Tarde de outono
Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.
William Shakespeare
Renato
É uma bonita tarde de outono, as poucas folhas que ainda restam nas árvores caem devido ao vento que faz. Observo de longe a bela ruiva com seu cabelo esvoaçando lindamente. Seus olhos sempre tão alegres e cheios de vida, agora demonstra uma profunda tristeza e escuridão, que chega a ser atormentandora. Uma dor me invade, pois, sei que algo de terrível aconteceu com ela para deixá-la dessa forma, tão vazia e sem vida.
A mulher que eu vejo, não é a mesma Luz que eu conheço, poderia até dizer que é outra pessoa. Ela percebe minha presença e me observa com medo. Vou andando até ela, que não tira seu olhar de mim.
Chego perto dela e antes que eu possa fazer qualquer, ela se joga em meus braços, como se procurasse proteção. Abraço ela fortemente para trazer conforto. Lágrimas caem dos meus olhos, vê-la tão vulnerável me mata.
O silêncio prevalece, não falo nada, até porque nada que eu fale vai ajudar muito. Só quero saber o que deixou ela assim.
Seu choro aumenta mostrando um verdadeiro desespero, como se ela quiser gritar. Meu coração se aperta ainda mais, que chega a doer.
--- O que foi meu amor? --- Pergunto preocupado. Ela só continua chorando sem dizer uma única palavra- --- Fale o que aconteceu, amor!
--- Não consigo falar --- Ela diz chorando --- Sinto tanta raiva e nojo de mim.
--- Estou preocupado --- Digo em seu ouvido --- Amor, eu estou aqui para protegê-la e ajudá-la, conta o que fez você ficar assim.
--- Fui abusada--- Diz ela em lágrimas.
Ao ouvir essas palavras sinto como um soco em meu estômago. Algum mostro fez isso com ela e não conseguir impedir. Sinto um sentimento de impotência que me aflige fortemente.
--- Quem fez isso? --- Minha voz sai carregada de muito ódio.
--- Não sei --- Ela diz chorando. Mas sinto que é mentira.
--- Diga a verdade! --- Falo com raiva e percebo que ela ficou assustada.
--- NÃO SEI! --- Grita ela com raiva e dor. Logo me arrependo, não deveria me irritar com ela, mas como controlar essa raiva que sinto?
--- Calma, querida! --- Digo acariciando seu cabelo.
---- Só me abraça, por favor! --- Diz ela chorando.
Continuo ali com ela, fazendo o possível para que ela fique melhor. Não entendo o que está acontecendo e nem posso obrigá-la a falar, mas descobrirei e farei a pessoa que fez isso com pagar. E quando eu tiver esse infeliz em minhas mãos, torturem ele lentamente e não importa quem eu tenha que machucar, não vou deixar isso barato.
E sei que ela sabe quem foi, alguém que ela conhece e irei descobrir quem foi ele.
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Oi, pessoal!
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