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Capítulo 18 | [Como nos seus sonhos]-parte 1

🔷 1 de fevereiro de 2149
  🔹 Terça-feira | 22:10

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|Oi| 16:35|

|Oi| 16:35|

|Oq foi aquilo? Vc tá realmente bem?| 16:36|

|Tenho certeza que isso não é coisa de... Você sabe.| 16:36|

|Caso você sinta algo estranho, pedi para "eles" irem aí te checar.| 16:45|

|Além disso, tem algumas coisas que eu queria conversar com você, que eu não fui completamente honesta...|16:47|

|Conversaremos sobre isso em um próximo encontro.|16:48|

|EU NÃO ACREDITO| 17:39|

|VOCÊ QUASE MATOU OS DOIS???| 17:40|

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Trey faz uma careta, tentando ignorar as últimas mensagens que reforçavam ainda mais o ponto de Miguel.

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| mals pensei que era outro meta | 22:10|

| :( | 22:10|

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Ele coloca o celular em cima do cômodo ao lado de sua cama, de cabeça para baixo, desejando esquecer aquilo tudo e ter uma excelente noite de sono com um sonho, ainda que a parte "não fui completamente honesta" tenha o deixado pensativo.

  — E então, você realmente não vai falar? — Miguel aparece do nada em sua porta, tirando a sua paz. — Sobre como o seu corpo desligou por ainda mais minutos?

— Eu...

— Não, eu já entendi que você não quer falar esses dias, pelo menos não a história toda. Você deixou bem claro isso... — Miguel cruza os braços, observando ao redor do quarto. — Mas poderia ao menos me dizer o motivo do "voto de silêncio"?

Trey continua quieto.

— Isso tem a ver com... — Miguel olha para o lado oposto, avistando o familiar diário vermelho em cima da escrivaninha. — Algo que nosso pai falou? — Encara Trey.

Seu olhar se levanta até o rosto de Miguel. — Não exatamente...

Miguel arregala os olhos, notando a possível gravidade desse cenário. — Eu posso ajudar de alguma forma? — Pergunta de imediato. — Algo que não coloque você em risco nessa situação? — Ele se ajeita em uma postura mais séria, indo até o mais novo.

— Não sei...

— E, é claro, que evite também você entrar em um estado catatônico do nada, de novo.

Trey ri levemente.

Miguel se senta ao lado de Trey na cama. — Podemos pensar em algo, então?

Os irmãos ficam um ao lado do outro. A tarde, ausente de cores expressivas neste dia, já havia se esvaído, dando lugar a um céu azulado sem estrelas.

Assim como o céu, sem os seus pontos brilhantes, as matas locais também se ausentaram da presença de qualquer ser vivo que lá deveria existir, deixando espaço para uma paisagem vazia e silenciosa.

A estranha quietude preenchia a casa deles, sem a típica presença de sua mãe no andar de baixo, presa em algum livro, falando com alguém no telefone ou apenas fazendo a janta na cozinha — ou os três. Já a presença de Alex se fazia quase indiferente.

A sombra dos dois se estende pelo chão, projetada pela única fonte de luz que estava parcialmente escondida atrás das nuvens.

Trey se perguntava até que ponto ele continuaria nesse "jogo". Ele estava cansado e apenas queria falar tudo com Miguel, como eles sempre faziam.

Mas vocalizar o problema, que ele poderia ser expulso, se tornava um desafio imbatível para ele. Sentia um medo visceral, um pavor que revirava suas entranhas.

Só de pensar que amanhã ele poderia ser apenas despachado, como se todos esses anos não tivessem importado, para uma provável colônia de metamorfos já o estremecia por dentro.

Não conseguia imaginar o quão solitário seria esse cenário.

Não queria recomeçar de novo.

Trey franze o cenho com o estranho sentimento, mas concorda finalmente com a cabeça, ainda que receoso.

— Ótimo, porque se continuar desse jeito, você vai me matar de preocupação até o final do ano. — Brinca, se levantando. — E eu vou te levar junto comigo, porque eu não quero morrer sozinho! — Ele finge um tom sério.

— Ah, claro. — Fala desinteressado. — Se você conseguir mirar em mim.

— Olha só! Minha mira não é tão ruim assim!

— Claro, Miguel Hunter. Mas já vou avisando que até a Lara consegue atirar melhor que você. — Coloca as pernas em cima da cama, esticando os lençóis dobrados por Miguel.

— O quê?! Você tá exagerando!

— Acredite no que te faça feliz. Agora, sai daqui e me deixa dormir! — Ele se cobre e vira para o lado, se aconchegando no travesseiro extremamente macio.

Miguel revira os olhos, mas com um sorriso de lado no rosto.

Os passos descalços de Miguel vão se distanciando, mas param na porta.

— Trey?

— Hm?

Ele o aconselha em um tom calmo e baixo. — Pensa bem sobre aquilo que eu falei sobre ser menos impulsivo. Principalmente agora que tem pessoas envolvidas... Você sabe bem que não precisa de muito para fazer um estrago. — Miguel olha de relance para seu braço e eventualmente para sua mão quase sarada.

Trey se mantém em silêncio.

— Era só isso mesmo. Tenha uma boa noite! — Ele fala no tom animado de sempre e fecha a porta com cuidado.

Antes que qualquer pensamento sobre esse assunto pudesse infectar sua mente, o metamorfo fecha os olhos.

🌑

Trey estava começando a se arrepender de ter ido à festa.

Tudo era tão barulhento e o espaço estava começando a encher de humanos. Cada um carregando um saco ou caixa brilhante e colorida, com um grande laço os fechando.

— Você tá bem? — Ele se vira para a fonte da voz, um garoto bronzeado com um topete loiro, porém, todas as feições do rosto do humano estavam embaçadas. — Eu não devia ter te trazido aqui... Desculpa, Tr-Oliver. — O nome sai forçado, ainda com tristeza.

Trey olha para o chão semelhante a vidro, que revelava o abismo abaixo dos seus pés. Ele fecha os olhos e tranca sua respiração, inchando as suas bochechas, até ficar vermelho.

— O-o que você tá fazendo?! — O mais velho balança ele pelos ombros.

Ele volta a respirar, enchendo o pulmão de ar revitalizador e abrindo os olhos, determinado.

Já havia passado por muita coisa para desistir ali. Não importava o que acontecesse, ele iria descobrir o que era esse tal de "bolo de aniversário gigante".

— Não se preocupa. — Trey puxa ele pela mão. — Eu tô bem! — E abre um enorme sorriso, imitando o de "Miguel".

Ainda que embaçado, ele conseguia ver que "Miguel" retribuía o gesto.

Ele guia "Miguel" pela multidão, enquanto olhava admirado as decorações e as pessoas ausentes de faces interagindo umas com as outras. O colorido não era vivo, igual aos belos jardins cuidados pela humana mais velha, era "artificial", mas ainda era fascinante de se ver.

Depois de uma longa caminhada, ele tinha chegado na mesa do bolo. Ele fica boquiaberto, fascinado pela comida retangular que cobria quase a mesa inteira, parecendo gigantesco para sua pequena estatura atual, porém esperava que fosse bem maior por conta da palavra "gigante".

— Miguel! Olha o tamanho...

"Miguel" não estava mais ali. Mas ele conseguia ver muito bem a silhueta do seu "irmão" próximo a outros dois humanos, um ruivo e um de cabelo preto, um dos aniversariantes, ambos com rostos ainda mais embaçados.

As pontas do seu sorriso caem, mas, logo que ele volta o seu olhar para a mesa, havia um pedaço cortado perfeitamente para ele. Ele volta a sorrir.

Pega com cuidado o prato de plástico e aproxima lentamente do seu rosto, admirando a camada fofa e branca cobrindo uma parte da massa marrom. Após cheirar e sentir um cheiro forte, mas atraente, ele enfia o pedaço inteiro na boca, ignorando por completo o garfo de plástico em sua mão, que tinha sido dado a ele.

O sabor era uma combinação irresistível de uma baunilha suave e doce, misturada com um sútil chocolate de avelã, podendo ser detectado também notas sutis de canela e especiarias, que enriqueciam o sabor.

Apesar de detectar todos os gostos fantásticos, que nunca havia provado em toda a sua vida, aquilo parecia a coisa mais horrenda que ele já havia comido.

Trey regurgita o bolo de volta para o prato.

Ele observava com nojo os restos do doce, parecia uma poeira preta que havia se despedaçado em sua boca, que tinha perdido tudo que o fazia chamativo e delicioso. Trey faz uma careta de nojo e cospe os pedaços restantes, desesperado para tirar o gosto residual de sua boca.

Ainda assim, o doce tinha aberto seu apetite.

Ele olha mais uma vez para "Miguel", buscando ajuda, ou algum tipo de consolo, mas ele já não estava mais lá, assim como todos os outros convidados.

Havia apenas vazio. Com exceção de um lugar.

A música da festa continuava de fundo, tomando um ritmo cada vez mais e mais lento, como se o tempo estivesse parando assim que os olhos de Trey se prendessem ao local dos presentes. Ele caminha sem cautela até o espaço, sendo guiado apenas pela sua fome.

Admirava no caminho as variadas cores de cada presente no espaço, tentando imaginar o que deveria ter em cada um. Seu estômago relembra sua situação e um presente em especial chama a sua atenção.

Escondido e distante dos outros, longe dos olhares curiosos dos aniversariantes, havia uma grande caixa, com um enorme laço, coberta por estampas douradas acima do papel avermelhado.

O objeto tinha se sacudido e um "crack" abaixo passa despercebido pela sua audição.

Ele se ajoelha em frente ao objeto. O presente se torna ainda mais fascinante quando um som agudo sai dele, fazendo a caixa se sacudir novamente.

Parecia que tinha algo vivo ali.

Quando abre, havia apenas...

O vidro se quebra. A caixa, os presentes, as pessoas e a festa haviam desaparecido.

Ele estava de volta no vazio.

🌑

Trey abre os olhos e se senta na cama no mesmo instante.

Esse sonho foi... Estranho.

Ele conseguia se lembrar do contexto geral, mas o que aconteceu exatamente naquele dia era um mistério ainda, principalmente aquela caixa.

Não foi desse dia que o Miguel falou naquele sábado? Talvez eu pergunte sobre isso mais tarde...

Se levanta e vai fazer suas atividades matinais, não notando uma tremedeira, quase imperceptível, por todo o seu corpo.

🌑🌕

Diferente de qualquer outro dia, Miguel queria apenas ficar na cama hoje, imaginando uma realidade onde ele conquistou todos os seus sonhos relacionados a ser um combatente. Odiava a ideia de ficar ali parado o dia inteiro, mas se isso o impedisse de lidar com seus amigos e as promessas que havia feito, talvez fosse uma boa escolha.

Quem eu tô querendo enganar?

Pensa, irritado consigo mesmo pelas suas atitudes, ou melhor, sua falta de atitudes.

Em meio ao silêncio do seu quarto, um zumbido interrompe sua paz, se tornando cada vez mais alto em seu ouvido.

Ele se levanta, jogando os cobertores para longe, como se estivesse pronto para brigar com o inseto, enchendo sua paciência. Assim que percebe que ele havia fugido pela janela, ele pega o seu celular, esperando ver as notificações das diversas mensagens enviadas no grupo e no privado.

Seu cenho franze e seus lábios formam uma linha ao ver que... Não havia nada.

— Sem sinal? Justo hoje? — Fala, estranhando o acontecimento atípico.

Independente disso, as outras mensagens enviadas ontem à noite dos seus amigos ainda o fazia remoer a situação.

Miguel se sentia inútil.

Ele queria se inscrever na Academia, passar na primeira prova e derrotar Daniel no segundo exame com todos os seus amigos e, finalmente, se tornar um Combatente.

Uma promessa, não só feita com seus amigos, mas feita muito antes com Oliver.

Mas como cumprir uma promessa...

Em que os dois deveriam se tornar combatentes juntos?

Miguel para por um instante, se olhando no espelho do banheiro, paralisado pelos seus próprios pensamentos, e vendo sua expressão levemente entristecida virar raiva.

Ele desejava enfrentar o seu pai a todo custo, dizendo que o homem se tornou um covarde, que abdicou de tudo apenas para se esconder desde que retornou para casa. Impedindo discretamente que ele participasse de qualquer coisa que envolvesse combatentes, seja barrando-o de algum evento, forçando-o a seguir com o seu trabalho atual ou diminuir suas aulas práticas de defesa pessoal na escola.

Ele nunca o proibiu de nada abertamente, apenas dava avisos, mas Miguel sempre soube que ele "mexia os pauzinhos" para tirá-lo dessa vida.

No final, o adolescente não sabia distinguir se ele queria apenas se provar ou contrariar seu pai, não se importava qual das duas alternativas era, só queria seguir com seus objetivos no fim.

Porém, seu pai estava certo sobre uma coisa: colocar Trey e sua mãe em perigo estava fora de cogitação.

Imaginava algumas vezes o que aconteceria se tivessem descoberto a verdadeira identidade da sua família. Admitia que o julgamento no mundo atual era um tanto bárbaro, mas sabia também que tempos difíceis exigiam medidas drásticas. Isso servia para os mandatos de execução, casos em que mentiras colocavam em perigo a vida de inocentes e de segredos que pusessem uma nação em risco.

Em muitos casos, era o certo a se fazer, já em outros, era um absurdo.

Quando se envolvia metamorfos, não havia um julgamento preliminar, a execução era feita no próprio lugar, principalmente se fossem indivíduos das classes mais precárias da sociedade. Havia certas cenas do tempo em que ficou em uma Colônia que ele queria apenas esquecer...

Será que eles dariam a chance do meu pai se explicar? Um Combatente Lunar estaria no mesmo nível de privilégio dos líderes das nações restantes.

Mas isso sem contar o fator da infecção...

Durante seus estudos nas últimas semanas, conseguiu entender que uma infecção era um acontecimento volátil, onde um indivíduo poderia recuperar o controle total do seu corpo e mente após a morte ou distanciamento do metamorfo causador, podendo, em muitos casos, desenvolver um tumor ou doença autoimune por alguma deformação incompleta no corpo; em alguns cenários, morrer em questão de dias; em pouquíssimas situações, viver uma vida normal novamente, e até ter a sorte de usufruir de uma porção pequena do poder de um metamorfo.

Contudo, sobreviver a uma tragédia como essa significava ser tratado quase no mesmo nível de um metamorfo.

Não se você tiver condições para evitar isso.

Ainda que seu pai se encaixasse no último cenário, ele tinha contatos, postura e, principalmente, grana. Muitas pessoas se envolveram no caso, arriscaram suas vidas para tirar seu pai de uma possível vida no laboratório, ou até mesmo de receber um tiro de AL na cabeça e finalizar o trabalho, mas, no final, ele conseguiu escapar ileso desse destino cruel.

E ainda assim ele conseguiu criar o seu próprio inferno pessoal...

Já vestido com suas roupas casuais, Miguel passa pelo corredor, percebendo que era o único que ainda estava no andar de cima. Assim que termina de arrumar a cama de Trey, ele desce as escadas com a cara fechada, uma certa determinação queimando em seu peito.

Dessa vez, todos estavam na sala, sua mãe e seu pai em pé em frente ao sofá, onde Trey estava sentado. A única luz que iluminava o cômodo era a natural, que adentrava pela janela, ainda no mesmo tom descolorido do último dia.

Enquanto seus pais já estavam vestidos para ir ao evento, Alex estava usando uma roupa de Gore-Tex completa para fazer seu serviço de guarda e Érica estava utilizando roupas de proteção muito mais fechadas do que de costume. Trey não tinha se dado o trabalho de tirar sua roupa de dormir.

Miguel olha para seu pai com uma seriedade atípica, analisando todos os traços de Alex, buscando algo que o lembrasse do mesmo homem da sua infância. Mas era sempre como olhar em um espelho quebrado e ver uma versão distorcida de si.

Às vezes...

Até se perguntava se seu pai...

Seus pensamentos são interrompidos pela voz de sua mãe.

— Miguel? Aconteceu alguma coisa? — Érica pergunta, confusa.

Ele nega com a cabeça e se senta, ainda encarando o seu pai, que o vigiava como uma águia.

— Então, o que vai ser?

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