Camila terminava de dar seu depoimento à um dos policiais, porém seus olhos não saíam de Lauren e sua chefe. Ela caminhou até lá temerosa.

"Lauren me contou tudo o que aconteceu aqui." A tenente falou. Camila respirou fundo.

"Certo. Tenente..."

"Contei para sua chefe que se não tivesse agido as coisas sairiam mal por aqui, não é mesmo?" Lauren a interrompeu.

"É." Camila falou surpresa. "Claro." Riu sem graça.

"Mas deteve os criminosos e é isso que importa." Lauren falou a olhando.

"Repito: Sinto muito que tenha sido atingida, senhorita Jauregui." A tenente falou.

"Foi só um arranhão. Eu mal senti." Falou sorrindo. "E pode me chamar de Lauren."

"Lauren." A tenente repetiu, sorrindo maliciosa para Lauren. Camila revirou os olhos. "Obrigada de novo por toda a sua ajuda." Ela falou.

"De nada." Falou e a tenente saiu. Camila se aproximou mais da morena de olhos verdes.

"Eu pensei que você tinha dito que não mentia." Cabello falou sorrindo.

"E eu não minto." Falou rindo. "Mas às vezes não conto toda a verdade." Camila riu ao ouvir isso.

"Obrigada." Falou mordendo o lábio para conter o sorriso que queria nascer em seus lábios.

"De nada." Respondeu sincera.

"Vamos. Eu te levo pra casa." Camila falou, ajudando Lauren a caminhar.

"É bom mesmo, já que você quase me aleijou." Falou rindo.

"Frouxa." Camila falou mostrando a língua para Lauren e ambas acabaram rindo.

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"Obrigada por cuidar dela. Boa noite."

"De nada, senhorita. Boa noite."

"Mamãe." Trix gritou ao ver sua mãe chegando em casa.

"O que faz acordada, baby?" Perguntou se abaixando para ficar na altura da filha.

"Não durmo enquanto você não chega."

"Vou colocá-la para dormir então, vamos."

"O que é isso na sua camisa?" A menina perguntou. Camila olhou e mordeu o lábio.

"É ...hm...catchup do almoço." Falou disfarçando.

"Não, isso é sangue, mãe."

"Certo. Você tem razão." Camila suspirou. "Eu posso ter meio que acertado alguém com uma bala." Confessou.

"Você atirou em alguém? De novo?" Perguntou.

"De raspão." Falou Camila.

"Em quem?"

"Foi na Lauren."

"Ela está bem?" Perguntou preocupada.

"Ela está ótima, não foi nada. Foi só um pequeno arranhão." Explicou e Trixie sorriu.

"O que foi, baby?"

"Lembra quando eu disse na semana passada que o Noah jogou batata fritas em mim?" Perguntou ainda sorrindo.

"Uhum" Camila assentiu.

"Você disse que pode significar que ele goste de mim."

"Sim." Camila confirmou.

"Bem, já que você atirou na Lauren, deve significar que você realmente gosta muito dela." Terminou, sorrindo. Camila suspirou. Isso a pegou de surpresa.

"Ok." Falou ainda sem palavras. "Sabe..." Ela não sabia o porquê, mas não conseguia negar o que sua filha falara. "Acho que é hora de dormir. Vamos que a mamãe te coloca na cama." Falou se levantando e pegando na mão de sua filha.

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Lauren chegou mancando na Morningstar.

"O que aconteceu com você?" Troy perguntou preocupado.

"Você nem imagina. Ela atirou em mim." Ela falou se servindo de uísque. "E eu sangrei."

"O quê? Isso não é possível." Falou abismado.

"Eu sei."

"O que está causando isso?"

"Não sei, mas é emocionante, não é?" Falou rindo.

"É perigoso." Gritou. "Nos divertimos aqui, Lauren, mas isso não pode acontecer. Diga que vamos pra casa."

"Pelo contrário, camarada. A diversão só está começando."

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***Alguns dias depois***

"Só toma cuidado, okay Camila? Isso pode ser arriscado. Devia se proteger nesse caso." Shawn falou.

"É mesmo? E ficar com os homicídios banais?" Falou irônica.

"Parece que toda vez que viro as costas você está em meio a tiroteios com a sua querida amiga Lauren." Falou.

"Isso não é um problema mais. Ela só era..." Suspirou. "Eu não sei, um mistério que eu queria resolver."

"Posso pensar em outros nomes para o que ela era." Falou colocando as mãos no bolso da frente da calça.

"Louca por completo?" Camila falou. "Não se procupe. Lauren Jauregui está fora da minha vida." Garantiu.

"Claro." Shawn falou apontando para a mesa de Camila, que se virou e não acreditou no que via.

"Apertado demais policial?" Lauren perguntou rindo. Colocava um algema no braço de uma funcionária e estavam entre sorrisos.

"Ela está sentada na minha mesa." Sussurrou para si inconformada e caminhou até lá. "Diga que estou alucinando."

"Bem, eu sou um sonho mesmo, mas tente se conter." Falou soltando a policial, que saiu em meio a sorrisos.

"O que você está fazendo aqui?" Perguntou cruzando os braços.

"Eu não vim por você. Eu vim falar com a sua chefe, sobre disparos efetuados." Camila a olhou receosa.

"Achei que fosse me apoiar. Se souberem eu posso perder o meu distintivo." Sussurrou.

"Souberem o quê? Que atirou em mim de propósito?" Ela gritou para toda a delegacia ouvir, rindo. Camila riu, fingindo ser uma brincadeira de Lauren.

"Eu já falei que eu lamento sobre isso." Sussurrou. "E eu realmente me sinto mal por isso, mas foi só de raspão. Não deve nem ter cicatriz." Estreitou os olhos.

"Pode entrar, Senhorita Morningstar. Estou disponível." A tenente falou sorrindo.

"Esplêndido! Temos tanta coisa pra conversar." Falou mandando uma piscadela para Camila antes de entrar na sala.

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Lauren saía da sala com a tenente. Camila, ao ver isso se apressou em alcancá-las.

"Olha, eu posso explicar..." Falou apavorada.

"É melhor explicar mesmo por que manteve um recurso tão valioso em segredo."

"Perdão?" Camila falou sem entender.

"Lauren é totalmente persuasiva. Ela pode fazer Benny Choi confessar. Lauren se ofereceu para trabalhar nesse caso com você." Falou e Camila entortou a boca. "E de nada, Cabello." Falou antes de se retirar.

"Pow." Lauren falou rindo, apontando uma arma para ela e fingindo disparar.

"Essa lunática vai fazer com que eu seja morta." Falou sozinha, enquanto via Lauren brincar com a arma.

"Estou feliz. Seremos parceiras." Lauren falou.

"Parceiras? Está mais para: Eu falo e você escuta."

"Sim, parceiras." Falou sorrindo. "Pense. Você e eu, juntas o tempo todo."

"Aqui em Los Angeles isso se chama perseguição." Cabello falou irritada. "Você não vai dirigir e se eu tenho que trabalhar com você, eu mando." Falou firmemente.

"Com certeza, manda um tiro bem na minha perna."

"Eu só atirei em você porque você pediu e em um momento de fraqueza eu caí no seu papo de abracadabra e acreditei que você poderia ser o diabo." Falou revirando os olhos.

"Mas eu sou." Falou. Camila bufou e entrou no elevador, seguida por Lauren. "Sou historicamente invencível até agora, e esse perigo real torna o caso empolgante. É a chance de ver as qualidade mortais que tenho." Falou sorrindo.

"Certo, entendi. Quer novas sensações?" Perguntou sorrindo.

"Exatamente." Falou animada. Camila acertou um tapa no rosto de Lauren, quem riu.

"Que tal isso?" Camila perguntou.

"Maldição, isso doeu." Levou a mão ao rosto. "Bata de novo." Pediu sorrindo e Camila revirou os olhos.

"Ninguém merece." Reclamou.

"Olha, na hora do almoço poderíamos ir beber algo." Sugeriu.

"Não." Camila respondeu séria.

"Qual é. Você é a jovem mais velha que conheço e olha que sou imortal, conheço gente pra caramba."

"Eu não sei. Estaremos longe de qualquer lugar plausível. Naquele bairro só tem gente que me odeia, por causa do caso que te falei que me arrisquei e saiu pela culatra."

"Deixe que odeiem.  Vamos só tomar algo enquanto comemos. Além do mais, preciso tomar algo pra dor." Apontou para a perna.

"Se eu aceitar, você para de falar sobre essa maldita perna?" Camila perguntou.

"Não prometo nada, detetive." Falou sorrindo cinicamente.

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"Vá direto ao ponto, Troy." Ally pediu.

"Eu quero voltar pra casa." Falou enquanto a garçonete lhe servia o café. "Aqui é legal, mas está ficando muito perigoso pra ela. Eu não posso deixar nada de ruim acontecer, ela é como uma irmã pra mim."

"Então me conte alguma fraqueza dela."

"Esse é o problema. Ela não conversa mais comigo ou com Dinah, só com aquela Doutora." Falou.

"Me fale sobre essa Doutora." Ally pediu sorrindo.

"O que tem em mente?" Troy perguntou.

"Terei que me misturar com a natureza humana novamente." Ally falou. "E já que você é um inútil, eu mesma descobrirei algo relevante."

"Pela primeira vez em milhares de anos eu me animo com algo que você fala." Troy falou sorrindo.

"Então temos um acordo? Vai me falar da doutora?" Perguntou erguendo uma sobrancelha.

"Temos um acordo, little angel." Falou sorrindo satisfeito.

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"Para de olhar para a minha bunda." Camila ordenou.

"Uma obra de artes dessa foi feita para se olhar. Quadro bonito não deve ficar escondido." Falou rindo.

"Não acredito que aceitei vir almoçar com você." Resmungou e logo em seguida bebeu um pouco de refrigerante.

"Meu charme está com efeito tardío, mas está começando a funcionar." Falou rindo.

"Eu só não sei quem te falou que você tem charme."

"Se eu tivesse que citar a lista passaríamos um longo tempo aqui." Falou convencida.

"Por que está fazendo isso?"

"Isso o quê?"

"Isso. Trabalhando comigo de novo. Eu não entendo."

"Acho que gosto de punir os culpados." Falou. "E preciso executar o meu plano de transar com você, um conselho da minha terapeuta." Falou tranquilamente.

"Sua terapeuta mandou você tentar transar comigo?" Perguntou abismada.

"Ela não é um gênio?" Falou sorrindo.

"Essa detetive é muito cara de pau de aparecer por aqui." Lauren ouviu um dos caras que estavam ali perto falar e o olhou feio. "Pior detetive da história. Ela deveria ter perdido o distintivo. Com certeza deve ter dormido com alguém para manter o cargo." Lauren se levantou e Camila segurou seu braço.

"Não. Eu falei que eles não gostavam de mim, não quero que me defenda."

"Entendido." Lauren sorriu e caminhou até o rapaz. "Cavalheiros." Fez uma reverência.

"Pois não?"

"Primeiramente eu gostaria de dizer que tudo que estou fazendo não é para defender a minha cara detetive Cabello." Falou sorrindo e apontando para Camila. "Pois ela me pediu para não defendê-la, então estou aqui por minha própria e única vontade por ter achar um completo imbecil." Sorriu antes de acertar um soco na cara do cara. Camila respirou fundo, retirou dinheiro da carteira e deixou sobre o balcão, nem se importando com o troco.

"Vamos dar o fora daqui." Falou puxando Lauren pela mão.

"Mas eu nem terminei de com..."

"Você é uma irresponsável, Lauren." Gritou, caminhando as pressas até o carro.

"Por quê?"

"Ele pode prestar uma queixa contra você por agressão ou pior ainda, ele é de uma gangue perigosa desse bairro. Eu te avisei que esse bairro era complicado." Destravou o alarme e entrou no carro. "Você não sabe se manter quieta sem precisar ter que chamar a atenção, precisa ficar sendo inconsequente e impulsiva."

"Se a gangue dele atirar tão mal quanto o assassino que estamos procurando, estou satisfeita." Falou rindo.

"Como assim?"

"O atirador disparou em uma multidão e não acertou em ninguém." Falou rindo. "Tem que ser muito ruim pra isso." Camila parou pra pensar e caiu em si.

"Ou muito bom." Falou ligando o carro. "Acho que já sei quem possa estar por trás disso." Sorriu.

"Viu? Mais um crime solucionado por nós. Formamos uma ótima parceria." Falou sorrindo presunçosa.

"Eu já falei, mas vou repetir. Não. somos. parceiras."

"Isso é o que você diz, mas sei que sabe que somos." Falou prendendo o cinto.

"Não se iluda."

"Oh, eu não me iludo. Trabalho com fatos." Piscou pra Camila.

"Haja paciência pra aguentar todo esse egocentrismo."

"Eu sei que você concorda comigo, mas vou deixar você assimilar isso primeiro." Falou e riu ao ver Camila revirar os olhos, mas por dentro estava meio incomodada.

Pela primeira vez na vida ela não surtia efeitos em alguém. Ela tinha que tentar conquistar alguém. E justamente esse era o problema. Ela não fazia idéia de como fazer isso.