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Capítulo 02


"E você terá uma cabeça

Uma cabeça cheia de sonhos

Você pode ver a mudança que você queria

Seja o que você quer ser"

A Head Full Of Dreams – Coldplay

Iluminada pela luz fraca da manhã, minha mão se movimentava para cima e para baixo, acompanhando cada letra do meu nome escrito em uma caligrafia elegante. A tinta preta, que saiu em finos traços, tingiu o papel que mudaria minha vida para sempre.

Naquelas páginas, lidas e relidas centenas de vezes, encontrava-se a realização de um dos meus maiores sonhos, algo que eu jamais esperei que fosse acontecer comigo.

Entretanto, estava ali. Era real. O papel assinado não me deixava esquecer disso.

Aquele contrato significava apenas o começo. Em meio às palavras complexas e normas judiciais, o que antes apenas esteve em minhas ideias começava a se tornar concreto. A sensação de saber que meu livro estava prestes a se transformar em um filme era indescritível.

Talvez, alguns dissessem que este sentimento era parecido com ganhar na loteria justo no dia em que aconteceu o maior sorteio de todos os tempos. Eu, porém, não procurava compreender. Não sabia qual foi a grande boa ação que fiz para que algo do tipo fosse escrito na minha linha da vida e, possivelmente, jamais saberia. A única certeza que tinha é que o universo me deu uma grande chance. E eu não a deixaria passar.

Desde que recebi um e-mail me convidando para uma reunião com uma das maiores produtoras do momento, decidi que me empenharia em fazer dar certo. No mesmo instante, entrei de cabeça no projeto e lutei por ele, pois não havia chances de desistir desse sonho.

Estava cheia de orgulho de mim mesma, sobretudo por não ter me rendido no início. Ao decidir, naquele dia chuvoso, me sentar na frente do computador e começar a utilizar as palavras para dar vazão aos meus sentimentos, apenas segui meu instinto. Sabia que estava dando um maldito tiro no escuro e não imaginava que uma simples publicação, de maneira independente, em uma plataforma online, me renderia tamanho reconhecimento.

Saber que sua história, na qual havia trabalhado durante tanto tempo, estava subindo mais um degrau não tinha preço. O papel em minhas mãos, que eu segurava sempre que precisava lembrar que tudo era real, representava mais uma vitória em meio a tantas lutas diárias.

Afinal, escritores não são super-heróis. Nós temos nossas dúvidas, desconfianças com os personagens e, principalmente, com as histórias. Vivemos eras obscuras de bloqueio criativo. Temos a pressão de fora, a falta de apoio de quem não esperávamos. E trabalhar de maneira independente, embora venha sendo uma área em crescimento, ainda é bastante difícil.

No fim, cada um tem suas próprias estradas e, por mais incompreensíveis que tenham se tornado nossos caminhos, algo sempre nos espera quando percebemos que chegamos onde gostaríamos de estar.

E eu, enfim, havia entendido onde era meu lugar.

Por questões contratuais, ainda era impossível declarar de maneira pública que as gravações iriam começar em breve. Entretanto, de acordo com a Nightfall, meus familiares e amigos mais próximos podiam ter conhecimento sobre o andamento do processo.

Por ora, ainda não havia contado a ninguém, pois gostava de saber que aquilo era um segredo. Porém, também sabia que quem importava de verdade se alegraria em saber das novidades do projeto.

Pensando nisso, peguei meu celular para fazer uma chamada de vídeo rápida. Minha mãe morava em uma cidade há duas horas de Nova York, Southampton, local onde os milionários novaiorquinos iam passar seus dias de folga. Nossa união era muito valiosa para mim e eu ficava muito feliz de saber que poderia sempre contar com ela, independente do que precisasse.

Olá, meu bem! — Ouvi minha mãe atender a ligação enquanto preparava meu café. Decidi ligar com a intenção de combinar um jantar para lhe contar os rumos do projeto. — Você deveria passar uns dias aqui, April. Um pouco de sombra e água fresca faria bem para você, meu amor.

— Não posso sair de Nova York, lembra?

Os últimos dias vinham sendo uma completa loucura. As reuniões com a equipe de produção eram sempre demoradas e não havia chances de me manter longe de tudo isso. Eu queria acompanhar de perto todas as decisões.

É verdade, você me contou. — Retorceu o rosto. — Como é que trabalhando para si mesma, você não tem tempo para uns dias de férias com sua mãe? — resmungou.

— O motivo pelo qual não pude ir é o mesmo que me fez ligar a essa hora da manhã. — Confusa, ela não disse uma só palavra. — Mas isso é assunto para o jantar. A senhora tem algo muito importante para hoje? Ainda preciso falar com Phoebe, então não está nada confirmado.

Minha agenda sempre está livre para você, April. Converse com ela e me avise. Sabe que estou aqui para o que precisar.

— Sei, sim, mãe. E eu te amo por isso.

Só por isso?

— Não. Amo o pacote completo. Agora, preciso mesmo desligar. Retorno mais tarde.

Após me despedir, abri o aplicativo de mensagens e digitei algo rápido para minha melhor amiga.

— O que estamos comemorando mesmo? — Foi a primeira pergunta feita pela minha amiga ao passar pela porta, sem nem me cumprimentar, me entregando a garrafa de champanhe que trazia.

— Ela está cheia de suspenses hoje, querida — minha mãe respondeu antes que eu pudesse falar algo.

— Tia Catherine! — Phoebs correu até o outro lado da sala, abraçando a outra única pessoa além de nós. Por alguns segundos, tive medo que torcesse o pé, devido à altura de seus saltos, no entanto, tudo correu bem e em segurança.

Phoebe é designer de moda. Nunca a vi mal vestida em toda minha vida. Muitas de suas peças são únicas, desenhadas por ela, e seu guarda-roupa é exatamente o que eu esperaria: peças nada menos do que extraordinárias.

E não, ela não é minha prima. Sua mania boba de chamar minha mãe de tia veio desde criança, quando nos conhecemos. Pelo fato de nossas mães também serem melhores amigas, nós acabamos nos transformando em uma grande família ao longo dos anos.

— Já que estamos todos aqui, creio que seja a hora de contar o grande segredo da noite — pronunciei, rindo da minha brincadeira e atraindo seus olhares para mim.

A alegria, no entanto, durou pouco. Meu coração começou a acelerar, o sentimento correndo pelas minhas veias. Expressar em voz alta para outras pessoas tornaria ainda mais real, quase palpável.

— Eu mal posso acreditar no que vou dizer — falei, ainda deslumbrada de que aquilo fosse minha realidade.

As duas estiveram comigo em diversos passos da minha carreira, logo, sabiam o quanto eu lutava para ser reconhecida em um meio, muitas vezes, sanguessuga e egoísta. Elas estiveram presentes ao longo da minha vida, me acolhendo e me amando. Era mais do que justo compartilhar mais esse sonho que se tornava realidade.

— April, fala logo de uma vez. Não tenho a noite toda! — Sorri com Phoebe. Esse era seu jeito e se engana quem pensa que estava sendo grossa. Com o tempo, você se acostuma e percebe que é sua forma de amar.

— Mãe, Phoebe... — Comecei, olhando nos olhos de cada uma ao falar seus nomes. — Estou indo para Londres acompanhar as gravações do filme — revelei de uma única vez.

— O quê?! Como assim, filha? — Catherine questionou, seus olhos arregalados de surpresa.

— Estou indo para Londres acompanhar as gravações do filme — repeti, a alegria nítida em minha voz. — Era por isso que eu não podia sair da cidade: minha agenda estava uma loucura com tantas reuniões.

Por alguns instantes, ficamos envolvidas naquelas palavras, o silêncio entre nós. Cada uma processava a informação a seu modo e, pouco a pouco, suas expressões eram transformadas em completa alegria.

— Filha! — Minha mãe me abraçou. Ela me encarou, seus olhos marejados, assim como os meus. Ali, eu pude ver o que eu precisava saber. O carinho, o conforto, a certeza de que tudo daria certo e, principalmente, seu orgulho. — Por que não nos contou antes?

— Razões contratuais são uma merda — expliquei.

— Mal posso acreditar nisso! Dá para ver o tamanho da sua felicidade! — Uma lágrima rolou pelo seu rosto. — Minha pequena estrela de cinema...

— Mãe! Não estou indo estrelar um filme — corrigi em meio a gargalhadas. Todas nós sabíamos que eu era péssima atuando.

— Meu Deus! Nos conte tudo! Preciso de datas! — Phoebe exclamou depois de comemorar com gritos histéricos.

— Brooke não me informou. Tudo que sei é que deve ser em breve.

— Tem alguma maneira de esse filme não ser um sucesso? Uma história de April Stone produzida por Brooke Collard! Quanto nome de peso!

— Talvez, eu precise de mais um. — Virei-me para a outra mulher na sala e caminhei até onde se encontrava. Seus olhos cor de avelã encararam os meus e segurando suas mãos juntas as minhas, voltei a falar: — Estávamos precisando de uma figurinista e não havia chances de eu fazer isso sem você, Phoebs. No mesmo dia que me pediram uma indicação, mostrei seu trabalho e... Eles concordaram. Me disseram para fazer uma proposta, sendo que você sabe que não pode recusar, não é?

— Mas, April, não sou...

— Ei, eu acredito em você. — Cortei, antes que ela rejeitasse. Às vezes, nos instantes em que sua insegurança surgia, tomava conta dela por completo. — Acredito no seu potencial e sei o quanto você se envolve nos projetos em que está trabalhando. Além do mais, preciso de você. Prometa que vai pensar, tudo bem? Não deixe a oportunidade passar.

— Essa frase é minha — reclamou, fazendo referência ao momento em que eu estava prestes a publicar o primeiro capítulo de Eu te amei à primeira vista, cheia de temores, e ela me motivou a ir adiante.

— Você não se incomoda se eu pegar emprestado, não é?

Não tive noção de quanto álcool tomamos, porque parei de contar depois da quinta taça. Ao acordar, minha cabeça parecia que ia explodir. Precisei tomar alguns remédios antes da reunião e, mesmo assim, não estava completamente presente.

April, querida, tenho uma pergunta! — A voz de Brooke saiu pelas caixas de som do computador. Ela já estava em Londres, acompanhando de perto o início da pré-produção. Segundos antes, Brooke e o resto da equipe estavam discutindo alguns detalhes técnicos que, sendo sincera, não faziam o menor sentido para mim. — Em quanto tempo você consegue arrumar sua mala?

— O quê? Por que?

Porque você está vindo para Londres amanhã.

— Calma — pedi, atônita. — Estou embarcando amanhã? Para Londres? — questionei. Acho que a bebida ainda estava fazendo efeito no meu organismo.

Isso. Quero que acompanhe todo o processo e creio que ver tudo de perto é ainda mais animador. Então, o que me diz?

Sem pensar duas vezes, confirmei minha ida com um aceno de cabeça. O destino, novamente, estava me dando a oportunidade de lutar pelos meus sonhos. Era pegar ou largar. E eu, com certeza, estava pronta para me agarrar a isso.

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