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Aubree Kurosawa

Treze anos atrás...

Eu estava espiando pela janela a movimentação na grande mansão ladrilhada de pedras em frente a nossa. Uma família nova estava se mudando, eles tiravam caixas de dentro do carro enquanto um vento fazia seus cabelos dançarem de uma forma engraçada. Era o início do outono e as folhas que corriam pela rua estavam tão alaranjadas que eu gostaria de pegar todas e guardar em uma caixa, para que, quando a neve chegasse, eu pudesse me lembrar o quão agradável era o outono e o quanto provavelmente estaria arrependida de não ter aproveitado o suficiente. Era a época em que eu podia passar mais tempo do lado de fora. Não que eu não pudesse no inverno, era congelante, eu odiava.

— Aubree, vamos? — Desgrudei-me da janela, erguendo a minha mão em direção a de minha mãe, que estava estendida para mim, lançando um sorriso doce, como a torta de mirtilo que estava segurando com a outra mão.

Ela me disse que era uma torta de boas-vindas aos novos vizinhos enquanto eu cortava os mirtilos em cima do balcão da cozinha. "Precisamos ser gentil com todos, Aubree", disse ela ao esmagar a massa sobre a pia.

— Olá! — Angelical como nunca, minha mãe acenou quando chegamos em frente à residência.

A mulher mais velha, nossa nova vizinha, desvia a sua atenção das caixas e nos encara sem compreender.

— Somos vizinhos da frente, preparamos esta torta para vocês de boas-vindas. — Minha mãe estendia a travessa de torta de mirtilo no ar. Ela estava maravilhosa. Sei disso porque arranquei uma lasca da travessa e, depois, joguei geleia de mirtilo por cima para que não aparentasse que faltava um pedaço.

— Claro, me desculpe! — A mulher de cabelos curtos escuros se dá conta e se aproxima, retirando a travessa das mãos da minha mãe. — Não precisava se preocupar com isso!

— Imagina, fazemos questão que se sintam bem-recebidos na vizinhança. — Minha mãe leva sua mão ao meu ombro, acariciando-o com seu polegar.

— Sou Ammy! — Sua mão se estende no meio de nós duas a fim de nos cumprimentar, seu sotaque era forte, deixando claro que não era daqui, de onde seria? Eu me lembro disso na aula de idiomas. — Esse é meu filho Aidan...

Ela se vira para trás, provavelmente procurando pelo garoto. Caminha até o carro, abrindo a porta de trás e o puxa pela camisa. Engulo seco e olho de relance para Aidan: um pouco mais velho que eu, seus cabelos eram totalmente escuros e sua pele branca como uma nuvem. Seus olhos pousaram nos meus enquanto os entrecerrava para me observar, os cantos dos meus lábios se levantaram em um sorriso amigável e pude ver um sorriso minimalista de volta.

— Este é Aidan! — Sua mão vai até a cabeça do garoto balançando seus cabelos, ele rapidamente retira sua mão, afastando-a. — Meu marido está lá em cima consertando algumas coisas, vocês querem entrar e, então, comemos a torta?

— Não quero atrapalhar a mudança de vocês, viemos apenas dar as boas-vindas, não se preocupe — sorri minha mãe e seus dedos se cerram na frente do seu corpo.

— Tudo bem! — Ammy solta um suspiro quase aliviada e nos encontramos em silêncio por alguns segundos.

— Aubree, por que não mostra para Aidan o parque a algumas ruas daqui? — Minha mãe se vira para mim, meus olhos imploram aos delas para que ela retire o que havia dito. Porém, seus olhos são firmes e me dou por vencida.

— Vamos? — chamo a atenção de Aidan, que reluta por um segundo, mas sua mãe lhe dá um pequeno empurrão no ombro, incentivando-o a me acompanhar.

Enquanto caminhávamos em direção ao parque, um silêncio pairava entre nós. Eu observava Aidan de soslaio, notando suas roupas folgadas, que pareciam um pouco desajeitadas para um garoto de 10 anos. Eu estava cheia de curiosidade sobre ele. Afinal, éramos vizinhos novos e eu queria saber mais sobre sua história. De onde ele veio? Por que sua família havia se mudado para Nevada, especificamente Carson City? Essas perguntas ecoavam em minha mente.

Antes que eu tivesse a chance de verbalizar minhas dúvidas, Aidan percebeu minha expressão curiosa.

— Pode perguntar — um tom divertido saiu de sua boca e um canto de seus lábios se elevou.

— Por que se mudou para Nevada? De onde vocês são? — Aperto minhas mãos formando um nó em meus dedos, estava interessada, mas, ao mesmo tempo, com vergonha.

— Eu não sei, minha mãe disse que era coisa de adultos e viemos da Inglaterra, Burford. — Aidan dá de ombros, caminhando calmamente ao mesmo tempo que encara seus tênis. Naquele momento, eu senti que ele não queria me contar a verdade, algo que despertou minha curiosidade ainda mais, mas fiquei calada. — Minha vez... Você é sempre tão curiosa assim?

Por um momento, senti uma gota de suor descer pela minha testa, mas limpei rapidamente antes que Aidan percebesse que eu estava nervosa ao seu lado.

— Estou brincando! — Seu sorriso inunda seu rosto e sua gargalhada preenche meus ouvidos. Eu o fiz rir?

— Vamos logo! — bufo, tirando meus olhos dele e andando rápido.

Poucos meses depois.

— Bree, você precisa bater com mais força! — Aidan, que segurava um saco de pancadas, reclama comigo, que já estava pingando de suor. — Se quer lutar comigo, não vai poder ser assim.

— Aidan, eu já disse que não consigo e eu não quero lutar com você! — Retiro as luvas das mãos estressada, ele insistia em me ensinar algo que eu não queria. — Isso é coisa de garotos.

— O jantar está pronto! — Nós dois giramos a cabeça em direção à voz de minha mãe, que nos chamava.

Deixamos as coisas jogadas no quintal e corremos para cozinha, o cheiro de seus bolinhos de carne adentrou minhas narinas, me fazendo soltar um gemido de satisfação. Eu amava seus bolinhos.

— Mãe, Aidan pode dormir aqui hoje? Combinamos de contar histórias de terror na hora de dormir e quem não conseguir dormir depois perde. — Nós dois nos encaramos e soltamos risadas, eu tinha medo desse tipo de história, mas nunca aceitaria perder para Aidan.

— Já falou com sua mãe, Aidan? — minha mãe lhe direciona a palavra enquanto deixava nossos pratos de comida sobre a mesa, ele apenas concorda com a cabeça.

— E diz que ele ainda assombra a casa mesmo após anos. — Estávamos sentados no colchão ao chão quando terminei minha história, não recebo nada além de risadas de Aidan. — Por que está rindo?

— Porque sua história não teve graça! — responde ainda rindo, meus olhos rodaram nas órbitas e desisti de tentar assustá-lo, cruzando meus braços na frente do peito.

— Uma garotinha japonesa de 8 anos ficou em casa quando seus pais decidiram viajar. — Argh, eu tinha certeza que ele falou que a garotinha era japonesa só para me assustar. Como se ela fosse eu. — Ela tentou fechar todas as janelas, mas havia uma que ela não conseguia fechar de jeito nenhum. Ela desistiu de tentar, então, foi dormir e seu cachorro se deitou no lugar de costume embaixo da sua cama.

Aidan começou a contar sua história, ele parecia entrar no personagem narrador, seus olhos pretos profundos me olhavam, querendo me assustar.

— No meio da noite, ela acorda ouvindo sons de gotas vindo de seu banheiro. Ela estava muito assustada para ver o que era, então a estende sua mão para debaixo de sua cama e sente a lambida de seu cachorro. Isso a tranquilizou e conseguiu voltar a dormir. Mais tarde, ela acorda novamente devido ao som das gotas, estende novamente sua mão para debaixo de sua cama, sente a lambida de seu cachorro e volta a dormir. Mas os sons das gotas voltam e ela decide de vez se levantar e ver o que era, quando a garota chega no banheiro e acende a luz — Aidan segura minha mão que estava trêmula —, pendurado no chuveiro, estava seu cachorro. Ele estava com a garganta cortada e seu sangue pingava na banheira. Ela olha para o seu espelho e nele estava escrito algo com o sangue de seu cachorro: humanos também sabem lamber.

Aidan passa a língua nas costas da minha mão.

— Aí, que nojo, Aidan! — Empurro-lhe para longe, limpando minha mão imediatamente. Ele tinha um sorrido divertido em seus lábios, ele sabia que havia me deixado com medo. — Vamos dormir.

— Vai conseguir dormir, Bree? — Seu tom irônico me fez ter certeza de que estava rindo, já que eu estava de costas, indo para minha cama.

— Não enche — bufo, me deitando e cobrindo todo meu corpo, mas meus olhos estavam arregalados, eu estava com medo.

Não escuto Aidan dizer mais nada depois de alguns minutos e presumo que ele já havia dormido. Respiro fundo ao tentar tirar as imagens de um humano lambendo a mão da garota debaixo da cama, o que só me deixou com mais medo. Argh, não queria que ele pensasse que havia vencido.

— Pode deitar comigo, se quiser — Aidan diz no meio do silêncio, me fazendo dar um pulo na cama. — Sei que está com medo.

— Não estou com medo, só estou... sem sono — tento achar a melhor desculpa que vem em mente, ainda que meus olhos esbugalhados encarem o teto sem piscar.

— Me dê sua mão. — Aidan levanta seu braço, apoiando a mão na cama esperando pela minha.

Encaixo minha mão na sua sentindo seus dedos entrelaçarem nos meus, eles me apertam, tentando dizer que ele estava ali e que eu não precisava ter medo. Assim, consigo dormir segundos depois.

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