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Capítulo - 10

Sempre ouvi dizer que o tempo cura todas as dores, apaga as lembranças ruins e faz com que a vida que se em algum momento no trajeto tivesse saído nos trilhos, voltasse novamente a entrar nos eixos, no entanto ao me virar e ver a Ana na minha frente, fez com que todos os sentimentos que eu pensei que estivesse trancado a sete chaves viessem à superfície.

Nem em meus melhores sonhos e lembranças, a beleza dela faz jus ao que ela se tornou hoje, uma linda mulher e não mais aquela adolescente que eu sempre estava disposto a proteger, por mais que a sua essência, pureza e doçura ainda fizesse parte de seus traços delicados, assim como a inocência em seus olhos azuis que eu sempre amei admirar, consigo ver também o quanto ela está diferente, decidida e mais segura de si.

No momento que eu consegui sair do meu estupor, eu me aproximei dela de forma automática, assim como ela e, sem conseguir evitar a envolvi em meus braços para ter certeza que eu não estivesse alucinando pelas memórias que sempre permeiam a minha mente quando eu estou em casa, mas sentir os seus braços me apertarem, o seu perfume que não é mais o mesmo que eu me lembrava, mas que combina perfeitamente com ela, doce e suave, me fez perceber que era real, que ela realmente estava novamente em meus braços.

O tempo pareceu parar no momento que seus olhos encontraram os meus, fazendo com que o meu coração antes acelerado por sua chegada, começasse a bater num ritmo sufocante, mas ao ouvir um pigarrear quebrando a conexão do nosso momento, me lembrou de que não estávamos sozinhos na sala e que inclusive havia também um homem presente no ambiente, que rapidamente se aproximou para me cumprimentar, mas assim que eu ouvi da minha irmã que ele era noivo da Ana, fez algo se quebrar dentro de mim que eu não consigo explicar e rapidamente eu subi para o meu quarto, sentindo uma dor estranha no meu peito e levo a mão na intenção de massageá-lo para ver se diminui essa sensação ruim.

Por que saber que Ana está noiva de outro homem dói tanto? Não era exatamente isso que eu queria quando eu decidi seguir para o Seminário? Que ela esquecesse aquela ideia de que me amava diferente de um irmão e seguisse em frente? Então eu deveria estar feliz com isso, saber que ela seguiu o curso natural da vida e encontrou alguém que pudesse amá-la sem culpa e sem medo.

Porém a realidade é outra, eu não estou feliz com isso e me sinto ainda mais culpado, pois agora eu estou sentindo que estou traindo a Deus, que estou traindo a minha Vocação e os meus princípios religiosos. Sinto ainda mais culpado por perceber que no meu coração que deveria servir apenas para moradia do Senhor, está dominado pelo sentimento do meu primeiro e único amor e, que agora está prometida a outro homem, mas sabendo que isso é errado, faço a única coisa que eu sei ser capaz de tirar essa dor do meu peito, então me ajoelho no chão ao lado da minha cama e rezo a Deus para me perdoar por ser um fraco.

– Perdoe-me, meu Deus! Por um momento eu esqueci o meu propósito e a minha missão, mas como está escrito em Mateus 26.41, "Vigiai e Orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.", eu rogo a Ti, meu Senhor que purifique a minha mente, abrande o peso do meu coração e mantenha a minha mente sã, para que eu não saia dos caminhos traçados por Ti para a minha vida. Renove as minhas forças e me ampare quando eu ameaçar a cair. Pois só o Senhor, meu Deus, pode me libertar desse turbilhão de sentimentos que novamente despertaram em mim. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém! – Faço o sinal da cruz e levanto-me, caminhando para o banheiro e peço novamente a Deus que com o banho, eu consiga me sentir melhor e renovado.

(...)

Depois de um banho demorado e ficar deitado na minha cama por um tempo, apenas enrolado numa toalha, decido a me arrumar e descer para o jantar. Olho para as minhas roupas no closet, mas decido por ignorá-las e pego uma calça e uma camisa clerical preta e mesmo sabendo que a minha mãe não irá gostar, eu coloco a clérgima, afinal, é assim que sempre irei me vestir daqui a três meses, então é necessário que todos se acostumem ao olhar para mim.

Mas por que ver a minha imagem refletida no espelho me parece tão errada nesse momento? Por que eu tenho a impressão de não reconhecer a minha própria imagem por achar imprópria e inadequada, ainda mais por saber que em poucos minutos eu me encontrarei novamente com a Ana? Por que eu não me sinto feliz como os meus companheiros de Seminário? Qual é o meu problema afinal de contas? Não foi isso que eu escolhi para mim?

São tantas perguntas que eu não tenho respostas, porém eu respiro fundo e saio do quarto e ao me aproximar das escadas eu começo a ouvir vozes na sala de jantar e, uma delas faz o meu coração novamente acelerar a cada segundo a mais que desço os degraus e entro na sala, onde todos se calam e me encaram, mas apenas um olhar está me avaliando e consigo ver decepção e tristeza e mesmo não devendo, eu me arrependo de ter escolhido essas roupas.

– Sente-se, meu Filho, eu já estava quase subindo para te chamar, eu até pensei que você tivesse pegado no sono. – Meu pai quebra o silêncio que se instalou no ambiente e eu me aproximo para sentar-me a mesa, ao lado da minha avó e de frente para Ana e seu noivo.

– Desculpem-me o atraso, mas eu perdi a noção do tempo. – Por divagar em território proibido na minha mente, completo em pensamento.

– Você não precisa se desculpar meu neto, sabemos que nesse horário você faz as suas orações. – Minha avó fala pegando a minha mão e eu assinto sorrindo para ela, enquanto Melissa revira os olhos, mas pelo menos não fala nada.

Servimo-nos e começamos a comer, no entanto um silêncio incômodo dominou o ambiente e eu queria tanto saber o que a Ana fez em todos esses anos em que perdemos o contato, no entanto parece que estamos a quilômetros de distância um do outro, pelo menos emocionalmente falando, como se nunca tivéssemos sido melhores amigos e confidentes um do outro, como se todo esse tempo de fato, tivesse apagado o que construímos durante toda a nossa infância e adolescência e, eu não vou negar que isso me quebra um pouco mais.

– Ana, a Melissa estava nos contando que você teve problemas com a Imobiliária em relação à casa dos seus pais? – Minha mãe fala, fazendo com que eu deixe de divagar e preste atenção na conversa delas.

– Na verdade, não foi exatamente um problema, pois eu resolvi vir de última hora e eles não tiveram tempo de desocupar a casa, pois de acordo com o contrato eles deveriam dar o aviso e aguardar um prazo de 30 dias para que os inquilinos a desocupassem. – Ela responde com sua voz suave e melodiosa e fixa seus olhos em mim, mas logo volta a falar com a minha mãe. – Eu os avisei apenas semana passada, Grace, então nós teremos que aguardar mais um mês antes de nos mudar novamente para a nossa casa, pois depois da desocupação, eles irão fazer as manutenções e reparos necessários e só então poderão nos entregar as chaves. – Minha mãe assente e, ela continua. – No entanto Lucca e eu, decidimos ficar num Flat ou Hotel até que tudo esteja resolvido.

– De forma alguma, Ana, vocês podem muito bem ficar aqui em casa.

– Não queremos incomodar, Grace, apenas por vocês permitirem que fiquemos aqui alguns dias até encontrarmos o Flat está perfeito. – Ela sorri para minha mãe e seu noivo assente.

– Não é incômodo nenhum, minha querida, você sempre será da família e é isso que a família faz pelos seus.

– Não seja ingênua, Grace, esses jovens de hoje querem ficar sozinhos para entrar em pecado e, muito me admira Carla e Raymond permitirem que a sua única filha viajasse sozinha com o noivo antes do casamento. – Minha avó fala com desgosto e sinto um gosto amargo na boca, por visualizar essa cena na minha cabeça, fazendo com que eu perca o apetite e beba um gole de suco para ver se o gosto ruim vá embora.

– Eu sou maior de idade, independente e responsável por meus atos, Dona Laura e a decisão de viajar sozinha ou com o Lucca, cabia única e exclusivamente a mim e mesmo que eu respeite muito os meus pais, eles não teriam o direito de tentar tomar decisões por mim. – Ana fala firme, mas com um sorriso em seus lábios e minha avó não fala nada, no entanto Ana foca a sua atenção em mim. – Aliás, eu deixei a muito tempo de ser uma adolescente onde as pessoas achavam que deveriam tomar qualquer decisão por mim. – Ela fala cada palavra olhando em meus olhos e engulo em seco, mas desvio o olhar dos seus para Melissa que dá uma risadinha.

– E o que você está achando de Washington, Lucca? – Meu pai pergunta, depois de um tempo que o silêncio se fez presente novamente.

– O pouco que eu consegui ver no trajeto do Aeroporto até aqui, achei muito bonita a Cidade de vocês. Fiquei impressionado com a beleza da Casa Branca. – Ele sorri e pega na mão de Ana e isso não deveria, mas me incomodou e muito. – A Ana, só se esqueceu de me avisar que aqui era um pouco mais frio do que na Itália nessa época do ano.

– Logo você se acostuma Lucca. Considerando a baixa temperatura que são os invernos na Itália, você nem vai sentir diferença. – Ele assente com um sorriso discreto e volta a comer, mas meu pai direciona a sua atenção em mim. – Está tudo bem, Filho? Você não comeu nada.

– Está sim, Pai, só uma leve dor de cabeça e eu estou sem fome, no entanto, se vocês não se importarem, eu vou subir para o meu quarto. – Ana me olha atentamente, mas desvio o olhar dos seus, parecendo que ela sabe o que estou pensando e sentindo e isso não me agrada em nada, por me sentir vulnerável dessa forma.

– Claro, meu Filho. Vá descansar você estava em semana de provas, deve estar cansado. – Minha mãe fala com um sorriso carinhoso em seus lábios, mas consigo ver uma sombra de preocupação em seus olhos.

– Mais uma vez, desculpem-me e boa noite. – Levanto-me, tendo a atenção de Melissa e Ana sobre mim, no entanto evito os seus olhos e me retiro a passos rápidos da sala, me refugiando no lugar onde posso ter uma falsa paz.

(...)

Acordar às 05h30min todos os dias faz parte da minha rotina há quase oito anos, no entanto hoje eu nem mesmo consegui dormir e me sinto péssimo por causa do motivo, sendo que eu não consigo tirar a Ana da minha cabeça e, se antes eu não poderia pensar nela dessa forma, agora menos ainda, pois ela está noiva.

Respiro fundo e levanto a cabeça deixando a água cair em meu rosto, numa falha tentativa de que essa angustia seja levada da minha mente e coração. Sinto um aperto no peito que me sufoca, uma dor muito maior do que a que convivo desde o dia que eu entrei naquele carro e partir para New York decidido a entrar no Seminário, no entanto eu não entendo isso. Por que esses sentimentos voltaram com mais força agora? Seria isso uma provação de Deus para testar a minha Vocação?

Vocação! Se a minha Vocação e Missão são seguir os desígnios de Deus sendo um Sacerdote, por que estou me sentindo ainda mais uma fraude do que antes? Como que em menos de 12 horas que eu reencontrei a Ana, fosse o suficiente para questionar as minhas escolhas? São várias perguntas e uma única resposta, pois eu apenas havia feito com que os meus sentimentos por Ana ficassem adormecidos e, agora, reencontrá-la fez com que tudo voltasse à tona, pois se for para me permitir ter um momento de fraqueza e franqueza comigo mesmo, eu nunca deixei de amá-la, o meu primeiro e único amor proibido.

Balanço a cabeça tentando fazer com que esses pensamentos se dissipem e encerro o meu banho e me visto rapidamente, pego um casaco e saio do meu quarto, parando em frente ao quarto que eu sei ser onde Ana está dormindo, coloco a mão na porta como se dessa forma eu pudesse sentir a minha melhor amiga e fecho os olhos por um momento, esquecendo que sou um Seminarista com data marcada para a Ordenação e me permito ser apenas um homem que gostaria de ter coragem para bater na porta e relembrar o sabor que tem aqueles lábios rosados, no entanto, lembro-me que ela possa estar acompanhada do seu noivo e a realidade e o arrependimento por esses pensamentos pecaminosos me invadem como uma avalanche. Afasto-me como se estivesse em chamas e sigo para o lugar que sempre será especial para mim, pois sempre fará com que eu me lembre dela, da menininha que confundiu seus sentimentos por mim, achando que me amava, o meu anjo, a minha Princesinha de olhos azuis.

Sento-me no banco e me perco em lembranças de quando éramos apenas duas crianças inocentes que a única preocupação fosse correr entre as flores, deixando a minha mãe desorientada com medo que pisássemos em suas roseiras. Lembro-me de quando entrei na adolescência e comecei a ver o quanto Ana sempre foi linda, com o seu jeitinho doce, meigo e que me convencia a ensiná-la a jogar vídeo game, o que eu fazia de bom grado apenas para ver aqueles olhinhos brilhantes tentando me vencer, assim como o seu biquinho contrariado quando perdia uma partida, mas que com um abraço eu conseguia fazer com que ela abrisse um sorriso iluminado como se fosse o meu próprio sol.

Olho para à fonte e fecho os olhos e me permito ouvir o barulho da água caindo, levando-me para àquela noite do meu aniversário de 17 anos, quando demos o nosso primeiro beijo, fazendo com que o meu coração acelerasse, mas também me lembro da culpa que eu senti por estar corrompendo um anjo que sempre confiou em mim como o seu irmão mais velho, o que acarretou que eu tomasse a decisão que mudaria a minha vida, me afastando por tanto tempo da minha melhor amiga.

– Christian! – Assusto-me com a sua voz hesitante, mas tão doce e suave como eu me recordava e olho em sua direção.

– Ana?! – Ela se aproxima sentando-se ao meu lado. – Perdeu o sono? – Pergunto por perceber que o silêncio começou a se prolongar entre nós.

– Jet lag. – Ela responde fazendo um careta e sorrio por ser uma mania que ela tem desde criança, mas ela fixa seus olhos em mim, me analisando. – E você, perdeu o sono também? – Desvio o olhar dos seus e volto a encarar a fonte a nossa frente, para que ela não veja a mentira em meus olhos.

– Eu sempre acordo nesse horário no Seminário e, mesmo estando em casa, não consigo mudar esse hábito. – Ouço-a suspirar, mas não fala nada e ficamos em silêncio novamente, até que ela me surpreende com a sua pergunta.

– Como foram esses anos no Seminário? – Olho em sua direção, mas ela continua a olhar para frente.

– No início foi mais complicado, até que eu conseguisse me adaptar as tantas regras e disciplinas, além da distância da minha família. – E de você, completo em pensamento e ela assente. – Mas quando eu entrei na Universidade e comecei a cursar Filosofia, foi mais fácil devido à falta de tempo por ser tudo praticamente cronometrado. – Novamente ela assente, mas não me interrompe. – No entanto entre acordar muito cedo, ter a horas das orações, refeições, estudos e outras atividades extras, acabou por fazer com que o tempo passasse mais rápido e eu me acostumasse.

– Entendo. – Ela fica em silêncio por alguns minutos, para logo desviar o olhar da fonte e me encarar e, vejo os seus olhos marejados. – E entre todas as suas atividades, você não conseguiu dispensar alguns minutos para responder nenhuma das minhas cartas?

– O quê? Do que você está falando? – Pergunto assustado e ela respira fundo, segurando as suas lágrimas e eu engulo em seco por sentir novamente o aperto em meu peito.

– Alguns meses depois que você foi embora eu passei a te enviar e-mails, afinal, eu queria saber como o meu melhor amigo estava, mas todos eles voltaram devido ao endereço de e-mail não encontrado.

– Eu desativei o meu e-mail alguns dias antes de eu ir para o Seminário, assim com as minhas redes sociais. – Ela assente.

– Eu imaginei que fosse realmente isso, então eu peguei o endereço da sua avó com a Melissa e comecei a escrever cartas. – Ela dá uma risada sem humor e novamente engulo em seco por ver o quanto ela está chateada. – Eu devo ter enviado uma carta a cada dois meses e foram assim nos primeiros dois anos. Depois eu passei a escrever duas vezes no ano, mas no quarto ano, vendo que você não iria me responder, já que não respondeu as primeiras, porque faria depois de quatro anos, não é mesmo? – Ela me olha e posso ver que está mesmo magoada, mas eu não sabia de carta nenhuma. – Mesmo sabendo que você não iria responder, eu ainda escrevi mais uma carta, a última na verdade, antes de embarcar para Milão com os meus pais, para me despedir de você, afinal, eu não sabia se um dia iriamos nos reencontrar novamente.

– Ana, eu nunca recebi nenhuma carta. Em todos esses anos, eu não recebi uma única notícia sua. – Viro-me para poder olhar em seus olhos e me aproximo um pouco mais, e ela, me analisa para ver se estou de fato falando a verdade. – Nos primeiros quatro anos de Seminário, eu retornava para casa da minha avó apenas nas férias e isso era apenas duas vezes no ano. Depois que eu voltei para Washington não foi muito diferente e, não vou negar que a maioria das vezes eu preferia ficar no Seminário a vir para casa, para evitar... – Me lembrar de você, do nosso beijo e da nossa despedida, completo apenas para mim. – Por ser mais fácil, devido a minha rotina com a Igreja, no entanto, nem a Melissa me falava sobre você, pois eu sei que vocês mantiveram contato. – Ela desvia o olhar dos meus por um momento.

– Eu pedi que ela não me falasse nada sobre você e muito menos que falasse de mim para você, pois como eu nunca havia recebido nenhuma resposta sua, eu entendi que você havia me riscado definitivamente da sua vida, esquecendo até que éramos melhores amigos. – Sem pensar, eu pego a sua mão e ela olha assustada para nossas mãos juntas, para depois olhar em meus olhos.

– Eu nunca me esqueceria da minha melhor amiga, mesmo que o tempo tivesse passado, eu nunca te esqueci. – Por mais que fosse o correto a se fazer, eu não consegui fazer isso, penso, mas não verbalizo. Ela me olha atentamente e parece ter visto que eu falei a verdade, pois baixa o olhar e solta um suspiro triste.

– Eu também nunca te esqueci, Christian! Nunca! – Ela volta a me olhar e toca o meu rosto, fazendo o meu coração acelerar e eu fico preso em seus olhos azuis. – Eu tentei! Juro que tentei te tirar do meu coração, mas não consegui. – Engulo em seco por sentir o peso de suas palavras.

– Ana...

– Não... Não fala nada.

Ela sussurra e nos aproximamos lentamente um do outro e sem perceber levo a mão livre para a sua face corada, fazendo com que ela feche os olhos e sinto a sua respiração acelerada bater em meu rosto, não tão diferente de como a minha está nesse momento. O meu coração começa a bater descontrolado em meu peito e inspiro fundo, sentindo o seu perfume suave, fecho os meus olhos e acaricio os seus lábios suavemente com os meus. Um roçar de lábios apenas para senti-la próximo a mim, sentir que novamente a tenho ao meu lado, depois desses longos e dolorosos anos, mas antes que possamos iniciar o beijo, ouvimos o meu nome ser gritado com espanto.

– CHRISTIAN GREY! – Afasto-me de Ana e me levanto do banco ofegante e assustado pelo que quase acabou de acontecer e minha avó se aproxima nos olhando com raiva.

– Dona Laura... – Ana se levanta também e tenta falar, mas minha avó a interrompe bruscamente.

– O que você pensa que está fazendo? O Christian é um Seminarista, que em breve será um Diácono e você, sua desavergonhada, uma mulher comprometida que voltou apenas para tentar atrapalhar a felicidade do meu neto. – Eu fico paralisado no lugar sem saber o que falar e vejo Ana ficar vermelha, mas não de vergonha.

– Dona Laura, eu respeito muito a Senhora por ser mais velha, mas eu não admito que venha me ofender, pois se tem alguém aqui que sempre se preocupou com a felicidade do Christian, com toda certeza não foi a Senhora.

– Você não sabe o que está falando, sua desaforada. – Minha Avó fala enquanto bate a bengala no chão e Ana dá uma risada sem humor e antes que elas possam discutir eu tento intervir para não piorar a situação.

– Vovó, não aconteceu nada, por isso... – Mas Ana não está disposta a ceder e me interrompe.

– De fato não aconteceu nada, mas sinceramente, Dona Laura, faça um exame de consciência e veja o que a Senhora, uma Avó tão "dedicada e amorosa" está fazendo com a vida do seu neto. – Ana fala rude e por um momento vejo o quanto ela mudou, mas ela se aproxima um pouco mais de mim e engulo em seco por ver a raiva estampada em seus olhos. – E só para deixar claro uma coisa, o Lucca não é o meu noivo! E eu não estou comprometida com ninguém.

– O quê? – Dou um passo para trás com o impacto de suas palavras, mas ela apenas dá um olhar duro para minha Avó e sai sem falar nada, e eu me sento novamente no banco para processar o que ela acabou de dizer.

– Christian, você precisa se manter afastado dessa mulher. Isso é obra do diabo para testar a sua Vocação e daqui a três meses você será um homem consagrado e... – Minha avó continua falando, mas estou anestesiado com o que acabou de acontecer, apenas me levanto e passo por ela, sem prestar muita atenção no que me diz. – Christian, você está me ouvindo? Christian!

Ignoro o seu chamado e caminho para a garagem e agradeço mentalmente por minha chave estar no suporte e pego o meu carro, saindo em seguida sem destino. A minha cabeça está uma bagunça entre o que é certo e o que eu quero fazer. A minha mente grita que devo me afastar de tudo que possa atrapalhar a seguir o caminho que eu escolhi para mim há quase oito anos, mas o meu coração... Ah esse está desesperado para viver o que foi privado por toda essa minha confusão.

Meu Deus! Guia os meus passos e direciona o meu caminho, pois eu preciso tomar uma decisão. Eu preciso ter o seu direcionamento para fazer o certo Entre o Dever e o Amor, que carrego no meu coração.

Minha nossa Senhora das Mocinhas raivosas! A Ana está brava hein 😏😏😏?!

Ai que dózinha que eu estou do Christian 😔😔😔, meu coração dói de ver esse Menino sofrer 😔😔😔!

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