Capítulo - 15
Desde que saímos do Shopping, estamos em absoluto silêncio dentro do carro, mas eu devo admitir que inclusive eu precisasse desse tempo apenas com os meus pensamentos, mesmo sentindo uma de suas mãos segurando a minha, enquanto mantém a outra firme no volante, porém eu tenho certeza que sua cabeça está em uma batalha que ele não sabe a quem escutar e, confesso que eu também esteja uma verdadeira bagunça, mas diferente dele é claro, porque eu não tenho nenhuma dúvida quanto aos meus sentimentos por ele, mas por pensar como eu consegui jogar a minha timidez de lado e simplesmente atacá-lo naquele estacionamento e não vou negar que esse beijo foi bem diferente dos outros - o que foi apenas dois e um deles teve um sabor agridoce devido a nossa despedida - que recebi de Christian.
Porém eu apenas segui as minhas emoções naquele momento, não pensando nem mesmo que poderia ser rejeitada, mas sinceramente, quando eu sugeri que víssemos algum filme, eu não imaginava que veríamos um tão triste, mas tão bonito quanto A cinco passos de você e, que poderia se encaixar tão perfeitamente a nossa história, mesmo que sejam por situações diferentes, pois aquele caso é uma ficção que não teve um final feliz, pelo menos não o esperado por mim é claro, mas a minha história com Christian é mais real do que eu gostaria que fosse, pois além do amor que ambos sentimos - agora eu tenho certeza que ele também ainda me ama -, veio também à dor, à mágoa e o longo tempo que passamos separados.
Eu tenho ciência do que sentimos não é errado, tanto que estou disposta a agir de forma tão discrepante do que costumo ser para não deixar que o amor da minha vida cometa uma loucura, por seu senso moral do que ele acredita ser errado e se Ordenar a Diácono, estando apenas a um passo de ser um Sacerdote, pois diferente do filme que vimos, não há nada, absolutamente nada que nos impeça de ficar juntos e se eu puder evitar que soframos por ter que ficar afastados, com certeza é isso que eu farei e, é justamente por esse motivo, que não permitirei que ele fique se martirizando e muito menos lhe darei a oportunidade de fugir novamente, pois se isso voltar a acontecer, eu não insistirei mais e seguirei em frente, custe o que custar.
- Christian! - Aperto a sua mão, chamando a sua atenção no momento que ele estaciona o carro na garagem de sua casa, fazendo com que ele me olhe e posso ver a tormenta em seus olhos. - Não pense demais, pois seja o que estiver pensando, você está errado.
- Ana, eu...
- Não, Christian!
Solto o meu cinto e faço o mesmo com o dele e num movimento rápido, eu monto em seu colo, fazendo com que a minha saia suba ao ponto de quase deixar a minha calcinha a mostra, mas nesse momento, não estou pensando em pudores ou em arrependimentos futuros e essa minha atitude o deixa assustado.
- Ana! O que você está fazendo?
- Apenas fique calado e me escute. - Eu falo séria e ele engole em seco e, aproveito para me acomodar melhor em seu colo, entre o espaço apertado do banco e o volante. - Há quase oito anos, você queria se convencer que eu estava confusa com os meus sentimentos por ser muito nova e dessa forma, resolveu entrar no Seminário por se sentir culpado, por acreditar que o que começou a sentir por mim fosse pecado.
- Como você...
- Eu disse para você ficar quieto. - Ele faz uma carranca e seguro a vontade de rir da cara que ele está fazendo, mas mantenho-me firme e sinto as suas mãos apertarem a minha cintura e tenho certeza que ele nem percebeu o que está fazendo. - Você simplesmente decidiu ir embora, sem se preocupar com os meus sentimentos, sem se importar que antes de tudo, éramos melhores amigos. - Ele tenta falar, mas o silencio com os dedos que coloco em seus lábios e continuo. - Você não se importou que estivesse machucando o meu coração que na época não entendia o porquê de estar sendo abandonado pelo seu primeiro amor e isso me fez sentir raiva, muita raiva, pois eu acreditava que eu me apaixonar pelo meu melhor amigo, fez com que eu o perdesse de vez, sendo que com a sua atitude, eu pensei que você não me quisesse mais na sua vida, nem mesmo como sua melhor amiga. - Ele tira uma mão da minha cintura e pega a minha, afastando-a de seus lábios e solta um suspiro profundo.
- Eu não poderia imaginar que você tivesse pensado isso e muito menos que eu estivesse te machucando com a minha decisão, pois se eu a tomei, foi pensando no que poderia ser melhor para você, por ser tão inocente e por estar confundindo a nossa irmandade e amizade em algo a mais. - Ele fala de uma forma tão profunda e com tanto sentimento que dói no meu coração e eu respiro fundo.
- Mas foi exatamente isso que aconteceu, Christian, pois você me machucou. - Ele fecha os olhos e engole em seco novamente, mas eu toco o seu rosto fazendo com que ele os abra para me olhar. - No entanto, isso me fez ser mais forte, mesmo que por um tempo eu não quisesse mais saber de você, que até então eu acreditava nem mesmo lembrar mais de mim.
- Eu nunca deixei de pensar em você, nenhum dia sequer, Ana, em todo esse tempo que eu estava no Seminário, mesmo eu sabendo que fosse errado, pois eu deveria estar me dedicando completamente a minha preparação ao Sacerdócio, mas eu simplesmente não conseguia parar de pensar em você.
- Eu também nunca deixei de pensar em você, mesmo que eu tentasse dizer a mim mesma que cada dia que passava, eu conseguia trancar um pouquinho mais dos sentimentos num cantinho que logo estaria trancado por completo. - Eu sorrio de forma triste, por me lembrar disso. - Mas que na verdade isso era apenas uma forma de tentar fazer o meu coração parar de doer, pois naquela época eu poderia ter apenas 14 anos, Christian, mas eu nunca estive enganada quanto ao amor que eu comecei a sentir por você e que foi apenas aumentando e que do nada, você apenas decidiu que não queria recebê-lo, saindo da Cidade se trancando num Seminário, sem pensar em mim ou no quanto eu poderia sofrer.
- Mas foi justamente por pensar em você, Ana, por ser o certo a se fazer, que eu tomei essa decisão e também por ser... - Ele para e pensa por um momento antes de continuar. - Por acreditar que essa fosse a minha Vocação.
- E é, Christian? Essa é a sua Vocação? Ser um Sacerdote, servindo apenas a Igreja? - Ele não me responde, mas fica apenas me olhando com seus olhos tempestuosos. - Você está certo que é isso que você quer para a sua vida? - Eu falo mais baixo e me aproximo no momento que ele alterna o olhar entre os meus olhos e meus lábios. - Se você me falar que é feliz sendo um Seminarista. - Eu dou um selinho em seus lábios e o vejo fechar os olhos quando eu volto a me aproximar, mas desvio de sua boca e traço uma linha de beijos de sua mandíbula ao pescoço, vendo-o se arrepiar. - Se você me falar que está pronto para ser um Diácono. - Mordo o lóbulo de sua orelha e sinto o seu aperto se intensificar na minha cintura, como a sua ereção embaixo de mim e isso me deixa quente e sem que eu consiga me controlar, começo a rebolar em seu colo, arrancando um gemido sôfrego dele e eu suspiro. - Se você me falar que está mesmo disposto a ser um Sacerdote para o resto da sua vida. - Pressiono os meus lábios nos seus e continuo rebolando lentamente em seu colo, mas esse movimento me faz gemer em seus lábios, porém eu me forço a continuar a falar. - Se realmente for isso que você quer, então eu volto amanhã mesmo para Milão e você não me verá mais. - Ele abre os olhos rapidamente e me encara com seus olhos em chamas me fazendo parar no lugar.
- Você vai voltar para Milão com aquele Italiano babaca? - Ele pergunta ríspido diferente da delicadeza na qual ele sempre fala comigo e sinto as suas mãos segurarem ainda mais firme em minha cintura e vendo que ele está com ciúmes eu deslizo as minhas mãos do encosto do banco para a sua nuca, segurando em seus cabelos aproximando-me novamente de seus lábios.
- Sim! Se você me falar... - Beijo os seus lábios e volto a rebolar lentamente. -... Que quer mesmo ser um Padre... - Dou outro beijo nele. -... E que não me ama, da mesma forma que eu te amo... - Ele desliza uma mão por minhas costas, parando em meu pescoço, segurando nos meus cabelos, mas sem me machucar. - Então eu irei sim embora com o Lucca. - Eu vejo o exato momento que algo dentro dele despertou e o sinto puxar os meus cabelos mantendo-me firme no lugar e se aproxima falando bem perto dos meus lábios, me deixando ainda mais excitada.
- Você é minha, Ana! - Ele morde o meu lábio inferior, passando a língua em seguida. - Só minha!
E então ele me beija de uma forma que rouba completamente o meu ar, enquanto sinto o seu aperto firme em minha cintura e em meus cabelos. Eu volto a rebolar em seu colo sentindo o seu membro ainda mais rígido embaixo de mim, me deixando ainda mais molhada. Ele solta os meus cabelos para colocar as duas mãos na minha cintura, impulsionando ainda mais os meus movimentos fazendo-nos gemer na boca um do outro.
Afastamo-nos do beijo para respirar e o vejo jogar a cabeça para trás no encosto do banco de olhos fechados e os lábios entreabertos em busca de ar. Começo a sentir a minha respiração ficar ainda mais ofegante e o meu coração tão acelerado, como se estivesse prestes a pular do meu peito, o meu clitóris pulsa de forma dolorosa enquanto ondas de calor percorrem o meu corpo, fecho os olhos e sinto a sensação crescente em meu ventre aumentar e sinto novamente a boca de Christian invadir a minha bebendo os meus gemidos e fazendo-me engolir os dele enquanto espasmos começam a dominar o meu corpo.
Ele se afasta novamente e aperta tão firme em minha cintura movimentando-me ainda mais rápido em cima dele, que tenho certeza que ficará a marca de seus dedos em minha pele, no entanto eu não me importo, principalmente por ouvir os seus gemidos roucos e excitantes. Eu abro os meus olhos no exato momento que ele abre os dele, mantendo-os fixos nos meus e, meu corpo explode de uma forma que nunca imaginei ser possível, enquanto grito por seu nome, ouvindo o meu ser pronunciado de forma tão sôfrega que me arrepia.
- Christian!
- Ana!
Ofegante e completamente trêmula eu deixo o meu corpo cair sobre o dele, apoiando a cabeça em seu ombro enquanto ouço a sua respiração irregular em meu ouvido e suas mãos deslizarem de forma preguiçosa por minhas costas. Estamos completamente suados, com as roupas grudando em nossos corpos, uma verdadeira bagunça dentro do carro, mas essa foi a melhor sensação que eu poderia sentir estando nos braços do homem que eu amo. Nos braços do meu melhor amigo, o meu primeiro e único amor.
(...)
Depois de ficarmos mais alguns minutos na mesma posição, apenas acalmando os nossos corpos e desacelerando os nossos corações, mas ainda sentindo o toque um do outro, eu comecei a ficar envergonhada, principalmente por estarmos dentro do carro e na garagem da casa dele, mas ainda bem que chegamos ao fim da tarde e nesse momento, a noite dominou completamente o céu, mas isso não faz com que a nossa situação seja menos embaraçosa, no entanto eu tenho que manter-me firme, pois se eu comecei com isso, não me farei de rogada logo agora, por isso decidida, eu levanto a cabeça de seu ombro e me afasto para olhar em seus olhos, porém eu não consigo vê-los por estar escuro, sendo que a luzes automáticas se apagaram por falta de movimento na garagem.
Percebendo a minha intenção, Christian liga as luzes internas do carro e eu posso ver o quanto ele está corado, o que acredito que eu não esteja diferente, mas o que me chama a atenção de fato é ver os seus olhos brilhantes, bem diferentes de quando os vi desde o dia que eu retornei para Washington, o reencontrando na sala de sua casa e sem conseguir controlar, sendo quase um gesto automático eu toco o seu rosto, sentindo a sua barba macia acariciar a palma da minha mão e ele suspira, pegando a minha mão a levando aos seus lábios.
- Precisamos entrar, pois estamos há muito tempo aqui na garagem. - Ele assente e beija novamente a minha mão. Eu tento levantar do seu colo e voltar para o meu banco, mas ele me segura, fazendo-me olhar para ele sem entender.
- Fica aqui só mais um pouco. - Eu assinto e o abraço, deitando novamente a cabeça em seu ombro e o ouço soltar um suspiro profundo.
- O que você está pensando? - Coloco a mão em seu peito, sentindo o seu coração agitado e novamente ele suspira.
- Nada! Vamos apenas aproveitar mais alguns minutos aqui, antes de voltarmos para o mundo real fora desse carro. - Me afasto novamente e seguro o seu rosto entre as minhas mãos, não permitindo que ele desvie o olhar dos meus.
- Christian, depois que sairmos desse carro, nada precisa mudar. - Ele não fala nada, mas fica me olhando com seus olhos intensos. - Essa é a nossa história, a nossa vida real, não precisamos fugir dos nossos sentimentos. Apenas esquecer o passado e seguir em frente. - Ele não fala nada e o seu silêncio me diz muito mais do que palavras. - Você não vai mudar de ideia, não é? Você ainda vai insistir em continuar com a sua Ordenação. - Eu afirmo e saio do seu colo, pulando para o meu banco, abrindo a porta e saindo em seguida após pegar a minha bolsa e ouço a sua porta ser aberta também, mas não olho para ele.
- Ana! Por favor, me entenda. - Ele segura o meu braço e faz com que eu olhe para ele.
- Ah! Eu entendo sim! - Dou uma risada sem humor e ele solta o meu braço, mas eu me aproximo levantando a cabeça para olhar em seus olhos. - Eu entendo que eu passei todo esse tempo amando um covarde. - Bato o dedo em seu peito e ele dá um passo para trás. - Eu entendo que a sua estupidez não permite que você veja que não somos nada um do outro e que não há nenhuma razão ou motivo que impeça de ficarmos juntos. - Bato o dedo novamente no peito dele. - Eu entendo que você é tão covarde que prefere continuar sendo infeliz a admitir que estivesse errado desde o momento que decidiu entrar no Seminário, mas eu vou te falar uma coisa e espero que você memorize cada palavra que eu disser. - Me aproximo ainda mais dele e o vejo engolir em seco ficando entre o seu carro e o meu corpo. - Se você está disposto a ser infeliz? Ótimo! Mas essa idiota aqui, que passou todo esse tempo te amando, que voltou para te impedir de continuar com essa estupidez, não vai ser infeliz junto com você, pois eu estou voltando amanhã mesmo para Milão e vou seguir a minha vida, você está ouvindo? Eu. Vou. Te. Esquecer. Para. Sempre. - Falo entredentes e pausadamente e lhe dou as costas.
- Merda, Ana! - Ele puxa novamente o meu braço, me fazendo soltar a minha bolsa e apoiar as mãos em seu peito. - Você não vai embora, não com aquele cara.
- E por quê? Por que eu não deveria ir embora com o Lucca? - Ele não me responde, mas posso ver que está com raiva, devido a sua respiração acelerada, mas eu continuo. - Pois ele não pensou duas vezes antes de deixar a sua vida para trás e vir comigo para o Washington, então me responda Christian, por que eu não posso ir embora e seguir a minha vida com o Lucca?
- Porque eu não quero que você vá. Porque o seu lugar é aqui, ao meu lado. - Ele fala entredentes, mas ainda não me convenceu.
- Resposta insuficiente, tente novamente. Por isso eu vou perguntar de novo. Por que eu não devo ir embora com o Lucca amanhã mesmo?
- Porque eu... Por que...
- Fala Christian! Por quê?! - Eu quase grito impaciente e bato a mão fechada em seu peito.
- Porque eu te amo! - Ele encosta a sua testa na minha e sinto a sua respiração ofegante bater em minha boca. - Droga, Ana! Porque eu te amo, está me ouvindo?
- Sim e eu também te amo seu idiota.
Beijo os seus lábios, sendo correspondida na mesma urgência e sinto as suas mãos deslizarem por meu corpo, como que se fosse para sentir que de fato eu esteja mesmo em seus braços. Ele me puxa ainda mais de encontro ao seu corpo e antes que possamos perder novamente o controle, ouvimos um pigarrear nos assustando, fazendo-nos afastar e encontrar com Lucca nos olhando envergonhado e ouço Christian grunhir irritado.
- Desculpe-me atrapalhá-los, mas Ana, a Melissa não está mais conseguindo segurar a Dona Laura dentro de casa, pois ela ouviu o início da discussão de vocês e por pouco não veio para ver o que estava acontecendo.
- Droga! Vocês ouviram o que estávamos falando? - Arregalo os olhos e Lucca me dá um sorriso de lado.
- Na verdade, ouvimos vozes alteradas, mas quando Melissa entendeu o que estava acontecendo, arrastou a Avó e a Mãe para o Escritório para discutir algo sobre o ensaio para o casamento, por isso eu achei melhor vir chamá-los. - Solto um suspiro aliviada e, me lembro de que eu e Christian devemos estar uma verdadeira bagunça, devido o que acabamos de fazer no carro e sinto o meu rosto esquentar de vergonha.
- Hum... É... Obrigada, Lucca! Nos dê apenas um minuto que entraremos. - Ele assente e me olha de forma maliciosa entendendo o que aconteceu e volta para o interior da casa, deixando-nos sozinhos, mas eu me viro para Christian, vendo-o irritado. - O que foi agora?
- Você e esse Italiano parecem ser bem íntimos. - Sorrio por ver que ele está mesmo com ciúmes e resolvo provocá-lo um pouco e, me aproximo passando os braços por seu pescoço e ele mantém as mãos em minha cintura.
- De fato, somos! Morávamos juntos em Milão.
- O quê? - Ele fecha ainda mais o semblante e tenta se afastar, mas eu o impeço.
- Morávamos juntos há seis meses, mas eu vou te contar um segredo. - Me aproximo do seu ouvido e falo bem baixinho. - O Lucca é gay. - Bom, na verdade ele é bissexual, mas Christian não precisa saber disso e eu me afasto vendo-o de olhos arregalados e mordo o lábio para não rir da cara dele.
- E você me deixou... Fez-me acreditar que... - Eu sorrio e dou um beijo em seus lábios.
- Christian, eu falei que te amo a mais de oito anos. Que eu não consegui te esquecer por todo esse tempo e, além do mais, você achava mesmo que eu iria trazer alguém que eu supostamente poderia ter me envolvido para a sua casa? - Ele sorri de lado e vejo que ficou corado e eu nego com a cabeça. - Além de covarde é tapado? Deus, onde foi que eu errei? - Ele franze a testa e me olha intensamente.
- Você vai continuar a me chamar de covarde? - Arqueio uma sobrancelha para ele, que suspira. - Ana, eu tinha os meus motivos e... - Eu o interrompo com outro beijo e respiro fundo.
- Christian, nós não vamos voltar a falar sobre isso, pois eu estava mesmo falando sério, pois se você sequer cogitar a ideia de insistir numa coisa que sabemos que não é o que de fato você quer por achar... - Ele tenta me interromper, mas eu não deixo. - Sim, achar, pois essa sua culpa é sem fundamento, mas se você ainda insistir nisso, eu vou embora e é melhor você esquecer que algum dia eu fiz parte da sua vida. - Ele nega com a cabeça e me aperta em seus braços.
- Eu... Dê-me apenas um momento para absorver esses últimos acontecimentos, pois isso é novo... Bom... Você sabe Ana, que eu... Enfim, eu... Eu havia escolhido o celibato quando aceitei a ser um Seminarista. - Ele fala e mesmo que eu também esteja envergonhada, sorrio da sua carinha corada.
- Para mim também, Christian. O que aconteceu hoje no carro, bem... O que nós fizemos... - Droga! Eu estou sentindo o meu rosto esquentar novamente, mas eu continuo. - Eu nunca fiz isso com ninguém, pois de alguma forma, eu sentia que estava te traindo, que eu estava traindo os meus sentimentos por você se eu me envolvesse com outra pessoa. - Ele não fala nada, mas consigo ver a satisfação em seus olhos e reviro os meus. Homens! Até mesmo um tapado que até alguns minutos queria ser Padre se vangloria com isso.
- Vamos entrar, pois... É... Eu estou precisando de um banho e tirar essa roupa.
Gargalho da forma envergonhada que ele falou, mas nesse caso eu também estou muito envergonhada, pois tive o meu primeiro orgasmo e o fiz ter o seu - o que eu acredito que também tenha sido o primeiro dele, pois ele é muito certinho para ter feito isso antes - dentro do seu carro.
Nossa! Eu devo ser mesmo uma desavergonhada, como diz a Dona Laura, mas sinceramente? Se eu decidi a entrar na Missão Seduzir um Seminarista, melhor dizendo, o meu Seminarista, eu vou até o fim, pois eu posso ser virgem, mas boba? Ah! Com certeza eu não sou.
(...)
Depois que saímos da garagem, entramos na casa com medo de encontrar com alguém da sua família, mas isso não aconteceu e eu devo agradecer a Melissa e ao Lucca que com certeza pensaram que seria uma situação constrangedora para nós dois, mas enfim, cada um subiu para o seu quarto, mas não antes de trocarmos mais um beijo e eu correr para o banheiro e tentar apagar o calor que começou a subir novamente pelo meu corpo.
Eu não vou negar que a principio eu tenha achado essa ideia da Melissa um tanto quanto absurda, principalmente porque eu estava ainda magoada por todo o tempo que passamos afastados, mas bastou para que eu olhasse uma única vez em seus olhos cinza que sempre me perseguiram, para que todos os meus sentimentos voltasse... Não! Melhor dizer, para que todos os meus sentimentos se intensificassem e eu percebesse que eu não poderia perdê-lo em definitivo para um Sacerdócio que não é de fato o que ele quer para a vida dele, justamente por se sentir culpado por ter começado a me amar ainda na adolescência.
Foi difícil dormir enquanto eu me lembrava de tudo que fizemos no carro, a nossa discussão na garagem, até o momento dele assumir que me ama da mesma forma que eu o amo, mas, mais ainda por me sentir incomodada, com o corpo em chamas e desejando muito que eu pudesse estar dormindo em seus braços, sentindo o seu perfume que tanto amo, o calor do seu corpo, o toque de suas mãos em minha pele e o sabor dos seus lábios.
Eu nego com a cabeça e desligo o chuveiro, enrolando uma toalha em meus cabelos e me secando com a outra, antes que eu comece a pensar besteiras e invada o quarto do Christian e me jogue nele como a desavergonhada que eu estou me tornando. Dou uma risadinha por pensar nisso e saio do banheiro, mas levo um susto dando um grito vendo Melissa e Lucca jogados na minha cama.
- Vocês querem me matar do coração? - Coloco a mão o peito e os dois dão risada do susto que eu levei.
- Não temos culpa se você estava com a cabeça no mundo da lua, ou melhor, dizendo, com a cabeça no meu irmão. - Melissa me olha de um jeito malicioso e eu reviro os olhos, entrando no closet para me vestir. - Não adianta fugir não, Ana, você vai nos contar o que aconteceu ontem.
- Melissa! Eu não tenho nada para contar, então vão tomar café que daqui a pouco eu estarei à mesa. - Falo um pouco mais alto para que eles me ouçam e começo a hidratar o meu corpo.
- Bella Mia, eu vou ter que concordar com a Melissa, pois ontem o que eu presenciei não foi nada não, foi um verdadeiro beijo com direito a mão boba e uma pegada daquelas naquela garagem. - Lucca relembra o momento que nos interrompeu e sinto o meu rosto começar a esquentar por me lembrar de tudo que fizemos ontem naquele carro.
- Ana, como você conseguiu fazer que aquele quase Padre saísse da casca desse jeito e tivesse essa pegada que o Lucca me contou? Sinceramente eu não consigo imaginar o meu irmão, tímido daquele jeito fazendo isso.
- Vocês estão me saindo dois grandes fofoqueiros, isso sim. - Escolho um vestido simples, mas elegante e o visto, mesmo que eu não precise usar sutiã com ele, mas se isso fizer com que Christian me pegue de jeito... Meu Deus! De onde estão saindo esses pensamentos?
- Ana! Não faça assim. - Melissa choraminga e eu suspiro, mas acabo sorrindo, entrando no quarto por ver a sua cara de cachorro abandonado.
- Tudo bem, Melissa! É verdade, ontem o Christian e eu, digamos que talvez possamos estar começando a nos entender. - Sento-me na cama ao lado deles, que ficam me olhando esperando que eu fale mais alguma coisa. - Não precisam ficar olhando desse jeito que eu não vou falar mais nada.
- Mas sinceramente, Melissa, a forma desajustada que esses dois estavam, eu arrisco dizer que antes de eu encontra-los, estava rolando uma pegação daquelas dentro do carro que a propósito, ainda estava com os vidros embaçados. - Lucca fala e eu arregalo os olhos, pois não tinha me atentado a esse detalhe.
- Ana! Não me diga que vocês...
- Não, Melissa! - Nego enfaticamente com a cabeça e sinto o meu rosto esquentar ainda mais. - Sinceramente, eu não iria querer que a minha primeira vez acontecesse num carro e calma, pois eu nem sei se isso de fato irá acontecer.
- Ah, mas pela forma que o Christian me olhou ontem quando eu os interrompi isso não vai demorar nada para acontecer. - Lucca fala de forma maliciosa e eu mudo de assunto.
- E você, Lucca? Como foi o encontro com o Khalan? - Ele abre um imenso sorriso e sinto o meu coração se aquecer por ver que o meu amigo está verdadeiramente feliz.
- Foi perfeito e eu devo admitir que eu houvesse me esquecido o quanto ele era atencioso.
- Atencioso é? - Ele fica envergonhado e dou risada, mas vejo a confusão da Melissa alternando o olhar entre nós dois.
- Espera um pouco. Quando vocês falam Khalan, estão falando daquele Modelo lindo de morrer, que se aposentou há alguns anos? - Melissa pergunta e Lucca assente. - Nãooo! Ele também é gay? - Ela arregala os olhos e Lucca assente novamente. - Céus! O que está acontecendo com esses homens lindos de morrer que não gostam de mulher? Primeiro você Lucca, agora aquele deus Tailandês? - Ela coloca a mão na testa de forma dramática se jogando na cama e, Lucca dá risada.
- Sinto muito, Melissa, eu até gosto de mulher, mesmo a minha preferência sendo homens, mas o Khalan é completamente gay. - Ela faz uma carinha desolada e Lucca a olha sorrindo de lado. - E eu não sei por que essa carinha, pois o seu noivo também é muito lindo e aposto que ficaria muito nervoso de vê-la falando assim de outros homens. - Ela faz uma cara safada e se levanta.
- É verdade! O meu noivo é lindo e sabe foder como ninguém. - Eu arregalo os olhos e fico envergonhada pela forma que ela falou. - Mas meu querido, eu estou noiva e não morta.
- Melissa, você é um caso perdido mesmo. - Levanto-me e volto a me arrumar.
- Mas falando sério, Ana! Você e o meu irmão se resolveram? - Eu suspiro e volto a olhar para os dois.
- Melissa, eu gostaria muito de dizer que sim, mas conhecendo o Christian, como conhecemos, sabemos que ele pode a qualquer momento tentar fugir como só ele sabe fazer, mas por enquanto estamos... Como eu posso dizer? - Penso por um momento e continuo. - Estamos sim nos entendendo, mas nós ainda não estamos de fato "resolvidos", pelo menos eu sei que ele me ama da mesma forma que eu o amo.
- Ah! Mas isso até um cego seria capaz de ver, Ana. Pois vocês dois faltam sair faíscas estando na presença um do outro. - Eu sorrio e nego com a cabeça, voltando a me arrumar. - Mas enfim, vamos descer e deixar você terminar de se arrumar, pois vendo esse vestido, com essas costas nuas e sem sutiã, você está querendo não apenas seduzir o meu irmão, mas fazer com que ele bata no peito e se mostre um verdadeiro homem das cavernas. - Eu jogo o pente que estava nas mãos nela e eles saem do meu quarto rindo da minha cara.
Porém eu suspiro e penso que o que falei seja mesmo verdade, pois o amor nunca foi um motivo para que Christian desistisse de entrar no Seminário, o que na verdade, o amor foi o "culpado" para que ele tomasse essa decisão, no entanto eu não vou me precipitar em pensar de forma negativa, pois eu preciso acreditar que no fim, o nosso amor falará mais alto e possamos ficar juntos e, com os pensamentos renovados, eu respiro fundo mais uma vez e saio do quarto, para tomar o café da manhã e encontrar o meu amor.
- Anastásia, será que podemos conversar por um momento?
Eu cesso os meus passos antes de chegar às escadas e olho para trás e penso que o Universo talvez não esteja tão feliz em saber que eu esteja "desvirtuando" um Seminarista dos caminhos de Deus, mas sinceramente? Eu não me importo nem um pouco com isso e não será essa conversa que irá me fazer mudar de ideia.
Eu só espero que o Universo comece a conspirar a meu favor.
Minha nossa Senhora das Mocinhas decididas, mas parece que a coisa começou a esquentar, não é mesmo 😏😏😏 ? E não foi apenas dentro do carro não, pois começou a esquentar para o lado do Christian também e, ai dele se continuar com essa ideia estapafúrdia de continuar com o Sacerdócio 🤭🤭🤭.
E agora? Quem será que quer conversar com a Ana 😏😏😏? Correeee Ana! Que isso é Assombração 🤣🤣🤣🤣!
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