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Capítulo 11 | [Respire fundo]-parte 2

🔶 26 de janeiro de 2149
  🔸 Quarta-feira | 14:00

Casa, finalmente!

Um leve sorriso de alívio se abre no rosto de Trey ao ver a estrutura.

Sua casa tinha uma paleta de cores feita de uma mescla de tons terrosos e neutros, enfatizando a simplicidade e a sofisticação. Detalhes em aço escovado e elementos em vidro temperado eram cuidadosamente intercalados com a madeira natural, mas o destaque fica para a entrada principal, onde uma porta de madeira sólida, com relevos diagonais sutis, evoca a nostalgia.

À sua volta, painéis envidraçados se estendem verticalmente, trazendo a luminosidade natural para o interior da casa e adicionando um ar contemporâneo à composição de teor americano.

Ele sobe as escadas às pressas, batendo com seus dedos um ritmo estranho no corrimão.

Trey entra, se deparando de imediato com o seu pai, enfiado em algumas papeladas que estavam em uma pasta preta.

Alex olha para ele.

A alegria de Trey desmorona ao lembrar de algo muito importante: a tal conversa.

— Se troca e me encontra lá embaixo. — Comanda, sem deixar brechas para Trey fugir daquela situação.

O metamorfo apenas assente com a cabeça.

Por que eu tenho a sensação de que isso vai ser algo pior do que ser expulso?

Olha uma última vez para seu pai antes de subir ar escadas.

Como isso seria possível eu realmente não sei...

Em um piscar de olhos, já havia trocado suas roupas e estava descendo para o porão. Passa rapidamente pelo laboratório, vendo de canto de olho alguns tubos e umas papeladas novas, mas nada tão chamativo.

Ele sai do espaço e chega no corredor para o outro escritório do seu pai, sua mão trêmula se dirige a maçaneta fria.

Ele respira fundo e abre a porta.

A visão é quase nostálgica, a primeira vista, um escritório normal, com uma desorganização semelhante ao quarto de Miguel, algumas gavetas meio abertas, dos largos armários metálicos que cobriam a parede, a sua frente, com a pontinha de diversas pastas visíveis, e teias decorando as áreas mais obscuras.

Uma visão que apenas nutria o teor depressivo e solitário do ambiente.

Todavia, assim que olha para o lado, vê um arsenal de armas presas na parede à direita de diferentes tipos e formas, com designs simples e avançados. Logo abaixo, um grande baú de madeira meio aberto, que parecia ter sido mexido há pouco tempo.

Será que as peças poderiam estar ali?

Seu pai sempre teve um certo carinho com seus itens antigos, odiava quando Miguel e, principalmente mexia em algo. Porém, começou a notar que Alex tem se tornado cada vez mais indiferente a isso, após perceber que Miguel ganhou uma "nova" jaqueta.

Ele estremece com o ar gélido do cômodo, que completava sua experiência de um animal indo para o abate. Quase se sentia arrependido de não ter dado um último abraço em sua mãe, ou tentado conversar melhor com Miguel.

— O que você quer falar comigo?

Seu pai, que estava sentado em sua escrivaninha de madeira negra, escrevendo alguma coisa em um mapa, se vira.

— Sente-se primeiro. — Aponta para a cadeira disponível.

Trey segue o comando, ficando de frente para ele, e tendo a oportunidade de avistar, em meio aos papéis, canetas, marcadores espalhados, algo bem peculiar em cima da mesa: uma seringa.

Ele mantém sua expressão neutra a todo custo.

Alex termina de fazer uma anotação e se vira para o adolescente. — Como tem sido a sua semana?

Trey trava com a pergunta e com o tom genuíno do homem. — Okay... ? O mesmo de sempre. Escola, trabalhos...

Alex cruza os braços e começa a girar levemente a cadeira de rodinhas de um lado para o outro. — Sua mãe comentou que você tinha feito amigos.

— A-amigos? Eles não... Ela exagerou. Eles são apenas meus colegas de trabalho.

Levanta uma sobrancelha. — De trabalho?

— É, um trabalho de biologia da escola.

— Entendo. — Suspira e pega alguns papéis em cima da mesa. — E como estão os seus machucados da "aventura" de sábado?

— Já sararam, eu só tive alguns cortes, e uns ossos quebrados, eu acho.

— Foi uma cicatrização bem rápida. — Ele afirma com neutralidade.

— Sim? Eu já não tinha mais nada no dia seguinte.

Seu pai encara seus olhos, que estavam quase pretos devido à sombra que sua franja criava sob a luz amarela do cômodo.

— E os medicamentos?

— O normal de sempre. — Trey olha para o lado.

Um suspiro impaciente de seu pai toma a sua atenção novamente. — E o que é o "normal de sempre"?

— U-uma dosagem a cada dois meses. — Trey fecha de forma apertada as suas mãos, encarando o chão empoeirado do local.

— A sua última dosagem estava marcada para domingo, assim que acordasse.

— Isso.

— Mas o que eu não entendo, Trey — ele para de girar e se inclina até o metamorfo — é o porquê dos seus testes darem resultado neutro.

Encara ele no mesmo instante, boquiaberto. — O quê? Que testes?!

— Os de domingo, o guarda apenas te deixou passar, porque ele me conhecia. Trey, você tomou realmente a sua injeção?

— Sim! E-eu não sei o que aconteceu, eu fiz de tudo para me manter no controle!

Eu posso não ter tomado às duas doses, mas isso não influenciaria no teste dessa forma enquanto eu estivesse calmo!

Ambos ficam se encarando, seu coração acelerado era a única coisa que preenchia seus sentidos, somado à atmosfera opressora que percorria a sala.

Trey sentia um formigamento nas suas pernas, que gritavam para serem usadas e tirá-lo daquele local, enquanto o olho de seu pai continuava cravado em sua figura, calculando cada movimento dele.

— Então vamos testar. — Alex pega a seringa.

Trey sente suas unhas se cravarem na sua pele, enquanto uma tremedeira sútil se iniciava por todo seu corpo.

— O braço. — Ele ordena e Trey estende, como um cachorro obediente.

Seu nervosismo era tão grande que estava insensível à agulha em sua pele, apenas observava o líquido passando pela seringa e entrando no tubo.

Ele vai fazer o teste do fogo?!

Relaxa. — Seu pai comanda.

Seu nervosismo apenas cresce.

Assim que o tubo estava cheio, seu pai retira a agulha, pegando rapidamente do seu bolso outro item: um isqueiro, talhado com diversos símbolos que ele desconhecia.

No momento em que o fogo é acionado, Trey se concentra o máximo que consegue, tentando criar uma barreira para o seu nervosismo. Enquanto ele estava tremendo em sua cadeira, seu pai estava "calmo", ainda Trey visse uma certa relutância antes de ativar a chama.

Alex, com sua postura firme e seu olho treinado, para o que quer que pudesse acontecer, aproxima o isqueiro, incentivando a formação de bolhas ao aquecer o sangue.

Gradativamente, esse movimento vai aumentando, mas antes que pudesse chegar no limite, as ondulações cessam e o líquido paralisa como se nunca tivesse presenciado o calor.

Trey entorta a cabeça e se aproxima, tentando entender o que deu de errado.

E entende muito bem o problema quando o líquido sobe até o topo e explode o tubo, jogando cacos de vidro para todo o lado.

Pensou em dizer várias coisas, mas tudo morreu na sua boca. Olha para os cacos e para o sangue, desacreditado, agora decorando o chão e as roupas dele e do seu pai, que, por sorte, havia fechado o olho a tempo, como se já estivesse preparado para isso.

— Pior do que eu esperava... — Seu pai sussurra para si, analisando a situação ao seu redor.

Ele olha para Trey, que estava tremendo mais que uma folha em uma ventania.

— E-eu não sei por que isso aconteceu! — Seus olhos queimam como se estivessem jogando água quente neles. — Eu não sei! Eu não sei!

— Tre-

O metamorfo se levanta estupefato, com seu coração pulsando em seu ouvido de forma ensurdecedora.

— Eu não sei o que eu fiz de errado, eu sempre tomei tudo do jeito certo e então! — Ele coloca as mãos na cabeça, pressionando seus dedos, suas garras, contra ela. — PARA de funcionar!

A expressão surpresa de Alex o faz tampar a sua boca, mantendo seus olhos arregalados no rosto de seu pai.

— Para de... Funcionar? — A voz do seu pai o tira de seu transe.

— Eu-

Se senta.

Obedece imediatamente, ao mesmo tempo que seus olhos passeavam pelas papeladas ensanguentadas.

— Eu quero a verdade, agora. Toda a verdade. — Seu tom era sério, mas sem urgência ou desespero, o mesmo tom que usaria de forma profissional.

O que eu vou falar? Eu não acho que eu vou conseguir sair disso com mais uma das minhas mentiras meia boca... Droga, eu não deveria nem estar mentindo!

Respira fundo. — Os medicamentos. Eles pararam de fazer efeito alguns meses atrás. — Espera alguma reação, mas seu pai se mantém em silêncio.

Trey prossegue. — E eu descobri que só se eu tomasse duas doses faria efeito...

Um suspiro forte chama a sua atenção, por um instante o adolescente conseguia ver seu pai visualmente estressado, até o seu semblante neutro retornar.

— Sua mãe deixou bem claro que as doses já estavam concentradas demais e, se você tomasse além do indicado, o seu corpo poderia rejeitar o medicamento.

— Mas-

— Mas o quê, Trey? Você prefere perder o controle da sua forma na frente de alguém? — Uma leve irritação escapa em seu tom.

— Não...

Alex se levanta do seu assento, estressado. — Muito bem, então. Quando Érica chegar do centro, você irá falar com ela.

O metamorfo se levanta junto. — Não!

Seu pai para, o olhando com cautela, uma expressão indecifrável em seu rosto.

— Eu deixei de tomar no domingo, mas foi por causa daquele metamorfo do ataque. Ele disse que iria se encontrar com a gente de novo, eu fiquei com... Medo que ele pudesse atacar Miguel ou vocês!

Alex se senta, observando o mapa na mesa e processando as informações.

— Por favor, só até o final do evento, depois eu falo com a minha mãe. — Trey implora.

— Você sentiu algum deles aqui dentro? — Alex pergunta, parecendo mais uma pergunta interna do que para Trey. — Não, você viu um deles aqui? — Seu pai o olha com urgência.

— E-eu... — As íris avermelhadas de Trey diminuem de maneira drástica, como se tivessem mirado uma lanterna em seu rosto.

— Você viu. Quando?

Trey suspira em derrota. — Domingo.

— Eles te viram? O que eles fizeram?

Trey sabia que tinha entrado em um problema ainda maior. Prometeu não contar sobre Lara, mas se encontrava em um beco sem saída nessa situação.

— Ele juntou eu e... Mais dois humanos do lado de fora do prédio.

Ele também não precisa saber que eu fui atrás dos dois procurando por problema...

— Os humanos tinham dois filhotes do seu lado, então eles conseguiram lidar com o metamorfo.

Um semblante de preocupação toma o rosto de seu pai. — O quê? Filhotes? O que eles estão fazendo em uma cidade?

— Eles disseram que procuram um lugar pra ficar. Alguém aqui da cidade, um humano, que ajuda metamorfos a se abrigarem em colônias de metamorfos.

Alex cruza os braços, reflexivo. — Não é a primeira vez que vejo algo do tipo... Mas não é dessa forma que funciona o trato, quem quer que tenha passado as informações, parece estar querendo montar uma armadilha.

— Uma armadilha?

— Não posso confirmar, mas tem algo faltando nessa história. Assim que eu tiver um dia livre, vou precisar que você marque um encontro com eles aqui em casa.

Lara não vai gostar nada disso...

— Tá... Mas você sabe quem poderia ser a pessoa que eles estão procurando?

Alex pressiona os lábios. — Infelizmente, não. Os guardas são muito rígidos para acolherem metamorfos e a maioria dos cidadãos teme eles.

Os ombros de Trey caem, por um momento pensou que chegaria para Lara com pelo menos uma solução do problema.

— E os humanos, quem são?

— Dois adolescentes. Lara e Jack.

— A Lara do Louis? — Ele questiona com as sobrancelhas cerradas. — E Jack, se não me engano, deve ser o filho da Abigail.

— Acho que sim, eles me disseram que se envolveram nisso por coincidência...

Alex o encara por um tempo pensativo e finalmente pergunta. — Qual era o tipo do que atacou vocês?

— Larval.

A expressão do homem endurece. — E os filhotes? Eles tinham características parecidas com esse metamorfo?

— Não. Eles são larvais, mas eles têm pele escura acinzentada, umas antenas e olhos cheios de detalhes estranhos. Os que atacaram a gente não tem nada a ver com os filhotes que vieram do buraco.

— Que buraco? — Pergunta confuso.

Ai, caramba...

🌑🌓🌕🌗🌑

— E eu prometi que manteria isso em segredo, então... — Termina de explicar todos os detalhes que tinha descoberto, desviando ao máximo das perguntas sobre "o que ele estava fazendo perto daquela passagem para saber da existência dela".

— Não se preocupe, eu não vou contar nada sobre eles para as autoridades. — O tom genuíno de seu pai traz um enorme alívio para ele. Era estranho como sua preocupação estava mais relacionada à segurança dos filhotes do que com os humanos ao redor deles.

— Os humanos tinham conseguido derrubar o metamorfo, mas, aquele desgraçado, tinha guardado energia para um último ataque e ia acertar na humana. — Trey olha para o chão, envergonhado por admitir o seu deslize. — E eu usei minhas habilidades pra parar ele.

Ele olha para seu pai, esperando ver decepção...

ódio, medo e desgosto.
Sem remorso do que tinha feito.

Mas Alex estava impressionado, boquiaberto. Era quase engraçada aquela cena.

— Por quê? — A pergunta sai mais como um ato de impulsividade do que algo consciente.

Trey trava, ele tinha feito um erro.

— Eu não deveria ter usado minhas habilidades? — Trey sabia que era uma pergunta estúpida, sabia justamente qual seria a resposta.

— Apesar de tudo, sim, você deveria.

"Sim"...?

O quê?!

— Eu só queria saber — ele para, voltando ao seu modo neutro — o porquê de você ter salvado ela.

Trey pisca algumas vezes, ainda perplexo com a afirmação.

— Eu... Pensei no que o Miguel me disse. Que quando algum desastre desses acontecesse, independente de quem fosse, eu deveria... Ah, sei lá. Deixa, foi algo bobo.

Trey assiste surpreso o semblante do seu pai se suavizar, com um sorriso de lado, quase imperceptível, se abrindo em seu rosto. Quase parecia que ele sabia o que Miguel tinha dito naquela noite de aventura deles.

Até voltar à seriedade de sempre, enquanto olhava para um ponto específico.

O isqueiro na mesa.

— E o que você faria? — A pergunta sai baixa, mas alta o suficiente para todo o foco de Trey se voltar a ela.

Trey encara o homem, à sua frente, um arrepio sobe por sua espinha, uma sensação tão humana que fazia ele esquecer às vezes o que ele era.

Seu olho acinzentado, que não expressava nada e tudo, que o deixava deslocado, que fazia a ansiedade apertar no seu peito e sua respiração parar, continua fixado em Trey.

O que eu faria?

Às vezes ele se perguntava se existia um "eu", quando tudo que ele tinha eram pedaços soltos de memórias e uma névoa espessa cobrindo o resto. Ainda assim, tinha certeza de qual era a resposta certa, em vista da situação deles.

Era só uma humana, no final das contas.

Usando todos os seus esforços para manter contato visual, ele responde. — Não salvaria.

Alex fica o encarando, inexpressivo, transformando o silêncio no som mais perturbador.

Alex assente, mas, de uma forma ou de outra, Trey sente um certo remorso com sua resposta.

— Muito bem, um sacrifício pelo seu bem e o de sua família.

O isqueiro é empurrado para seu lado da mesa.

— Você vai ter até a manhã de sexta para controlar suas habilidades.

Era, de fato, um objeto muito bonito, com cores avermelhadas e douradas se entrelaçando em cada detalhe, e com símbolos que pareciam dizer alguma coisa com as suas formas.

Pega, com receio, o isqueiro, como se fosse queimar a sua mão, percebendo, só com o toque, que os detalhes iam muito além dos que ele conseguia ver. Um objeto que parecia ter sido carregado há gerações, atravessando várias guerras em diferentes períodos.

Conseguia notar muito bem que aquele era um item precioso de família, algo muito mais simbólico do que funcional.

Entretanto, algo o dizia que aquilo não tinha nada a ver com Alex, pois tinha certeza de ter visto muitos dos símbolos presentes em algum item pessoal do Iago, ou seja, algo de origem asiática.

— E não perde. — Alex aponta para o isqueiro.

— Sim! — Coloca com cuidado o objeto no bolso, se sentindo honrado por seu pai ter confiado algo tão precioso a ele.

O silêncio se forma entre os dois, a calmaria após a tempestade.

— Trey, você pode... — Seu pai aponta para o sangue nele e na mesa.

— Ah, é! Quase me esqueci!

Ele levanta a mão e todo o sangue presente, que já estava em tons de vinho, ganha novamente seu vibrante vermelho, se movendo rapidamente até os seus dedos, que recolhem as linhas pegajosas de sangue para dentro do seu corpo.

Com tudo limpo, Alex começa a pegar alguns papéis e anda até a saída. — Eu preciso fazer algumas ligações, vou estar lá no outro escritório.

— Espera!

Alex para no caminho, sem olhar de volta para ele.

Ele fala baixo, de um jeito melindroso. — Seria errado eu sacrificá-la? Me parece injusto, depois de tudo, eu trocar vocês por só uma humana.

O silêncio preenche o cômodo por alguns momentos até seu pai o olhar com o mais puro ódio.

Trey sente que, se o homem tivesse uma arma à disposição dele, não pensaria duas vezes.

O que ele tinha feito
para merecer isso?

Mas todas aquelas emoções negativas, grotescamente exageradas, desaparecem em dois piscares de olhos, como se fossem uma alucinação. Ele desejava que fosse uma alucinação, tudo para tirar a ideia de que aquela era a mesma pessoa que ele chamava de "pai".


— As nossas ações têm consequências, Trey. Não é uma vida. É um conjunto de coisas, que deixarão cicatrizes por onde passarem. E criaturas como eles buscam destruir por dentro antes de rasgar a carne. No final, Miguel ou ela, não faria diferença. Eles ainda conseguiriam atingir seu objetivo.

Ele abre a porta. — Acredito que isso não seja algo que você vá entender em palavras, talvez quando você se... — Alex para por alguns instantes. — Não, não acho que você tenha capacidade para entender isso. — Resmunga com amargura.

Em um estrondo, a porta se fecha.

As perguntas borbulhavam no interior de Trey, nunca ficou tão confuso quanto nesse momento e queria saber mais, muito mais.

Por que ele sempre faz isso...?

Por que tanto ódio- Não, ele não teria ódio de mim, eu acho... Eu espero. Mas raiva, sim, isso ele tem.

Uma risada sem humor sai de sua boca.

"Ninguém te culpa pelo o que aconteceu", não é?

Ele seria o primeiro a negar isso.

Seu pai já tinha ido, o deixando sozinho com um peso que ele não sabia ao certo o que era—algo que não se encaixava em útil e de valor, provavelmente.

Mesmo assim, sem pensar duas vezes, ele vai direto ao baú, não sabia se aquele era o melhor momento ou se era a decisão mais sábia, mas era o seu único objetivo a cumprir com os humanos e não era a favor de conversar com seu pai sobre isso, não para ser repreendido de novo dessa forma.

Em poucos minutos, já estava saindo do porão com tudo que precisava, enquanto captava todos os movimentos do seu pai lá em cima.

— Trey.

O metamorfo para desesperado, sentindo que tinha sido pego no flagra. — O-oi?

— O que você fez com o corpo do metamorfo?

— Derreti ele. — Fala com simplicidade. — Não sobrou nada.

Alex faz uma careta, pronto para comentar algo, mas seu celular o interrompe. — Depois a gente conversa sobre isso. — Ele entra no escritório.

Trey suspira aliviado e vai com certa rapidez para o seu quarto, indo direto para o seu banheiro.

Ele se senta no piso gelado e estica os seus braços.

Lentamente, cortes surgem na sua pele, fazendo aberturas enormes a ponto de poder ser avistado os seus músculos. Fios começam a se deslocar e a tirar de dentro do seu músculo pequenos pedaços de metais ensanguentados.

Uma medida, sem dúvidas, exagerada, mas apenas para quem não sabia o quão perspicaz seu pai era com suas observações. O homem sabia muito bem quando algo estava diferente, e se seu bolso estivesse levemente inchado, ele saberia na hora que tinha algo errado.

Esperava que ao menos tivesse algum tempo até ele perceber a ausência das peças, garantidamente ainda iria ter que contar sobre as armas.

Os fios colocam com cuidado os itens no chão, puxando qualquer vestígio do sangue que estava ali.

Ele checa mais uma vez se os itens eram os certos, relaxando apenas quando tinha certeza.

Seus olhos se mantêm fixos nos seus braços, se costurando novamente.

Pelo menos algo estará indo conforme o plano.

Encosta a cabeça na parede, olhando para o teto. Ele se sentia... Perdido.

Normalmente, a primeira coisa que ele faria seria contar tudo para Miguel, e perguntar sobre o bendito "enigma" do seu pai.

Sentia-se quase um idiota por não entender, tudo parecia tão claro para eles, mas para Trey era sempre estranho. Não fazia sentido para a sua realidade, ainda que fosse a mesma deles, de certa forma.

Talvez o problema fosse eles.

Talvez os medicamentos.

Ou talvez ele mesmo.

Mas agora estava sozinho, ou pelo menos se sentia assim. A sensação de que seu irmão sempre estaria de braços abertos para ele era a sensação mais reconfortante que sentia, talvez, em toda a sua existência sem memórias.

Ele se ajeita, colocando suas pernas contra seu peito. A única coisa que ele queria agora era fechar os olhos e voltar para o seu sonho, onde todas as suas lembranças de tempos mais agradáveis estavam.

Onde poderia se esconder de toda essa situação dos metamorfos e do seu pai.

Mas o peso no seu bolso o lembrava de algo: tinha um novo objetivo a alcançar, controlar o seu sangue.

Rapidamente, pega a seringa e um tubo. Assim que o sangue é coletado, ele segura o isqueiro, encarando mais uma vez os ornamentos.

Ele respira fundo.

Um click e uma fagulha de fogo surge.

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-NOTAS-

Daqui em diante, vocês verão Alex, e Érica, bem mais integrados na história. Não dá pra deixar tudo para um bando de adolescente resolver, né?

Curiosidades desse capítulo:

-Alex e Trey tem uma relação... Conturbada. O que ainda consegue ser melhor do que a de Alex e Miguel, na visão de Alex ao menos.

-Alex tem um longo histórico com metamorfos, principalmente filhotes. (Talvez vocês vejam um pouco disso em outra história que estou montando 👀)

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