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Façamos um brinde!

Foto do vizinho da Beatriz no início do capitulo.

Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que seu caminho é o único!

Paulo Coelho

Beatriz

Depois de passar horas na delegacia, tudo que consigo é exatamente nada. Volto pro meu apartamento ainda atordoada com todos os últimos acontecimentos.

Chegando nele o medo volta com tudo quando lembro daquele maldito homem. E não consigo para de pensar no que significa aquela frase.

Sinto falta do meu vizinho, pelo  menos fico segura com ele.  Mas ele precisa trabalhar como qualquer cidadão e não pode deixar de lado à vida dele para resolver os meus problemas.

Meu celular toca, ao olhar para tela vejo que é um número  desconhecido, atendo receosa.

Ligação

Boa tarde, Beatriz!— O homem do outro lado da linha fala com um tom frio, o que faz meu corpo arrepiar.

— Quem é você?— Pergunto aterrorizada com a possibilidade de ser novamente o maldito daquele homem que me ameaçou ontem.

— Já esqueceu de mim? — Ele rir do outro lado da linha, o que me deixa bem assustada — Eu ainda me lembro perfeitamente de tudo que aconteceu ontem.

Com a fala dele meu corpo congela, um sensação de perigo me  invade. Olho para todo o meu apartamento para ter certeza que não tem mais ninguém.  Começo a chorar desesperada. 

Ontem à noite eu não tive tempo de ditar às regras, espero que as cumpra ou então você sofrerá às consequências — Agora o seu tom é ameaçador,  deixando bem claro que eu não tenho escolha — A primeira regra é que você não pode contar nada para ninguém,  principalmente para a polícia.  Segunda regra, você terá que me obedecer. E última regra, não tente bancar a esperta, isso terá consequências. 

— Você acha mesmo que eu vou cumprir isso? — Agora falo em tom ameaçador. Eu não vou ser manipulada por esse cara.

— Como você é previsível — Ele rir novamente — Como eu já imaginava que você iria falar isso, então vou mostrar que estou falando sério.  Vou te mandar um vídeo. Depois que vê-lo, decida se vai querer me desobedecer.

Um vídeo chega no meu celular. Ao abri-lo vejo um cara dentro do quarto da minha irmã. A Dani dorme, enquanto o cara  deita ao lado dela e acaricia  o seu rosto. Sinto muito nojo ao ver aquela cena, lágrimas caem pelo meu rosto com o medo do que ele possa fazer com minha família.

— Por que tudo isso? O que eu fiz para você querer me fazer mal? Responda! — Grito atormenta, mas ele só sabe rir do meu sofrimento — Você é um miserável! Te odeio! Juro que vai me pagar! — Todo o medo que antes me possuía, agora se transforma em um ódio que jamais sentir antes.

— Retribuo o mesmo sentimento
— Sua voz é fria, sem dúvidas ele não possui um pingo de humanidade — Vá até o seu quarto, lá terá uma coisa que fará você entender de vez que estou falando sério. 

Vou até o meu quarto, na minha cama possui o que parece ser sangue e no meio dela possuí um vestido com uma foto da minha irmã e um bilhete. Aproximo devagar, ainda sentindo todo o medo e raiva. Ao abrir o bilhete, vejo uma ameaça.

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Obedeça as regras ou você perderá sua linda irmã!
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Deixo cair no chão o bilhete, tremo toda e uma dor invade meu coração. Eu não posso perder a Dani, não posso!

— Eu vou fazer o que você quiser, só não machuque minha família!  — Falo chorando. Eu não posso permitir que esse homem destrua minha família.

— Que bom, Beatriz! Fique atenta, logo eu falarei o que quero que você faça —  Ele pausa, parecendo pensar em algo — Sobre o seu vizinho, certifique-se que ele não atrapalhe mais, não quero ninguém no meu caminho.

— Deis de que minha família fique bem, eu faço o que você quiser — Minha fala é convicta. Eu farei tudo que ele quiser, tudo pela minha família.

Tudo depende só de você! — Seu tom não expressa sentimento algum, é frio, calculista — Tenha um bom dia, querida!

Fim da ligação

Com isso ele desliga a ligação. Fico atordoada com tudo que ele disse. Ele é tão  sem escrúpulos, frio, perigoso. O que farei? Como vou sair dessa sem colocar a vida de quem eu amo em perigo?

                        ***

Já é noite e deis daquela ligação não consigo fazer nada, além de ficar só ali, sentada no sofá, pensando como sair dessa, pensando qual motivo poderia levar alguém a fazer uma coisa assim.

Alguém bate na porta e o desespero me trava. A pessoa continua batendo na porta, mas eu não tenho coragem de abri-la.

— Beatriz, você está aí?  — Meu vizinho grita preocupado. Uma sensação de alivio me invade ao saber que é ele. Vou até à porta e a destranco. 

— Boa noite, vizinha! — Ele entra no meu apartamento com  uma caixa de pizza e com um guaraná. 

— Boa noite! — Sorrio feliz por ele está aqui. 

— Eu trouxe nosso jantar, só não sei se você gosta desse tipo de comida, parece tão fitness — Ele rir e eu rio junta.

— Que tipo de ser humano não gosta de pizza? — Pergunto indignada. Eu se pudesse vivia de pizza. 

— Tem razão — Ele sorrir e que sorriso lindo! — Bem, como eu não sei o seu gosto, pedir os meus favoritos... mussarela e frango com catupiry — Ele fala abrindo a caixa e um cheiro maravilhoso invade o ambiente.

— Eu adoro esses sabores — Falo enquanto meu estômago confirma o que eu digo.

— Que bom— Ele senta no sofá e pega uma fatia de pizza com as mãos, sem se importar com nenhuma etiqueta — Não vai comer? — Ele interroga, enquanto faz uma expressão de prazer.

— É que eu nunca como a pizza dessa forma... com as mãos — Falo constrangida. Eu sempre fui educada para ser uma mulher culta. Comer pizza com as mãos é algo que eu nunca nem pensei em fazer.

— Sempre existe uma primeira vez — Ele me olha e eu sorrio.

— Então tá!  — Sento o sofá e pego uma fatia de pizza, mas a minha falta de jeito faz o recheio cair na minha roupa.

— Preciso te dar uma aulas para comer pizza com as mãos — Ele rir e eu sigo ele. Realmente não levo jeito, penso.

— Preciso  —  Rimos junto, enquanto ele não para de me olhar — Sabe,  com todos os nossos desentendimentos, acabei nem perguntando o seu nome — Falo finalmente tomando coragem para fazer essa pergunta.

— Prazer, José! — Ele me olha com um olhar brincalhão. 

— Prazer em conhecê-lo — Brinco também — Prazer Beatriz Ferraz!

— É um prazer ter a honra de conhecer uma mulher tão bela — Ele me olha de uma forma maliciosa.

— Mas falando sério, eu quero recomeçar, a forma que nós nos conhecemos foi bem perturbada — O olho esperando a confirmação dele.

— Sim, vamos deixar todas as brigas no passado — Ele fala comendo a pizza. Ele levanta e busca dois copos e serve o guaraná — Façamos um brinde!.

— Em nome da nossa trégua — Falo rindo e finalmente  brindamos.

— Mas agora deixando  brincadeira de lado e falando sério.  Como foi na delegacia? — Ele pergunta me olhando interessado.

— Nada, como sempre eles disseram que vão investigar, mas não me garantiram nada — Falo preocupada. Como farei para resolver isso, sem poder contar com a polícia?  Novamente essa pergunta vez à minha mente, mas contínua sem resposta.

— Não fique assim, logo tudo vai se resolver — Ele me olha transmitindo segurança e no fundo sinto esperança que suas palavras sejam verdadeiras.

— Eu espero que sim!  — Sorrio para ele, tentando demonstrar uma falsa tranquilidade.

— Fique no meu apartamento durante um tempo, assim eu poderei tentar te ajudar de alguma forma — Ele fala preocupado com o meu estado. Sinto um alívio ao saber que posso contar com a ajuda dele.

— Eu vou aceitar ficar no seu apartamento por um tempo.   Obrigada! — Dou sorriso em agradecimento. 

— Por nada, não sou o tipo de pessoa que fecha os olhos para o sofrimento alheio — Ele me olha e vejo verdade em seu olhar — Sei que posso parecer um completo babaca e realmente,  às vezes sou, mas eu não sou um cara mal — Seu olhar fixa no meu e sinto uma sensação boa.

— Eu sei, José!  Uma pessoa má não arrisca sua própria vida para salvar uma completa estranha e muito menos oferece sua casa para ela ficar — O olho sorrindo. Tudo que eu pensei sobre ele foi equivocado, ele é um cara legal, com algumas atitudes idiotas.

— Eu faria isso por qualquer pessoa — A fala dele é carregada de honestidade.

— Fico feliz com isso  — Dou um sorriso bobo para ele.

— Espero que possamos ser amigos ! — Ele me filtra e sorrir.

— Também espero — Sorriu para ele feliz.

Não sei explicar como uma pessoa pode causar tantos sentimentos contraditórios.  A princípio ele pode parecer um completa idiota, mas só foi conhecê-lo melhor, para vê que ele é uma pessoa legal.

Com certeza, eu gostaria de tê-lo como amigo!

O restos noite foi cheio de risadas e brincadeiras.

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Olá, pessoal!  Espero que estejam todos bem!

O que estão achando do José?

Cometem e votem!

Até o próximo capítulo! 💛











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