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Capítulo 32 - Resultados

Sento na cadeira de espera e pego meu celular no bolso apenas para rodá-lo em mãos. Estou de volta ao aeroporto de Confins, dessa vez não para receber Letícia, no entanto. Na verdade, eu não tenho certeza do porquê estou aqui, sozinha, esperando alguém. Por que, normalmente, em lugares como esse, esperamos por uma pessoa, certo?

Espera. Onde está a Consciência?

Sem resposta, pressiono o botão para desbloquear o celular em busca de uma resposta. Talvez alguma mensagem. Mas ele se encontra desligado, e nem mesmo liga momentaneamente para mostrar a ausência de bateria. Merda.

Duas coisas que me apavoram: estar sozinha em um lugar que pouco conheço e estar sem carga no celular. E há outra uma coisa que me aterroriza mais ainda: a união dessas duas coisas.

Pessoas passam por mim como vultos, não consigo enxergar ou focar em rosto de ninguém. Olho para o painel com horários e números de vôos e apenas um me chama atenção.

Desembarques:

12:20 Salvador - BA - Portão B

O quê? Levanto-me de sobressalto. Procuro por um relógio e o vejo sobre a bancada de atendimento. 12:29. Volto meus olhos para a porta de desembarque. Algumas pessoas, ainda sem rostos, começam a sair por ela, desordenadamente, como um nevoeiro e eu me perca com a pouca visibilidade. No entanto, algo me prende ali, com os olhos a espera de alguém. De alguém da Bahia. Do Erik.

É então que vejo cabelos negros despontando e destacando-se entre a multidão densa. Dou um passo à frente e seguro meu celular com mais força. Além dos cabelos, passo a ver mais da pessoa, os lábios e então o sorriso mínimo, de lado, mostrando uma covinha. É ele!

Enfim ele me encara, passa através daquela multidão e fica em minha frente, segurando uma pequena mala e sorrindo largamente. Já eu não sei o que sentir, o choque me atinge e eu aperto meu celular com ainda mais força. Ele está aqui, a poucos metros de mim.

Quilômetros se transformaram em metros, e assim nossa distância se reduziu a passos. Foi como um teletransporte, ele saiu do meu celular, do plano virtual, e se materializou aqui, em minha frente, real. Ele saiu do virtual e se tornou real.

Meus olhos descem para o aparelho em minhas mãos, que estão com as articulações esbranquiçadas por causa do aperto. Dou mais um passo e então me vejo a apenas mais três de alcançá-lo. Eu sorrio ao vê-lo sorrir para mim, ainda calado, e então chamo pelo seu nome, enquanto minimizo nossa distância a centímetros.

— Erik... — sussurro, pronta para abraçá-lo fortemente e não soltá-lo mais.

E então, como um sopro de vento em meio a névoa, ele desaparece antes mesmo que eu o alcance.

— Erik... — repito, quando acordo. Respiro fundo, levo minhas mãos à cabeça e resmungo: — Só um sonho.

Meus olhos não precisam se acostumar com a claridade, o quarto está numa perfeita escuridão. Luz apagada e as cortinas roxas e pesadas cobrindo qualquer claridade que possa vir das janelas. Além disso, pelo barulho, sei que está chovendo e o céu não deve estar muito claro.

Olho para o teto, especificamente para as borboletas quimiluminescentes, e sorrio por não desviar o olhar durante uns cinco minutos. Elas estão mais vibrantes que o normal por causa da escuridão do cômodo. Ao forçar a vista é como se pudesse vê-las voando à minha volta. Quando os primeiros incômodos vêm, rolo na cama e me levanto para puxar a cortina.

O céu está cinza, com uma neblina cobrindo as montanhas bem lá no fundo enquanto a chuva choca-se com o vidro da janela. Lembro-me do sonho e de como Erik desapareceu como um sopro, balanço a cabeça, espantando essa memória.

Pelo menos eu tenho certeza que o que ele disse ontem não foi um sonho. De que ele vai vir para cá em breve. Pego meu celular e vejo foto das duas passagens aéreas, porém com a datas cobertas; mais um mistério que ele está fazendo.

A partir daí eu criei milhares de possibilidades do nosso primeiro encontro: eu indo buscá-lo no aeroporto, como no sonho; ele batendo na porta da minha casa na véspera do Natal e dizendo: seu presente sou eu – ok, quem considerou isso foi a Consciência, não eu, muito embora sejamos a mesma pessoa; e ele dizendo para eu não ter medo e ir encontrá-lo na casa dos seus avós que moram em algum bairro daqui que eu nunca indaguei qual é para não acarretar uma onda de ansiedade.

E com essa última possibilidade, veio a pergunta: eu teria coragem de ir de encontro a ele? O que eu faria quando chegasse lá? E se tudo não passou de uma grande brincadeira de mal gosto?

Cheguei até mesmo a acreditar que ele poderia aparecer sábado, no meu baile de formatura, antes mesmo de ouvir dele que viria, porém nenhum sinal do meu baiano. Apenas comi, tentei convencer o Luís de dançar comigo, vi Danielle e Arthur no maior love e, após a festa ter continuado no jardim da tia Juliana, Arthur passar mal por beber algumas latinhas de cerveja com o André, não que a gente achasse certo.

Se Erik aparecesse, nós dois dançaríamos durante todo o baile – ele sabe dançar? –, iríamos relembrar alguns dos momentos da nossa relação virtual, ele iria contar como foi a viagem da Bahia até aqui... e então iríamos todos para a casa da tia Juliana. A gente se sentaria lado a lado, ele com o violão velho – que André ganhou do pai, mas nunca chegou a aprender a usar – no colo. Erik tocaria uma melodia qualquer enquanto o Arthur pagaria um mico se declarando para Danielle por causa da bebida e porque ele sabia se fofo às vezes, Luís estaria revirando os olhos duas vezes por minuto, e riria enquanto gravava tudo, e André só ficaria com sua garrafa de cerveja, num canto, rindo da cena e relembrando seus tempos de adolescência como se fosse um idoso.

Balanço minha cabeça mais uma vez para espantar minhas paranoias, não preciso pensar nisso, não agora. E minha formatura e baile já passaram, agora meu pensamento está no próximo ano, no ensino médio.

Vai ser tão bom quanto pastel acompanhado de caldo de cana! Vamos ficar neuróticas por causa de notas e matérias acomuladas, teremos 3 anos (!!!) para decidir nosso futuro e simplesmente conviver tanto com gente legal quanto com pessoas que parecem querer nos derrubar a cada passo. É, vamos amar o ensino médio.

Consciência, você é tão... positiva! E até hoje não sei o que tem contra essa especiaria mineira que é pastel e caldo de cana.

Volto à minha cama desarrumada, lançando-me sobre ela. Olho as horas e nem me assusto por ver que já são 11 da manhã, ficar conversando com o Erik até três da manhã me fez desmaiar de sono. Noto que há algumas mensagens no grupo da família e já corro para ver o que é.

[Família Almeida e CIA]

Tia Rafa 👶: O resultado enfim saiu!

Tia Rafa 👶: Estou a caminho de BH pra buscar.

Aí meu Deus!

É dia 15, eu quase me esqueci! Já era para o resultado ter saindo há, no mínimo, uma semana, mas por causa de mais um erro médico na hora da coleta das amostras da tia Rafaela, o teste teve que ser refeito, fazendo com que ele só saísse essa semana.

Minha tia já voltou a Sabará seguindo instruções dos médicos, e apenas carece de repouso e alimentação regulada para a bebê nascer saudável e no tempo certo. Rafaela e Sophia estavam bem o suficiente para sair do hospital e aguardar o próximo alerta para retornar, afinal, deixar uma pessoa elétrica como minha tia durante quase dois meses numa cama de hospital não era uma opção esperta. Em um dos seus últimos dias lá quase matou um dos enfermeiros de susto ao começar uma festinha num dos quartos vizinhos para um garotinho internado ali há um tempo e que faria aniversário.

Mãezoca: Venham com calma, está chovendo na capital, a Sabrina vai estar em casa o dia todo por causa das fotos que vai fazer com a tia Eunice.

Tia Nice: E só para avisar: já estou chegando, sobrinhos.

Levanto em um pulo, havia quase me esquecido, também, que tinha marcado com a tia Eunice e a Antonieta de tirar algumas fotos para a semifinal do concurso. Elas representarão a família com casal homoafetivo e também entrarão no grupo da terceira idade. Na semana passada, eu fui no Hospital Mário Penna, depois de tia Juliana ter combinado com a Maju e o Takashi, e ali mesmo tirei as fotos daquela grande família com laços tão fortes quanto qualquer família de sangue.

Sigo para a cozinha e no meio do caminho encontro meu irmão com os olhos vidrados em um desenho. Eduardo pretende ir para casa dos nossos avós apenas depois do réveillon, enquanto isso vigiamos um ao outro e em casos extremos temos a superior Juliana para tomar conta de tudo.

— Ei! — chamo Edu, depois de não achar nada para matar minha fome e que ao mesmo tempo não me impedisse de almoçar daqui a pouco. — 'Cê tá com fome?

— Tomei café agora...

Parece que não foi só a gente que dormiu até tarde.

— ... não dava para dormir com você soltando risada a cada 5 minutos durante a madrugada — Eduardo continua, fazendo-me arregalar os olhos e quase engasgar com o morango que tinha lavado há pouco e colocado na boca em seguida. — Fui obrigado a ficar jogando até tarde.

— Pivete! — ralho e jogo nele um pedaço de papel que estava sobre a bancada. — Quero só ver o que a mamãe vai fazer quando souber que tu ficou até tarde jogando vídeo game! — provoco e semicerro os olhos, levando os morangos num pequeno recipiente e um potinho de iogurte para a sala.

— Quero só ver o que a mamãe vai fazer quando soube que você ficou até tarde conversando com seu namoradinho — ele me imita, copiando até mesmo minha voz de forma estranha, apenas mudando o final. — Ou nossas madrugadas cheias podem ser nosso segredo.

— Desde quando você se tornou esse ser que suborna a irmã? — indago aumentando um oitavo da minha voz para demonstrar minha indignação com o que acabei de ouvir.

E então, para fazer meu queixo cair, como o personagem do desenho que está sendo televisionado, ele revira os olhos.

Desconfio que esse menino esteja a andar muito com Luís Henrique...

Aceno com a cabeça, rindo. Meus olhos recaem sobre a árvore de natal, falta menos de uma semana para o Natal e nós a montamos nesse fim de semana, é uma tradição que eu gostava de seguir. Até mesmo tirei uma foto de nós quatro, quando a árvore já estava pronta, porém, diferente das outras que reservo em meu quarto, essa eu preguei na própria árvore, como um dos enfeites. Foi um momento em família que não foi preciso conversar sobre qualquer assunto sério, onde minha mãe tirou totalmente o cargo de psicóloga da sua postura, meu pai não planejou como a decoração devia ficar e eu e meu irmão não brigamos por bobeira, e que não precisava de qualquer explicação em post it no verso de um filme fotográfico. Foi espontâneo e único. Nossa família não é perfeita, tem brigas como qualquer outra, mas em momentos como aqueles tudo é deixado para trás. Tenho para mim que a magia do Natal faz isso acontecer.

Termino meu lanche fora de hora e sigo de volta para o quarto para pegar meus aparelhos de fotografia para esperar a tia Eunice e a Antonieta.

📷📱📌

— Acho que a gente pode aproveitar a chuva e fazer umas fotos na rede, lá na varanda — comento carregando o tripé e com minha câmera pendurada no meu pescoço. — A chuva tá mais fraca e lá não molha muito, o teto cobre.

Tia Eunice e Antonieta assente e vão de mãos dadas para o lugar indicado por mim, sentam-se na rede buscando a melhor posição. Meu objetivo em tirar uma foto aqui não é apenas um acaso, a chuva atrás, o desafio com a iluminação da única luz amarelada que incide nelas e clarea os olhares das senhoras que se encaram com ternura. Foi proposital. No fundo, toda a confusão do mundo, o céu revolto, escuro e meio sombrio; na frente, o foco, elas sorrindo, vencendo barreiras e juntas. Amantes.

Posiciono a câmera no tripé, sorrindo, e indico como elas devem se posicionarem. As fotos que tiro são muito mais do que uma mera montagem de cenário, iluminação, foco e ângulo. São, como eu já disse uma vez, minha forma de contar histórias, ainda que para o resto do mundo seja um mero registo. Gosto do poder de imortalidade que a fotografia tem, como o garotinho do Instituto, o Jean, tinha dito, nas fotos todo mundo é eterno.

— Podem virar para mim — peço estudando as últimas fotos. Ficaram boas, mas quero testar outras. — Não se abraçem, apenas se apoiem uma na outra, com os ombros, cabeças... e olhem um em ponto específico além de câmera. — Espero que façam o que digo, mas não encontro com um ângulo e iluminação tão boa como imaginava. Preciso de outra coisa. — Peraí só um pouquinho.

Corro até dentro de casa, Eduardo ainda está na sala, com o notebook dos nossos pais no colo. Procurando onde meus olhos alcançam, porém não encontro o que procuro.

— Edu, tu sabe onde 'tão aqueles piscas piscas que a mamãe não quis usar porque algumas lampadazinhas estavam falhando? — Ele me olha antes de apontar para uma caixa de sapato na estante da TV.

Pego a caixa, de dentro dela tiro os piscas piscas meio defeituosos e corro para o lado novamente. Procuro por uma tomada e agradeço meu pai por ter pensado bem e escolhido uma casa com tomada a cada dois metros e até mesmo na varanda. Conecto e sorrio vendo as luzes acenderem uma a uma.

— Segurem no colo, tentando deixar na frente as acesas — instruo vendo-as assentir olhando confusas para o acessório. — É que algumas queimaram. — Dou de ombros e vejo-as fazendo o que pedi, retorno para trás da câmera e focalizo, como Allegra ensinou. — Assim. — Click. — Ótimo.

— Por que escolheu aqui fora? — Antonieta pergunta com a voz carregada de sotaque cearense.

Sorrio, observando que a chuva parou, e tiro mais uma foto.

— Minha professora disse que é bom nos desafiar, fotos em ambientes externos e ainda mais como o céu está hoje, então... — digo lembrando-me da aula no terraço em um dia de céu nublado, tem mais motivos, mas creio que não precisa ser tido. — Sabe? Fazer algo fora da caixinha, arriscar.

— Então você vai arriscar se preciso? — tia Eunice indaga, com uma sombra de sorriso no rosto. Enquanto não respondo, ela pega o fio do pisca pisca e circunda Antonieta curiosamente, depois lhe dá um beijo na bochecha. Antonieta, sua luz.

Ergo as duas sobrancelhas por notar um certo sentido oculto na fala e na sombra de sorriso de minha tia. O movimento dela me dá mais tempo para pensar. Então a dedução de tudo me toma e, mais uma vez, faço uma expressão de indignação.

— A tia Rafaela já contou tudo??? — No entanto, antes que minha tia-avó responda, ouço o som de buzina vindo da frente da casa. — Só pode ser ela. Acho que consigo montar algo legal com as fotos que tenho, muito obrigada, tias!

Voltamos ao interior da casa no mesmo instante em que Eduardo abriu a porta da sala e minha tia surgiu, com tio Daniel ao seu encalço. Os cumprimentos são feitos e eu já estou mexendo uma mão na outra de ansiedade.

— E então? — pergunto, sem me conter.

— Ainda não abrimos... — ela diz, indo logo se sentar seguindo as instruções médicas. — Queremos fazer isso com você e com a Letícia.

Eu assinto e peço o notebook que o Eduardo estava usando. O desejo de Letícia e Rafaela é que elas vejam juntas o resultado, mesmo que ele seja negativo. E preciso de pouco para realizá-lo. Seria bem melhor usar o meu computador no meu quarto, porque não precisaria fazer o login, mas o espaço lá é pequeno e incrivelmente hoje minha memória resolveu colaborar e eu só errei a senha duas vezes antes do acesso ao Skype ser permitido. Tão logo início uma conversa por vídeo com Letícia, que está prontamente online e não demora mais que um minuto para aceitar.

Sua imagem logo ganha foco na tela, porém ela não está sozinha, muito pelo contrário. Todos os seus irmãos estão ali e seus pais adotivos também, pelo pouco que se pode ver, devido o amontoado num total de oito pessoas que tentam ser visíveis pela câmera da webcam, eles parecem estar na sala, de onde Letícia já se comunicou comigo outras vezes.

— Oi — todos cumprimentam simultaneamente e nós, do lado de cá, sorrimos, acenando.

Durante estas duas semanas minha tia e Letícia vinham se comunicando bastante, meus tios conheceram os pais adotivos da minha prima e todo o time de futsal que são os irmãos dela. Em tão pouco tempo elas criaram um laço forte, no entanto, não sei se um "negativo" irá abalar tudo isso. Eu tentava manter o pensamento no "positivo".

— E então? — Letícia incita, tão ansiosa quanto eu.

Tia Rafaela parece acordar de uma transe e enfim abre o envelope em seu colo. Ela retira um papel simples de lá, corre seus olhos vagarosamente pela folha até chegar ao final. E então, ela sorri.

— Positivo.

📷📱📌

A comoção foi geral, minha tia, enquanto chorava, recebeu um abraço forte do marido que tratou de acalmá-la em prol da saúde dela e do bebê. Do outro lado da tela, Letícia não estava muito diferente, ela abraçava os pais, que ainda olhavam meio incrédulos para a tela do notebook, mesmo depois de eu ter exposto o resultado a frente da câmera para eles verem com clareza.

Uma de suas irmãs, a mais nova, Eliza, não entendia porque Letícia estava chorando e começou a chorar também. Bárbara, a mais velha depois de Letícia foi a acalmar. Dayse, a do meio e mais próxima da minha idade, estava estática, mas sorria, assim como os garotos fisicamente opostos, Tyler e Guilherme. Do meu lado, Eduardo está sorrindo, feliz com a certeza que possui uma nova prima, tia Eunice e a namorada fazem o mesmo, e meus tios continuam abraçados.

— Lety — eu chamo enxugando minhas próprias lágrimas.

Ela se afasta dos pais e volta a se aproximar do computador, os olhos brilhantes e os lábios trêmulos, ou talvez seja minha imagem refletida na tela. Lágrimas rolam através dos olhos e ela tem que tirar seus óculos, pede desculpas, e eu só aceno com a cabeça. Sem óculos e com gotas salgadas preenchendo seus olhos, a coloração verde deles se torna ainda mais evidente.

— Obrigada — ela sussurra, com a voz entrecortada. — De verdade! Você me deu algo que eu sempre procurava.

— Somos primas! — constato, sorrindo largamente.

— Filha — a voz de tia Rafaela nos chama a atenção, os dois pares de olhos verdes se encaram imediatamente. Eu sorrio, apertando sua mão de leve. — Você vai voltar para cá?

Esse é um assunto delicado. Letícia, no aeroporto, havia dito que precisava pensar e que não tinha previsão de retorno até que saísse o resultado da faculdade – e que esse fosse positivo, assim como o teste de DNA. Só que tudo se torna mais concreto agora que um dos resultados saiu e foi satisfatório para ambas as partes. Minha tia acreditou que a filha estava morta antes mesmo que tivesse a chance de tocá-la pela primeira vez, e Letícia sempre buscou pela sua verdadeira história e por sua família biológica. Agora as histórias se cruzaram, seja por peça do destino ou quem quer que seja que mexa nos trilhos das nossas vidas, o mais lógico agora não seria que Letícia e seus pais biológicos tivessem a chance de criar os vínculos que não tiveram chance no passado?

— É complicado, Rafaela — Letícia murmurar e noto sua limitação em usar vocativos parentais ou até mesmo se virar e encarar seus pais adotivos.

Não poderiam nos esquecer deles. O casal português adotou Letícia com boas intenções e aposto que, mesmo apoiando a filha mais velha na sua busca, não queriam ter que se distanciar dela assim. Tanto para faculdade quanto para proporcionar aos pais biológicos dela a chance de a conhecerem melhor.

— Acho melhor vocês conversarem sobre isso... — antes que eu consiga terminar minha sugestão, sou interrompida por um barulho na porta e tão logo um André cansado e ofegante surge, vindo direto até onde estamos.

— Positivo?

De onde esse homem saiu?

Parece até que Letícia está com dúvidas sobre gravidez, fez um teste e ele necessita do resultado para saber se desmaia ou suspira aliviado ou frustrado.

Lá vem você de novo com essa história de gravidez...

— Positivo. — Letícia acena, sorrindo para ela, e eu concordo com a cabeça.

— Parabéns, meu amor — ele devolve e parece ignorar as pessoas ao seu redor para focar. — Fico feliz que tenha encontrado sua família biológica e que agora tenha mais um motivo — ele solta uma risadinha guardando uma piada interna deles — para voltar para Minas.

Lety ri, voltando a derramar algumas lágrimas, e balança a cabeça para André. Vejo seus irmãos com grandes pontos de interrogação estampados em suas expressões faciais.

— Obrigada, lindo. Agora não é só a UFMG e seu corpo nu que me atraí em BH — Letícia solta, sem contenção.

— Letícia! Bah! — sua mãe portuguesa repreende. — Crianças na sala.

Acho metade das pessoa de ambas as salas ruborizou ou engasgou, mas dois em específico tossiram, limpando a garganta fazendo um barulho exagerado. Tio Daniel e Thales, pai português da Lety.

— Ah, parabéns, sogrinhas — André sorri, notando as outras pessoas nas salas, até que engole em seco, duas vezes. — E sogrinhos.

Eu sorrio, escondendo meu rosto entre meus cabelos. Que bom que quase tudo se resolveu e o resultado foi positivo, não que a história de Lety seja deixada para trás, mas agora eu tenho outra coisa com que me preocupar: convencer meus pais a desistirem da ideia sem cabimento de ir para Caeté e controlar a ansiedade enquanto aguardo a chegada de Erik.

📷📱📌

Oi, pessoas! Eu sei que é a segunda vez que atraso o capítulo em mais de uma semana, mas foram uma série de coisas que me impediram de escrever e eu só posso recompensá-los com capítulo. Enfim, o resultado do DNA saiu e a ida de Erik para BH está próxima, mas será que quando ele chegar Sabrina vai estar lá?

O livro está quase chegando a marca de 50k de leituras e eu só tenho a agradecer a cada de vocês, e fico muito feliz por estarem gostando (afinal, aguentar 32 capítulo e não gostar é meio nhen, né?)! Obrigada de coração e consciência ❤

Até o próximo!

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