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Capítulo - 29

É tão fácil se conformar por aquilo que sempre desejou, mas que nunca teve que quando você tem, nem que seja por pouco tempo, sente falta quando perde. E, é justamente assim que me sinto desde o dia que Lucca saiu do meu apartamento, sem nem mesmo olhar para trás.

Durante o tempo que nós ficamos afastados – o que a princípio foi decisão dele, quando ainda trabalhávamos juntos –, e logo depois eu deixei a Agência e voltei para casa, em Washington, enquanto ele permanecia em Milão, eu havia me conformado que as nossas vidas seguiriam por caminhos diferentes, mas então nos reencontramos, depois de quase sete anos que não nos víamos, e tudo que estava adormecido – ou até mesmo esquecido –, fosse despertado, para que em seguida o sentimento de desalento voltasse.

Dramático? Exagerado? Pode ser uma mistura dos dois, mas Lucca não me atende, não retorna as minhas ligações e nem mesmo responde as minhas mensagens – mesmo que tenham sido visualizadas –, além de ter visto em seu olhar, antes de sair do meu apartamento, que para ele, eu estava apenas o fazendo de idiota, apenas usando-o na ausência do meu "namorado", o que eu jamais faria isso com alguém, principalmente com ele, a quem eu sou completamente apaixonado.

Trabalhar e ficar com os meus pais tem sido a minha válvula de escape, pois assim os dias passam mais rápido, além de evitar o Sean, que insistiu por várias vezes voltar ao meu apartamento. O que eu não consigo entender, afinal, ele continuou com a sua vida depois que terminamos, com a sua carreira de Modelo e estava, inclusive, em outro relacionamento. Agora o porquê decidiu voltar para tentar continuar fazendo da minha vida um inferno? Eu não consigo encontrar a resposta para essa questão.

– Está nos ouvindo, Filho? – Dou um sorriso envergonhado para o meu pai, por não ter escutado nada nos últimos minutos.

– Desculpe-me, Pai, mas poderia repetir, por favor? – Ele me avalia por um momento e desvio o olhar dos seus.

Sunan Dhanasevi aos 51 anos continua um homem forte, perspicaz e os seus olhos não perdem nada, principalmente relacionado a mim, mesmo depois de ter sofrido um AVC isquêmico, apesar de ter ficado com algumas limitações de locomoção, necessitando sempre de uma bengala. A sua boca do lado direito, ficou levemente torta – por ter tido o hemisfério esquerdo do seu cérebro afetado –, mas não atrapalha totalmente a sua fala, o que claro, melhorou muito depois de fazer terapia da fala e estimulação cognitiva, além de ainda ter um Fisioterapeuta, duas vezes por semana, para trabalhar e fortalecer seu tônus muscular.

– O que está acontecendo, Khalan? – Minha mãe quem faz a pergunta de forma carinhosa e percebo que não estou fazendo um bom trabalho em tentar manter a fachada inabalável para os meus pais.

Kanda Dhanasevi é uma mulher muito doce, paciente e amorosa, não apenas comigo, mas principalmente com o meu pai, ainda mais depois que ela pensou que o perderia. É tão linda, com a aparência tão jovem, que não parece ter os 50 anos de experiência que carrega em seus ombros. O meu pai sempre foi o pilar de nossa casa, mas a minha mãe sem dúvida nenhuma é a estrutura que sustenta e mantém a nossa família.

– Não está acontecendo nada, Mãe! Estou apenas um pouco cansado.

– Que você esteja cansado, disso eu não duvido, pois você tem trabalhado a semana inteira até tarde, mas o conheço bem o suficiente para saber que não é apenas o cansaço que está lhe deixando assim.

– A sua mãe tem razão, Filho. – Meu pai faz uma pausa e volta a me avaliar. – Problemas na Empresa eu sei que não é, porque você vem fazendo um trabalho muito melhor do que eu seria capaz de fazer na Construtora. – Sorrio de lado e nego com a cabeça.

– Não seja modesto, Papai, o Senhor é um excelente Engenheiro e comandava aquela Empresa brilhantemente.

– Não posso negar. Bons tempos aqueles. – Minha sorri da falsa presunção dele, mas volta a me olhar.

– Você está tentando desviar do assunto, Khalan. – Fico envergonhado e dou um suspiro. – Tudo bem, Filho, respeitaremos o seu silêncio, se não quer compartilhar. – Sorrio de lado, agradecido pela compreensão. – Estávamos falando sobre a viagem que seu pai e eu faremos, para visitar a nossa família na Tailândia e queríamos saber se você poderia tirar alguns dias na Empresa para vir conosco, mas você não ouviu uma única palavra do que dissemos. – Penso por um momento e talvez passar um tempo fora de Washington não será ruim.

– Desculpe-me, Mãe! De fato eu estava distraído, mas consigo me ausentar por alguns dias, sim. Faz tempo que não tiro umas férias e sair da Cidade por um momento será bom, só preciso passar alguns projetos que estão em andamento para o Manrique e estarei livre. – Ela sorri animada e assente.

– Embarcaremos na quarta-feira pela manhã. Você acha que consegue resolver tudo nos próximos dois dias. – Assinto e me levanto.

– Consigo sim. – Aproximo-me e beijo a sua testa, assim que se levanta, por imaginar que voltarei para o meu apartamento. – Estou indo, até quarta. – Beijo a testa do meu pai também, ajudando-o a se levantar.

– Mas você ainda nem almoçou, meu Filho! – Minha mãe indaga preocupada, mas nego com a cabeça.

– Estou sem fome, Mãe. Irei aproveitar e adiantar alguns documentos que tenho em casa, mas obrigado pela estádia por esses dias.

– Essa casa sempre será sua, meu Filho, por isso não tem nada que nos agradecer. – Sorrio e eles me acompanham até a porta.

– E, seja o que for que estiver acontecendo, Khalan, saiba que pode sempre conversar conosco. – Meu pai fala seriamente, fazendo-me assentir.

– Eu sei e agradeço por isso, Pai, mas não se preocupem, estou mesmo bem.

Despeço-me mais uma vez e abro a porta, caminhando para a garagem para retornar para o meu apartamento que está mais vazio e solitário do que sempre foi.

(...)

Depois de tomar um banho, começo a pensar que não estou agindo como eu mesmo desde que Lucca decidiu sair mais uma vez da minha vida, sem nem mesmo conversar comigo ou pelo menos ouvir o que eu tinha para falar. Por muito tempo eu fui alguém que não queria ser, apenas para agradar o Sean, e mesmo que a situação seja completamente diferente, eu não farei mais isso.

Não mudarei quem sou por causa de alguém, por mais que eu o ame, o que parece não ser recíproco como imaginei que poderia ser. Por essa razão, farei essa viagem com os meus pais e se eu consegui trancar dentro de mim o que eu sentia pelo Lucca uma vez, posso muito bem voltar a fazer isso mais uma vez, esquecendo-o como ele decidiu fazer comigo, excluindo-me de sua vida sem pensar duas vezes, por mais que eu saiba não ser tão simples como eu gostaria que fosse.

Respiro fundo e encaro mais uma vez o celular na minha mão, decidindo por excluir o seu contato da minha agenda, pois dessa forma não cederei à tentação de insistir mais uma vez em ligar para ele. Levanto-me decidido a comer alguma coisa e saio do meu quarto, mas o som da campainha me faz franzir o cenho, pois não ouvi o interfone tocando.

– Boa tarde, Khalan! – Passo as mãos em meu rosto, frustrado, vendo quem está do outro lado da porta.

– O que você faz aqui, Sean? Como conseguiu subir sem ser anunciado?

– Não vai me convidar para entrar, Khalan? É assim que você trata os seus vizinhos?

Seu tom debochado e seu sorriso prepotente de quem tem uma vantagem, como sempre, deixa-me irritado, mas tento não demonstrar para que ele não perceba que está conseguindo me provocar.

– Não, Sean. Você não é bem-vindo aqui, mas que história é essa de vizinhos?

– Havia um apartamento no andar de baixo para alugar e como não sei ainda se me instalarei aqui, o que só vai depender de você, é claro, decidi alugá-lo por um tempo. Mas será que agora eu posso entrar?

– Não, Sean. Você pode estar morando no prédio, mas nada vai mudar.

– Eu quero apenas conversar, eu não sou mais daquele jeito, Khalan. – Eu nego com a cabeça, conhecendo esse discurso dele.

– Nós não temos mais nada para conversar. Agora vai embora.

– Khalan, eu realmente mudei, eu só preciso que você...

– Sean, você já me disse tantas vezes isso. Que havia mudado e que não era mais como antes, que se eu lhe desse apenas mais uma chance, provaria o quanto me amava, porém em todas as chances que eu lhe dei, o que não foram poucas, você só provou que nunca seria capaz de realmente mudar.

– Khalan você sabe que me ama, só está confuso, por isso eu voltei. – Ele tenta se aproximar, mas recuo, ainda segurando a porta.

– Não, Sean. Você está enganado, pois se formos sinceros, sabemos que naquele relacionamento, nunca houve amor de verdade e isso que você sente não é e nunca foi amor. É uma obsessão doentia, por não querer aceitar que acabou e que eu não voltarei atrás na minha decisão. Agora vai embora e não torne isso ainda mais difícil do que tem que ser. – Cansado dessa insistência dele, o que pelo visto nem na minha própria casa eu terei um momento de paz, eu fecho a porta, trancando-a.

Continuo ignorando o barulho incessante da campainha e as batidas na porta, resolvendo retornar para o meu quarto, pois até a fome eu perdi, fazendo-me arrepender por não ter ficado na casa dos meus pais até a nossa viagem para Tailândia. E, é isso que decido fazer, sabendo que Sean não irá desistir.

Sigo a passos firmes para o closet e começo a fazer uma mala, suficiente para que eu não precise voltar ao meu apartamento antes da viagem e, agradeço pelo som irritante da campainha ter parado.

Troco de roupas e saio do quarto, descendo as escadas com minha mala em mãos. Passo no escritório e pego os documentos e projetos que estava trabalhando, para levá-los comigo e novamente a campainha toca.

Eu tentei ser o mais educado possível com o Sean, mas paciência tem limites e ele está testando o meu nesse exato momento. Minha tolerância – escassa nesse momento – está fazendo com que eu tenha que sair do meu próprio apartamento para ter um pouco de paz e tranquilidade, o que parece que ele não conhece nenhuma dessas palavras.

Saio do escritório muito irritado, caminhando para a sala a passos rápidos e decidido a acabar com essa palhaçada, abro a porta num rompante, porém as palavras ficam presas em minha garganta vendo que quem está do outro lado, não é o Sean.

Atordoado por um momento e não acreditando no que vejo, depois de todos esses dias sendo ignorado, encaro os olhos verdes que me analisam tão intensamente e o subir e descer do seu peito, parecendo ter corrido a uma maratona para chegar até aqui.

– Lucca!

Não consigo tirar da cabeça a expressão debochada do Sean quando sai do apartamento do Khalan, mas ele tem razão, afinal o intruso naquele momento com toda certeza estava sendo eu, nada mais justo do que eu sair e deixar que eles se resolvessem.

Eu acreditei quando Khalan havia dito que não estava mais com o Sean, nisso eu sei que ele disse a verdade, porém sei também que em um relacionamento antigo como o deles, os sentimentos não acabam tão rápido assim.

Mas acredito que Sean ter voltado agora foi o melhor que poderia ter acontecido, pelo menos eu não estava tão envolvido como gostaria, porém não vou negar que esteja doendo como um inferno, afinal, eu me apaixonei por ele quando trabalhávamos juntos e nunca consegui esquecer os meus sentimentos que foram despertados naquele tempo, o que voltou ainda com mais intensidade quando o reencontrei. Só que eu tenho ciência que jamais poderia competir com um amor do passado, que pelo visto não deixou de existir no coração do Khalan.

Conversar com a Ana me fez apenas confirmar o que eu sempre soube, pois fugir dos meus sentimentos e de possíveis rejeições é o que eu sei fazer de melhor, mas será que ela tem razão em dizer que talvez a verdade não seja como eu acredito ser? Será que eu esteja mesmo errado em não tentar lutar pelo amor do homem que mantive a tanto tempo guardado dentro de mim?

Sinceramente eu não tenho essas respostas agora, mas prefiro não arriscar ser machucado mais uma vez por alguém que eu amo, por isso concentro-me apenas em Carla e Raymond, melhor dizendo, meus pais que saem do portão de desembarque, fazendo-me sorrir, percebendo que eu senti falta deles, parecendo que estamos longe a mais tempo do que apenas um pouco menos de um mês.

– Lucca! Que saudade eu estava de você, Filho! – Recebo seu abraço apertado e um beijo no rosto.

– Eu também estava com saudade de vocês, Mãe!

– Não me fale que nesses dias que ficamos distantes, você também arrumou um genro ou uma nora para nos apresentar? – Nego com a cabeça, a pergunta do meu pai, depois de receber o seu abraço também e sinto meu coração doer e acelerar na mesma medida, mas mantenho o sorriso nos lábios.

– Eu não tenho tanta sorte como a Ana, Pai. – Ele faz uma careta, mas sorri em seguida, pois eu sei que essa pose de pai durão não vai durar muito, pelo menos não quando perceber o quanto a filha está feliz, e o ajudo com as malas.

– Pensei que a Ana viria com você. – Minha mãe olha em volta e sorrio.

– A Ana queria ter vindo, mas eu disse que não precisava, pois eu viria buscá-los enquanto ela ficava com o noivo, que estava prestes a entrar em pânico com a chegada de vocês. – Dou risada por me lembrar da ansiedade do Christian, e caminhamos na direção do estacionamento.

– É bom que ele esteja em pânico mesmo. Aquele rapaz tem muito que ouvir se quer mesmo se casar com a minha Princesa.

– Ray, nós já conversamos sobre isso. – Minha mãe revira os olhos e entramos no carro, mas antes que eu dê partida, meu celular toca, fazendo-me suspirar vendo que é o Khalan, mais uma vez. – Algum problema, Filho? – Rejeito a ligação e nego com a cabeça.

– Não, Mãe! Não se preocupe que não é nada importante. – Encaro seus olhos pelo retrovisor interno, que não fica muito convencida, mas assente e assim saímos do Aeroporto.

Tento prestar atenção em tudo que eles falam sobre a correria que fizeram para conseguir finalizar todos os processos em andamento e encaminhar os clientes para os Advogados Associados do Escritório de Milão, para que pudessem antecipar o retorno para Washington, mas não é fácil sentindo o celular vibrar no meu bolso, justamente por eu saber quem está insistindo em me ligar.

Sinto-me em um duelo interno, pois a razão insiste para que eu continue ignorando as tentativas do Khalan em falar comigo, que essa é a melhor decisão para que eu continue preservando o meu coração, mas este por outro lado, tenta me convencer que estou perdendo a possibilidade de ser feliz, apenas por covardia.

Mas preciso convencer a mim mesmo, que a sua insistência seja apenas por ele estar se sentindo culpado pela situação que Sean nos encontrou em seu apartamento, pois eu sei que apesar de tudo, Khalan é um homem íntegro e que a sua intenção não fosse me usar como estepe até que seu namorado – ou ex-namorado, nem sei mais – voltasse, mesmo porque nunca falamos sobre o que sentíamos um pelo outro ou se de fato ele pudesse sentir algo por mim.

Mas sinceramente, não pretendo ficar me martirizando pelos "e se" do que nem chegou a acontecer, por essa razão, estou decidido e irei trancar, mais uma vez, os sentimentos que saíram da caixa que eu mantinha trancada em meu peito e, quanto ao Khalan? Ele vai perceber que está tudo bem e que não o culpo por ainda amar o seu ex-namorado e não corresponder aos meus sentimentos.

[...]

Ignorar meus sentimentos seria muito mais fácil se Khalan não continuasse insistindo em me ligar, enviar mensagem ou áudios. Fiquei tentado a bloqueá-lo, mas sou masoquista demais a ponto de ficar ansioso pela próxima mensagem, mas não tenho coragem o suficiente para atendê-lo.

E, hoje tenho que admitir que Ana estivesse mesmo correta em dizer que estou sempre na defensiva, não dando a chance do Khalan ultrapassar minha armadura e poder demonstrar o que possa sentir por mim. Mas a quase certeza que eu possa ouvi-lo dizer que sente muito pelo constrangimento daquele dia, que tudo não passou de um erro, pois havia voltado com o Sean, é muito maior do que a vontade que tenho de poder vê-lo novamente, principalmente depois que Ana saiu do meu quarto, deixando-me com as últimas mensagens recebidas.

📲 Khalan: Lucca, eu estou tentando falar com você desde o dia que saiu do meu apartamento, há uma semana, sem me dar a chance de me explicar, mas você não atende e nem retorna as minhas ligações e muito menos responde as minhas mensagens, mesmo as visualizando.

📲 Khalan: Atenda a minha ligação e me deixe explicar, por favor!

📲 Khalan: Se não quiser falar comigo, apenas me atenda e ouça o que tenho a dizer e se depois você não quiser mais me ver, irei entender e deixá-lo em paz.

📲 Khalan: Lucca? Por favor!

Releio mais algumas vezes, porém sou covarde demais para retornar as suas ligações, depois de tanto tê-lo ignorado. Por isso decido ir à Concessionária para buscar o carro da Ana e passarei no apartamento dele e, se eu precisar ter o coração partido, que seja de uma vez por todas.

E, é isso que faço, assim que saio da Concessionária, mas repenso a minha ideia algumas vezes, porém desço do carro e caminho na direção da Portaria, sendo recebido pelo Porteiro simpático que conheci no dia que estive aqui no Prédio a primeira vez.

– Desculpe-me, Senhor Palmieri, mas o Senhor Dhanasevi não está atendendo o interfone. – Eu suspiro e estava prestes a agradecer quando uma voz que eu não queria ouvir tão cedo se faz presente.

– Tudo bem, Larry! Deixe-o comigo.

– Obrigado, Sean, mas em outro momento eu falo com o Khalan, quando ele estiver no apartamento. – Abro o portão e saio do saguão, mas a voz de Sean logo atrás de mim faz com que eu pare.

– O Khalan está no apartamento, Lucca, mas ele está um pouco indisposto, se é que você me entende? – Seu sorriso debochado me dá vontade de socá-lo, mas não falo nada. – Eu estava justamente indo buscar o nosso almoço, pois não tivemos tempo de almoçar. – Franzo o cenho e sem conseguir me controlar, a pergunta escapa por meus lábios.

– Você está morando aqui? – Ele dá risada e cruza os braços.

– Sim, Lucca, eu moro aqui. – Engulo em seco, mas apenas assinto, pois isso seria o lógico afinal de contas. – O que você achou? Que eu viria da França e não ficaria na casa do meu namorado? – Ele pergunta retoricamente, pois continua em seguida. – Ah, e quanto ao episódio daquele dia, não se preocupe, o Khalan me explicou que foi um mal-entendido, que estava se sentindo sozinho, então o reencontrou, mas não há ressentimentos, pois eu também errei em terminar com ele e ficar tanto tempo longe, mas agora eu estou de volta e não pretendo mais ir embora.

– Claro Sean. Agora eu preciso ir.

– Tudo bem, Lucca! Eu digo ao Khalan que você esteve aqui... Caso eu me lembre, é claro.

Não respondo nada, apenas caminho na direção do carro e saio o quanto antes desse lugar que eu não deveria nem ter vindo para início de conversa. Pelo menos agora eu não preciso me sentir mais culpado por não atender as ligações do Khalan, pelo visto tudo está exatamente como deveria estar.

[...]

Se há uma coisa que eu aprendi com a carreira de Modelo foi à necessidade de ter que viver vários personagens, muitas vezes mascarando o que realmente estou sentindo, pensando e desejando naquele momento, seja numa sessão de fotos ou estando na passarela.

Manter a face inalterada é algo normal nesses casos, mesmo que por dentro, a vontade seja de gritar e dizer que nada está bem, que tudo é uma mentira, uma verdadeira ilusão para fazer com que quem esteja a minha volta se convença de uma falsa felicidade que não é possível sentir em determinados momentos.

Por outro lado, ter passado a tarde e o início da noite de ontem com o Christian, o Andrew e o Breno foi o suficiente para distrair a minha cabeça por um tempo e repensar na minha vida, ainda mais por ser uma testemunha de tudo que Ana e o Christian passaram – afinal, foram 8 anos sofrendo a dor da rejeição, do medo e da insegurança em dois coraçõezinhos tão jovens e puros – até chegar aqui, conseguindo vencer a distância, o tempo, um Seminário e quase uma Ordenação e, isso faz com que eu perceba que o que está destinado, nada e nem ninguém poderá atrapalhar.

O amor é uma via de mão dupla para que possa dar certo e a maior prova disso é que tanto a Ana quanto o Christian sofreram pela distância imposta por um erro de julgamento causado na adolescência, mas que no fim, provou que o amor deles é mais forte do que alguém poderia julgar ser provável, estando hoje juntos, felizes e prontos para se casarem.

Quanto a mim, não alimentarei amargura, revolta ou direcionarei pensamentos negativos sobre o relacionamento do Khalan com o Sean, afinal, desejar a felicidade de quem se ama, mesmo que não seja comigo, também é uma prova de amor. Por isso, focarei apenas na minha vida profissional, a começar pelo ensaio fotográfico que Paolo pediu que fizéssemos – o último para a Calvin Klein, antes do Desfile de Milão –, o que agradeço que tenha sido antecipado para que pudéssemos encerrar mais essa fase de nossas vidas, para podermos focar em nosso Ateliê e a marca que pretendemos criar.

Contudo, a ligação que recebi de Paolo ontem à noite, dizendo que teríamos um terceiro Modelo para o ensaio, deixou-me apreensivo, pois Sean está em Washington e até onde eu sei, ele ainda é contratado da Le Pallé Models, mas se isso vier acontecer, farei o que sempre fiz, sendo o profissional que aprendi a ser desde que escolhi essa profissão para ser minha.

– Lucca! – Sorrio verdadeiramente, primeiro pelo alívio, segundo por ter sentido a falta desse meu amigo Norueguês.

– Tyler! – Sou recebido por seu sorriso caloroso e um abraço apertado, seguido por batidas em minhas costas. – Quanto tempo, meu amigo! – Afastamo-nos e sei quem ele está procurando com o olhar e novamente fiquei apreensivo, por saber os sentimentos dele por nossa Princesinha.

– Nem me fale, mas pelo menos não precisarei mais voltar à Noruega, pois meu irmão e eu resolvemos todas as pendências quanto ao testamento do nosso pai.

Tyler Storstrand tem 28 anos e teve que enfrentar uma ação judicial movida pela a Madrasta – que é apenas um pouco mais velha do que ele – em seu País, quando o pai faleceu – o que aconteceu a mais de 1 ano –, pois ela contestou a decisão do falecido marido, quando este deixou apenas 10% da herança para ela em testamento, e os outros 90% de todo o seu patrimônio, foi dividido entre os dois filhos.

No início foi desgastante, tanto para o meu amigo, quanto para o seu irmão mais velho, que além de estarem sofrendo com o luto, ainda tiveram que responder a um processo por causa da herança deixada pelo pai, mas que no fim, ela perdeu a causa, e eles decidiram deixar tudo para trás, vendendo os imóveis, não pretendendo mais retornar ao País de origem.

– Taylor também está em Washington? – Ele assente e sorri.

– Sim, ele voltou na semana passada, com a esposa e o filho, pois ele não aguentava mais olhar para a cara daquela mulher. – Ele faz careta e assinto não prologando o assunto que sei o incomodar. – Mas onde está a Perlen min (Minha Pérola)? Estou morrendo de saudades da minha Princesse (Princesa).

– Ela deve estar chegando, mas Tyler eu preciso que você saiba que a Ana...

Perlen min!

Mas não consigo concluir o que iria dizer, pois Ana entra no Estúdio, acompanhada de Christian, que faz uma carranca, observando a sua noiva ser abraçada por outro homem vestido apenas com uma calça jeans.

Cazzo! (Porra)!

Praguejo comigo mesmo, mas tudo ocorreu bem nas apresentações, afinal, Tyler deixou seu bom humor falar mais alto, mesmo que eu tenha percebido o impacto da notícia do noivado da Ana em seus olhos, assim como o ciúme palpável de Christian.

Mas Tyler sempre soube que o coração da Ana, mesmo que estivesse machucado por um tempo, não seria capaz de permitir outra pessoa entrar, enquanto Christian não fosse de fato um Sacerdote, pois por mais que tentasse negar, eu sabia que ela tinha esperanças que seu melhor amigo e primeiro amor, ainda pudesse mudar de ideia, o que ela de fato não estava errada.

– Está tudo bem, Tyler? – Questiona no momento que entramos no Camarim para fazer a primeira troca de roupas.

– Está sim, Lucca! Não se preocupe, afinal, eu sempre soube que aquela Princesse, tinha outro em seu coração, mas se ela estiver feliz, eu ficarei também. – Ele sorri e assinto.

– Está sim, Tyler, mas você ainda encontrará alguém que corresponderá aos seus sentimentos. – Ele assente e coloca a mão no meu ombro.

– Assim como você, meu amigo. – Sorrio de lado e retornamos para o Estúdio.

Porém ao fim da sessão das fotos, o que era para confortar ao Christian sobre como ele estava incomodado presenciado a intimidade entre nós, Modelos, com a sua noiva, durante o ensaio, eu ouvi o que jamais pensei ouvir sobre como era à relação do Khalan com o Sean.

Mas saber que durante todo esse tempo, ele também nutriu sentimentos por mim, e que esse tenha sido o motivo para muitas das brigas dele com o ex-namorado, deixou-me atordoado e mais perdido quanto ao que eu deveria fazer, principalmente depois do meu encontro com aquele stronzo (idiota), fazendo-me acreditar que ainda pudessem estar juntos.

Contudo, chega de ser covarde! Chega de fugir dos confrontos por medo de ser rejeitado, pois passou da hora de eu tomar as rédeas da minha vida. Passou da hora de enfrentar e lutar pela minha felicidade e pelo amor do homem que eu sempre fui apaixonado, mas nunca tive coragem de confessar os meus sentimentos.

E se não for para ser... Se não for para Khalan e eu ficarmos juntos, está tudo bem, pelo menos eu saberei da verdade, ouvindo de quem eu deveria ter ouvido desde o início.

Ahhh! Esses dois sofrendo por causa do stronzo do Sean, que ódioooo 😤😤😤! Mas acho que agora o Lucca acorda pra vida, não é mesmo 😏😏?

Será que Khalan vai desistir de ir para a Tailândia com os pais 😱😱? Bom, ele tinha decidido a trancar novamente os sentimentos pelo Lucca na caixinha bem no fundo do seu coração, não é mesmo 😏😏

Será que Lucca vai se acovardar mais uma vez ou vai fazer o que deveria ter feito antes 😏😏?

Eita que não sei de nada, mas ainda hoje, teremos o restante dessa novela "Italiana-tailandesa" 🤭🤭!

Daqui a pouco volto com a parte final do Lucca e Khalan!

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