Capítulo - 22
Acordar ao lado de uma mulher foi algo que sinceramente eu acreditava nunca ser possível acontecer, ainda mais que por muito tempo eu estava mesmo disposto a me dedicar totalmente ao Sacerdócio e viver apenas para Igreja, mas quando olho para o rosto adormecido da mulher que eu amo – e sempre amei – deitada em meu peito faz com que um sorriso involuntário se abra em meus lábios.
Eu tenho vivido nessas duas últimas semanas, mais do que em todos os oito anos que eu me dediquei ao Seminário e tudo isso, por que a Ana não desistiu do seu amor por mim e estava disposta a me resgatar de um futuro isolado com infelicidade iminente. E pensar que por muito tempo eu acreditei que o que eu sentia por ela fosse de fato errado. Pensar que eu ficava me martirizando por acreditar que eu estava cometendo um pecado, quando na verdade hoje eu tenho a certeza que Deus a fez exatamente para mim, dando a oportunidade de crescermos juntos, fortalecer a nossa amizade e fazer com o nosso amor nascesse e que no futuro pudesse ser solidificado.
Apesar de sempre ser considerado pelos meus pais um adolescente maduro e determinado, eu tenho que admitir também que fui muito estúpido por ter me permitido acreditar que os nossos sentimentos fossem errados, quando não tínhamos nada que pudesse nos manter afastados. Nem mesmo os nossos pais teriam sido contra se tivéssemos começado um relacionamento quando ela tivesse idade para isso, afinal, quando Ana percebeu que estava apaixonada por mim, ainda era uma criança.
Porém para mim – se eu não tivesse sido um idiota egoísta e cabeça-dura –, não teria sido nenhum problema, pois eu a esperaria, mesmo que precisássemos ficar separados por um tempo enquanto eu ingressava na Universidade, sendo que eu sempre soube que a amava, só não queria admitir isso a mim mesmo e isso faz com que eu me lembre da conversa que eu tive com o seu pai, quando ele chegou de Milão na sexta-feira passada, um dia depois do Ensaio de Casamento da minha irmã.
Estávamos na sala, aguardando que Lucca chegasse com Raymond e Carla do Aeroporto e eu não conseguia permanecer parado, entrando quase em uma crise de pânico e Ana não estava me ajudando em nada, sorrindo do meu nervosismo.
– Amor, fique calmo! Eu já falei que os meus pais sempre gostaram de você como um filho, por isso não há motivos para que você fique assim. – Ela parou na minha frente, fazendo com que eu parasse de andar de um lado para o outro, mas apenas assenti.
– Filho, a Ana tem razão. Você está agindo como se não conhecesse os pais da sua noiva. – Minha mãe falou também com um sorriso nos lábios e eu respirei fundo.
– Eu sei, mas agora é diferente, faz praticamente oito anos que não os vejo e de repente, eles chegam e encontram a filha noiva do homem que a fez sofrer durante todo esse tempo, por ter sido um idiota covarde. – Ana fechou o seu sorriso e pegou o meu rosto entre suas mãos, dando um beijo delicado em meus lábios, antes de focar em meus olhos.
– Christian, por mais que eles pudessem sim ter ficado magoados com você por um tempo, eles entenderam as dúvidas e o medo que você teve naquela época e eles não irão mais te julgar por isso. – Ela voltou a me beijar e a envolvi em meus braços, sentindo o cheiro suave de seus cabelos tentando me acalmar.
O que não resultou muito, pois logo a porta foi aberta e os vi entrando na sala, acompanhados de Lucca, e Ana correu para abraçar os pais, matando a saudade do tempo que ficaram longe. Logo depois dos cumprimentos e lágrimas da minha mãe e Carla pelo reencontro – afinal, elas eram amigas antes mesmo de entrarem na Universidade –, o almoço foi anunciado e tudo seguiu tranquilamente, até o momento que retornamos para a sala e eu convidei Raymond para que pudesse me acompanhar até o Escritório do meu pai.
Mesmo que eu estivesse muito nervoso e apreensivo com o que ele poderia dizer sobre o meu relacionamento com a sua filha, eu precisava acabar com a tensão que eu mesmo estava causando no ambiente. Hoje eu sou um homem que tem ciência que errou no passado e mesmo que eu não devesse satisfações para ninguém – além da Ana – eu precisava ser sincero sobre as minhas intenções com a sua filha, afinal, eu a pedi em casamento sem a sua presença e sempre o respeitei muito, como se fosse de fato meu tio e por essa razão decido ser direto.
– Raymond, eu sei que a Ana contou a vocês que eu a pedi em casamento, da mesma forma que eu sei que vocês ficaram com raiva por tudo que eu a fiz passar por uma decisão precipitada e estúpida que tomei há oito anos. – Ele não falou nada, apenas ficou me analisando. Eu respirei fundo e continuei. – Eu poderia dizer que sinto muito por tudo, mas isso não seria o suficiente sabendo que eu magoei a Ana, mesmo acreditando que a minha decisão fosse à correta a ser tomada naquela Época, mas eu quero que você saiba que mesmo entrando no Seminário, eu nunca deixei de amá-la.
– E mesmo a amando, você quebrou o coraçãozinho dela e estava disposto a ser um Sacerdote? – Ele perguntou sério e eu assenti, afinal, era isso mesmo que eu iria fazer. – E o que me garante Christian, que você não se arrependerá dessa decisão e perceberá que esse amor não é o suficiente para interromper os seus planos de seguir com o Sacerdócio? O que me garante que você não esteja confuso e depois possa culpá-la por ter desistido da sua Vocação?
– Raymond, essa vocação nunca foi minha e eu sempre soube disso, mas não vou negar que com o tempo eu tentei de todas as formas, me convencer que isso era o correto. Que eu deveria seguir no Seminário e me Ordenar, mas eu estava apenas enganando a mim mesmo, pois eu nunca consegui me encaixar de fato naquele lugar. Eu nunca esqueci a Ana e nunca deixei de amá-la.
– Então por que você continuou a insistir em algo que estava machucando não apenas a você? Pois eu tenho certeza que durante esse tempo, Christian, você não estava feliz e mesmo assim estava disposto a se sacrificar por acreditar estar fazendo o correto. – Eu assenti, pois de fato nunca me senti feliz naquele lugar mesmo que ninguém conseguia entender os meus motivos naquela época e respirei fundo novamente.
– Raymond, quando eu me apaixonei pela Ana, na verdade, quando eu tive coragem de admitir o que estava sentindo, ela tinha acabado de fazer 14 anos, praticamente uma criança e nós sempre fomos criados não apenas como melhores amigos e sim como irmãos, por isso eu sempre tentei sufocar esses sentimentos dentro de mim. – Ele assentiu, mas não me interrompeu. – Mas foi no meu aniversário de 17 anos, quando... – Interrompi o que iria dizer, pois não sei se ele gostaria de saber o que fiz com a sua filha naquele dia.
– Quando deram o primeiro beijo de vocês. – Ele completou por mim, me deixando envergonhado, mas assenti e ele sorriu de lado, pelo meu constrangimento. – Christian, a Ana sempre foi muito madura para a idade que tinha e nunca nos escondeu nada. Nós sempre soubemos, desde o momento que ela se apaixonou por você. Quem você acha que foi com ela comprar o seu presente de aniversário? – Ele arqueou uma sobrancelha e me senti um estúpido por não ter pensando nisso naquela época.
– Mas naquela época eu estava tão confuso, Raymond. Eu achava que ninguém aceitaria isso, principalmente você que sempre confiou em mim para protegê-la como um irmão mais velho, que eu... – Ele me interrompeu com a uma sobrancelha arqueada.
– Eu sempre pedi para você protegê-la, Christian, não para considera-la sua irmã mais nova. – O encarei confuso e ele negou com a cabeça. – Quando se é pai de uma Princesa, você teme pelo futuro. Você teme pelas pessoas que irão cruzar o caminho de sua filha e se essa pessoa irá respeitá-la e trata-la como merece, mas tanto eu quanto a Carla, sempre soubemos que uma hora ou outra a nossa Princesa iria crescer e fazer as suas próprias escolhas, mesmo que isso seja complicado para qualquer pai aceitar. – Eu assenti e ele continuou. – No entanto, Christian, quando percebemos que a relação de vocês começou a mudar, passando de uma simples amizade, eu não vou negar que isso a princípio tenha nos preocupado, afinal, vocês eram duas crianças, mesmo sendo três anos, mais velho, você ainda era um adolescente, mas eu sempre soube que você iria continuar a respeitando, até que fosse o momento certo para se relacionarem não mais como amigos. – Senti o peso de suas palavras e isso fez eu me sentir ainda pior, mas ele voltou a falar. – E o fato de você ir para a Universidade em poucos meses depois de ter completado 17 anos, ajudaria com o tempo para vocês entenderem o que de fato sentiam, sendo que ficariam afastados, até que chegasse o momento da minha filha também seguir esse caminho.
– Então... Vocês nunca seriam contra? Quero dizer, se eu não tivesse entrado para o Seminário e quando fosse o momento, vocês apoiariam um possível relacionamento entre nós dois?
– Claro que sim, Christian! Tantos os seus pais quanto nós, estávamos dispostos a conversar com vocês e dizer que não haveria problema se fosse isso que vocês quisessem, mas dentro de alguns anos pela frente, é claro, como eu disse, vocês ainda eram duas crianças. – Eu baixei a cabeça e pensei no quanto eu sofri e fiz a Ana sofrer por acreditar que ninguém nos apoiaria. Que eu iria ser julgado e condenado por amar quem não deveria. Que eu estava cometendo um pecado por vê-la além de uma amiga, mas Raymond voltou a falar, fazendo com que eu encarasse seus olhos novamente. – Mas não pense nisso, Christian, tudo acontece quando tem que acontecer, talvez se vocês tivessem entrado num relacionamento quando eram adolescentes, poderiam ter percebido que estavam confundindo a amizade com amor e poderia cada um ir para o seu lado, seguindo um caminho diferente. – Eu neguei com a cabeça, pois eu sempre a amei e tinha certeza que continuaria a amando. – Vamos acreditar que esse tempo afastado, tenha feito com que o amor de vocês apenas se fortalecesse e provasse que seria capaz de enfrentar não apenas a distância, mas também os obstáculos que estavam em seus caminhos, como por exemplo, a sua Ordenação.
– Mas se a Ana não tivesse voltado Raymond, eu iria me Ordenar. Pois eu acreditava que ela tinha seguida em frente e me esquecido, sendo que nunca mais tive notícias dela, além de saber que ela tinha ido para Milão. – Engoli em seco, sentindo um aperto incômodo no peito por pensar que eu iria perdê-la em definitivo se ela não tivesse retornado, justamente porque eu continuaria sendo um covarde e não iria atrás dela.
– Tudo ao seu tempo, Christian e aquele, não era o tempo de vocês. – Ele falou tranquilamente e isso me fez franzir o cenho, mas retornei o assunto que nos levou ao Escritório.
– Então você aprova o nosso relacionamento? Você abençoa o nosso casamento, Raymond?
– Qual a possibilidade de você abandonar novamente a minha filha e decidir retomar com a sua Ordenação?
– A única possibilidade de eu desistir da Ana, Raymond seria se ela não me amasse e resolvesse que não queria mais ficar comigo. Se ela dissesse que tudo não havia passado de um engano e que iria seguir sua vida sem mim eu não forçaria e muito menos tentaria prendê-la a mim, pois eu já errei uma vez a magoando e não faria isso novamente, caso contrário, a possibilidade não existe.
– Então, Christian, eu ficarei muito feliz em tê-lo como meu genro, desde que você me prometa que irá fazer a minha Princesa feliz.
– Eu prometo Raymond! – Ele se levantou e quanto eu fiz o mesmo, ele me puxou para um abraço e tirei o peso que vinha me consumindo.
– Bom dia, Amor! – Sua voz doce, delicada e sonolenta me faz voltar para o presente e sorrio, dando um beijo em sua testa, enquanto ela se aconchega ainda mais em meus braços.
– Bom dia, Minha Princesa!
– O que aconteceu para você ficar perdido em pensamentos?
– Eu estava apenas pensando o quanto eu te amo e que quero ficar aqui o dia todo nesse quarto com você. – Ela dá uma risadinha e nega com a cabeça.
– Eu também te amo e queria muito ficar o dia todo aqui com você. – Ela dá um beijo em meu peito, antes de olhar em meus olhos. – Mas infelizmente não podemos, temos que buscar o meu carro na Concessionária e eu preciso ir à casa dos meus pais.
Depois que Raymond e Carla retornaram de Milão, eles ficaram hospedados em um Hotel, até que a casa deles fosse liberada, mas o que era para ser feito em 30 dias, a Imobiliária conseguiu antecipar e entregou há dois dias. Eu fiquei apreensivo acreditando que Ana iria acompanhá-los, mas fiquei muito aliviado quando ela decidiu ficar comigo, na casa dos meus pais, o que seria por pouco tempo até o dia do nosso casamento, dessa forma apenas Lucca – que agradeceu muito pela hospitalidade – foi com eles.
– Você esqueceu que temos que nos encontrar com o Arquiteto da Áthria Design & Interiores depois do almoço, em nosso Apartamento? – Ela arregala os olhos e fica com as bochechas coradas.
– Desculpe-me, Amor, mas eu havia me esquecido. As nossas mães estão me deixando louca com os preparativos do nosso casamento, além da Melissa estar entrando em pânico por faltar apenas uma semana para o dela com o Andrew.
– Podemos remarcar se você... – Ela sela os meus lábios me interrompendo e nega com a cabeça.
– Não! De forma alguma, eu irei pedir o Lucca para ir a Concessionária em meu lugar, ele não está fazendo nada mesmo. – Ela faz uma carinha sapeca e eu nego com a cabeça, sem conseguir evitar o sorriso que não abandona os meus lábios. – Eu discutirei sobre a decoração e o que mais elas quiserem agora pela manhã. – Ela faz uma careta, mas não consegue esconder o quanto está empolgada com os preparativos do nosso casamento. – Então vamos tomar um banho e começar o nosso dia, antes que alguém, vulgo Melissa, tente invadir o nosso quarto. – Ela tenta se levantar, mas pego a sua mão e a faço se deitar sobre o meu corpo.
– Eu acho que temos alguns minutos ainda. – Começo a beijar o seu pescoço e atrás de sua orelha, sendo brindado com um gemido, que reverbera em meu membro desperto.
– Christian... Ah... – Ela geme novamente, quando aperto a sua bunda sob a camisola, se é que posso chamar esse pedaço de pano de camisola, e sinto seus dedos cravarem em meu peito, mas ela consegue se afastar e faz com que eu olhe em seus olhos. – Amor, precisamos mesmo levantar e além do mais... – Ela acaricia o meu rosto e beija rapidamente os meus lábios. – Hoje à noite eu tenho uma surpresa para você, ou se esqueceu de que amanhã é seu aniversário?
– Teremos muito tempo até amanhã, mas agora eu estou com um probleminha aqui que precisa ser resolvido. – Ela dá risada e consegue se afastar levantando-se mais rápido do que eu poderia segurá-la.
– Eu consideraria isso um grande e gostoso problema. – Ela olha para o meu membro sob a boxer e morde o lábio inferior, apenas para me provocar. – Mas você terá que acalmá-lo ou quem sabe... – Ela se aproxima e morde o lóbulo da minha orelha, fazendo o meu membro pulsar, antes de falar baixinho. – Você poderá resolvê-lo sozinho.
– Ana!
Ela se afasta dando risada entrando no banheiro e eu me jogo na cama frustrado, com uma ereção que parece não querer se acalmar e eu me pergunto o que aconteceu com o meu Anjo, que mais parece exalar pecado em cada ação que faz, apenas para fazer com que eu chegue ao meu limite, desejando apenas toma-la em meus braços e fazê-la gozar.
Mas me pergunto ainda mais, quando foi que eu fiquei tão sedento por sexo, quando antes a única coisa que eu pensava era o celibato?
(...)
Depois de tomarmos o café da manhã e descobrir que tenho um autocontrole que até mesmo eu achava ser impossível, tendo a mão de Ana me provocando sob a mesa, ela, acompanhada de minha mãe e Melissa, saíram para irem à casa dos meus sogros, deixando-me sozinho com o meu pai e avó, esta que tem se mantido calada desde o dia que anunciamos o nosso noivado e tivemos aquela discussão, porém eu vejo a forma desgostosa que ela sempre olha para Ana, que não se importa nem um pouco com isso.
Porém eu não vou negar o quanto eu queria que a minha avó percebesse o quanto eu estou feliz agora, o que não aconteceria se eu não tivesse a Ana comigo e me Ordenasse. E isso eu também não consigo entender, essa fixação – para não falar obsessão – dela para ter um Sacerdote na família. Primeiro foi com o meu pai e agora comigo e até onde eu sei, ela demonstrava ser feliz com o meu avô em seu casamento e isso não faz sentido nenhum em minha cabeça. Mas irei deixar esses pensamentos de lado, o que não me levará a lugar nenhum e irei aproveitar que estarei sozinho até as 14h00 para buscar as alianças e o anel de noivado que mandei fazer para Ana.
– Pai, eu estou saindo agora, mas poderia avisar para a Ana quando ela voltar que a esperarei em nosso apartamento para atendermos o Arquiteto?
– Claro Filho! Eu avisarei sim, mas você não virá almoçar em casa? – Eu nego com a cabeça e me levanto.
– Não, Pai! Eu irei aproveitar e conversar um pouco com o Andrew, ele deve estar nervoso com o casamento na próxima semana.
– E você, meu Filho, também está nervoso com o seu? – Meu pai pergunta com um sorriso de lado e eu acabo sorrindo também.
– Sinceramente, Pai, eu diria que estou ansioso, pois parece que eu esperei a minha vida inteira para isso, mas nervoso não.
– Você deveria ter ficado ansioso com a sua Ordenação e não com esse casamento, que é óbvio que será um grande erro. – Minha avó fala ácida e meu sorriso se fecha, mas eu respiro fundo para não ser mal-educado com ela.
– Talvez se a Senhora percebesse que a razão para eu estar ansioso com o meu casamento com a mulher que eu amo e amei a vida inteira e não com uma Ordenação, que eu me obrigava a acreditar ser o correto, é o que me faz muito feliz, a Senhora não diria isso Vó.
– Se você está dizendo e acredita nisso, não posso fazer nada, mas eu tenho certeza que você ainda irá se arrepender e verá que aquela Menina não é o que diz ser e que muito menos te ama como diz te amar.
– Mãe, nós não vamos voltar a tocar nesse assunto. O Christian ama a Anastásia e ela o ama, é isso que importa e eles irão sim se casar, então se a Senhora não pode ficar feliz pelo seu neto, como nunca ficou pelo meu casamento com a mulher que eu amo e que é a mãe dos seus netos, então não tente atrapalhá-los, sim? – Meu pai fala irritado, mas eu apenas nego com a cabeça, pois nada do que ela diga me fará mudar de ideia.
– Está tudo bem, Pai. – Eu coloco a mão em seu ombro, ele respira fundo e assente. Minha avó me encara, talvez, por não ter conseguido me abalar com suas palavras. – E desculpe-me pelo o que irei dizer Vó, mas as suas palavras ácidas e mordazes não irão me fazer mudar de ideia. – Ela arregala os olhos enquanto me analisa com espanto. – E essa será a última vez que irei repetir e espero que a Senhora entenda de uma vez por todas, pois eu amo a Anastásia, ela é a causa da minha felicidade e em menos de três meses, será a minha Esposa, mas se a Senhora não concorda ou não a aceita, então guarde a sua opinião para si mesma, pois em nada, está me ouvindo, nada me fará desistir de ser feliz ao lado da mulher que eu sempre amei e que também me ama. – Ela não fala nada e meu pai, me dá um sorriso de lado. – Agora se vocês me dão licença, eu preciso sair.
Saio da sala e respiro fundo, apesar de não estar irritado, mas não nego que eu tenha ficado muito decepcionado com as atitudes da minha avó. Porém cheguei à conclusão que é perca de tempo tentar fazer com que ela entenda e se não quer aceitar, o mínimo que ela pode fazer é nos respeitar, afinal, Deus nos deu o livre arbítrio justamente para isso, para que cada tome as decisões que melhor lhe convier.
(...)
– Bom dia, Senhor Grey!
– Bom dia, Ruth, mas deixe esse Senhor de lado, só Christian. – Ela assente com um sorriso contido e dá passagem para que eu entre. – Onde está o Andrew?
– Ele está no Escritório. – Eu assinto, mas antes que falemos mais alguma coisa, ouvimos a voz de Andrew entrando na sala.
– Oi, Christian! Aconteceu alguma coisa? – Eu sorrio e nego com a cabeça e ele respira, aliviado, enquanto Ruth volta para os seus afazeres, nos deixando sozinhos.
– Não aconteceu nada, hoje Ana e eu, nos encontraremos com o Arquiteto que você nos indicou para começar as reformas e mobiliar o nosso Apartamento. – Ele assente e eu sorrio ainda mais, sem conseguir me conter. – Por isso eu aproveitei que Ana ficaria ocupada com a nossas mães para resolver assuntos do casamento e busquei na Messika as nossas alianças e o anel de noivado. – Ele abre um imenso sorriso e nos sentamos no sofá.
– Você não sabe o quanto fico feliz em te ver assim, sem preocupações, sem dúvidas e com esse sorriso maior que seu rosto possa suportar. – Eu nego com a cabeça e ele dá um soco leve no meu braço. – Da última vez que você esteve aqui, foi justamente por estar todo confuso e por ser cabeça-dura demais, não queria admitir que estivesse cometendo um erro em seguir com a sua Ordenação. – Eu respiro fundo e assinto, afinal, ele está certo.
– Ainda bem que a Ana me fez perceber o que eu estava fazendo e assumir as rédeas da minha vida. E eu devo confessar que ela foi bem obstinada e não desistiu em me esperar.
– Aquela menina sempre te amou, Christian. Só um cego, no caso você, não queria ver. – Novamente assinto e ele abre um sorriso malicioso. – Mas eu acho que essa sua cara de felicidade não tem haver apenas com a Ana ter te esperado não, viu?
– O quê? Como assim?
– Isso aí, meu amigo, tem cara de noites e mais noites de sexo.
– Não começa Andrew! – Tento falar sério, mas como eu disse antes, o sorriso não abandona os meus lábios, mesmo que esse ainda seja um assunto que me deixe um pouco constrangido.
– É sério, Christian. Você precisa deixar essa timidez de lado, de uma vez por todas, precisa se soltar mais, mulher gosta de fazer amor com toda certeza, mas gosta de ser fodida com força também e vou te contar, elas adoram conhecer cada metro quadrado das paredes do quarto.
– Pelo amor de Deus, Andrew. Eu sei o que tenho que fazer com a Ana entre quatro paredes. Não preciso que você me dê nenhuma aula para isso acontecer. – Completamente constrangido, sinto o meu rosto esquentar, parecendo um virgem desesperado e ele gargalha da minha cara.
– Não é isso que eu estou falando, pois tenho certeza que você sabe muito bem o que fazer, mas eu tenho certeza também que você nunca falou um pau ou boceta na sua vida. Porra e caralho, muito menos.
– Ah, claro! Desculpe-me se eu perdi essa matéria no Seminário e essas palavras não tivessem muita utilidade no dia que eu fosse Ordenado. – Falo sarcasticamente para amenizar meu desconforto, e ele dá risada, negando com a cabeça.
– Christian, por mais Princesa que a mulher possa ser, quando se está entre quatro paredes, elas gostam de ouvir umas sacanagens no pé do ouvido também. – Mesmo mostrando desinteresse, eu presto atenção no que ele fala. – Elas gostam de uma pegada mais bruta, mas sem machucá-las, obviamente, mas tem aquelas que gostam também, mas isso é tópico de outro tema. – Ele ri da própria piada e confesso que não entendi o que ele quis dizer, me julguem, não me importo. – Elas gostam de um aperto mais forte na bunda, ou até mesmo uns tapas suaves. Uma pegada mais firme na cintura e até mesmo alguns brinquedos sexuais servem para melhorar a relação, se é que você me entende? – Ele arqueia uma sobrancelha e eu desvio o olhar dele por alguns segundos. – Cara, e se você souber fazer um oral bem feito, você não sabe a recompensa que terá depois.
– Já chega desse assunto, Andrew, mas agradeço por você ser descarado e não ter pudor ao falar sobre um assunto tão íntimo assim. – Ele gargalha novamente e eu nego com a cabeça.
– Eu sei que você nunca pôde aproveitar os prazeres que o sexo proporciona a um homem desde a adolescência e que ficou a vida inteira num Seminário, mas você logo será um homem casado, Christian, e hoje, já tem uma vida sexual ativa que eu sei muito bem que tem. – Ele arqueia novamente a sobrancelha me desafiando a negar e eu reviro os olhos, pois é claro que ele saberia, considerando a irmã que eu tenho. – Mas você precisa perder de vez essas amarras que te prendiam e aproveitar a vida, principalmente na cama, se é que você está me acompanhando no quero dizer. Caralho, você já tem 25 anos, então aproveita tudo que o sexo pode te proporcionar, Christian.
– Eu já entendi Andrew, agora podemos mudar de assunto, por favor?
– Claro, eu já me senti como um pai ensinando seu filho pré-adolescente sobre sexo e isso fez com que eu esquecesse um pouco o meu nervosismo com o meu próprio casamento, então vamos almoçar que estou morrendo de fome, pois ainda tenho muitas dicas que lhe podem ser muito útil. – Ele bate a mão no meu ombro com um sorrisinho malicioso e nos levantamos.
Eu nego com a cabeça e o acompanho para a sala de jantar, mas não vou negar que eu esteja pensando em tudo que ele me falou, afinal, nunca tive curiosidade sobre isso antes, até porque não me seria útil de qualquer forma, mas agora... Ah, agora eu tenho a minha Princesa que consegue ser bem fogosa e me levar à loucura e se for para melhorar meu desempenho como homem e conseguir sempre satisfazer as vontades do meu Anjo, eu estou disposto a tudo, com toda certeza.
Hum, então você está querendo, como foi que o Andrew disse mesmo? Ah sim, soltar suas amarras durante o sexo 😏😏😏, Christian?
Eita lasqueira! Agora aguenta Ana, que o Ex-Seminarista tem fogo acumulado e não é pouco não, viu 🤭🤭🤭?
E que surpresa será que a Ana está preparando para a noite, já que ela deixou o coitado literalmente na mão 🤭🤭🤭?
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