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30. Sangue é vida

Roy estava no banheiro de seu quarto, se apoiando de bruços no vaso sanitário.
O que saia pela boca dele não parecia ser comida, não parecia ser sangue, não parecia ser nada que eu já tivesse visto antes. Era uma substância preta.
— Roy?!
— O que está acontecendo? — Liz estava com voz de choro.
— Nada! Saiam daqui! — gritou ele, sem paciência.
— Liz, precisa encontrar Robert! — eu disse.
Ela saiu com pressa.
— Não devia ter feito isso! — ele gritou enfurecido e em seguida vomitou em seu próprio corpo.
— Deixa eu te ajudar. — Tentei levantá-lo, para que não vomitasse mais em si.
— Não toque em mim! — ele ainda encontrava forças pra gritar, mas mal podia sustentar seu corpo.
— Você comeu aquelas frutinhas de novo, não foi?
— Não te interessa! Saia, James!
— Não vou sair!
Ele olhou pra mim, mas não tinha mais forças pra me xingar. Então ele encostou a cabeça nos braços que ainda estavam apoiados no vaso sanitário e tentou respirar calmamente.
— Aguenta ai, cara. Liz já deve estar voltando com Robert.
Tentei parecer tranquilo, dizem que a melhor coisa a se fazer em casos que não há muito a ser feito, é passar tranquilidade a pessoa; então foi isso que eu fiz, ou melhor, tentei fazer. Porém, Roy não parava de vomitar e agora tossia junto, como se algo estivesse preso em sua garganta.
— Não tem como ele ter comido... Não tiramos os olhos dele o tempo todo, ele não saiu de casa! — Ouvi Ben questionando, enquanto subiam as escadas.
Robert chegou e a primeira coisa que fez foi tirar Roy de cima de todo aquele liquido preto.
— Pai... Não estou conseguindo respirar direito — disse com dificuldade.
Quando Robert o colocou sobre sua cama, algumas das frutas que estavam embaixo do lençol caíram ao chão.
Robert, dessa vez não usou aquele típico olhar de reprovação, mas usou aquele de decepção, que era pior.
— Desculpe — ele arfou, sem ar e com vergonha.
— Não se preocupe, apenas relaxe — disse Robert.
Novamente ele vomitou... e novamente foi muito. O chão do banheiro não se via mais o piso, e do quarto já estava ficando igual. Ele estava visivelmente cansado de tanto vomitar, e sua respiração forçada era o que mais preocupava no momento.
— Não consigo... — ele tentou falar. — Não consigo...
— Acalme-se, Roy! — ordenava Robert, enquanto tentava fazer isso com suas próprias mãos, sem êxito. — Apenas relaxe!
Não havia muitas coisas que pudéssemos fazer ali. Robert olhava confuso, sem entender por que não conseguia acalmar Roy.
Roy lutava pra respirar, e eu entendia muito bem como era isso. Mas a pior parte não era essa, e sim quando em suas tentativas, ele se afogava com o vômito.
— Está errado! — me manifestei.
— O que? — Robert olhou sem entender.
— Não é um ataque de pânico. Não é por isso que ele não consegue respirar! Por isso não está funcionando.
— É o pulmão, pai! Provavelmente é uma hemorragia pulmonar.
Ben não quis nem esperar Liz terminar a frase; desceu rapidamente e logo estava de volta com uma bolsa de gelo improvisada.
— Roy, você sente que vai vomitar mais? — perguntou Liz com a bolsa de gelo na mão.
— Com certeza — respondeu ele, ofegante.
Liz comprimiu a bolsa em seu tórax; no começo parecia não fazer efeito algum, mas com o tempo, ele foi melhorando.
Roy não ficou totalmente bom, mas o bastante para nos dar tempo para pensar.
— Pai, posso conversar um instante com o senhor? — perguntei dirigindo-me ao corredor. Ele me seguiu.
No corredor, era obvio que eles podiam nos escutar; incluindo Roy que não deveria. Mas cochichei o mais baixo possível.
— O que vamos fazer? Ele não sabe exatamente o que está acontecendo...
— É melhor que continue assim... Pelo menos por enquanto. Não queremos assustá-lo, sem saber o que realmente está acontecendo.
— Pai... Sejamos razoáveis; ele não está nada bem.
— Eu sei... Nós vamos dar um jeito nisso.
Robert sempre era seguro sobre tudo, mas dessa vez algo mudou nele... Ele estava preocupado, e a preocupação dele me preocupava.
Toda vez que houve problemas em casa, quando Robert estava seguro, todos nós automaticamente nos sentíamos seguros também. Ele era o nosso ponto de paz, do mesmo jeito que nos tirava a paz quando algo o preocupava. E agora, se tratava de nosso irmão.
— Pai, o que está acontecendo? — perguntou Ben, ao se aproximar.
— Me deixem pensar. Se acalmem! Tudo vai se resolver; eu já sei o que fazer.
Robert olhou para Roy e desceu as escadas, calado.
— Ele não sabe, não é? — Virei-me para Ben.
— Não — respondeu, pensativo. — Ele não tem idéia do que fazer.
Ao perceber que Roy não vomitava mais, o levamos para o meu quarto; — enquanto Liz limpava o quarto de Roy, compulsivamente — e deixamos a bolsa de gelo em seu tórax. Ele ainda tinha dificuldades em respirar e ás vezes tossia sangue.
— James? — Roy me chamou, minutos depois que troquei de lugar com Ben. Estávamos reversando; não podíamos tirar os olhos dele.
— O que está sentindo? — perguntei depressa. A cada pequeno movimento dele, subia um gelo por dentro de mim, uma sensação horrível, como se algo muito ruim fosse acontecer a ele.
Ele riu e tossiu muito depois.
— Nada... Só queria me desculpar...
— Não tem nada pra se desculpar, Roy. Pode não parecer, mas eu entendo. Eu é quem deveria me desculpar por não ter paciência.
— Fui rude... logo com você...
— Roy, relaxa! Não estou bravo ou magoado.
Ele sorriu de canto.
— Sei que estão escondendo algo de mim... Vocês acham que são as frutas, né... Mas não são. Eu já estava assim antes de comê-las; todos esses dias que fiquei preso dentro desta casa, eu já estava tossindo sangue, já estava com falta de ar... Só não quis deixá-los preocupados.
— Roy, não devia ter escondido isso!
— Eu sei... Mas eu estou bem; logo vou me recompor, sou um vampiro, não sou? Juro que não comi as frutas por todos esses dias, só foi hoje; aproveitei o drama com o caçador pra trazer algumas pra casa, só isso. Veronika trouxe comida japonesa pra mim esses dias; fui obrigado a comer por que foi ela quem fez; foi isso, James. Foi aqueles peixes, algas e molhos estranhos que me deixaram assim, a fruta só desencadeou o que eu precisava colocar pra fora ha dias.
— Quer dizer que não vomitou a comida?
— Vomitei... hoje.
— Roy, quantos dias faz que você comeu?
— 5 ou 6, não sei direito.
— Ficou todos esses dias com a comida no estômago??
— James, que parte não entendeu? É o que estou querendo dizer. Foi a comida.
Eu queria dizer pra ele que não era a comida. Queria dizer que a fruta tem nome, que ela vicia, que ela mata. Mas Robert tinha razão, era para o bem dele. Como dizer pra um viciado em fase de negação, que ele era viciado, que ele estava doente e que precisava parar?
— É... Deve ter sido a comida — falei.

Após algum tempo conversando com Roy sobre assuntos aleatórias, percebi grandes mudanças nele. Ele não estava mais emocionalmente sobrecarregado; estava tranquilo, voltou a ser o Roy de antes, talvez a abstinência tivesse passado, por um tempo, quem sabe. Ele não estava sentindo dor, medo, nem ansiedade... Eu não sei se era o efeito da fruta, mas ele não estava apenas fraco, algumas vezes ele falava coisas sem sentido...
— Não vou dormir... Só vou... Descansar os olhos.
... E algumas vezes, ele desmaiava.
Aproveitei que Roy estava estável, pra trocar de lugar com Liz. Assim eu poderia conversar com Robert com mais calma.
Sai do quarto e fui procurar por Liz. Ela ainda estava no quarto de Roy, limpando a bagunça. Antes de entrar para chamá-la, fui interrompido quando ouvi Ben se queixar.
— Liz, levanta desse chão. Já está bom, já está limpo!
— Não. Não está.
— Liz, esse quarto e esse banheiro estão mais limpos do que eu! Pára com isso.
— Me deixa, Ben!
— Levanta, Liz. Olha pra você; está toda suja!
— Me solta! Você não tem esse direito!
— Liz, nós não vamos perder o Roy. Não vamos perder mais ninguém. Tenho certeza que Robert vai dar um jeito nisso... Agora você tem que parar de limpar esse quarto... Roy precisa de você lá e não aqui.
Liz chorava, sem lágrimas, dentro do abraço carinhoso de Ben. Ela sempre teve essa compulsão por limpeza; sempre descarregava toda sua ansiedade em limpeza e organização. Mas agora, não era apenas isso; ela tinha medo de olhar pra Roy e ver que estava perdendo mais um membro da família, por isso estava se mantendo ocupada pra não precisar encarar a verdade.
Voltei para o quarto; eu não ia estragar esse momento dos dois. Liz precisava de alguém que a oferecesse conforto e consequentemente Ben também procurava por isso.
Roy ainda estava desmaiado; Robert supôs que por um lado isso era bom, assim ele não perdia mais sangue do que já havia perdido.
Ele não estava mais vomitando, mas parecia estar fisicamente pior.
Durante a madrugada inteira, ele devia ter desmaiado pelo menos umas 15 vezes. E o mais estranho era que pra ele isso parecia normal, ele dizia que estava com sono e só estava descansando os olhos; quando acordava, dizia que tinha dormido sem querer. A parte importante que ele não lembrava, era que vampiros não dormem.

— Não aguento mais ficar sem informações! — reclamou Ben. — Precisamos tirar Roy desse quarto, ele não está melhorando, pai!
— Calma, Ben. Não podemos sair daqui com Roy desse jeito; não com um caçador na cidade. Vamos esperar Roy se recompor mais um pouco e vamos pra Nova York; lá procuramos ajuda.
— Esperar ele se recompor "mais" um pouco? Eu não estou vendo melhoras, aliás, ele está cada vez pior!
Liz estava parada na escada com a bolsa de gelo em sua mão, — pingando gotas de água no chão — sem ao menos perceber que já existia uma poça bem ao lado de seu pé. Ela olhava para baixo, tão quieta como nunca.
Na verdade todos nós estávamos com uma expressão tanto nova quanto triste. Minha angustia queria transbordar pela boca, mas eu não deixava. Apenas Ben — por incrível que pareça — deixava seu descontentamento transparecer.
Deixamos de ser céticos para encarar a realidade e fazer o possível e o impossível para salvá-lo; apenas isto. Robert sabia que Roy estava piorando, mas não queria que nós soubéssemos que ele acreditava nisso.
Era muito difícil de acreditar que Roy estava doente; ele que sempre foi o mais forte. Era difícil crer, mas tudo o que estava acontecendo, revelava seu estado.

— Comprimentos e saudações! — disse um homem amistoso e elegante; entrando pela porta da sala, de repente.
— Lester! — disse meu pai se virando num sorriso.
— Robert! Quando tempo. — Seu caminhar era suntuoso.
— Desculpe não atender as ligações; vim o mais rápido que pude assim que soube. Por sorte, estávamos próximos daqui. Eu trouxe a minha família; se não há problemas.
Entrou uma mulher alta, com o cabelo preto e liso; ao lado dela, havia um casal de jovens gêmeos; eram bem parecidos com ela.
— Como vai, Arádia? — Rob perguntou a mulher alta.
— Estou ótima, Robert. Receio em perguntar o mesmo.
— Vejo que há um novo membro na família — comentou Lester.
— James está conosco há 6 anos.
— Muito prazer, James. Sou Lester Van Der Wall.
— O prazer é todo meu.  
— Não vejo Roy e Chance. Como sempre tão grudados um ao outro. — disse o garoto.
— Nick! — resmungou a garota.
— O que? Não são mais amigos? cochichou ele. A garota revirou os olhos.
— Então, meu amigo, — pronunciou Lester — podemos nos sentar e conversar com mais calma?
— É claro.
Foram até a varanda enquanto todos nós ficamos calados na sala, sem nos mexer. Embora os Van Der Wall ainda não soubessem totalmente o que estava acontecendo, com certeza já sabiam que o clima na casa não estava dos melhores. Até que dei falta de Liz; ela já havia renovado o gelo — que já não era mais gelo — da bolsa, e voltado até Roy, sem que nós percebêssemos.
Sua ausência não tardou; ela voltou correndo, perguntando onde estava Robert.
— Liz, o que houve? — perguntei, assustado.
— O Roy não está nada bem! — disse numa voz de choro.
Sem pensar duas vezes subi correndo. Quando entrei no quarto me deparei com ele — ainda deitado, inclinado para o chão, com uma mão apoiada na cama e a outra segurando com força a bolsa de gelo em seu tórax — vomitando sangue. Ele estava ainda mais pálido, sua pele era mais clara do que a de um albino; estava quase translúcida.
— De novo, Roy? — Olhei para a poça extensa e vermelha.
Ele olhou para mim, sem poder responder, deixando o piso ainda mais vermelho, em golfadas.
Robert, Lester e Liz chegaram ao quarto. Perguntei a mim mesmo onde estaria Ben; talvez ele não queria tumultuar ainda mais o quarto ou talvez não queria ver Roy sofrendo. Mas não querer ver sofrimento é o papel de Liz; porém ela estava — e tinha —que ser mais profissional do que sentimental, numa situação que ela podia fazer algo para ajudar.
Como antes, Roy reagiu bem ao gelo, — embora seu corpo já fosse um — tinha dificuldades em respirar, mas o sangue havia parado de sair abundantemente. Ele se endireitou, deitando-se na cama, aliviado em partes.
— Liz, minha filha; vá dormir um pouco, você passou a noite inteira acordada — disse Rob.
— Será que não há problemas?
— Não há problema algum. — Ele sorriu pra ela. — Agora temos quem ajudar — meu pai se referia a Lester.
— Tudo bem. Eu não pretendo dormir muito — ela disse quase cambaleando para seu quarto.
— Você está muito abatido, Roy — comentou Lester.
— Não é pra menos... — Ele fez uma pausa para respirar. — Eu não sabia... Que havia tanto sangue dentro de mim — terminou a frase de um modo fraco.
— Usou a palavra correta: "Havia". O seu físico revela a ausência de sangue em seu corpo. Embora existisse bastante, você já deve ter colocado para fora 80% dele ou até mais.
— Vou morrer? — perguntou ele, sem tirar a zombaria de seu tom de voz, porém arquejando as palavras.
— Não, se não quiser.
Roy olhava a Lester com um olhar distante; percebera que havia seriedade demais no tom de voz de Lester para que estivesse exagerando.
— Olha, Roy; eu já passei por isso, sei o quanto é ruim; mas você precisa ser forte. Tudo agora vai depender da sua capacidade mental, se você quiser sair dessa você vai sair.
— Não estou entendendo... Quero saber o que está acontecendo comigo — ele disse devagar.
Lester olhou para Robert, esperando a permissão pra contar.
— Tenho direito de saber.
Lester ficou olhando para Roy, lembrando que quando estava na mesma situação, o que ele mais queria era saber tudo o que estava acontecendo e o que iria acontecer depois.
— A fruta que você digeriu inúmeras vezes, a Centoph; — começou ele — ela parece inofensiva, não é mesmo? Mas é exatamente o contrário; uma vez ingerida, você fica com vontade de comer mais, então é aí que elas viciam. Nisso tudo ela vai te prejudicando aos poucos sem que você perceba; quando está na extremidade do caso ela te prejudica de um jeito radical, e então você morre.
Roy ficou quieto por alguns segundos. Estávamos imaginando qual seria sua reação, quando ele nos surpreendeu com uma gargalhada.
— É sério que criaram toda essa história, e estão aproveitando a situação pra me fazer parar de comer aquelas frutinhas que na verdade não tem esse nome ridículo?
— Eu já sabia que você não ia acreditar de primeira. Mas essa é a verdade; se quiser acreditar nela.
— A verdade é uma só... Eu odeio comida japonesa... E eu estou com fome...
Roy desmaiou novamente. Robert correu segurar a bolsa de gelo que iria cair ao chão; ele a ajeitou em cima de Roy e olhou para Lester, com um olhar cheio de dúvidas.
— Sem essa bolsa de gelo, talvez Roy já estivesse morto — comentou Lester.
— O que iremos fazer agora?
— A Centoph drenou quase todo sangue de Roy. Ele precisa recuperar o sangue perdido... Rápido.
— E quanto aos vômitos? Aquela substância preta que vomitou ontem? Nunca vi aquilo antes.
— Uma coisa por vez. Isso é só o começo.

Roy abriu os olhos devagar, sem força alguma. Ficou no máximo 5 minutos desmaiado.
— Precisamos correr contra o tempo. Roy precisa receber sangue — disse Lester.
— Quanto tempo? — perguntei.
Lester olhou pra Roy e sua expressão não era nada animadora.
— Isso é suor? — me aproximei, analisando.
— Sim, ele está soando. E está com febre também.
— Como isso é possivel? — perguntei incrédulo.
— Não temos mais do que 10 minutos, James.
— Impossível caçar um animal com a quantia suficiente de sangue nesse meio tempo.
— E quem disse que estamos falando de animais?

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