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19. Marcas

- Não está com fome? - perguntou ela atenciosa.

Gelei com a pergunta.

- Nem um pouco - respondi, tentando fugir novamente das refeições. - Mas e você? Não vai comer nada?

- Eu também não estou com fome...

- Quer dizer que durante o dia todo, vocês planejam isso pelas minhas costas?

- Basicamente isso - Ela sorriu pra mim. - Roy ajudou bastante.

Olhei pela janela, Veronika ainda tentava puxar conversa, mas parecia que os assuntos já estavam acabando. Às vezes Roy sorria de leve pra ela, fingindo que estava ouvindo, mas eu sabia que não estava.

Era estranho ver uma aqui e outra lá. Às vezes pareciam ser a mesma pessoa, outras vezes pareciam tão diferentes. Mas de uma coisa eu estava certo; sempre foi Dakota. Aquele sorriso encantador, o olhar penetrante, seu cheiro estonteante e seus toques arrepiantes.

Foram poucas as vezes que cheguei tão perto de Dakota. Agora era uma delas; sentados no mesmo banco, como bons amigos. Mesmo sendo difícil continuar ali, era onde eu queria estar; poderia passar o resto da noite no mesmo lugar, sem mexer um único músculo se significasse estar perto dela.

- Fica aqui, eu já volto - ela disse, saindo do banco. Foi tão rápida, que o vento soprou seus cabelos e seu cheiro batendo direto em meu rosto. Enrijeci imediatamente e prendi a respiração. É claro que sentado ao lado dela, eu sentia aquele cheiro o tempo todo, mas vindo com tal intensidade era como um choque, minha mente consecutivamente entrava em conflito.

Fiquei esperando impaciente, olhando para a floresta sem ver; apenas escutando o barulho do vento; a música e as conversas dentro da casa.

- Feliz aniversário - disse ela, parando em minha frente com um embrulho exposto em suas mãos.

Olhei para ela e para o embrulho; sem saber se eu pegava ou não. Mas aquele olhar benévolo e a minha curiosidade de saber o que havia dentro daquele embrulho me tentavam.

Peguei o embrulho sem pensar muito e abri. Um porta retrato digital com nossas fotos que tiramos naquela tarde. Sorri de canto.

- E então? Gostou? - perguntou ela ansiosa; se sentando ao meu lado. - Não é grande coisa, mas foi a única ideia que tive.

- Obrigado, minha fotógrafa preferida - disse, ainda olhando para as fotos que passavam; algumas tiradas sem eu ter percebido. Por último, uma foto tirada de minhas costas enquanto eu ia embora de sua casa.

- Devo ficar com medo de você? - perguntei brincando.

- Talvez, se não quiser acordar sem alguns órgãos em uma banheira com gelo - ela brincou também. Nós dois rimos.

- Hey, conhece a piada do fotógrafo?

- Nao...

- Claro, ainda não foi revelada!

Ela riu ainda mais. Ficava vermelha quando ria muito.

- Como não fui pensar na resposta mais obvia?

- Às vezes a gente custa a pensar nas coisas mais obvias. Exatamente por serem tão obvias.

- É mesmo. Mas ás vezes eu aposto no óbvio, e sempre está errado.

- Então aposte sempre no óbvio, um dia você acerta.

- Ah, engraçadinho - disse ela batendo o ombro no meu ombro. Apertei os dedos em meu joelho. - Onde fez isso?

- Isso o que?

- Esta cicatriz em sua mão direita.

- Ah, isso?! Quando eu tinha 14 anos - comecei. - Tinha um gato preso numa árvore em frente à sacada da casa de um amigo meu. Eu quis tirar ele da árvore, me debrucei demais e cai. Com o susto eu estiquei os braços, e minha mão enroscou na lança que tinha em cima do portão da casa.

- Nossa! Você é louco.

- Mas eu não imaginava que isso pudesse acontecer!

Ela riu.

- Você só tem essa?

- Tá brincando? O que eu mais tenho são cicatrizes.

- Então mostra.

- Eu tenho esta - eu disse erguendo a barra da minha calça. - Quando eu tinha 10 anos, eu estava brincando de se esconder com um meu amigo, e quis me esconder numa floresta que era perto da casa dele. Tinha uma armadilha de urso no chão e eu não vi. Ai você já sabe o que aconteceu.

- Nossa que horrível. Eu só vejo essas coisas em filmes.

- Também tenho esta aqui - eu disse dobrando as mangas da blusa. - Eu tinha 17 anos, fui pagar uma conta para a minha avó. Entrou alguns assaltantes no banco e um me pegou como um dos reféns. Bom... Eu tentei escapar e ele deu vários tiros, ele era um pouco ruim de mira, então só um pegou no meu braço.

- Meu Deus! E você fala isso como se fosse normal acontecer!

- É por que podia ser pior... Talvez eu nem estivesse aqui hoje.

- Sim. Como você é um imã para cenas de filmes, seria bem provável. Ou talvez você levasse 10 tiros e ainda assim continuaria vivo. Podia até virar um zumbi!

- Ou ser um vampiro.

Ela riu e eu ri tambem, com ainda mais humor. Comecei achar legal brincar com verdades.

- Mas vai dizer que não tem nenhuma cicatriz?

- Eu só tenho esta no braço - disse, dobrando a manga da blusa.

- O q ue aconteceu aqui? - peguei seu braço, tentando entender.

- Um dia te conto...

- Qual é? Fala aí, não deve ser pior do que as minhas.

- Talvez... Se não tivesse sido causado por alguém que eu... - ela parou no meio da frase. Tentei compreender por que aquela cicatriz a deixava triste; e então lembrei da conversa que acabamos te ter, sobre as respostas obvias.

- Por alguém que você ama? - perguntei.

Ela não respondeu. Podia estar com vergonha, ou talvez estivesse confusa.

- Foi Alex que fez isso em você?

- Ele estava bêbado... - tentou justificar.

Respirei fundo sem que ela percebesse. Senti uma ira crescendo dentro de mim. Como alguém com o dobro do tamanho poderia ter a coragem de machucar uma menina tão doce? Ela percebeu meu silêncio, então continuou.

- Estávamos discutindo, eu ameacei terminar o namoro, ele ficou fora de si e fincou um garfo de cozinha no meu braço...

Eu sentia raiva, mas também sentia pena. Minha vontade era sair dali naquele momento e arrancar o braço dele, pra ele sentir uma fração da dor que Dakota sentia, não da dor física, mas da dor emocional que transpareciam em seus olhos.

- Ele me levou ao hospital, não precisou dar pontos, mas o médico me alertou que ficariam marcas. Combinamos de não contar isso a ninguém por enquanto; você é o primeiro a saber. Minha mãe e minha irmã ainda não sabem; é por isso que só uso roupas cobrindo os braços.

- Então é recente...

- Sim. Faz um pouco mais de um mês.

- E por que você não contou a sua família?

- Elas não entenderiam... Mas um dia vão ter que saber, já que são permanentes... - ela disse, passando os dedos sobre as marcas.

- A cicatrizes existem para nos lembrar que algo ruim aconteceu...Mas também para lembrar que sobrevivemos a isso.

Ela sorriu pra mim.

- Não quero questionar sobre seu namoro, mas quero te dizer que sobre o que você quiser conversar comigo, eu serei sempre ouvidos; e que para o que precisar de mim, eu estarei sempre ao seu lado te apoiando, independente do que for. Sei que sua família não apoia o seu namoro, mas é você quem decide o que quer, e se é isso que te faz feliz, eu também estarei feliz. Só não posso permitir que ele te machuque novamente.

- É tão mais fácil conversar com você... Eu sei que o que ele fez foi errado; se eu tivesse contado isso pra minha mãe e minha irmã, elas achariam que estou cega de amor, por que isso não se perdoa. Mas não é bem assim, eu perdoei por que ele não sabia o que estava fazendo.

- Sei que não está cega de amor. Você é uma garota esperta, sabe aonde é o limite. Ás vezes aos olhos de quem não entende, algumas coisas podem parecer loucura fazer ou aceitar, mas é preciso aceitar ou fazer algumas coisas pra se sentir melhor, não se deixaria levar por qualquer bobagem. Pra entender um coração apaixonado, o seu também precisa estar apaixonado. Amor não escolhe, acontece.

- A maneira como você me entende é assustadora! Eu namoro o Alex há mais de 4 anos, como já te contei antes. No começo era tudo maravilhoso, mas nem tudo que reluz é ouro, não é? Já tentei ficar longe dele, mas aquela sensação de que esta faltando algo é horrível. Ele sempre volta e eu sempre perdoo; ele já me prometeu mudar dezenas de vezes, já não acredito mais. Já sei como ele é, sei que não presta, é até estranho dizer isso, mas é verdade. Eu não concordo com a maioria das coisas que ele faz, e ele diz que é bobagem e tenho mania de implicar, nós nos desentendemos o tempo todo, mas no final do dia sempre ficamos bem; no final, eu o conheço mais do que qualquer outra pessoa, como ele a mim. Já pensei que ele pudesse ser a pessoa errada, mas talvez seja o nosso amor que é assim mesmo... Estranho.




- Olá - Alguém disse. Eu e Dakota olhamos para cima.

- Oi Veronika - eu disse sorrindo educadamente.

- Posso roubar ele um pouquinho, Dakota? - perguntou Veronika. Estranhei. Percebi que Dakota não aprovou aquilo, mas aceitou por educação.

Veronika me puxou até um canto. Parecia que ela queria me beijar, e Dakota com certeza pensou o mesmo. Era verossímil demais para não pensar isso.

- Pode dizer, Veronika - eu disse com um pé atrás.

- Você precisa conversar com seu irmão pra mim!

- Conversar? - perguntei confuso.

Ela olhou para mim como se eu fosse um imbecil.

- Ah! Entendi... Mas qual deles?

- Roy. Ele é uma gracinha!

Eu ri. Me senti um idiota rindo, mas de fato era engraçado.

- Parece que ele tem medo de mim. Eu queria que você conversasse com ele, dizer que sou legal.

- Hum, tá bom; pode deixar.

- Converse agora.

- Agora?

- É. Agora!

- Mas agora estou fazendo companhia a sua irmã.

- Pode pedir algo em troca.

Me interessei. Dakota podia estar apaixonada agora, mas isso não ia durar pra sempre e eu estava disposto a esperar. Veronika podia ser útil futuramente.

-Tudo bem. O que quer que eu diga a ele?

- Sei lá, inventa alguma coisa. Ele é o seu irmão, não meu!

Fui até a sala, e lá estava ele assistindo TV, parecia uma criança inocente. Mal ele sabia que agora tinha uma moça linda caidinha por ele. Ri baixo enquanto andava.

- E ai, cara - eu disse me sentando no sofá, como quem não quer nada.

- E ai - Ele disse sem tirar os olhos da TV.

- Gostou da Veronika?

- Nossa, ela fala demais.

- Não percebeu que ela está afim de você?

- De mim? - Ele se virou para me encarar.

- Sim, de você. E ainda disse que achou você uma gracinha.

- Uma gracinha? - Ele riu. - Eu?

- Aproveita cara, não é todo dia que aparece uma garota assim te dando mole.

- Você só pode estar louco.

- O que há de mal nisso? Você é um cara descomprometido.

- Não to afim, cara.

- Fala sério!

- Tá, ela é bonita... Muito bonita. Pode até ser uma garota bacana, mas sei lá, ainda não me sinto a vontade pra me envolver com outra pessoa.

- Você vai ficar sozinho a vida toda? Já passaram décadas, aceite que a vida continua!

- Não estou sozinho. Não preciso de garotas.

- Você é gay - afirmei.

- Cala a boca, não sou gay!

- Por que você não tenta? Você nunca iniciou um relacionamento; ela nao deve estar querendo nada sério no momento, só deve querer curtir, e você devia aproveitar e curtir também. Agora é a hora certa pra tentar; se não der certo, paciência, cada um pra um lado, pelo menos você vai ter tentado.

Ele começou a ficar pensativo.

- Ta, eu vou pensar. Curtir sem compromisso, talvez uma noite não faça mal a ninguém.

- É assim que se fala.

Levantei-me do sofá, com pressa para não deixar a Dakota mais nem um segundo sozinha. Logo que sai, vi a Veronika sentando-se no meu lugar. Ela não estava com a intenção de desistir. E por mais que Roy dissesse que não, ele não iria resistir ao charme de Veronika, do mesmo modo que não resisti ao charme de Dakota.

- Voltei - disse, me sentando novamente ao seu lado.

- Onde esteve?

- Sua irmã gostou do Roy. Eu só estava dando uma mãozinha.

- Virou cupido?

- Bom... Faço o que posso. - Sorri e olhei de canto.

- Mas e você? Como um garoto tão interessante não namora? Você disse que para entender um coração apaixonado, também precisa estar; portanto significa que...

- Significa que sou um bom entendedor, não preciso estar apaixonado para te entender; afinal, para um bom entendedor, meia palavra basta - Sorri.

- Pára, fala sério. Você sabe sobre minha vida de cabo a rabo, abre esse coraçãozinho ai pra mim.

- É complicado...

- Quem sabe eu possa te ajudar. Já ouviu falar que geralmente as pessoas com os melhores conselhos são as que mais tem problema?

- Uma boa conselheira devia seguir seus próprios conselhos.

- Ou não... - Ela riu. Ainda levava seus problemas amorosos na brincadeira.

Pensei um pouco, então resolvi brincar mais um pouco com as verdades, isso podia se tornar interessante.

- Amor não correspondido; esse é o meu problema.

- Hum... Joga esse seu charme pra cima dela, duvido que resista. - Ela piscou pra mim. Ergui uma sobrancelha. Isso me deixou confuso.

- Se fosse tão fácil como você diz.

- Tá, talvez eu não seja tão boa conselheira, mas vou te dar um conselho que li em algum lugar uma vez: Somente aqueles que arriscarem ir longe demais podem descobrir até onde alguém pode chegar.

Pensei por mais um momento. Esse era um ótimo conselho, mas será que ela me falaria isso se soubesse que era sobre ela?

- Dakota. Vamos querida? Já esta tarde - disse Kate se aproximando com Veronika e Rob ao lado.

- Nossa. Como o tempo passou rápido. - Ela olhou para mim e deu aquele sorriso caloroso que me deixava sem ar. Eu me lembrei do que ela disse: O tempo passa mais rápido quando estamos com quem gostamos.

- Bom... A festa e a comida estavam ótimas, Robert. Eu adorei todos vocês. Vamos combinar mais uma noite como esta.

- Claro. Faremos assim que quiserem - Rob disse sorrindo com elegância.

- Vamos meninas? - perguntou Kate.

- Tchau, James. Pensa no que eu disse. - Dakota beijou meu rosto com aqueles lábios macios e fogosos, eu senti seus lábios encostando-se a meu rosto em câmera lenta.

- Até mais, Dakota - eu disse estonteado. Parecia que ela fazia isso só para me deixar tonto. Parecia que ela sabia que me causava essa reação. - Agradeço por preparar esta noite maravilhosa.

- Não fiz nada de mais. Agradeça sua família. - Ela sorriu de novo. Mas desviei os olhos para Robert, antes que eu ficasse tonto novamente.

Elas desceram a escadinha da varanda e entraram num Peugeot 206 que estava estacionado em frente a casa. Eu e meu pai ficamos olhando o carro se distanciar.

- O que fez para não dar a perceber que você não come, pai? - perguntei, ainda olhando para o escuro

- Eu disse a Kate que já enjoei de comer as minhas próprias comidas. Então não foi preciso dizer mais nada - ele disse sorrindo.

- Preciso aprender essas táticas.

- E por falar em comida, eu vou pegar o que sobrou e levar no centro, para os animais de rua se alimentar - ele disse entrando na casa.

- Vou ficar mais um pouco aqui.

Continuei sentado no banco, pensando em como eu tinha sorte em ter ela por perto; embora fossemos apenas amigos, já me fazia um bem enorme. Me fazia tão bem, que eu podia não querer mais nada... mas eu queria. Era inevitável não sentir vontade de abraçá-la, de pegar em suas mãos, de beijar seus lábios, de tê-la só pra mim, de saber que no fim da noite não era para os braços de outro cara que ela corria.

- James... - disse Ben se sentando ao meu lado. - Parabéns.

Olhei surpreso. Ele nunca mais me provocou, nem implicou comigo, mas vir me parabenizar pelo meu aniversário parecia demais.

- Obrigado.

- Sei que tivemos nossas diferenças, mas já coloquei isso no passado. Foi difícil colocar na cabeça que você é uma pessoa clemente; mas vi que não posso ser cético, vendo todos os dias você lutando contra seus instintos.

- Cara, nem sei o que dizer.

- Não precisa. Por anos fechei os olhos quando você quis mostrar isso; sinto-me envergonhado por ser tão estúpido. Só espero que um dia você possa relevar meu desprezo.

Bati em suas costas, o tranquilizando. Eu realmente não tinha palavras.

- E você e Liz, já se acertaram? - perguntei.

- Ainda não disse nada a ela.

- O que está esperando? Vocês tem o caminho livre.

- Eu estou ganhando a confiança dela primeiro.

- Você já tem a confiança dela faz tempo.

- Me preocupo com o que Robert acharia disso...

- O que ele pode pensar mais do que já pensa?

- Acha que ele já sabe?

- Você ainda pergunta? O que é que ele não sabe aqui nesta casa? Posso ser franco? Não há nada tão preocupante, vampiros não podem ter filhos. E ele sabe que você pode fazê-la feliz; já moram juntos mesmo.

- Tem razão.

Gostaria que fosse fácil assim pra mim também. Ben tinha o caminho livre, nada o impedia, Liz já estava dando mole, e na pior das hipóteses... Bem, não existia pior hipótese; só estava faltando algum dos dois tomar a primeira atitude.

- E você continua brincando com fogo, né?

- Dakota? - Eu ri.

- Isso é sério. Você já viu a maneira como ela olha pra ele? Pra que insistir numa garota que não pode ser sua?

Não consegui achar uma resposta pra isso.

- Aquele cara é um zé mané, ele trai a Dakota todos os dias.

- Como sabe disso?

- Temos amigos em comum, e ele não se esforça muito em esconder.

- Dakota não sabe disso... Ela pode até aceitar certas coisas, mas não é garota pra aceitar ser traída.

- Então mostre a ela.

- Preciso pensar em uma maneira...

- Se precisar de ajuda, pode contar comigo.

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