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Parte 4

— Claus, é urgente! — Foi o que Mike exclamou assim que ambos se encontraram na velha cafeteria da rua Becker.

Horas depois que alguns membros dos Redemptorists jogaram Claus amarrado e vendado em uma rua deserta de Towny City, ele recebeu uma ligação de Mike pedindo que se encontrassem o quanto antes, pois ele precisava compartilhar suas opiniões com alguém de confiança. E sabia que esse alguém era Claus.

Claus também havia acabado de lhe contar sobre seu plano contra os Redemptorists e que isso envolvia precisar se "juntar" a eles para tal.

— Com qual agente de confiança você deixou a Kathleen no hospital? — Mike perguntou, tendo certeza de que Claus pensara nisso e já havia tomado as rédeas da situação. Mas ele estava errado.

Claus estava tão apressado em voltar logo ao laboratório e ver o resultado das análises que esquecera completamente da segurança de sua parceira. Justo o que mais estava em jogo agora!

— Vamos para lá agora! — Claus disse com determinação, já levantando da mesa e procurando as chaves do carro no bolso, mas Mike segurou seu braço.

— Me escuta, Claus.

— Kathleen está sozinha lá e em perigo! Quer mesmo ficar aqui conversando agora?! — Claus se estressou. Na verdade, nas últimas horas ele estava se surpreendendo com tamanho cuidado que havia ali dentro por aquela agente novata e inexperiente.

— Claus... — Mike apenas repetiu seu nome em tom advertido e lançou um olhar profundo de pressão sobre Claus, e isso foi o suficiente para fazê-lo suspirar e esperar mais um pouco. Mas tudo bem, certo? Eram só mais alguns segundos, apenas enquanto Mike dizia o que quer que fosse, nada de ruim poderia acontecer com ela em tão pouco tempo, não é?!

Claus voltou a sentar na cadeira de madeira de frente para Mike e o esperou continuar.

Não havia mais ninguém — fora eles — na cafeteria a não ser dois garçons conversando no balcão e a atendente no caixa falando ao telefone.

— Para que você aceitasse ficar do lado de Ricardo, ele te fez uma proposta, certo? — Aquilo estava parecendo uma introdução. E Claus acreditava que só estavam perdendo tempo, mas decidiu não interromper para ser mais rápido.

— Sim. — Respondeu.

— E ele te pediu lealdade e defesa aos Redemptorists, não é? — Mike continuava com as perguntas quase afirmativas. Já estava ficando bem claro que ele tinha certeza do que estava falando. E Claus lhe deu um pouco mais de atenção.

— Isso.

— O que significa que você deve acabar com a raça de quem ousar atrapalhar o empreendimento deles, certo?

Claus fez um leve movimento com a cabeça para a esquerda. — Por aí... Eu aceitei trabalhar com eles!

Mike assentiu com a cabeça, como que comprovando sua tese. — Então me diga, Claus... Quem é a pessoa que você conhece que mais quer acabar com os Redemptorists agora?! — Mike fizera aquela pergunta, mas Claus sabia que era reflexiva. Ele acabara de perceber que se metera em uma situação onde iria precisar lutar contra ele mesmo: e isso iria acabar destruindo-o.

— Eles não te escolheram àtoa, Claus. — Mike prosseguiu. — Robert sabe que a Kathleen não vai desistir, e te colocaram nessa posição exatamente para testar você, não porque é "o melhor"! — Fez o sinal de aspas com os dedos erguidos e respirou bem fundo. — Te colocaram como chefe de uma missão suicida: ou você mata a Kathleen ou está morto. Você está preso nisso e não tem o que fazer, Claus, porque se chegar perto dela outra vez, será arriscado para os dois!

Ao ouvir aquilo e precisar concordar com aquela teoria, Claus jogou sua cabeça por entre as mãos e soltou um longo suspiro.

— Eu rackeei o computador do Robert e estava todo criptografado, a ponto de que só consegui acessar um arquivo, e sem dúvidas ele não estava disponível àtoa: é um plano de encruzilhada para a Kathleen. — Mike fechou os olhos por três segundos. — Eles queriam mesmo que nós víssemos! É um teste pra você, Claus, porque aceitou a missão de matá-la e, com ela, todo o progresso do nosso Departamento.

Claus continuava calado. Mas afinal, o que mais ele poderia dizer? Estava começando a acreditar que seu "plano brilhante" tinha apenas dado aos Redemptorists a oportunidade de acabar com toda a Organização. E ele não conseguia enxergar nem uma saída para isso.

— Se ela morrer, Claus... — Mike prendeu os lábios. — Todo o nosso Departamento estará morto também, seja em qual sentido for! Ela é apenas uma isca porque é a mais focada em acabar com eles, é só o primeiro passo! Isso significa que você não pode ir ao hospital para vê-la, protegê-la e também não pode entrar em contato, mas, se você não for, "seus homens" vão. E estarão com ordens para te manter informado sobre cada uma das atrocidades que farão com ela!

Claus queria socar a mesa, quebrar as xícaras e acabar com tudo ao seu redor; queria extravasar, dar uns murros em si mesmo e se culpar por ter se metido em tudo aquilo.

Mas ele não teria escolha.

Nem se quisesse!

— Como eu pude deixar isso acontecer?! Como podemos ter chegado a esse ponto?! — Começou a se lamentar em tom baixo. — Como vamos... Ah, droga...

— E se você contar a ela que fez isso, ela não vai entender e muito menos aceitar sua decisão, você sabe... Ela detesta ser controlada! — Mike continuou, balançando a cabeça em negação. — Bom, de uma forma ou de outra estará traindo-a ou... Colocando-a em perigo.

— Mas o que eu estava pensando?! — Claus perguntava a si mesmo. Apesar de sua pose de forte, ele queria chorar e lamentar por ter entrado naquela situação.

Mike respirou fundo. — Não é culpa sua, agente Gramt... Foi uma encruzilhada! Estava nos planos deles desde o início! Por isso Robert a encaminhou para essa missão... Ela deve ter algo fatal contra eles para que a queiram tanto morta!

— Mas eu aceitei essa droga de proposta pra mantê-la segura! — Afirmava na defensiva.

— Exatamente por isso você não deve se culpar, Claus! Foi uma armadilha pra você também! — Mike suspirou. — Pra todos nós...

— Então por que insiste em dizer que eu a traí?! — Claus franziu as sobrancelhas. Mike estava jogando sobre ele um peso muito grande.

— Porque você traiu... Sem saber que estava traindo.

Claus engoliu em seco e retomou sua pose. — Olha, eu posso ter feito muita coisa errada, mas eu nunca traí a Kathleen! — Suspirou. — Eu só queria que ela ficasse fora disso tudo! Só isso! Isso é trair?!

Mike ficou em silêncio.

— Se esse é o significado de traição, então a minha foi do mais alto nível! — Completou.

— Claus, foi ela quem escolheu esse caminho. Sabia do perigo que estava correndo. Foi decisão dela entrar aqui, aceitar a missão e recolher seja lá o que for que ela tenha arquivado! — Mike também estava assustado. — Nada do que está acontecendo agora foi previsto!

Claus já estava fatigado do posicionamento de Mike e sua paciência estava por um fio. — Você está falando como se ela estivesse em uma sorveteria sem preocupação alguma! — E alterou a voz. — Você não soube o que aconteceu com ela?! Ela... — Claus colocou a mão direita na testa por alguns segundos. — Ela quase... — Mas mal conseguia completar a frase, e então sentiu seu celular vibrar dentro do bolso. — Não entendo como você, que se diz amigo dela, consegue pensar dessa maneira! — E finalizou sua fala, tirando o celular do bolso em seguida.

— Sou amigo dela, mas também sou realista. Na profissão que estamos, todos somos cientes dos riscos que corremos. — Mike respondeu.

Claus, preciso falar com você urgente. Estou saindo do hospital. Onde posso te encontrar?

Era Kathleen.

E naquele momento Claus havia até esquecido da discussão que estava tendo com Mike.

— Mike, olha isso! — Disse apressado ao mostrar a mensagem que acabara de receber.

— Caramba! — Foi só o que Mike conseguiu exclamar depois de passar longos segundos encarando a tela do celular.

— O que nós fazemos?! O que eu faço?!

— Vai se afastar dela? — Mike questionou.

— Eu conto?

Mike respirou fundo. — Você é o parceiro dela. Essa decisão é sua.

— Rastreia. — Claus ordenou e Mike logo o fez.

Kathleen, não posso. Vá pra casa e eu pago sua passagem.

Claus enviou a ela.

— Uma pousada em... — Mike começou a falar, mas logo deu uma pausa e estreitou os olhos, fixando-os nas palavras que estava lendo. — Em... Pedersen Fue?!

Não posso parar agora, Claus. E não posso contar por telefone. Preciso te contar. É muito importante.

Kathleen respondeu de imediato.

— Vamos para o carro! — Claus se levantou com pressa, já colocando o dinheiro dos cafés sobre a mesa. Queria ir naquele mesmo momento para Pedersen Fue, apesar de já serem quase 17 horas, e Mike foi atrás dele com uma expressão cheia de dúvidas.

— Você a deixou sozinha lá?! Em outra cidade, Claus?! — Mike perguntava ao caminhar rapidamente atrás do agente Gramt, com a voz nitidamente alterada.

Com todo o discurso de Claus de "proteger a Kathleen", Mike não esperava que sua genialidade e superproteção fossem permitir que ela ficasse sozinha e a mais de 100 quilômetros de distância em uma outra cidade.

Claus apenas permaneceu calado e entrou no carro, batendo a porta com força.

— Eu pensei que ela tivesse vindo com você! Que estivesse em um hospital daqui! — Mike estava estarrecido e quase gritando no banco de passageiro.

— ACHA MESMO QUE EU A DEIXARIA LÁ SE SOUBESSE QUE TUDO ISSO IRIA ACONTECER?! — E Claus acabou explodindo, soltando seus gritos frente ao volante. — Estou cansado desses seus questionamentos desconfiados! Se não confia em mim, paro o carro agora pra você descer!

— EU CONFIO EM VOCÊ, CLAUS! MAS A KATHLEEN TAMBÉM CONFIOU! — Mike também se alterou. Dessa vez, definitivamente. — E OLHA COMO ELA ESTÁ AGORA!

Depois disso, o carro ficou em silêncio. Apenas as respirações ofegantes dos dois.

Claus desacelerou o carro e o estacionou no acostamento da via em que estavam, e algumas lágrimas desceram dos seus olhos, fazendo com que Mike se sentisse um pouco culpado.

— Me desculpe, Claus, eu não queri...

— Eu a amo. — Claus o cortou em voz baixa, deixando Mike abobalhado e com os olhos arregalados.

Enquanto Mike gaguejava pedindo desculpas ao agente Gramt, o mesmo pegava seu celular para ver a mensagem que acabara de receber.

Está me ignorando?! Porque, Claus... Se você não aparecer, eu vou fazer isso sozinha.

Outra vez Claus respirou fundo tentando limpar sua mente e pensar em algo para amenizar a situação. Ele quase podia ouvir a voz de Kathleen falando aquilo.

— Ela quer fazer algo sozinha! — Claus exclamou, sem saber o que fazer.

— Argh, que droga! — Mike respirou fundo. — É bem o estilo dela mesmo tentar resolver tudo sozinha! Precisamos impedi-la, Claus! — Falou, por fim, sendo seguido por uns segundo de silêncio.

E foi então que os olhos de Claus se encheram de determinação e vigor e ele deu a partida no carro, acelerando o máximo que podia.

Havia tido uma ideia. E das boas.

— Mike, vamos sequestrá-la! 

Oi oi, amores, tudo bom?

Vim aqui, na verdade, pedir desculpas pelo atraso e dizer que ainda não tinha atualizado porque as vizualizações estão muito baixas e eu estava esperando aumentar, porém uma leitora pediu que eu atualizasse e prontamente assim o fiz (obrigada, Lia! 😚).

Por isso quero aproveitar e pedir que divulguem esse livro e não esqueçam de deixar seus votos e comentários, isso ajuda muito, não apenas a me deixar super feliz e animada ao saber que estão gostando, mas a subir aqui na plataforma também. Então, se estiverem gostando, ajudem, por favor 🙃

Beijão, meus amores! E se quiserem capítulo logo, podem cobrar haha
Fiquem com Deus 😍

- SophiieM ♥️

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