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Capítulo 2

E aí gente o que acharam do primeiro capítulo?
Votem e comentem, obrigada a todos espero que passemos muito tempo juntos mesmo amo vocês❤️.

        ___AMOnG MOBsTERS___

[ Jimin ]

Eu ainda estou tentando entender. Esse guarda-costas... há algo familiar nele, mas é quase impossível. Eu raramente mantenho contato direto com os agentes. Além dos meus superiores e do Taehyung, ninguém realmente me conhece.

Adormeci — como sempre acontece quando trabalho demais. Tenho certeza de que, se ele não estivesse aqui, eu teria dormido no sofá e acordado todo torto. O cansaço me consome, mas ele me colocou na cama, saiu, e ficou de vigília, garantindo que nada de errado acontecesse. O problema? Ele mesmo acabou dormindo.

Fraco. Quem, em sã consciência, dorme no trabalho às cinco da manhã? Fofo, sim, mas estou começando a questionar se ele realmente quer manter esse emprego.

De qualquer forma, acordei mais cedo que ele e decidi preparar o café da manhã. Até que não foi difícil, já que estava de folga. Mas, quando fui procurar o tal do guarda-costas, ele não estava em lugar nenhum. Claro que só me restava uma opção: o quarto de hóspedes. Tentei abrir a porta com calma, mas claro, a maldita fez um barulho infernal.

E lá estava ele. Dormindo.

"Ele até que é bonitinho", pensei. "Ah, Jimin, para com isso."

Você vai acabar se apaixonando por ele. Será que ele é hétero? Ou quem sabe bissexual? Talvez goste só de rapazes. Quem sabe.

Aish, foca, Jimin. Você precisa acordar esse cara logo.

— Sr. Jeon — chamei, baixinho.

Nada. Acho que vou ter que levantar um pouco o tom.

— JEON JUNGKOOK!

Ele se mexeu, visivelmente irritado, e finalmente abriu os olhos.

— O que foi? Não precisa gritar assim — resmungou, esfregando os olhos.

— Já são 10 horas e você não acordava. Achei que eu tivesse que te sacudir pra isso — retruquei, com um toque de sarcasmo, sem me preocupar em esconder.

Ele franziu a testa, meio perdido.

— Sério isso?

— Claro que não. Agora, vem comer antes que esfrie — resmunguei de volta, já me virando para sair.

Ele me olhou, com aquele semblante que misturava confusão e cansaço.

— Não entendo você. Sou pago para cuidar de você, e no fim das contas, você faz o meu trabalho. O que tá rolando?

Respirei fundo, contendo a irritação que começou a subir.

— Olha, eu gosto de cozinhar. Simples assim. Agora, para de achar que você é especial ou algo do tipo.

Ele pareceu surpreso e abaixou a cabeça.

— Desculpa, Jimin.

Que cena. Esse cara é fofo demais. Eu vou acabar gostando dele se continuar assim.

— Como você sabe meu nome? — ele perguntou, visivelmente confuso.

Não pude evitar um sorriso.

— Você falou enquanto dormia. Parece que você é tão egocêntrico que até sonha consigo mesmo — brinquei, aproveitando para me divertir com a situação.

Ele ficou embaraçado, mas logo sorriu também.

— Ah, é? Já que sabe meu nome, então me diz o seu — ele falou, agora mais desperto.

— Jimin. Park Jimin. Mas você já sabia disso, você só esqueceu.

Ele riu, balançando a cabeça.

— Ah, foi mal. Então, Jimin, me diga: por que você fez o café da manhã pra mim? Não me diga que se encantou por mim.

Revirei os olhos, incrédulo.

— Sério isso? Quem se encanta assim, do nada?

— Você, claro. Então, o que tá rolando?

— Eu? Sei lá. Agora, para de enrolar e vem comer logo — falei, já irritado com a insistência.

— Ok, ok. Mas deixa eu tomar um banho primeiro.

— Seu quarto tem suíte. Não precisa ir até o corredor.

— Entendi. Agora, você vai me deixar tomar esse banho em paz ou vai querer assistir?

Ele tirou a camisa, e eu congelei. Minha mente parou.

— Eu... Eu... — Gaguejei, sem saber como reagir. — Não! Fique à vontade.

Saí do quarto rápido, tentando não tropeçar em meus próprios pés. Inacreditável. Esse cara... atrevido. Mas, de alguma forma, ele consegue ser irresistível.

Depois de uns 30 minutos, ele finalmente apareceu, mais desperto e renovado.

— Desculpa pela demora, Senhor.

— Tá tudo bem. Eu já comi. Se serve e come logo. E para de me chamar de "senhor", tá? A gente tá morando juntos agora. Nada de formalidades. Me chama de Jimin, Park, qualquer coisa, mas não "senhor".

Ele sorriu, e pela primeira vez, o som do meu nome saindo da boca dele fez um estranho calor me preencher.

— Certo, Jimin. Desculpa.

Assenti, satisfeito, enquanto o observava comer e lavar a louça. Passamos o resto da manhã conversando, e, pela primeira vez em muito tempo, me senti relaxado na presença de outra pessoa.

💸

[ Jungkook ]

Enquanto ele me observava, seu olhar pousou sobre mim, mas ele não sabia que eu estava acordado. A verdade era que eu não conseguia mais relaxar ao redor de Jimin. Algo nele me fazia querer permanecer alerta, como se houvesse uma tempestade prestes a estourar, e eu estivesse bem no olho do furacão. A casa onde estávamos só amplificava isso, com seu silêncio inquietante. Eu sentia como se algo estivesse fora do lugar. Algo estava errado.

Depois de uma busca inútil pelo quarto, meu chefe ligou. Relatório de status, nada de novo. Disse a ele que minha identidade ainda estava intacta e que estava ganhando a confiança do braço direito do chefe da máfia. Mas Jimin… ele era o meu "cliente" e, ao mesmo tempo, o mistério que eu não conseguia desvendar. Ele me lembrava de algo, de alguém, e isso me perturbava. Era como se meu cérebro tentasse me avisar sobre um passado que eu já havia esquecido. E o pior? Eu não conseguia tirar os olhos dele. Nunca senti isso antes. O que diabos está acontecendo comigo?

Estamos na cozinha agora, ele me oferecendo um sorriso que parecia tão deslocado na realidade em que vivemos. Tão puro, quase ingênuo.

— Jeon? — a voz dele corta minha linha de pensamento.

— Hm? — murmurei, me recompondo.

— Que tal darmos uma volta? — A voz dele era casual, despreocupada, como se nada ao nosso redor pudesse nos atingir.

Por um segundo, só o olhei, tentando encontrar a lógica por trás dessa sugestão.

— Sério? — Arqueei uma sobrancelha. — Você acha mesmo que é uma boa ideia? Com tudo que está acontecendo?

Ele deu de ombros, um gesto que me irritou. Ele parecia tão inconsciente dos riscos, tão indiferente.

— Aqui ninguém me conhece. — Sua voz carregava uma tranquilidade que beirava a arrogância. — Só você, meus superiores, meu melhor amigo... e o motorista. — Ele sorriu, quase como se aquilo fosse uma piada.

Eu quase recusei, mas a forma como ele me olhou me desarmou completamente. Havia algo vulnerável nele, algo que me fazia querer estar perto, protegê-lo de tudo, incluindo a mim mesmo. E isso me assusta pra caralho.

— Certo, então vamos — murmurei, quase contra a minha vontade. — Sou seu guarda-costas, afinal.

Ele soltou uma risada que fez meus músculos ficarem tensos.

— Eu sei me proteger, Jeon — disse ele, com aquele tom que me fazia querer rir e ao mesmo tempo rosnar.

— Ah, é? — Eu me forcei a sorrir, provocando.

— É, sim — ele respondeu com um brilho nos olhos. — Kung Fu, Karatê, Taekwondo... e sou dançarino. Multifuncional.

Havia uma arrogância ali, uma segurança desconcertante. Ele sabia exatamente como mexer comigo, e eu odiava admitir que funcionava.

Eu ri, balançando a cabeça, tentando me distanciar da tensão.

— Impressionante. E eu sou seu guarda-costas, cantor nas horas vagas. Estamos quites.

Ele estreitou os olhos, um sorriso brincando em seus lábios.

— Está tirando sarro de mim, Jeon?

Levantei as mãos, me rendendo. Mas havia uma diversão perversa em mim. Queria ver até onde essa conversa poderia nos levar.

— Só estou dizendo que foi você quem começou a se gabar.

O silêncio que se seguiu foi perturbador. O ar na sala pareceu denso, como se algo estivesse prestes a acontecer, mas nenhum de nós se atrevia a mover um músculo. Estávamos estudando um ao outro, e por mais que eu quisesse desvendar quem Jimin realmente era, sentia que ele estava fazendo o mesmo comigo. A curiosidade dele era palpável. Perigosa.

Nossos risos romperam a tensão, mas o peso do momento ainda estava lá, latente, escondido sob a superfície.

— Então, onde você quer ir? — perguntei, mais para quebrar o clima do que por real interesse.

— Sorveteria — respondeu ele, seus olhos brilhando com uma inocência que parecia deslocada naquele corpo perigoso.

Eu sorri. Um sorriso que escondeu o tumulto de pensamentos que se passavam em minha cabeça.

— Ótimo. Vamos.

E enquanto saíamos pela porta, me dei conta de que, por mais simples que aquilo parecesse, algo estava acontecendo entre nós. Algo sombrio, potente, e que eu não sabia se queria explorar ou fugir. Mas, naquele momento, estávamos apenas dois caras indo tomar sorvete. Só que, por dentro, eu sabia que a linha entre o dever e o desejo estava começando a se borrar perigosamente.

          💸

Ali estávamos nós, na sorveteria, aparentemente fazendo algo tão mundano quanto tomar sorvete. Mas por dentro, era tudo, menos tranquilo.

— Jimin? — Minha voz saiu tensa, mais firme do que o esperado.

— Oi? — Ele respondeu com naturalidade, seus olhos suaves, mas algo em seu olhar me fez hesitar.

Respirei fundo antes de continuar. — Desculpa perguntar isso do nada. Eu sei que... nós temos praticamente zero intimidade. Mas por que, Jimin? Por que você precisa de um guarda-costas? Por que quase ninguém te conhece?

Ele me olhou por um longo segundo, e senti o peso de sua análise, como se estivesse decidindo se podia confiar em mim com a verdade. O ar entre nós parecia pesado, denso de palavras não ditas.

— Bom, Jungkook, você é pago para me proteger. E sim, é verdade, nossa intimidade é nula. — Ele pausou, os olhos fixos nos meus, como se estivesse pesando suas palavras. — Mas vou te dizer... sendo um dos mais indicados da máfia negra, sou o que você chamaria de "agente secreto". Minha identidade é algo que não posso espalhar por aí.

Eu queria falar, mas ele continuou, sem me dar espaço para respirar. — Acho que, sendo meu guarda-costas secreto, você entende o conceito de sigilo, certo? Não vai sair por aí revelando quem você realmente é... porque isso nos colocaria em perigo.

Engoli em seco, sentindo uma tensão crescente no ar. — Claro... mas, a máfia branca está atrás de você? Eles querem te matar?

— Sim. — Ele disse com uma calma assustadora. — Querem mais do que apenas me matar. Querem informações, segredos que não estão dispostos a deixar escapar.

Minha mente disparou em todas as direções. A máfia branca? Querer matar Jimin? Isso não era uma surpresa completa, mas por que ele? Por que agora?

— Jeon — ele chamou, trazendo-me de volta à realidade.

— Sim?

— Quero que me leve a um lugar. — Sua voz carregava um tom mais sombrio, como se estivesse prestes a me revelar algo ainda mais perigoso.

— Um lugar? Que lugar?

— Uma casa... abandonada, não muito longe daqui. — Seus olhos pareciam distantes, e pela primeira vez, vi um vislumbre de algo que ele estava escondendo.

Não respondi imediatamente, meu instinto me dizia que havia algo mais. Ele sabia mais do que estava dizendo. Mas eu também sabia que precisava me aproximar dele, ganhar sua confiança, ou nunca saberia a verdade. Assim, simplesmente assenti, pagamos pelo sorvete e saímos.

Andamos em silêncio por mais de trinta minutos. O peso da conversa anterior pairava entre nós. Algo estava errado, mas eu não sabia o que. Até que quebrei o silêncio.

— Jimin. — Eu o encarei, sentindo que algo estava prestes a explodir. — Estamos andando há meia hora e você não disse uma palavra. O que está acontecendo?

— Nada. — Ele disse de forma vaga, mas seu tom sugeria o contrário. Havia algo por trás daquele silêncio.

De repente, um arrepio percorreu minha espinha. Algo não estava certo.

— Espera. — Sussurrei, interrompendo meus próprios pensamentos. — Acho que estamos sendo seguidos.

Jimin virou-se para mim, suas sobrancelhas se franzindo levemente, mas ainda assim mantendo a calma.

— Impossível. — Ele retrucou com uma confiança que me fez duvidar do meu próprio instinto. — Eu verifiquei várias vezes. Não tem como.

— Jimin, eu sei o que estou dizendo. — Insisti, meu coração batendo mais forte a cada segundo. O perigo parecia estar cada vez mais perto.

Ele suspirou, seus olhos ficando mais sérios.

— Tudo bem, Jeon. — Ele murmurou, finalmente cedendo. — O que você quer fazer?

— Precisamos mudar de rota. — Falei rapidamente, minha mente já desenhando uma nova rota em busca de um lugar mais seguro. — Um lugar onde haja muita gente, onde seja difícil sermos seguidos.

— Eu conheço um lugar. — Jimin deixou escapar um pequeno riso, como se estivesse tentando aliviar a tensão crescente. — Tem uma loja de roupas a alguns metros daqui.

Algo no jeito que ele disse aquilo, um riso escapando pelos lábios, me fez querer perguntar mais. Mas não havia tempo.

— Vamos logo. — Ordenei, tentando manter minha própria ansiedade sob controle.

Quando chegamos, ele praticamente entrou cantando.

— Olá, amiga! Como você está? — A voz de Jimin era alegre, quase ensurdecedora depois do silêncio opressor que tínhamos compartilhado durante a caminhada.

Uma senhora apareceu de trás do balcão, sorrindo ao ver Jimin.

— Jiminaa! Meu Deus, quanto tempo!

Por trás daquele momento aparentemente descontraído, eu observava cada detalhe. A loja, a movimentação lá fora. Precisávamos despistar quem quer que estivesse nos seguindo.

— Jimin? — Chamei por ele, minha voz baixa, quase um sussurro. — Precisamos nos esconder, sair daqui o mais rápido possível.

Ele assentiu levemente, mas seus olhos ainda estavam fixos nas roupas, como se aquele fosse o único refúgio que ele conhecia. Três horas se passaram, e apenas quando acreditamos que o perigo havia passado, saímos.

No entanto, o silêncio entre nós permaneceu.

Quando finalmente chegamos à casa abandonada, parei na frente dela. Algo me incomodava. O lugar me parecia familiar, mas eu não conseguia lembrar de onde.

Jimin se aproximou, já indo em direção à porta.

— Jimin? — Chamei, ainda hesitando. — Tem algo estranho nisso tudo. Desde a loja até aqui, pareceu fácil demais. Eles desistiram muito rápido. E agora... sinto que não estamos sozinhos.

Ele parou por um momento, antes de virar para mim com um sorriso cansado.

— Você está imaginando coisas, Jeon. — Sua voz tentava soar despreocupada, mas eu sabia que ele também sentia a mesma tensão.

— Isso é sério, Jimin. — Insisti, sentindo o ar ao nosso redor se tornar mais denso, mais ameaçador.

Ele franziu o cenho, visivelmente irritado.

— O que você estava fazendo de madrugada, enquanto eu dormia das cinco às sete? — Sua pergunta me pegou de surpresa.

— O quê? Eu estava dormindo.

— Não estava. — Ele me encarou com intensidade. — Eu te vi vasculhando a casa. O que você estava procurando?

Minha mente acelerou. Ele sabia. Mas eu não podia contar a verdade, não ainda.

— Eu perdi meu celular. — Falei rapidamente, desviando o olhar por um segundo. — Só estava tentando encontrá-lo.

— Certo... — Ele murmurou, ainda me olhando desconfiado.

Jimin subiu as escadas em silêncio, desaparecendo no andar superior. E naquele exato momento, o ar ao meu redor pareceu congelar. Dois homens surgiram das sombras, seus olhares cravados em mim.

— Eu sabia que não estávamos sozinhos. — Sussurrei para mim mesmo, já preparando minha postura de luta.

— Quem são vocês? — Questionei, tentando manter a calma enquanto meu coração disparava.

— Kkkk, quem somos nós? — Um dos homens riu, um som gutural e perturbador. — Você deve ser o guarda-costas do braço direito da máfia negra.

Minha mente estava a mil. Eles sabiam demais. Como sabiam que eu era o guarda-costas de Jimin?

— A máfia branca recrutou vocês? — Perguntei, minha voz fria.

O homem alto e corpulento, com cicatrizes profundas no rosto, sorriu cruelmente.

— Parece que você está bem informado. — Ele riu. — Sim, estamos a serviço do seu chefinho.

O outro homem, que parecia ser mais jovem e impulsivo, xingou baixinho.

— Lee, era para ser segredo! — Resmungou, irritado.

Um sorriso sarcástico apareceu em meus lábios. — Então seu nome é Lee? — Falei, zombando da estupidez deles.

— Merda! — Lee rosnou. — Vamos matá-lo.

Antes que eu pudesse reagir, ambos sacaram armas e começaram a atirar. Esquivei-me de uma bala, mas a outra me atingiu de raspão. Ignorando a dor, corri em direção a Jimin.

Eu precisava protegê-lo, custe o que custar.

— Jimin! — Gritei, subindo as escadas rapidamente.

Ele apareceu na minha frente, os olhos arregalados.

— Jeon? Eu ouvi tiros. O que está acontecendo?

— Eles nos encontraram. — Minha voz estava rouca, e a dor da ferida começava a latejar. — Precisamos entrar em algum lugar seguro, rápido!

Ele hesitou por um momento.

— Espera! Esse é o quarto do meu melhor amigo. Eu... não posso simplesmente entrar assim.

— Jimin, eu fui baleado! — Gritei, perdendo a paciência. — Eu preciso te proteger antes que eu caia de vez!

Finalmente, ele cedeu.

— Certo, Jungkook, entra. Eu tenho as chaves.
Ele abriu a porta com pressa, e nós dois entramos no quarto antes de fechá-la com força atrás de nós. O ar lá dentro estava pesado, carregado de lembranças e segredos que eu não entendia, mas agora não havia tempo para pensar nisso. Apoiei-me contra a parede, sentindo a dor latejante da bala que ainda queimava minha pele.

Jimin me olhou com os olhos arregalados, sua expressão uma mistura de pânico e culpa.

— Jeon, você está sangrando muito! — Ele exclamou, sua voz tremendo. — Eu... eu vou buscar algo para estancar isso.

— Não! — Gritei, agarrando seu pulso antes que ele pudesse sair. — Se você sair agora, eles vão te pegar. Eu consigo aguentar. Primeiro precisamos garantir que estamos seguros.

Ele hesitou, o olhar passando de mim para a porta, e então de volta para mim. Algo dentro dele parecia travar, como se estivesse dividido entre fugir ou enfrentar o que estava vindo.

— Jimin, por favor... — Minha voz saiu baixa, quase suplicante. — Eu estou aqui para te proteger, mas você precisa me ouvir. Não podemos nos arriscar mais do que já estamos.

Ele engoliu em seco, os lábios trêmulos, antes de finalmente ceder, assentindo com a cabeça.

— Tudo bem, Jeon... Eu vou ficar aqui.

Respirei fundo, aliviado por ele ter entendido a gravidade da situação, mas a dor no meu ombro estava piorando, e meu corpo começava a fraquejar. Eu não sabia por quanto tempo conseguiria continuar de pé.

— Você vai ficar bem? — Jimin perguntou, a preocupação evidente na sua voz.

Eu fechei os olhos por um momento, tentando controlar a dor que ameaçava me derrubar.

— Eu só... preciso de um minuto. — Murmurei, forçando um sorriso fraco. — Já passei por pior.

Jimin se aproximou lentamente, como se estivesse incerto do que fazer. Ele ajoelhou-se ao meu lado, e sua mão tremeu ao tocar meu braço. O toque, por mais leve que fosse, fez meu corpo inteiro reagir de uma maneira que eu não esperava. A tensão no ar entre nós parecia densa, quase sufocante.

— Jungkook... — Sua voz era quase um sussurro, um misto de culpa e algo mais que eu não conseguia identificar. — Eu... me desculpe por isso. Eu não queria te envolver tanto assim.

Abri os olhos, encarando-o com intensidade. A dor no meu ombro parecia distante comparada à confusão emocional que tomava conta de mim naquele momento.

— Jimin... não é sua culpa. — Respondi com dificuldade. — Eu aceitei essa responsabilidade. Eu sabia no que estava me metendo.

Ele se aproximou mais, o olhar preso ao meu, como se estivesse tentando dizer algo que não conseguia colocar em palavras. E por um breve segundo, eu esqueci o perigo que nos cercava. Esqueci dos homens armados do lado de fora, esqueci da máfia branca, esqueci de tudo.

Tudo o que restava era o momento intenso entre nós dois.

Jimin suspirou profundamente, e seu olhar caiu para o meu ombro ensanguentado. — Mas eu não posso deixar isso acontecer de novo. Eu não posso te perder por causa dessa guerra estúpida...

Suas palavras me pegaram desprevenido, e antes que eu pudesse responder, ele se inclinou para mais perto, sua respiração quente contra minha pele.

— Não posso... — Ele repetiu em um sussurro, o toque dos seus dedos se tornando mais firme em meu braço.

Meu coração disparou, e por um segundo, o medo e a dor desapareceram, substituídos por algo muito mais intenso e confuso.

— Jimin... — Tentei dizer algo, mas as palavras falharam ao sair.

A proximidade, o calor entre nós, era como um campo de batalha emocional. O perigo externo parecia menos ameaçador do que o turbilhão de sentimentos que se desenrolava naquele quarto, naquele instante.

Ele estava tão perto agora, e seus olhos não desviavam dos meus.

O ar na cave estava carregado, quase sufocante. Jimin e eu permanecemos em silêncio por um tempo que pareceu uma eternidade. Mesmo com a ameaça lá fora, a tensão entre nós dois era palpável. Eu sentia o peso da responsabilidade em meus ombros, mas também algo mais profundo, mais visceral, uma conexão que ia além de guarda-costas e protegido.

— Jungkook... — Jimin quebrou o silêncio, sua voz quase inaudível. — Acha que eles ainda estão lá fora?

Tentei me concentrar, afastando qualquer distração. Precisava ficar atento, alerta. Mas a proximidade dele, o som de sua respiração irregular, tornava isso quase impossível.

— Provavelmente estão nos procurando ainda, mas não vão achar a entrada da cave tão fácil. — Respondi, minha voz baixa e controlada, embora minha mente estivesse longe de calma.

Ele assentiu, mas eu via que ele estava lutando com algo. Não era só a máfia branca que o estava consumindo. Jimin estava carregando um fardo muito maior, algo que ele não havia confessado.

Eu precisava perguntar. Mas ao mesmo tempo, sabia que cruzaria uma linha. Uma linha que, uma vez cruzada, não teria volta.

— O que está acontecendo, Jimin? — Minhas palavras saíram quase sem que eu percebesse, e ele ergueu o olhar para mim, seus olhos escuros brilhando à luz fraca do tablet que usávamos para monitorar a entrada.

— Eu... eu não sei. — Ele hesitou. — É tudo. Isso tudo está me destruindo, Jungkook. Eu sou perseguido por todos os lados, e agora... agora até meus próprios aliados podem querer minha cabeça.

A máfia negra, a branca... nada disso me importava agora. O que importava era o que Jimin estava sentindo. E a maneira como ele estava me olhando, a proximidade entre nós dois, fez com que meu coração acelerasse.

— Você tem a mim. — Falei, mais firme dessa vez. — Não importa quem te persiga, quem queira te derrubar. Eu estou aqui. Vou estar sempre aqui.

Jimin me encarou por um longo momento. Havia algo diferente em seus olhos agora, algo que eu nunca tinha visto antes. Ele estava vulnerável, e essa vulnerabilidade me atingia de um jeito que eu não esperava.

— Por que faz isso? — Ele perguntou de repente, sua voz baixa e carregada de emoções. — Por que se importa tanto comigo? Você nem me conhece de verdade.

Eu fiquei em silêncio, porque ele estava certo. No fundo, eu também não sabia. Mas havia algo nele que me atraía, algo que me fazia querer protegê-lo, mesmo que isso significasse arriscar minha vida. Não era só o meu dever como guarda-costas. Era algo mais.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos o som de passos acima de nós novamente. A tensão aumentou instantaneamente, e eu coloquei um dedo sobre os lábios, sinalizando para que Jimin ficasse quieto.

O som ficou mais alto, mais próximo, e o medo de sermos descobertos tomou conta de mim. Jimin olhou para mim com preocupação, e eu pude ver o medo em seus olhos. Mas ao mesmo tempo, havia uma determinação silenciosa ali.

— Vamos sair daqui. — Sussurrei. — Devagar.

Jimin assentiu e começou a se mover em direção à saída da cave, que levava para os fundos da casa. Estávamos a um passo de sair quando ouvimos uma voz vinda do andar de cima.

— Eu sei que vocês estão aí, Jimin. Não adianta se esconder.

Era uma voz que eu não reconhecia, mas Jimin congelou instantaneamente. Algo naquela voz o abalou profundamente, e eu senti a mudança em sua postura.

— Quem é? — Perguntei, tentando manter a calma.

— Ele... — Jimin engoliu em seco. — Ele trabalha para a máfia branca. Mas não é qualquer capanga. Ele é... pessoal.

As palavras de Jimin fizeram meu sangue gelar. Quem quer que fosse essa pessoa, tinha um significado muito maior para ele. E isso tornava a situação ainda mais perigosa.

— Precisamos sair, agora. — Falei, puxando Jimin para continuar se movendo.

Mas antes que pudéssemos dar mais um passo, a porta da cave foi aberta com um estrondo, e dois homens armados apareceram, com sorrisos cruéis nos rostos.

— Achamos vocês. — Disse um deles, apontando a arma diretamente para mim.

Eu não tive tempo de pensar. Meu corpo reagiu por instinto. Empurrei Jimin para trás, me colocando entre ele e os homens, enquanto sacava minha própria arma. O som dos tiros ecoou pela cave, e eu senti uma dor aguda atravessar meu ombro novamente.

Mas isso não importava. O que importava era proteger Jimin.

— Jeon! — Jimin gritou, mas eu o ignorei, concentrado em neutralizar os homens à nossa frente.

Consegui derrubar um deles com um tiro certeiro, mas o segundo homem estava avançando rápido. Ele me atingiu com um golpe no estômago, me jogando contra a parede.

Eu ouvi Jimin gritar de novo, mas tudo parecia distante, como se o mundo estivesse desacelerando. O homem avançou em minha direção, com um sorriso perverso no rosto.

— Vou acabar com você agora, guarda-costas.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, um disparo ecoou pela cave, e o homem caiu no chão com um baque surdo. Olhei para cima e vi Jimin, segurando uma arma, suas mãos tremendo.

— Jimin... — Sussurrei, surpreso.

Ele estava ofegante, seus olhos arregalados, como se ele não acreditasse no que acabara de fazer. Ele havia me salvado.

— Eu... eu não podia... deixar... — Ele murmurou, sua voz falhando.

Eu me aproximei dele, apesar da dor que sentia, e o puxei para perto. Não havia mais palavras a serem ditas. Estávamos juntos nisso, até o fim.

E naquele momento, eu soube que, aconteça o que acontecer, eu protegeria Jimin. Mesmo que isso custasse a minha vida.

Enquanto o eco dos tiros ainda reverberava nas paredes da cave, o silêncio que se seguiu era pesado e carregado de tensão. Jimin estava ofegante, o olhar fixo na arma que acabara de usar. Eu estava de pé, apoiado na parede, tentando conter a dor que irradiava do meu ombro ferido.

— Vamos, temos que sair daqui. — Minha voz era rouca, mas firme. Eu não podia permitir que a situação se deteriorasse mais. Havia um sentido de urgência em cada movimento que fazia.

Jimin, ainda tremendo, olhou para mim e acenou com a cabeça, os olhos cheios de uma mistura de medo e determinação. Ele estava claramente abalado, mas sua decisão estava firme. Sem mais palavras, ele começou a se mover em direção à saída da cave, e eu o segui de perto, meus sentidos alertas para qualquer sinal de perigo.

Enquanto subíamos os degraus para o andar de cima, Jimin estava um passo à frente, abrindo a porta cuidadosamente e verificando o corredor para garantir que não houvesse ninguém à vista. Eu o segui, mantendo a arma pronta e os olhos atentos a qualquer movimento.

O corredor estava silencioso, mas a sensação de estar sendo observado era quase opressiva. Jimin fez sinal para que eu o seguisse, e avançamos com cautela, evitando fazer qualquer barulho que pudesse chamar a atenção dos inimigos. Cada passo parecia uma eternidade, o medo e a adrenalina misturando-se em um turbilhão de emoções.

Finalmente, chegamos à porta da frente da casa, que Jimin abriu lentamente. O mundo exterior estava claro e iluminado pela luz do dia, um contraste gritante com a escuridão da cave. No entanto, a tranquilidade aparente estava repleta de perigo iminente.

— Preciso garantir que a área esteja segura. — Eu sussurrei, olhando ao redor para verificar se havia alguma ameaça visível.

Jimin parecia estar lutando para controlar o pânico, mas sua determinação era visível. Ele estava claramente mais atento, sua postura rígida, e seus olhos varriam a área em busca de qualquer sinal de perigo. Era claro que ele estava fazendo um esforço consciente para manter a calma, por mim, por nós dois.

— Vamos, antes que eles nos encontrem. — Eu disse, pegando um mapa da casa e verificando a rota mais rápida para a saída segura.

Deslocamo-nos pela casa com rapidez, evitando as áreas mais expostas e utilizando o conhecimento da casa que Jimin tinha. Cada quarto que passávamos, cada corredor que cruzávamos, estava repleto de uma sensação de iminente ameaça, mas também de uma esperança crescente de que a nossa fuga fosse possível.

Finalmente, encontramos uma saída lateral que levava a um pequeno pátio, onde Jimin havia escondido um carro. Ele estava estacionado ali, com as chaves prontamente na mão. Jimin entrou no veículo com uma agilidade surpreendente, e eu o segui, me acomodando no banco do passageiro enquanto ele ligava o motor.

O carro disparou para fora do pátio e ganhou velocidade, deixando para trás a casa e o perigo iminente. A sensação de alívio foi quase esmagadora, mas eu sabia que não poderíamos relaxar ainda. A máfia branca ainda estava lá fora, e nossa luta estava longe de terminar.

— Estamos seguros por enquanto, mas precisamos encontrar um lugar onde possamos ficar fora de vista. — Eu disse, tentando controlar a dor no meu ombro enquanto olhava para Jimin.

Ele assentiu, seu olhar firme no horizonte. Havia uma determinação renovada nele, uma força que eu não tinha visto antes. Ele estava pronto para enfrentar o que viesse, e eu estava ao seu lado, pronto para proteger, custe o que custar.

Enquanto o carro se afastava da casa e entrava na estrada, eu não podia deixar de pensar no que havia acontecido. Jimin e eu tínhamos enfrentado algo terrível, mas a conexão entre nós havia se aprofundado de uma maneira que eu não conseguia explicar. O que nos esperava adiante era incerto, mas uma coisa estava clara: estaríamos juntos nessa luta, enfrentando cada desafio que viesse em nosso caminho.

⏤ ⏤ ⏤ ⏤ ⏤ jikook ⏤ ⏤ ⏤ ⏤

Então gente o que acharam do segundo capítulo ?

Não estão curiosos para querer saber o que irá acontecer de seguida ?

Por favor votem e comentem beijinhos😘❤️

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