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Capítulo - 11

Depois que Melissa saiu do meu quarto, eu resolvi tomar um banho para tentar amenizar o cansaço das longas horas de voo que enfrentamos e, mesmo que meu corpo esteja cansado, a minha mente não consegue ter um momento de paz por saber que Christian está a duas portas de mim, mas a nossa distância parece tão longa agora como quando estávamos em Países diferentes.

Eu tentei convencer a mim mesma que os meus sentimentos por ele foram reduzidos pelo tempo e a distância, mas bastou apenas que eu pudesse colocar meus olhos nele, sentir os seus braços me envolverem igual fazia quando éramos adolescentes para que tudo voltasse ainda mais intenso do que antes.

Ver que o meu melhor amigo, hoje é um homem e que ficou ainda mais bonito de como eu me lembrava, fez não só o meu coração acelerar, mas também as borboletas intrometidas ficarem alvoraçadas dentro do meu estômago e, eu percebo que de fato não deixei de amá-lo, no entanto eu não pude deixar de perceber que ele de fato está diferente como Melissa havia me falado, pois ele está mais triste e sem o brilho naqueles olhos que eu lembrava tão bem e posso estar sendo prepotente em dizer isso, mas ainda consigo decifrá-lo como ninguém.

Durante o jantar o clima estava pesado, como se houvesse não apenas um elefante branco na sala, mas toda uma manada deles e eu não vou negar que vê-lo vestido com aquelas roupas tenha me machucado, pois eu não consigo imaginá-lo sendo um Padre, não o meu melhor amigo que sempre sonhou em ser um Empresário ou até mesmo um Advogado que pudesse defender os inocentes, fazendo justiça dentro da Lei.

Dona Laura não perdeu a oportunidade de tentar me provocar e se antes, quando eu era uma adolescente, eu achava que ela não gostava de mim, hoje eu tenho total certeza, principalmente pela forma que ela me avaliava, ainda mais quando eu não conseguia evitar e ficava olhando para o Christian que estava perdido em pensamentos, mergulhado em seu prato praticamente intocado.

No entanto eu não vou negar que eu tenha ficado feliz em ver que ele se incomodou quando Lucca pegou em minha mão, pois como eu disse, ainda consigo decifrá-lo e que Deus me perdoe, porque se eu tiver uma chance eu vou evitar que ele faça essa loucura de ser algo que claramente está nítido, que não é de fato o que pensa ser o certo para a sua vida, mesmo que ele não fique comigo como eu sempre sonhei, mas só de poder ver que ele será novamente feliz, eu também ficarei.

- Nossa! Que clima de velório esse jantar. - Melissa chama nossa atenção depois que Christian se retirou da mesa para subir para o quarto.

- Melissa, por favor! - Grace chama a atenção da filha que revira os olhos.

- Ah, Mamãe, por favor, digo eu. Tudo bem que não fazemos festa durante as refeições, mas hoje a Senhora tem que concordar que além de chato, estrava estranho pra car...

- Melissa! - Carrick fala sério e ela se encolhe no lugar.

- Desculpe-me.

O silêncio novamente se fez presente no ambiente, mesmo que Melissa esteja mordendo o lábio para segurar uma risada, no entanto os olhos afiados de Dona Laura não saem de mim e Lucca e, confesso que isso está começando a me incomodar, até que ela decida iniciar uma conversa.

- O que você faz mesmo em Milão, Menina?

Seguro a vontade de revirar os olhos pela forma que ela me chamou, que para muitos poderia ser considerado uma palavra carinhosa, mas vindo dela cheia de sarcasmo, eu preferia não ouvi-la, fato que não passou despercebido por ninguém à mesa, no entanto eu conto mentalmente enquanto passo o guardanapo da boca, para em seguida olhar em seus olhos e responder.

- Eu sou Modelo em uma Filial da Le Pallé Models, uma Agência Francesa que está situada em Milão há alguns anos. - Ela torce o nariz antes de continuar com o seu veneno.

- Você saiu de Washington para tirar a roupa em outro País? Muito me admira Raymond ter apoiado isso. - Ela fala negando com a cabeça e bebe um gole do seu vinho.

- Para a Senhora ver como uma família funciona, não é mesmo Dona Laura? Os meus pais não só me apoiaram como também me acompanharam e sentem muito orgulho do que eu faço. - Falo com um sorriso nos lábios e Melissa se engasga por tentar segura uma risada enquanto bebia o seu vinho. - Porque para eles não importa o que eu faça desde que eu esteja feliz, eles também estarão, além do mais, ser Modelo é uma profissão tão digna como qualquer outra, pode ser um pouco mais dolorosa e cansativa do que algumas outras tradicionais, devido às diversas restrições que passamos para atender os padrões exigidos pela Agência, mas tirando isso, é gratificante, glamoroso e rentável financeiramente dizendo. - Ela faz uma cara desgostosa e olha para Lucca.

- E você não se importa com isso? - Lucca olha para ela sem entender, mas ela continua a falar. - Vê-la se exibir dessa forma? Ficar praticamente sem roupas perto de outras pessoas, se esfregando naqueles Modelos desavergonhados?

- Sinceramente, Senhora? - Ela assente com um pouco de satisfação no olhar por pensar que talvez Lucca vá concordar com ela, e eu mordo no lábio para não rir. - Eu não me importo nem um pouco. - Ela arregala os olhos e Melissa solta uma risada escandalosa, Grace coloca o guardanapo na boca e Carrick apenas nega com a cabeça, mas Lucca continua. - Como a Ana disse a pouco, ser Modelo é uma profissão tão digna como ser um Médico ou um Professor, além do mais, por que eu iria me importar se foi assim que eu a conheci? - Ele pega a minha mão e leva aos seus lábios. - Eu também sou Modelo, Dona Laura, e as fotos que a Ana praticamente faz sem roupas, são comigo. - Melissa pega o celular sobre a mesa e procura algo e até imagino o que ela vai fazer.

- Vovó, a Senhora precisa ver, que fotos lindas eles fazem. - Ela se levanta e senta na cadeira que Christian ocupava ao lado de sua Avó e mostra o celular para ela. - Olha essas, Vó, são da última coleção da Calvin Klein, veja se eles não estão lindos juntos?

À medida que Melissa passa as fotos, eu vejo Dona Laura ficar vermelha e arregalar os olhos, pois em algumas estou apenas de Lingerie e outras, apenas com uma calça Jeans praticamente montada no colo de Lucca, com ele apoiando a cabeça em meus seios, enquanto suas mãos estão em minha bunda, outras, o Lucca está apenas de boxer e eu atrás dele, com as mãos espalmadas em seu abdômen. No início eu fiquei muito envergonhada para fazer as fotos para essa coleção, mas o Lucca conseguiu me deixar muito à vontade e devo concordar com a Mel, pois essas realmente ficaram lindas.

- Tira isso daqui, Melissa! Isso é uma pouca vergonha. - Dona Laura tenta empurrar Melissa, mas ela segura a risada e continua passando as fotos.

- Não, espera Vovó! Olha essas aqui, com todo respeito Lucca, mas veja Vó, olha que abdômen definido é esse? E essa cueca boxer, minha nossa!

- Crie vergonha, Melissa Grey, você é uma mulher que está prestes a se casar e fica falando isso de outro homem? Lamentável. - Dona Laura joga o guardanapo sobre a mesa e se levanta, pegando a sua bengala e saindo da sala a passos rápidos enquanto Melissa irrompe numa gargalhada.

- Melissa, você está passando dos limites com a sua Avó. - Carrick repreende a filha e ela continua rindo, mas dá de ombros.

- O seu pai tem razão, Filha, uma coisa é não concordarmos com tudo que ela diz, mas você falar isso, ainda mais algo que possa constranger a Ana e o Lucca, foi demais.

- Não se preocupe conosco, Dona Grace, pois isso de forma alguma nos constrangeu - Lucca fala e dá um sorriso para Grace que retribui e ele se levanta. - Desculpem-me a indelicadeza, mas se vocês não se importarem, eu gostaria de me retirar?

- Claro que não, querido, fique a vontade, essa casa agora também e sua. - Ele assente e dá um beijo em meus cabelos.

- Você vai ficar bem?

- Vou sim! Fique tranquilo, logo eu irei dormir também.

- Qualquer coisa me chame tudo bem? - Eu assinto e sorrio para ele. - Boa noite a todos e com licença.

- Bom, eu vou aproveitar e subir também. Comportem-se, Senhora e Senhoritas. - Carrick se levanta e depois de dar um beijo nos lábios de Grace, sai da sala de jantar nos deixando sozinhas.

(...)

Depois de retirarmos a mesa do jantar, seguimos para a sala de estar e sentamos no sofá, cada uma perdida em seus próprios pensamentos, dúvidas e dilemas, no entanto Melissa me encara com um sorriso imenso nos lábios.

- O que foi Melissa?

- Nada, só que a Senhorita está com uma língua afiada, não é mesmo? - Dou de ombros, afinal não sou mais aquela adolescente ingênua que não enxergava nada sobre a intenção de outras pessoas. - Mas me fala como você se sentiu ao reencontrar o meu irmão. - Olho assustada para Grace e Melissa faz um gesto desdenhoso com as mãos. - Não se preocupe, minha mãe está ciente do motivo de você ter voltado, aliás, que eu praticamente precisei implorar para você voltar.

- Você ainda ama o meu filho, não ama, Ana? - Grace pergunta ternamente e eu suspiro deixando os ombros caírem, parecendo que estou carregando o mundo nas costas.

- Sinceramente, Grace, por todo esse tempo que passamos afastados, sem ter nenhuma notícia sobre ele...

- Porque você não me deixava falar nada, sempre me interrompia dizendo não querer saber mais nada sobre o Christian. - Melissa aponta o dedo para mim, mas eu ignoro revirando os olhos e continuo a falar.

- Então eu tentava convencer a mim mesma que os sentimentos que eu tive pelo meu melhor amigo que por ventura passou a ser o meu amor de adolescência, havia sido esquecido num cantinho de memórias que eu mantive sempre fechado no meu coração, mas então, quando eu cheguei aqui e me deparei com ele na sala, tudo voltou como se nunca tivessem estado adormecidos por tanto tempo. - Ela sorri e vejo os seus olhos marejados.

- Quando a sua mãe estava grávida, o Christian ficou muito apegado a Carla, e ele, amava tocar a barriga dela para sentir o "neném mexer". - Ela sorri com a lembrança e eu a acompanho, pois eu ainda não tinha escutado essa história. - Quando você nasceu e foi para casa, dava um trabalho para tirar ele de perto de você e toda vez que tínhamos que vir embora, era um choro que nada acalentava, até prometermos que no outro dia, ele iria vê-la novamente. - Ela para de falar e dá uma risada. - Você acredita que no aniversário dele de três anos, ele queria que você comesse do bolo? Tínhamos que ficar de olho, pois se descuidássemos, ele colocava bolo na sua boca com os dedinhos. - Eu sorrio ao imaginar a cena.

- Minha mãe nunca me falou sobre essas histórias. - Ela nega com a cabeça, mas mantém um sorriso afetuoso nos lábios.

- São momentos que acabam ficando apenas nas lembranças mesmo. - Ela me olha com carinho e continua. - Vocês dois sempre tiveram um ligação muito forte desde pequenos, pois sempre que você chorava desde que não fosse fome ou porque estivesse precisando de uma troca de fralda, o Christian conseguia te acalmar e foi assim, até você começar a andar para todos os lados e ele sempre estava por perto, com medo de você cair e se machucar.

- Eu tenho vagas lembranças desses momentos. - Melissa fala saudosa e Grace balança a cabeça confirmando.

- Apesar de você ser, dois anos mais velha do que o seu irmão, você também era muito pequena. - Mel assente e, Grace continua a falar me olhando. - Com o passar dos anos, Carla e eu pudemos ver o quanto o Christian era protetor com você e muito ciumento também, apesar de que ele sempre foi muito tímido e extremamente calado, mas com você ele não era assim, ele conversava e não importava de brincar com você, mesmo sendo uma menina e menor do que ele. - Assinto, pois me lembro dessa época. - Quando ele chegou à adolescência pensamos que ele iria se afastar para começar a interagir com os amigos da idade dele, mas mesmo que ele fizesse amizade com quem fosse ele nunca deixou você de lado, tanto que a sua mãe e eu, sempre achamos que aquela amizade pudesse virar algo a mais quando vocês fossem mais velhos e não estávamos erradas. - Eu nego com a cabeça.

- O Christian sempre me viu com a sua irmãzinha mais nova, Grace, e a prova disso foi no aniversário dele de 17 anos, quando... - Me calo e sinto o meu rosto esquentar de vergonha por falar isso para a mãe dele, mas ela completa a minha frase.

- Quando deram o primeiro beijo de vocês. - Assinto e baixo o olhar por ficar sem graça em ter que encarar os seus olhos. - Ana, o Christian sempre foi um excelente menino, nunca nos deu trabalho com nada, mas desde que a Laura veio para a nossa casa, percebemos que ele começou a ficar ainda mais retraído, mas mesmo assim, ele não se afastou de você, tanto que quando ele falou que iria para o Seminário, foi um choque para todos nós, pois mesmo que não falássemos nada, até porque vocês eram muito novos, nós víamos o amor de vocês, crescer a cada dia que passava.

- E é por isso que não acreditávamos que ele iria levar essa história tão a sério como vem fazendo, Ana. - Melissa fala e eu apenas confirmo com a cabeça por não ter o que falar.

- Confesso que parte da culpa de ter permitido que ele levasse essa história por tantos anos é nossa, principalmente do Carrick que não se impôs com a mãe dele quando foi necessário, por manipular a cabeça do nosso filho com as crenças religiosas dela. No entanto se víssemos que essa realmente fosse a Vocação do Christian, não iriamos tentar interferir, mas não é isso que acontece, pois conseguimos ver o quanto o meu filho está se apagando a cada dia que se aproxima da Ordenação ao Diaconato Transitório e conseguimos ver e sentir que ele não está de fato feliz com a escolha que fez para si mesmo. - Eu não falo nada, pois se em alguns minutos em sua presença eu consegui ver que ele não está feliz, imagina a sua família que convive com ele a cada passo que ele dá desde o dia que foi para o Seminário.

- Mas se tem uma coisa que você melhor do que ninguém sabe, é o quanto o meu irmão é cabeça-dura. Teimosia deveria ser o nome do meio dele, se ele tivesse um. - Melissa faz uma careta e eu suspiro, pois o meu coração dói em saber que ele está tentando sacrificar a sua felicidade, por achar ser errado nutrir sentimentos por mim.

- Eu não sei se consigo convencê-lo a perceber que o caminho que ele pretende continuar a seguir não é o correto, pois eu sei que essa decisão dele partiu por achar errado ter sentido algo por mim, diferente do que na cabeça dele deveria ser apenas amor entre irmãos.

- Ana, quando a Melissa veio conversar comigo, dizendo que iria até Milão para falar com você, eu até pensei que não iria resolver, mas no momento que você chegou e o Christian colocou os olhos em você, por um momento eu vi o adolescente que tinha sonhos, naquela sala. Os olhos do meu filho voltaram a ter o brilho que tinha, sempre que estava com você, mas então a Melissa me apronta aquela dizendo que o Lucca era o seu noivo e, ele simplesmente se fechou novamente.

- Desculpem-me, mas eu pensei que se ele ficasse com ciúmes da Ana, ele poderia reagir e permitir que os seus instintos falassem mais alto. - Mel fala expressando estar verdadeiramente culpada, mas eu não a condeno.

- Mel, isso até poderia funcionar se não estivéssemos falando de uma pessoa que é propensa a recorrer a fugas como Christian é. - Ela e Grace assentem e eu continuo. - Se o Christian alguma vez poderia ter sentido ciúmes de mim, em algum momento no decorrer do tempo que passamos juntos, então eu posso garantir que ele é extremamente controlado, pois ele nunca demonstrou nada além de proteção de irmão mais velho.

- Mas essa é a questão, Ana, ele poderia dizer que era proteção de irmãos, mas na verdade ele sempre sentiu muito ciúmes de você. - Grace sorri e eu não posso afirmar ou negar quanto a isso, mas ela continua. - O meu filho não conseguiu esconder a tempo os seus sentimentos no momento que Lucca pegou em sua mão durante o jantar e é por isso que eu afirmo que ele também te ama, mas a pergunta agora é: você ainda ama o meu filho? - Infelizmente nem preciso pensar quanto a isso.

- Sim, Grace, eu amo. Eu sempre me achei uma louca por não conseguir esquecer um amor de adolescência não correspondido, a ponto de não conseguir permitir que ninguém se aproximasse de mim, pois eu achava errado, como se eu estivesse... Como posso dizer? - Penso por um momento e a palavra que se adequa melhor a isso é apenas uma. - Eu me sentia como se estivesse traindo o meu primeiro e único amor. - Elas tentam falar alguma coisa, mas eu as impeço e continuo. - No entanto, como eu falei para Melissa, muita coisa mudou e hoje parece que mesmo estando embaixo do mesmo teto, Christian e eu ainda permanecemos a quilômetros de distância um do outro.

- De fato a distância causa esse abismo entre duas pessoas que foram tão próximos no passado, mas eu acredito que quando há amor envolvido, isso pode facilmente ser superado, só basta que se reaproximem novamente. - Grace fala, mas não sei se apenas isso seria o suficiente, ainda mais quando estamos os dois machucados, eu por ter me sentido abandonada por meu melhor amigo e ele, por achar estar fazendo o certo a se tornar um Sacerdote, mesmo que isso o deixe infeliz.

- Tire como exemplo por mim, Ana, o Andrew sempre foi amigo do Christian e só depois que já estávamos na Universidade que começamos a namorar. - Melissa fala e eu dou um sorriso debochado para ela.

- Melissa, até eu que era ingênua na época sempre soube que o Andrew era interessado em você, mas a Senhorita não fazia questão de corresponder os seus sentimentos e queria apenas "curtir a vida". - Ela faz uma careta, mas depois abre um grande sorriso.

- E eu devo admitir que eu tivesse aproveitado muito mesmo. - Eu nego com a cabeça, pois Melissa é um caso perdido. - E não precisa me olhar com essa cara, eu não sei como você, aos 22 anos, conseguiu permanecer virgem até hoje. - Arregalo os olhos e ela dá de ombros. - Você acabou de dizer que nunca permitiu que alguém se aproximasse e com isso entendemos que nunca tenha namorado antes, mas se isso te faz se sentir menos constrangida, o Christian também é um "virjão" com quase 25 anos.

- Melissa, não seja indelicada. - Grace repreende a filha, mas ela nem liga. - Ana, se você não estiver segura quanto aos seus sentimentos e que talvez não queira tentar interferir nesse assunto, nós iremos entendê-la, afinal, como você mesmo disse, foram quase oito anos separados e muita coisa mudou. - Assinto e ela continua. - Mas se você sentir no seu coração que ainda o ama e que vale a pena arriscar, então minha filha, lute e tente recuperar o amor de vocês, não permitindo que o meu filho, cometa essa loucura e que corra o risco de ser infeliz para o resto da vida, assim como você que poderá se sentir incompleta por não ter a metade da sua alma que falta.

Não falo mais nada quanto a esse assunto e me despeço das duas subindo para o meu quarto, mas sinceramente eu não sei o que fazer e muito menos se tenho o direito de fazer alguma coisa, afinal, são decisões que cabe apenas ao Christian tomar e, se ele achar que de fato é isso que quer para a sua vida? Eu não sei, só sei que se ele estiver realmente certo quanto a sua decisão, não sei se serei capaz de restaurar o meu coração se for novamente abandonado.

(...)

Mesmo que o cansaço tenha me vencido durante a noite, o jet lag não permitiu que eu dormisse um pouco mais, no entanto eu devo atribuir essa falta de sono também pela confusão que se encontra a minha cabeça, pois seria tão mais fácil eu falar para o Christian que ainda o amo e que ele sempre esteve errado em acreditar que não poderíamos ter tentado um relacionamento quando ainda éramos adolescentes, mesmo que no final das contas, nada tivesse sido como eu sonhava.

Eu sei que éramos muito novos, principalmente porque eu tinha apenas 14 anos na época, mas o tempo poderia ter sido nosso aliado se tivéssemos permanecido juntos, como melhores amigos e depois teríamos visto no que daria, mas não, hoje o tempo é um dos nossos maiores inimigos por ter nos afastado por tanto tempo.

Suspiro e desligo o chuveiro, saindo do banheiro em seguida e enquanto me visto eu penso se o Christian também está essa bagunça de sentimentos, ou apenas eu, que como sempre imagino sentimentos onde talvez não tenha, no entanto não irei pensar sobre isso e por ainda estar muito cedo, não irei acordar ninguém e decidido ir para o jardim, ver como está o cantinho que sempre será especial para mim, independente do que vier acontecer.

Desço as escadas e aprecio do silêncio da casa, pois preciso disso para tentar silenciar a minha mente barulhenta e aliviar o meu coração pesado. No entanto assim que chego à área externa da casa, eu vejo Christian sentado no banco, concentrado enquanto olha para a fonte a sua frente e um déjà vu passa por minha cabeça, pois já estivemos nessa situação antes e me aproximo o assustando enquanto me olha com seus olhos cinza que me transmitem tantas emoções ao mesmo tempo, que me sufocam.

Ouvi-lo falar sobre o seu tempo no Seminário me deixou um pouco chateada, pois eu sei que não deve ter sido fácil, mas isso apenas me machucou um pouco mais, por saber que em momento algum ele se referiu as cartas que eu o enviei, porém ver a sua confusão e negação quanto a não saber de carta nenhuma me deixa primeiramente desconfiada do porque dele estar mentindo para mim, mas eu não pude deixar de ver a verdade em seus olhos no momento que pegou em minha mão, causando um frisson que me deixou desconcertada.

Saber que ele também não me esqueceu, alegrou um pouco o meu coração que ainda sangra com a dor do abandono e eu senti que ele também me ama, mas tem medo de assumir para ele mesmo o que sente. Sentir os seus lábios tocarem suavemente nos meus, restaurou mais um pedaço dos caquinhos que ele casou há quase oito anos, mas ter Dona Laura interrompendo o nosso momento me deixou extremamente estressada e eu não consegui evitar falar pelo menos a mínima parte do que tenho entalado na garganta, pois ela como a Avó dele, deveria ser a primeira a ver o quanto o neto dela está infeliz, mas que devido ao seu senso moral e ético, não consegue perceber que está errado em seguir o Sacerdócio.

Eu não queria ter falado que não estava noiva do Lucca da forma que falei, mas foi melhor assim, pelo menos ele não precisará se remoer ainda mais em culpa por quase ter beijado uma mulher comprometida a outro homem, pois eu sei que é exatamente isso que ele faria. No entanto eu ainda estou muito irritada com a interrupção de Dona Laura e pela forma que ela me ofendeu e, sinceramente eu acho melhor ir para um Hotel, ou não sei até quando conseguirei manter meus bons modos e não falar o que a Avó de Christian merece ouvir, com isso eu sigo pisando duro para o interior da casa e quase atropelo a Grace quando subo as escadas.

- Bom dia, Ana. - Ela me olha atentamente. - Aconteceu alguma coisa?

- Bom dia, Grace, e sim, aconteceu. - Respiro fundo, pois eu não tenho que ser grossa com ela. - Aconteceu que a Dona Laura não tem limites quando se trata de ofender alguém e muito menos tem a capacidade de respeitar o espaço dos outros.

- Não estou entendendo. - Ela me puxa pela mão e terminamos de subir os degraus, entrando em seguida no meu quarto.

- Olha Grace, eu acho melhor eu ir para um Hotel, pois eu respeito muito a sua casa e meus pais me ensinaram que devo sempre respeitar os mais velhos.

- Ana, eu não estou entendo nada, o que aconteceu? - Inspiro e expiro algumas vezes e tento controlar os meus nervos, mas antes que eu consiga falar alguma coisa, ouvimos uma batida na porta e Melissa entra saltitante e logo atrás dela, está Lucca com sua cara de sono.

- Bom dia... O que aconteceu? Por que você parece tão irritada, Ana? - Eles entram de vez no quarto fechando a porta e Lucca me analisa, sabendo que algo está errado, mas resolvo falar logo o que aconteceu para não deixa-los preocupados.

- Eu acordei muito cedo e para não acordar ninguém, eu decidi ir para o jardim. - Eles apenas ficam me olhando para eu continuar. - Encontrei com o Christian sentado no banco que fica em frente à fonte e conversamos um pouco e quase nos beijamos. - Sinto o meu rosto arder só que agora de vergonha por ver os sorrisos de Grace e Melissa, mas Lucca se aproxima e pega na minha mão.

- Quase? Por que quase? - Eu olho para ele por um momento, mas encaro as duas mulheres a minha frente que também aguardam essa resposta.

- Porque a Dona Laura simplesmente chegou gritando pelo Christian e ainda veio me ofender falando que eu sou uma desavergonhada por ser uma mulher comprometida e voltar para tentar acabar com a felicidade do neto dela. - Grace arregala os olhos e Melissa abre a boca em espanto. - Mas eu devo ter falado uma coisa ou duas para ela também, além de deixar claro para o Christian que eu não estava noiva e que não tenho compromisso com ninguém.

- Vocês quase se beijaram? - Melissa pergunta com um sorriso pateta no rosto e eu reviro os olhos.

- De tudo que eu falei você só conseguiu ouvir isso? - Sento-me na cama e tento acalmar o meu coração que ainda está acelerado.

- Não, Ana, eu ouvi tudo que você disse sobre a minha avó e blá, blá, blá, mas isso é irrelevante para o momento, pois eu sei que você é capaz de lidar com a Dona Laura, mas você não percebe que o meu irmão também não esqueceu os sentimentos que tem por você? Se não, ele não teria tentado beijar você depois de todo esse tempo.

- Céus! Por que eu estou me sentindo uma pessoa que está prestes a desvirtuar um servo de Deus? - Melissa e Lucca fazem uma troca de olhar e sorrisos ordinários surgem em seus lábios, mas quem responde é a Melissa.

- Porque cunhadinha é exatamente isso que você vai fazer. - Abro a boca para falar que não sou cunhada dela, mas nada sai, no entanto Grace faz a pergunta que eu pretendia fazer em seguida.

- Melissa, o que você está querendo dizer com isso?

- Ora, Mamãe, nós sabemos que a timidez do Christian e a cabeça enterrada no meio da... - Ela se cala por ver o olhar contrariado da mãe e se corrige. - Por ser cabeça-dura, não permitirá que ele tome qualquer atitude e antes que possamos perceber, estaremos pedindo "Sua benção Padre" e ele estará usando uma batina, por isso a Ana terá que deixar um pouco mais esse lado meigo e delicado dela, para incorporar aquela mulher fatal que vimos naquele ensaio fotográfico ontem.

- Você está querendo dizer que eu tenho que seduzir o Christian? - Ela assente como se isso não fosse nada. - Você só pode estar ficando louca, Melissa. - Levanto-me da cama e paro na frente dela. - Uma coisa sou eu assumir que ainda amo aquele idiota. - Viro-me para Grace e fico sem graça por ter falado assim. - Me desculpe por isso Grace. - Ela dá de ombros, igual à filha faz para dizer que não liga para isso, pois sabe que é verdade. - Agora outra coisa, sou eu ter que me insinuar e seduzir o Christian para que ele abandone essa ideia de ser um Sacerdote.

- Bella Mia? - Lucca pega meu rosto entre suas mãos e me faz olhar em seus olhos verdes que também consegue me acalmar e encontrar a razão que perdi desde o momento que embarquei em Milão. - Quando você decidiu vir novamente para Washington, você não estava disposta a fazer tudo para recuperar o seu amor de adolescência se sentisse que haveria a possibilidade de ser correspondida? - Assinto e ele continua. - Então mia cara, na guerra e o no amor é tudo válido.

- E se não funcionar? E se a tristeza que o Christian sente no momento for apenas uma insegurança do que virá a acontecer depois de ser Ordenado? E se no fim das contas, eu sair ainda mais machucada do que fiquei quando tinha 14 anos?

- Então, voltaremos os dois para Milão e continuaremos a nossa vida e eu farei de tudo para fazer com que você não perca nenhum dos seus caquinhos no meio do caminho.

Assinto e o abraço sentindo o seu carinho por mim e eu sei que se tudo der errado no meio do caminho, eu sempre poderei contar com o Lucca e sempre terei esse abraço para me confortar, afinal de contas, posso não ganhar nada em fazer essa tentativa, mas também não tenho nada a perder, talvez, só mais um pedaço do meu coração, o que não será nada de novo para essa situação.

Mas olha só, Ana em modo mulher fatal? Segura essa Christian 😏😏😏😏!

Ahhh gente, só eu estou apaixonada no Lucca? Ele me deixa tão soft 🥰🥰🥰!

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