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Capítulo - 31

No momento que estávamos prestes a entrar no elevador, o CEO responsável pela filial da Calvin Klein de Washington estava saindo dele – mesmo sendo domingo –, abrindo um imenso sorriso por ter tido tempo de encontrar a Anastásia, levando-a para a sua sala, pois precisava muito conversar com ela e isso tem mais de quarenta minutos.

Aproveitando esse tempo que estou sentado nesta recepção, observo o ambiente e percebo que ainda não pensei o que pretendo fazer da minha vida depois que Ana e eu nos casarmos, até porque eu abri mão não apenas do meu amor de adolescência, quando decidi entrar para o Seminário, fugindo de um sentimento que eu julgava ser proibido, mas também de cursar Direito como havia pensado antes de iniciar o meu curso de Filosofia.

Contudo eu cheguei à conclusão que não pretendo me dedicar a uma sala de aula, sendo Professor, e isso me faz perceber o quanto eu perdi da minha vida, fazendo dois cursos que não me deixam de fato satisfeito com a minha formação. Porém eu não posso mudar o passado, sendo que a escolha de seguir por esse caminho foi totalmente minha, mesmo que eu tivesse sido alertado que poderia me arrepender futuramente e estou começando a sentir o gosto amargo das decisões erradas, por não saber o que devo fazer.

Frustrado eu nego com a cabeça e respiro fundo, deixando para pensar sobre isso depois, no momento que a porta é aberta e me coloco de pé para receber Ana, que se aproxima com seu sorriso que tira qualquer peso ou dúvida que há dentro de mim, afinal, estando com ela, eu sou capaz de fazer qualquer coisa, independente do que seja.

– Desculpe-me pela demora, Amor. – Nego com a cabeça e sorrio, recebendo um selar rápido em meus lábios.

– Não tem problema, mas está tudo bem? – Ela assente e retomamos nosso caminho para o elevador.

– Está sim, o Senhor Hodges ficou sabendo por Paolo que eu estaria encerrando a minha carreira como Modelo na Le Pallé Moldels e com isso pensou que eu poderia fechar um contrato exclusivo com eles, mas eu já deixei claro que este foi o meu último trabalho fotográfico e que estarei me desligando em definitivo da Profissão.

Apenas assinto enquanto saímos do elevador e entramos no carro, pois essa não é a primeira vez que ouço Ana dizer que encerrará sua carreira de Modelo, além de ter aceitado o meu pedido de casamento e decidido a continuar morando em Washington sem nem mesmo ter hesitado.

Contudo, por mais que eu não me sinta confortável com a sua profissão – principalmente depois de assistir um ensaio fotográfico como o de hoje –, eu não quero que ela mude a sua vida ou desista da sua carreira, acreditando que precise escolher entre o nosso amor e a profissão que vem exercendo desde que foi morar em Milão.

– Ei! O que aconteceu para você ter ficado tão sério assim? – Desvio a minha atenção rapidamente do trânsito para olhá-la e respiro fundo.

– Hoje mais cedo, antes de sairmos da Boate do Breno e quando eu saí do Estúdio por um momento, você havia dito que iria deixar a sua carreira como Modelo e que aquele seria o seu último trabalho fotográfico, confirmando as suas palavras recusando o contrato com a Calvin Klein. – Ela assente, mesmo que eu não estivesse fazendo uma pergunta. – Essa decisão em encerrar a sua carreira de Modelo, por um acaso tem haver com o fato de que iremos nos casar?– Ela sorri e nega com a cabeça, pegando em minha mão.

– Não, Christian! – Ela suspira ficando alguns minutos em silêncio, mas logo decide esclarecer as minhas dúvidas. – Lucca e eu sempre falamos sobre isso, que iríamos "aposentar" assim que eu me formasse, pois como o Tyler disse, a nossa profissão tem uma data de validade pré-estabelecida e mesmo que eu ainda tenha apenas 22 anos, não pretendia continuar muito tempo trabalhando em Estúdios fotográficos ou em Passarelas.

– Então... Você não está tomando essa decisão apenas por causa do nosso casamento? – Novamente ela nega com a cabeça e entrelaça os seus dedos nos meus.

– Lucca e eu estávamos decididos a ter o nosso próprio Ateliê e criar a nossa própria marca, porém faríamos isso em Milão.

– Você não pretendia voltar para Washington? – Meu coração se aperta apenas em pensar nessa possibilidade e vejo o sorriso que estava em seus lábios desaparecer.

– Por um tempo eu imaginei várias vezes que você desistiria de ser um Sacerdote e iria atrás de mim, mas com o passar dos anos eu fui aceitando que isso não aconteceria de fato. Eu aceitei que você nunca me amaria como eu te amava e que durante toda a minha adolescência e também o início da minha fase adulta, eu nutria sentimentos por alguém que nunca os corresponderia, então eu estava disposta a seguir a minha vida em Milão, sem olhar para trás, mesmo que eu não conseguisse arrancá-lo do meu coração, como tantas vezes eu tentei fazer.

– O Tyler... – Ela me encara com seus olhos azuis curiosos, e eu suspiro, sentindo-me sufocado. – Vocês dois... – Sua mão aperta a minha, interrompendo-me.

– Não tivemos nada, Christian, e eu já disse a você que nunca consegui seguir em frente, pois nunca consegui esquecê-lo. – Eu assinto e solto a respiração que nem percebi que estava prendendo. – Mas não vou negar que eu tenha sim tentado, ainda mais quando o Tyler disse que havia se apaixonado por mim. Eu acreditei que eu poderia me envolver com outra pessoa e também me apaixonar, tanto que eu aceitei um convite dele para sairmos, só que no momento que ele me beijou, eu senti que estava lhe traindo, assim como o meu amor por você e não consegui seguir adiante, mas ele é uma pessoa muito especial e entendeu que eu ainda não estava pronta e foi quando eu contei sobre você para ele.

– Então ele realmente estava falando sério, quando disse que estava esperando por você? – Murmuro mais para mim, porém ela dá de ombros, apertando novamente a minha mão.

– O Tyler é muito brincalhão, mas não posso afirmar se ele estava falando sério ou não, o que espero que seja apenas mais uma de suas brincadeiras mesmo, pois ele é um amigo muito especial e não quero deixá-lo magoado comigo, mas vamos esquecer isso. Estamos juntos, iremos nos casar e não há razões para ficarmos remoendo o passado, ainda mais um que nos machuca tanto. – Trago a sua mão até os meus lábios e assinto.

– Você tem razão, desculpe-me. – Ela sorri e nega com a cabeça. – Mas, então esse foi seu último trabalho para a Agência?

– Fotográfico sim, mas Lucca e eu ainda teremos um último desfile em Milão, para então encerramos os nossos contratos. – Estaciono o carro na garagem de casa e me viro para olhar em seus olhos.

– Desfile em Milão? Quando? – Sinto novamente um aperto no meu peito tentando me sufocar, apenas por pensar na possibilidade dela decidir permanecer em Milão e desistir do nosso casamento.

– Ainda não há uma data definida e quando isso acontecer, eu espero que você possa ir comigo. – Ela sorri e faço o mesmo, beijando novamente a sua mão. – Mas eu não pude negar o pedido do Paolo que está sendo tão compreensivo quanto ao rompimento do nosso contrato sem exigir a multa que deveríamos pagar. – Ela acaricia o meu rosto e fecho os olhos, sentindo seu toque suave em minha barba. – Vamos entrar, pois estamos muito atrasados para o almoço e depois voltamos a falar sobre isso.

Sinto os seus lábios tocarem rapidamente os meus e antes que eu consiga aprofundar o beijo, ela se afasta e dá uma risadinha – por saber que me deixou frustrado por ter me negado o seu beijo –, saindo do carro em seguida. Restando-me apenas fazer o mesmo e abrir o porta-malas para pegar nossas bolsas. E, acabo me lembrando de que preciso conversar com ela sobre a minha ida para New York, acertar de uma vez por todas o meu desligamento do Seminário.

O que acho isso desnecessário, ter que passar 10 dias num retiro que não me fará mudar de ideia, afinal, sendo sincero comigo mesmo, eu nunca senti em meu coração que ser um Sacerdote era o que eu realmente queria. Apenas acreditava que isso era o certo a se fazer, por acreditar que estava cometendo um pecado, quando na verdade hoje eu sei que não havia nada de errado em amar a única pessoa que esteve em meu coração desde a adolescência e que logo será a minha esposa.

Entretanto, não tocarei no assunto "retiro" com a Ana por enquanto, pelo menos não antes de conversar com o Padre James e tentar comparecer apenas para a entrevista com o Arcebispo, por isso seguro firme em sua mão e caminhamos para entrar na casa dos meus pais, onde encontramos a minha família, recebendo os cumprimentos pelo o meu aniversário e dessa vez, sinto-me completo, pois além de ter a minha família, tenho também a mulher que eu sempre amei ao meu lado.

[...]

Durante oito anos, evitei comemorar meu aniversário, até mesmo com um simples almoço com a minha família, justamente por sempre sentir a falta do meu Anjo, além de ficar repassando as lembranças do dia que completei 17 anos, causando-me uma dor absurda em meu peito, por ter sido o início do meu sofrimento, que eu acreditei que nunca teria fim, e a tomada de decisões que afetariam não apenas a mim, mas a ela também.

Nesse tempo eu conseguia sentir apenas a culpa, mesmo que houvesse momentos que eu me questionasse sobre o que estava fazendo com a minha vida e se estava de fato seguindo o caminho certo. E, então eu me punia enclausurado por horas em meu quarto, jejuando e me perdendo em meio às orações que nunca me aliviava a alma, deixando-me ainda mais frustrado por nunca conseguir esquecê-la e seguir com o meu propósito.

Um propósito que claramente nunca me pertenceu, ainda mais por agora que tenho a Ana ao meu lado, sorrindo a cada pedaço de bolo que coloca em minha boca, para em seguida receber também um beijo delicado em meus lábios, que me sinto verdadeiramente completo e em paz, sabendo que o meu propósito é amá-la e receber o seu amor, que sempre foi meu.

– Melissa! Se você continuar a comer desse jeito, não entrará no seu vestido de noiva. – Minha Avó chama a atenção da minha irmã, que revira os olhos, mas continua servindo mais um pedaço generoso do bolo de abacaxi.

– Estou ansiosa, Vó! Na próxima semana será o meu casamento e isso está me deixando com os nervos a flor da pele. – Ela leva o garfo cheio à boca e olha para Ana, dando um sorrisinho provocador. – E, pelo visto não apenas eu, pois se eu não me engano, esse é o terceiro pedaço da Ana também. – Minha noiva fica com as bochechas vermelhas, mas dá de ombros.

– Não estou comendo os três pedaços, sozinha, Melissa, mas eu vivo constantemente de dieta, evitando doces ao extremo, então eu posso abrir uma exceção e comer alguns pedaços do bolo de aniversário do meu noivo. – Sorrio, antes de receber mais um pedaço de bolo em minha boca e outro beijo em meus lábios.

– Considerando aquelas fotografias escandalosas que você chama de trabalho, teria que fazer dieta mesmo. – Ana para com o garfo suspenso em frente à boca e suspira, voltando-o para o prato, logo depois de ouvir as palavras ácidas da minha avó.

– Vovó, por favor! – Repreendo-a e seguro a mão de Ana sob a mesa.

– Laura, hoje não é dia para as suas provocações, então será que poderíamos apenas aproveitar que a nossa família está reunida, como não acontecia há oito anos e comemorar o aniversário do meu filho sem discussões? – Minha mãe questiona de forma dura e minha avó se levanta irritada, pegando a sua bengala, mas antes de sair da sala de jantar direciona sua atenção para mim.

– Depois suba até o meu quarto, meu neto, que quero entregar o seu presente. – Apenas assinto, mas o olhar que ela direciona a Ana, não me agrada. – Podem aproveitar a comemoração em família de vocês, que não irei mais atrapalhar, pois eu não serei conivente com algo que não terá futuro e o que parece, apenas eu estou vendo a verdade sobre isso.

– Mãe, com todo o respeito que tenho pela Senhora, se não tiver nada agradável para falar, então o melhor é que a suba para o seu quarto mesmo. – Meu pai que tentou permanecer imparcial sobre o assunto, pronuncia-se de forma dura e magoada, o que não é diferente de mim, vendo essa atitude da minha avó.

– Muito me admiraria se você fosse sensato e percebesse que o futuro do seu filho está em risco por causa de uma aventura, mas está tudo bem, pois eu tenho certeza que quando ele for para o retiro, recuperará o juízo e terá novamente a sua alma purificada e livre dos pecados que tem vivido com essa Menina. – O silêncio se fez presente na sala e sinto o meu corpo retesar com o olhar confuso que Ana me direciona.

– Retiro? Que retiro?

– Ana, eu...

– Isso mesmo que você ouviu Menina. – Minha avó me interrompe, satisfeita por ter conseguido deixar a minha noiva confusa. – O meu neto estará indo para o retiro que antecede a ordenação ao Diaconato, onde eu tenho certeza que ele perceberá o erro que está cometendo e se redimirá dos seus pecados para seguir com o seu propósito.

– Chega Laura! – Eu teria me assustado com o rugido se não fosse meu, fazendo-a me olhar assustada, assim como todos à mesa.

– Veja como fala comigo, Christian! Eu sou a sua avó!

– Então haja como a avó que deveria ser! – Ela me olha espantada, mas não deixo que fale nada. – Desde que eu era um adolescente a Senhora tentou me controlar. Tentou me manipular e eu nunca percebi isso, ou não queria perceber. – Nego com a cabeça e sinto a mão de Ana apertar a minha. – Eu era apenas um adolescente que estava tão perdido e hoje eu consigo perceber que a Senhora se aproveitou disso para deixar a minha cabeça ainda mais confusa, mas então precisou passar oito anos para que a Ana voltasse e... – Paro de falar e encaro os olhos azuis que sempre foram o meu farol em meio à escuridão que eu vivia, mas vejo que ela está magoada, mesmo que esteja me dando um sorriso contido. –... Só assim eu fui capaz de perceber o que estava acontecendo por todos esses anos, para que só então pudesse entender e aceitar o que eu deveria de fato fazer, que era seguir o meu coração e não uma vocação que nunca foi minha.

– Mas essa é a questão, meu neto. Essa menina voltou justamente para isso. Para tentá-lo com o pecado e fazer com que você desviasse do caminho que Deus tem preparado para você. – Nego com a cabeça e dou uma risada incrédula, porque eu vejo que ela nunca vai mudar a forma que diz isso.

– A Senhora acredita mesmo nisso? A Senhora acredita que amar e ser amado sejam realmente pecado? Que seguir o que o seu coração sempre ansiou e ouvir o que sua razão sempre alertou sejam mesmo pecado? – Pergunto retoricamente, pois não espero por respostas, pelo menos não dela. – A Senhora realmente acredita que dividir a sua vida com quem Deus criou especialmente para você e desejar ter uma família, com quem está disposta a enfrentar qualquer obstáculo para poder ser feliz, realmente sejam pecado? – Ela não responde nada, fica apenas me encarando, mas o pior de tudo é perceber que ela realmente acredita nisso. – Eu vejo que sim, pois o que parece é que o amor, a família e o compartilhamento de uma vida a dois realmente seja pecado em sua visão. Então, Vovó, eu devo dizer que a Senhora está na família errada, pois se ainda não percebeu, apesar do seu negativismo, da sua opressão e da sua manipulação, eu fui criado num lar de amor, onde a família, as pessoas que amamos vêm em primeiro lugar e não essa sua falsa ideia do que é certo e errado por alguma coisa que possa ter acontecido no seu passado, mas que acredita que deve ser recompensada de alguma forma.

– Você não sabe o que está falando.

Apesar de manter firme as suas palavras, eu percebi que cheguei ao cerne da questão, por ver seu olhar vacilar e a palidez tomar conta de sua face, mas assinto, pois em uma coisa ela tem razão.

– A Senhora pode estar certa, afinal, eu realmente não sei o que aconteceu em seu passado para essa sua fixação com o Sacerdócio, mas independente do que seja eu não aceitarei mais isso. Eu não permitirei que a Senhora falte com o respeito com a minha noiva, a mulher que em dois meses será a minha esposa, nem que para isso eu precise sair dessa casa para poder viver em paz com Anastásia.

Ela arregala os olhos e me levanto, pegando na mão de Ana para que ela possa fazer o mesmo, mas minha mãe, que permaneceu calada, assim como os outros, levanta-se também, parando na minha frente antes que eu consiga sair da sala.

– Filho! Não tome nenhuma decisão precipitada. Essa casa também é sua.

– Eu sei Mãe! Eu sei que aqui sempre será a minha casa, mas o meu lar agora é onde a Ana estiver. E, se ela não estiver mais confortável, estando aqui até o nosso casamento, por causa da falta de respeito da minha Avó, eu também não estarei. – Mesmo estando triste, ela assente, por compreender que essa situação está ficando insustentável e se afasta para que possamos passar.

Enquanto subo as escadas com a Ana que ainda permanece calada, eu entendo as razões da minha mãe em querer que eu fique em casa até o dia do meu casamento, sendo que desde os meus 17 anos eu estive ausente, primeiro vivendo os quatro primeiros anos de Seminário em New York, depois fiz do Seminário de Washington o meu abrigo, justamente por não querer reviver o passado, estando nesta casa.

E, em dois meses eu estaria saindo em definitivo para iniciar uma nova fase na minha vida, só que agora com a mulher que tem o meu coração, desde que éramos crianças, em suas mãos. Por mais que eu quisesse que estivesse sendo diferente o motivo da minha saída dessa casa, não posso voltar atrás, pois passou da hora de retomar o controle da minha vida, sendo o homem de 25 anos que devo ser e não mais um adolescente confuso, com o coração culpado e se achando um pecador por amar a quem sempre deveria ter amado, como eu era no passado.

Sou um adulto agora, que não é mais confuso e que é muito certo das decisões que está tomando em sua vida. Até porque, nada mais parece tão certo do que o meu casamento com a Ana, o que me faz acreditar que de fato fomos criados pelo propósito de Deus de sermos sempre um do outro, como estava escrito que deveria ser.

– Por que você não me contou Christian? – Ana faz a pergunta depois de estarmos no quarto, assim que fecho a porta.

– Ana, eu...

– Eu não duvido do seu amor por mim e por mais que quisesse que tivesse sido diferente, foi justamente por acreditar nesse amor que esperei, oito anos, por você, antes de tentar seguir em frente. – Apenas assinto por compreender isso, mas permaneço em silêncio percebendo que ela ainda não terminou de falar. – Mas... Eu só quero entender o porquê de você não ter me contado que ainda iria para esse retiro. Mesmo me amando, você ainda está em dúvida quanto a abandonar o Seminário? Por isso não falou nada, por acreditar que estando no retiro a sua decisão quanto o casamento poderia mudar?

– Claro que não, Ana! – Aproximo-me e pego o seu rosto entre minhas mãos, porque essa distância está me matando. – Eu recebi a ligação da Secretaria do Seminário, apenas no sábado, antes de receber as suas instruções para que eu saísse com o Andrew e o Lucca. – Ela assente, mantendo seus olhos fixos nos meus. – E, depois, por encontrar uma versão um pouco mais Endiabrada do meu Anjo, eu acabei me esquecendo. – Ela sorri envergonhada, com o seu rosto ficando vermelho, possivelmente se lembrando do que aconteceu na Boate do Breno. – Além do mais, eu queria conversar com o Padre James primeiro, para tentar ser dispensado e ir apenas para a entrevista com o Arcebispo, invés de passar dez dias no retiro.

– Dez dias? – Assinto e suspiro, porque isso também está me incomodando. – Onde e quando será esse retiro?

– Será em New York, num Mosteiro que fica no Brooklyn e acontecerá daqui a um mês e meio. – Ela fica por um momento, apenas absorvendo o que eu disse, antes de voltar a focar em meus olhos.

– Isso será apenas duas semanas antes do nosso casamento.

– Eu sei. Por isso quero pedir ao Padre James para conseguir a minha liberação e poder participar somente nos três últimos dias, apenas o tempo suficiente para falar com o Arcebispo. – Ela apenas assente, mordendo o lábio inferior e sei que está pensando no que não deveria. – Ana, não pense nisso, pois nada me faria mudar de ideia quanto ao nosso casamento, a não ser você.

– Eu? Por que eu? – Sorrio da sua carinha confusa e dou um beijo suave em seus lábios.

– Eu já falei isso uma vez, mas irei repetir para que você possa entender e confiar em mim. – Ela assente, esperando que eu continue. – A minha decisão quanto a abandonar o Seminário está tomada, porque essa vocação nunca foi minha, mas eu continuaria se por um acaso, você percebesse que não me ama o suficiente para passar o resto da sua vida ao meu lado. E, mesmo que isso acabasse comigo, eu seria sim um Sacerdote, porque mulher nenhuma ocuparia o meu coração, pois ele estaria com você, para onde quer que fosse.

– Então, que bom que isso nem mesmo será uma possibilidade, porque eu estarei onde você estiver. – Sorrio, tendo o meu pescoço enlaçado por seus braços e recebendo um beijo em meus lábios, enquanto envolvo a sua cintura. – E, quanto a amar você? Eu acredito que essa resposta você já tem, desde que eu tinha 14 anos, Christian, porque eu sempre te amei.

– Ótimo! Porque eu também te amo, tanto quanto eu preciso de ar para respirar. – Ela sorri e a aperto mais em meus braços, ouvindo o seu suspiro em seguida.

– Você falou mesmo sério, quando disse que iria sair dessa casa?

– Sim, Ana. Eu amo a minha avó e sei que ela não é uma pessoa ruim, só está vendo tudo de forma deturpada, seguindo uma motivação sem fundamento e que eu não faço a mínima noção do que possa ser, mas eu não poderia permitir que ela continuasse lhe ofendendo, como vem fazendo desde que você voltou.

– Você sabe que deixei de me importar com a opinião da sua avó, desde que decidi voltar para Washington, não é?

– Eu sei, mas não mudarei de ideia quanto a isso também.

– Tudo bem. Então, podemos ficar na casa dos meus pais, até que nosso apartamento fique pronto, mas se você preferir, nós poderemos alugar um flat, apesar de que isso pode demorar alguns dias, até que encontremos alguma coisa. – Ela franze o nariz, imaginando a dificuldade que será encontrar algo de última hora e sorrio.

– Não me importo de ficar na casa dos seus pais, serão apenas dois meses de qualquer forma. – Dou de ombros e ela se afasta, puxando-me para ir até o closet.

– Sendo assim, vamos fazer as nossas malas.

Dou risada da sua pressa, mas eu sabia que ela apenas continuou nesta casa por minha causa, que se fosse por ela, não estaria convivendo com a minha avó desde que a Imobiliária entregou a chave da casa de seus pais. E, sinceramente? Arrependo-me de não ter proposto que nos mudássemos tão logo ela tenha aceitado ao meu pedido de casamento.

Contudo, não irei me culpar por isso, afinal, há dois meses eu ainda era um Seminarista e viver com uma mulher era algo que jamais passou por minha cabeça, até porque, a única que eu queria, julguei por muito tempo ser errado em tê-la.

Só espero que de agora em diante, possamos seguir com os nossos planos e construir o que sempre almejamos, sem interferências, imprevistos ou provocações.

Não fique tão apreensivo, Christian! Você ainda vai descobrir o que fazer sendo agora um homem comum e marido dedicado 🤭🤭🤭.

Fiquei com o coração apertadinho por causa do Tyler, mas ele vai encontrar alguém que o ame como merece, pois eu também achei que ele era bem especial 🤧🤧🤧.

Ah, Laura, você testa a paciência de um Santo 😤😤😤. E, a prova disso é que até mesmo o seu neto perdeu a paciência que tinha e falou o que estava entalado por tanto tempo naquela garganta e no coração.

Sinceramente, não sei o que  a Vovó Laura esconde ou o porquê dela ser assim, mas logo iremos descobrir! Alguém tem algum palpite do que possa ser 🤔🤔🤔?

Não posso nem culpar o Christian em não ter contado sobre o retiro, afinal, Ana também não tinha falado sobre o desfile de Milão, mas pelo menos tudo ficou conversado e ninguém será pego de surpresa, bommmm, pelo menos eu acho que não 😏😏.

Melhor decisão do Christian se afastar um pouco da toxicidade da Avó, mesmo que fique com os pais da Ana, mas será por pouco tempo, então está tudo certo 😉😉😉.

Mas uma coisa é certa: ninguém pode duvidar do amor desses dois. Eu só espero que eles também se lembrem disso, num futuro próximo, quando for necessário. Porque isso é fato consumado que será 😏😏😏.

PS.: Estamos caminhando para o final dessa história e então saberemos como será o "The End" desse Ex-Seminarista e desse Anjo Endiabrado em breve 😉😉😉.

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