"Se não fosse por aquela outra doida amiga da Lauren vocês estariam ferradas." Shawn gritou.

"Não estaríamos não. A Dinah tem a obrigação de me proteger. Ela me seguiu desde as portas do inferno." Lauren falou.

"Você é uma lunática." Shawn reclamou.

"Não comecem você dois." Camila gritou. "Olha aqui Shawn, era uma operação policial e conseguimos pegar o culpado."

"Porque a doida apareceu e quebrou a cara de uma gangue de 14 pessoas. Eu não sei como ela conseguiu, mas se não fosse por ela..."

"Primeiro que Dinah não é doida." Lauren falou. "Segundo que ela é, há milhares de anos, o demônio protetor do diabo, 14 pessoas armadas não são nada pra ela." Lauren disse se gabando.

"Você não podia ter passado o endereço pra ela apesar dela ter salvado vocês. Era uma missão secreta." Shawn criticou.

"Ele tem razão, Lauren." Camila disse.

"Eu não falei pra ela onde estávamos. Ela consegue sentir quando estou em apuros e vem por mim." Explicou olhando pra Camila.

"É claro que você falou." Shawn rebateu. Camila mordeu os lábios. Olhou para Lauren e depois para o Shawn.

"Você jura que não falou?" Ela perguntou se virando para Lauren.

"Você tem a minha palavra de que eu não falei." Falou, olhando em seus olhos.

"Okay. Shawn, vai cuidar dos seus casos e deixa os meus em paz." Camila falou e Lauren sorriu.

"Lauren ainda é um caso seu?" Perguntou revoltado.

"Me referi a caso criminal."

"Então você acredita mesmo nela?"

"Óbvio. Até agora ela não me deu motivos para duvidar da palavra dela. Agora com licença, tenho mais o que fazer." Falou e saiu. Lauren piscou pra ele e riu.

"Você pode enganar ela, mas eu não confio em você." Shawn falou. "Camila é a mãe da minha filha, então eu acho bom você cuidar dela se for continuar trabalhando com ela, me ouviu?"

"Sim senhor, detetive babaca." Disse rindo debochada.

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"Ai que susto." Normani falou ao chegar no andar de seu escritório. "Como entrou aqui?"

"Desculpe te assustar." Um sorriso apareceu em seu rosto. "Eu tenho a chave." Normani olhou para ela confusa. "Oh, perdão. Deixe-me explicar melhor. Aluguei o consultório em frente."

"Ah sim." Normani respondeu sorrindo.

"Sou a Doutora Brooke. Allyson Brooke." Ela sorriu estendendo a sua mão para Normani.

"Normani Hamilton." Respondeu, apertando a mão de Ally e sorrindo.

"Muito prazer Doutora Hamilton."

"O prazer é meu. É nova na cidade?" Normani Perguntou.

"Você nem faz idéia." Respondeu. "Na profissão também. Tem uma paciente que é bem complicada. Ela acha que é uma árvore." Falou, fingindo uma risada.

"Oh. " Respondeu rindo. "Você vai perceber que existem casos assim mesmo, é tudo questão de tempo para se adaptar a tudo." Falou sincera.

"Assim espero. Bem, foi um prazer, mas agora preciso ir, com licença." Ally falou.

"Se precisar de algum ajuda não hesite em me chamar." Normani avisou. "Eu sei como pode ser difícil o começo de carreira."

"Não hesitarei em te chamar caso eu precise. Muito obrigada." Sorriu novamente antes de sair.

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"Por favor, detetive." Lauren pediu.

"Não. Quando eu te chamei você não quis vir, disse que o caso era entendiante e agora, ao descobrir que tem relação com você, veio correndo." Falou irritada. "Eu não quero uma parceira assim, que só aparece quando é algo que beneficia a si mesma. Não quero trabalhar com alguém egoísta."

"Olha, me desculpa." Pediu sincera.

"Uau. Você deve estar bem desesperada para recuperar as suas coisas."

"É que se cair em mãos erradas pode ser perigoso." Falou. "Me perdoa, tudo bem? E não só por agora. Também por ter te colocado em risco na operação que o detetive babaca mencionou."

"Aquilo foi uma operação, Lauren. Você não teve culpa." Falou baixando a guarda. "Olha, às vezes ele é superprotetor demais, mas é um bom homem."

"Sem problemas." Falou. "Então, parceiras de novo?" Perguntou.

"Nunca fomos parceiras." Camila respondeu rindo.

"Você acabou de falar qu..."

"Tudo bem, Lauren. Pode voltar a trabalhar no caso." Lauren sorriu e suspirou aliviada. "O que estava naquele contêiner que era seu? Porque você parece realmente determinada a recuperar seja lá o que for."

"Era...Um presente do meu pai." Falou. "Se acharmos o ladrão, achamos as minhas coisas." Explicou. Camila semicerrou os olhos. Ela não entendia o por quê de Lauren não querer contar o que era pra ela. Ela sempre contava tudo e o fato de, dessa vez, não contar toda a verdade pra ela, estava deixando ela um tanto triste.

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"Polícia de Los Angeles." Shawn falou.

"A chefe está fora." Dinah respondeu com preguiça, não tirando os olhos de seu celular.

"Eu sei."

"Então o que quer?" Perguntou séria.

"Os livros da contabilidade. Sua chefe teve prejuízos nos últimos 5 anos e mesmo assim a boate está aberta todos os dias."

"E daí?" Perguntou de cara fechada.

"Olha, Lauren foi roubada e apesar de ela não contar o que tinha naquele contêiner eu sei que era algo ruim, porque estava em um lugar ilegal." Falou determinado.

"Se me acompanhar eu posso te mostrar tudo o que você quiser ver." Ela falou maliciosa, reparando em Shawn.

"Só os livros está bem." Respondeu sério.

"Você é o ex da Camila, não é?" Perguntou se levantando e se aproximando dele.

"E você é o animal de estimação da Lauren que salvou a pele dela, não é?" Dinah gargalhou.

"Não deveria ter falado isso." Falou pegando a primeira coisa que viu, acertando na cabeça dele, o fazendo desmaiar. "Não depois de saber que lidei com 14 brutamontes armados sozinha." Disse esboçando um sorriso atentado.

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Doutora Hamilton saía para almoçar quando escutou um choro vindo do consultório de Ally. Ela se preocupou e voltou alguns passos, batendo na porta da baixinha.

"Pois não?" Ally falou, limpando as lágrimas.

"Me desculpe. Eu só..." Suspirou. "Eu não quero me meter, mas se precisar de alguém para conversar pode contar comigo." Falou sincera, sem imaginar que tudo não passava de uma farsa.

"É sobre a paciente que falei. Não estou sabendo lidar." Falou em tom triste.

"Bem, hoje é seu dia de sorte então, acho que posso te ajudar com isso. Vem cá. "Disse enxugando as lágrimas da baixinha. "Não precisa mais chorar."

"Você deve estar me achando uma boba. Mal te conheço e já estou aqui chorando." Falou. "Mas é que como sou nova na cidade não tenho amigas por aqui e acabei chorando em meio ao desespero por não ter com quem desabafar."

"Bem, agora você tem." Normani falou. "Vamos almoçar comigo, não quero te ver tristinha."

"Tem certeza? Não quero atrapalhar."

"Quando eu disse agora você tem, não estava apenas me referindo apenas a ter uma pessoa para desabafar. Eu me referia também a uma amiga." Falou sorrindo. "E não vou aceitar não como resposta." Falou sorrindo e Ally comemorou internamente.

"Já que você insiste. Não posso recusar o convite de uma amiga." Falou sorrindo. Ela tentaria descobrir algo sobre Lauren e essa doutora era a chave para isso.

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Shawn abriu os olhos e percebeu estar pelado na cama de Camila. Se desesperou e correu para o armário da ex-mulher, vestindo a primeira peça larga que visse pela frente e se apressando em deixar o ambiente antes que alguém o visse ali.

Pegou o primeiro táxi que passou ali e pendurou na conta que tinha, pois estava sem carteira. Assim que chegou na boate entrou as pressas.

"Sua louca, como se atreveu a fazer isso? Se Camila me visse eu estaria ferrado." Falou entredentes.

"Não foi pego por ela? Oh droga. Eu queria que ela tivesse visto para te ofender. Merda, tanto trabalho a toa." Falou.

"Eu vou te entregar para a polícia." Falou irritado.

"E vai falar o quê? Que um detetive apanhou de uma mulher em confronto mão a mão, foi carregado até a casa da ex e foi deixado lá nu?" Falou rindo e ele cerrou os punhos.

"Onde estão minhas roupas?"

"Em algum lugar por ali." Apontou para o sofá.

"Você é doida." Reclamou.

"Isso foi para você aprender a me respeitar e nunca mais falar que sou animal de estimação de alguém." Falou nervosa. "E se quer ver os livros da contabilidade volte com um mandado. Não sou idiota para te entregar algo da Lauren assim do nada."

"Lauren está te deixando de lado pela Camila e você nem está percebendo."

"Sabe, o apelido que a Lauren te dá combina mesmo. Detetive babaca. Soa perfeito. Agora vaza daqui."

"Mas nem troquei de ro..."

"Vaza, antes que eu chame a polícia e fale que vocé está invadindo a propriedade." Shawn trincou o maxilar mas saiu sem dizer nem uma palavra sequer.

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"...Mas acho que já falei muito de meus pacientes." Ally disse rindo. "E você, tem algum paciente complexo?"

"Tenho vários." Respondeu rindo.

"Nenhum em particular?" Normani pareceu pensar.

"Tenho uma, na verdade. Tenho bastante carinho por ela. Ela vem sempre aqui." Respondeu.

"E por que ela é complexa?"

"Ela fala tudo em metáforas, mas vejo que ela está passando por uma luta interna e acho que o lado bom está vencendo." Falou rindo. O sorriso de Ally morreu na hora e ela torceu para não ser quem ela estava pensando.

"Metáforas? De que tipo?" Perguntou fingindo um sorriso.

"Ela fala que é o diabo. Creio que ela acredita que o pai dela a condenou a algo injusto e ela usa a metáfora inferno, mas vejo ressentimento em sua voz." Explicou.

"Talvez não tenha sido tão injusto assim."Ally falou.

"De acordo com ela, essa condenação foi quando ela era adolescente e acabou cometendo um erro grave, mas seu pai jamais a perdoou."

"Pobre moça. Ela deve odiar o pai dela."

"Na verdade eu acho que não, apesar de ela insistir em dizer que sim."

"E por que acha isso?" Ally perguntou.

"Ela acha que o pai não a ama. Que foi condenada e jamais será perdoada, mas de acordo com a bíblia, antes de ser diabo, Samael era o anjo preferido de Deus." Falou. "Eu acho que no fundo ela só sente falta desse amor que o pai dela costumava dar à ela."

"Nossa." Ally falou.

"De acordo com ela, ela foi má por muito tempo, pois teve que punir as pessoas, já que estava fadada a isso por toda a eternidade, mas pelo jeito que ela fala, ela nunca puniu inocentes, apenas culpados e para alguém dizer isso, bem, tem que ter pelo menos um pingo de bondade em si."

"Tem pacientes que não tem salvação, doutora. Não se iluda." Ally falou rindo, porém incomodada.

"Todos temos salvação e essa paciente em especial. Ela veio para Los Angeles refazer sua vida. Vejo suas evoluções a cada sessão. Vejo a bondade aparecendo e, vou usar uma metáfora, não me julgue.."Disse rindo. "E vejo o anjo que ela costumava ser antes de trair Deus, voltar a aparecer."

"Não deveria ter tanta fé no diabo." Ally disse rindo.

"Eu costumo acreditar em segundas chances, principalmente quando as pessoas se mostram arrependidas. E o erro dessa mulher foi cometido na adolescência. Quem nunca errou que atire a primeira pedra." Falou calma.

"Claro, doutora." Falou sorrindo, mas por dentro a raiva a consumia. Lauren estava mudando para o lado bom e isso fazia tudo ficar desiquilibrado.

Ela precisaria pensar em algo. Seu pai lhe encarregou de manter o equilíbrio e a paz no mundo, ela não deixaria Lauren destruir isso tão facilmente.

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Capítulo ponte, gente.

Nos vemos na próxima att e obrigada pelos votos e comentários, vocês são demais.❤

Beijinhos😘