começa, tenho que me dividir em acertar os dois, um de cada lado, e, por mais injusto que seja, eu pareço ser o único alvo nisso tudo.

— Ei! — Tento falar, porém a quantidade de farinha no meu rosto acaba me fazendo desistir. — Parem.

— Eu vou contar até três para vocês pararem e saírem da minha cozinha. — Ouço a voz de tia Juliana sentenciar duramente. Do meu lado, Luís solta um palavrão baixo e assim sei que a mãe dele está mesmo furiosa conosco. — E você, Luís Henrique, vai ficar responsável de lavar todas as louças após o lançamento.

— Mas...

— Sem "mas", vazem daqui. — Eita.

Se ferraram, otários.

Não esperamos mais nada para sair dali, quando chegamos a copa damos de cara com André.

— Vou falar é nada — diz, segurando o riso, e vai para a cozinha atrás de nós.

Entramos num pequeno vestiário, que na verdade é uma pequena sala com alguns armários e com um pequeno banheiro ao lado. Vejo que Luís guardou minha bolsa aqui. E nesse mesmo lugar não conseguimos segurar o riso encarando uns aos outros.

— Eu achei que ela iria nos matar — Erik comenta, sem parar de rir. Eu e ele pegamos dois panos que Luís joga para nós, começamos a tirar a farinha do rosto. — Ela é sempre assim?

— Normalmente só comigo, em todos os casos — responde Luís mexendo em um dos armários e tirando uma muda de roupas de lá. Nós rimos da pausa dramática que ele fez para dizer "em todos os casos". — Ainda bem que eu vim preparado pra me sujar, vou trocar de roupa.

Rindo maroto, Luís entra no banheiro e deixa eu e Erik sozinhos.

— Vem cá. — Erik me puxa e com seu pano tira a farinha contida no meu pescoço e perto da orelha.

— Ajudou o Luís a fazer isso e agora quer tirar, é? — brinco e começo a tirar a farinha dele com meu pano.

— Tenho que convencê-lo que sou uma pessoa confiável, não? — indaga, passando o pano pelo meu nariz. Franzo cenho e fico na ponta dos pés para retirar resquícios do pó da suas sobrancelhas.

— Não precisava convencer ninguém, só a mim, embora eu acredite que o Luís tenha, da forma dele, te aprovado. — Ele para de me limpar e me ajuda a fica na ponta dos pés colocando as mãos na minha cintura. Paro também e guio minha boca até sua orelha. — Mas, só pra constar, eu já estou bem convencida.

Erik sorri, se aproxima e me dá um selinho. Devolvo o beijo sentindo ao final um gostinho de brigadeiro, que comemos enquanto trabalhávamos.

— Vou pedir meus pais pra trazerem uma roupa pra mim e pro Lipe trazer outra para você — digo e ele assente.

Afasto-me alguns passos, viro-me e tiro meu celular do bolso. Desbloqueio o celular e vejo que já tem algumas mensagens dos meus amigos – dizendo que vão se atrasar um pouco – e do meu pai, entro na conversa e sorrio no ato.

[Paizito]

Paizito: [Imagem] Fotos impressas, peguei hoje mesmo.

Paizito: [Imagem] Entregue com sucesso.

Paizito: [Imagem] Boa sorte, minha filha.

Todas as três mensagens têm selfies dele, a primeira com as fotos que tirei para a semifinal do concurso; a segunda, ele com um envelope e no fundo o prédio da Belô Fotografias; e na última, ele mandando um jóia com o dedão erguido enquanto sorria.

Por que mesmo o Eduardo ensinou as diversas funções – não tão práticas – da câmera frontal para o papai?

Sasá: Obrigada, pai! Hahahahah tô adorando essas fotos, salvando todas na pasta de memes

Sasá: Será que tu pode trazer uma muda de roupa para mim quando vier para inauguração? É que rolou uma baguncinha por aqui :x

Paizito: [Imagem] Memes? O que é isso?

Paizito: Baguncinha? Explica isso.

Sasá: E essa mão no queixo? Hahahaha Memes são, de maneira bem simples, fotos engraçadas que usamos em diversas situações.

Sasá: Baguncinha = Cozinha da tia Ju + Farinha + Luís + Erik

Paizito: [Imagem] Erik...

E lá vem mais uma foto dele com os olhos semicerrados. Eu prendo o riso em cada uma das fotos.

Paizito: Levo a roupa sim, meu bem.

Sasá: Obrigada de novo, pai! ❤

Certo, agora é só falar com o Felipe.

[Felipe F.]

Sasá: Oii, Lipe! O Erik pediu para você trazer uma muda de roupa pra ele quando tiver vindo pra cá.️

Felipe F.: VOCÊS JÁ ESTÃO NESSE NÍVEL DE RELACIONAMENTO? MEU PRIMO É UM ATACANTE ARTILHEIRO MESMO, VEY

Queria...

Sasá: Q? Não, Lipe, para, você tá viajando mais que o Luís.

Felipe F.: Quero saber essa história aí quando eu chegar.

Felipe F.: Esquece! Quero nada, não gosto de ficar sabendo das intimidades dos outros.

Aceno com a cabeça, tentando disfarçar o rubror, muito embora não precise, e tiro o avental vendo a sujeira que a farinha fez na minha camiseta lilás, por ser clara, dá para tirar o excesso e ficar com ela até meu pai chegar. Uma lufada de farinha vem até meu rosto e eu acabado espirrando. Levo meus olhos até Erik e noto – como se fosse possível não perceber estando a centímetros dele – que ele tirou sua camisa, depois de deixar o avental de lado.

Oi, Erik seminu.

📷📱📌

— Hã? Err..., 'ocê quer que eu saia? — pergunto e só depois noto o quão ridícula é essa pergunta. E mais ridículo ainda é eu não conseguir desviar meus olhos dele.

— Você tá mesmo constrangida? Eu sempre estava sem camisa quando conversávamos por vídeo. — então ele fazia de propósito? Hmm. Ele ri, balança a blusa mais uma vez e volta a colocá-la. Certo, agora consigo raciocinar direito. — E eu só ando assim na Bahia.

Calor e essas coisas, né? Te entendo, estou sentido agora.

Consciência!

Eu sei o quanto o que se passa é um tanto cômico, mas nem mesmo eu estou entendendo porque estou tão encabulada e ao mesmo tempo com uma vontade, na verdade um desejo, de me aproximar.

Aqui na sua mente nos chamamos isso de hormônios aflorados e libido em alta.

— É que... — Eu não sei como explicar tudo isso. Eu não sei nem se é possível tentar explicar. — É que agora você está tocável.

— Você quer me tocar?

— Sim! Quer dizer... não! Não é isso. — Meu Deus, por que eu sempre complico as coisas quando abro a boca? — Será que a gente pode mudar de assunto?

— Opa, tô interrompendo uma DR aqui? — Luís sai do banheiro quase sem ser notado. Ele coloca a roupa suja em uma sacola e joga em um dos armários, depois vai até um espelho para ver se ainda tem alguma migalha de farinha no cabelo.

— Tá mais para o contrário disso — Erik responde a ele, rindo, mas sem tirar os olhos de mim, isso me faz querer cobrir o rosto com meus cabelos, porém estes estão presos dentro da touca.

— Credo — resmunga Luís, e eu e Erik rimos. — Vou lá ver se a fera acalmou, mas acho que não tem mais nada para fazermos sem que a gente corra o risco de sermos mortos, só esperar até a inauguração mesmo.

Luís saí do quartinho em seguida, sumindo no corredor.

Para quem estava com medo de nós voltarmos grávidas até que o Luís está comprindo bem o papel de nos deixar sozinhas com o Erik, né?

— Para onde vai me puxar ou o que vamos fazer até a hora do lançamento? — Erik indaga e se põe a eliminar a distância entre nós. No caminho, tira a touca de seu cabelo e faz o mesmo com a minha, deixando-as sobre uma pequena mesa, no canto. Suas mãos, no entanto, voltam para meu cabelo, penteando-o com os dedos.

— Me desculpa por ficar te puxando para lá e pra cá, é que eu quero te levar e te mostrar pessoalmente tudo que eu falava ou apenas mostrava por mensagens e fotos. — Ele balança a cabeça e me olha como se dissesse que eu não preciso me desculpar por nada. — Bom, meus amigos, meus pais e seus primos vão chegar daqui a pouco e a gente não vai ter tempo para mais nada.

— A gente deveria aproveitar esse tempo para fazer vários nadas. — A sobrancelhas de Erik se arqueam e eu levo minhas mãos ao seu pescoço. Por fim, ele se aproxima ainda mais. — Tipo esse nada... — E sela meus lábios com os seus rapidamente. — E esse... e esse... mais esse.

📷📱📌

Sigo com tia Juliana até a entrada da loja com minha câmera digital a tiracolo para fazer mais algumas fotos, agora com a dona de tudo isso. O sorriso de Juliana toma seu rosto quando chegamos à fachada delicadamente planejada para combinar com o interior do lugar, com o grande letreiro com a logomarca e o nome "Doces da Ju" ganhando notoriedade no topo.

Tia Juliana ergue o pequeno quadro que segura e, com o giz na outra mão, escreve "Aberto" e o apoia ao lado da porta, perto de pequenos vasos de plantas que completam a decoração da entrada da confeitaria.

— Agora sim! — exclama, confiante, mas no instante seguinte seus ombros se retraem. — Espero que as pessoas realmente venham, preparei tudo com tanto carinho.

— Relaxa, tia, você viu a movimentação que os meninos fizeram no Facebook, muita gente confirmou presença no evento — reconforto-a, apertando seus ombros, e sorrio. — E se não vierem, acho que todos que intimei a vir já enchem o salão e talvez as mesinhas daqui de fora também.

— Já disse que a melhor coisa que Luís fez em toda a vida dele foi virar seu amigo? — Nego, dizendo que hoje ainda não, e ela sorri e beija minha testa. Ligo a máquina e fotografo uma Juliana sorridente apoiada na porta, com o quadro ao seu lado. — Acabou o momento paparazzi, vou olhar se o bolo de cenoura já está pronto.

Assim que minha tia entra, olho o relógio no meu pulso. 14:56. Ergo os olhos e vejo um carro despontar na esquina, tão logo o identifico como o da minha mãe. Sorrio e vou para o meio fio esperar por eles. No carro, vem minha mãe, meu pai, Edu, Arthur e Danielle – parece que os pais dela estão revendo seus conceitos, não é?

— Ainda bem que você veio antes, ou precisaríamos de um mini ônibus! — meu pai brinca, dando um beijo na minha testa. Ele ri, quase sem graça, e pergunta: — Qual a senha do Wi-fi?

— Pai! Você tá pior que eu! — Gargalho enquanto entramos. Minha mãe está conversando com Arthur e Danielle, que andam de mãos dadas, ao mesmo tempo em que observam salão.

— Você só diz isso porque agora seu amiguinho saiu da tela do celular e resolveu vir pra cá — resmunga cruzando os braços, pisco um dos olhos e o abraço de lado. — Fiquei sabendo que ele torce para o Bahia, os pais e avós mineiros dele não ensinaram a torcer certo?

— Você foi stalkear o Erik, pai? — Eu rio.

Eu mar, eu lagoa, eu cachoeira, eu oceano?

Ah não.

— Stalke-o-quê? — Meu pai encara-me, confuso.

— Deixa pra lá. — Aceno, rindo ainda mais. — E minha roupa?

Minha mãe ouve a conversa e me entrega uma sacola, desvio do grupo e vou para o vestuário mais uma vez, troco de roupa no banheiro, colocando um vestido de fundo verde-água e com flores rosa, de alcinha e justo, não chega aos joelhos, mas também não é tão curto assim.

Quando retorno para o salão, Felipe e Clara já chegaram, assim como outras pessoas. Ao meu lado, numa mesa mais ao fundo, está o que Eduardo, quando chego lá, chama de "meu clã". Resumidamente, todos que eu incitei fervorosamente a vir. Sento com eles, entre Luís e Erik novamente, numa das beiradas.

Algumas horas depois, as outras pessoas já vão indo embora e apenas a nossa grande mesa, a junção de três mesas quadradas, permanece cheia. Eu registrei diversos momentos da tarde, as lâmpadas amarelas penduradas dentre pequenas espécies de abajures trançadas trazem uma luz necessária para as fotos, assim como toda a decoração a minha volta. A medida que as pessoas chegavam, eu fotografava, e fiquei bastante tempo em pé, porque, como esperado, a inauguração foi um sucesso.

Juliana finalmente dá uma pausa em tudo e permite a si mesma sentir-se e desfrutar dos doces que ela mesma fez. Com uma taça e uma garrafa de vinho em mãos, senta-se na nossa mesa, logo depois chama seus dois funcionários, Helena e Lucas.

— Isso aqui ficou ainda mais bonito do que eu tinha imaginado, Ju — Arthur comenta, orgulhoso do trabalho dele, da minha tia e do meu pai.

— Adorei a pequena estante embutida ali com alguns livros, as pessoas vão lotar aqui para passar a tarde — Dani observa e eu apenas vejo o sorriso de tia Ju crescer ainda mais e tomar destaque acima do cansaço de ter corrido por todo o dia.

— Obrigada, de verdade, por terem vindo. — Juliana se manifesta depois de ouvir todos os elogios e recebe toda a atenção. — A presença de vocês é importantíssima para mim e consigo notar o quanto sou querida.

Eu sorrio, sendo acompanhada por todos os outros. A conversa continua, seja paralela ou envolvendo todo mundo. Um tempo depois, o telefone da minha mãe toca e ela sai da mesa. Não dou muita atenção e continuo ouvindo como Arthur e Danielle deram um jeito de se encontrarem no réveillon e a reclamação de André por ter sido assaltado ao voltar da festa na Praça da Estação. Um dos meus sonhos é ir à festa da virada na Praça da Estação em um ano que Skank for tocar lá, mas sabendo dessas histórias de assaltos e outras coisas durante esses eventos, meus pais nunca deixaram.

Quando minha mãe volta, seu olhar está entre preocupado e alegre.

— Sua tia acabou de ligar, a Sophia tá pronta pra nascer — anuncia, sorrindo.

📷📱📌

Oiii, pessoal, depois de duas semanas fora retornei com um capítulo novo e já aviso, serão nessa base os outros porque depois de longos capítulos separados, o casal principal finalmente tá junto. Espero que não fiquem enjoados com tanto doce :v ainda tem algumas tretinhas passageiras vindo aí.

Até o próximo!

P.S.: Publiquei um conto na Amazon, o "Maureen (não) vai casar" ele está disponível, ainda, pela última semana, aqui no Wattpad, mas depois só lá na Amazon mesmo ou pelo Kindle. Se puderem baixar/comprar ou recomendar eu agradecerei muito!

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