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Entre Lobos - Capítulo 23 - Sem Saída

"POSSO SER A SOLUÇÃO DOS SEUS PROBLEMAS. OU O COMEÇO DELES."

Amora sentou-se à mesa da cozinha e leu pela terceira vez o último aviso que a Fundação Lupina enviara.

Desde que rompera com Ethan, há uma semana, e que havia falado com sua irmã Sabine e seu cunhado Bruce, a situação ia de mal a pior. Ninguém tinha demonstrado interesse em comprar parte das terras; a irmã e o cunhado não lhe deram nenhuma esperança e, para completar, diante dela aquela carta era a maior prova de seu fracasso!

— Três semanas, mamãe! — Exclamou indignada enquanto a sra. Lushton preparava um café. — Eles marcaram o dia do leilão para daqui a três semanas!

— Seu pai diz que desta forma eles têm tempo para efetuar uma boa divulgação, filha. Está no direito deles. Eles são os governantes desse mundo agora.

— Eles não têm direito a nada! — Amora desabafou batendo a mão na mesa.

— Mas estão fazendo e é isto que temos de encarar, Amora. — Sua mãe serviu duas xícaras de café e sentou-se diante da filha. — Parece que de todos, você é quem está tendo maior dificuldade em aceitar, meu bem. Por que precisa fazer um cavalo de batalha por tão pouco?

— E como posso? Papai está simplesmente deixando que as coisas aconteçam. Ele é tão... tão orgulhoso que ficou cego ao que está acontecendo. Por que precisamos abaixar a cabeça para as leis e regras dessa raça que...

— Que nossa raça tentou destruir não uma mas diversas vezes, fora a dor que o povo lupino passou quando a nossa raça os fez de escravos. E o resultado final foi a destruição de nós mesmos e de nosso mundo como o conhecemos. E você acha que ele deveria pedir emprestado mais dinheiro a seus irmãos?

— E por que não? Pagaríamos a dívida e daqui a algum tempo devolveríamos cada centavo a eles. E com juros. E não temos toda a culpa pelo que houve no passado.

— Disso você pode ter até certa razão. Mas com esse tipo de pensamento que está povoando a sua mente que nossos antepassados entraram em conflitos com os lupinos. — Comentou a mãe com tristeza vendo que sua filha estava indo para um caminho desconhecido e bem ruim de trilhar. — Isto se seu pai não morrer antes, não é mesmo? Amora encostou-se na cadeira e estudou o rosto envelhecido da mãe.

— Por que não tenta convencê-lo, mamãe?

— Não.

— Concorda com papai?

— Não necessariamente. Sou muito mais fraca que ele, Amora. Cada vez que olho para esta casa e penso que em breve terei de deixá-la, fico triste. Aqui estão as lembranças mais ricas de minha vida. Aqui vivo com o homem que amo, aqui criei meus filhos. É duro para mim ter que ir embora.

— Então por que não fala com papai?

— Não. Esta propriedade está na família de seu pai há cem anos. Ela significa muito mais para ele do que para qualquer um de nós. Se Slade pode desistir dela, eu também posso. É ele quem vai decidir. E não eu e nem você, entenda isso. E lute por seus próprios sonhos minha filha.

Amora balançou à cabeça de um lado para o outro, frustrada pelo conformismo da sua mãe.

— Não compreendo, mamãe.

— Mas não é difícil. Quando se ama alguém é preciso confiar nessa pessoa, Amora. A ponto de acreditar que ela saiba o que está fazendo.

— Jamais serei tão condescendente assim.

Sua mãe pensou alguns instantes e então falou com cuidado, como se escolhesse as palavras.

— Você sempre se considera a dona da verdade absoluta, Amora. Não creio que será fácil para você aceitar alguém para partilhar uma vida em comum, pois sem dúvida haverá um dia em que terá de abrir mão de seu julgamento em favor do dele. Você está certa ao afirmar que não possui esta qualidade?

Amora piscou várias vezes tentando impedir que as lágrimas rolassem. Desde criança estava acostumada a aceitar as reprimendas dos pais, sempre muito enérgicos com os filhos. Agora, embora se esforçasse para analisar a crítica de sua mãe com maturidade, algo dentro de si lutava terrivelmente contra.

— Não sou e jamais serei uma mulher submissa, mãe!... — Falou afinal quando recobrou o controle.

— Isto não tem nada a ver com submissão, meu bem. Quando duas pessoas convivem debaixo de um mesmo teto, há sempre muitas decisões a serem tomadas. Em muitas delas seu pai confia em mim. Em outras, eu nele. Se alguma vez discordamos, então a regra é simples. Aquele a quem o problema mais afeta faz a escolha.

— E se esta escolha não for boa?

— O amor faz com que sigamos em frente. E sem ressentimentos.

— E é isto que pretende fazer?

— Sim, é isto. — Sua mãe segurou a mão da filha sobre a mesa. — E agora vou lhe dizer o que você vai fazer, Amora Lushton. Quero que fique quietinha e não discuta mais com seu pai sobre este assunto. Mostre a ele que o respeita como nós lhe ensinamos, e aceite as decisões dele. Quando o dia do leilão chegar, não faça nenhuma cena como a que fez naquele rancho perto de nossos parentes. Está bem?

As palavras foram ditas calmamente mas com muita firmeza. Ali estava uma mulher corajosa, uma mulher que aprendera a tocar a vida para frente sem se importar quantos dissabores ela lhe trouxera. E era o mesmo que sua mãe exigia agora dela.

— É tudo tão difícil para mim, mãe.

— Estaremos aqui para ampará-la, Amora.

— Está bem. Vou me esforçar.

— É o que espero.

Amora passou a levantar-se todos os dias e atirar-se ao trabalho. Já não sentia mais o mesmo entusiasmo que a levava a abandonar os estudos pela vida no campo, onde amava cada pedacinho de chão.

Porém era impossível ignorar as inúmeras tarefas que tinham de ser feitas na propriedade Lushton: frangos para alimentar, gado para ser levado de um pasto ao outro, verduras para serem colhidas e conduzidas ao mercado... Frutas para serem colhidas e ervas medicinais para serem plantadas.

Ironicamente, os maus dias da família pareciam ter chegado ao fim. Amora olhou para a horta exuberante e constatou sem alegria que a safra daquele ano seria a melhor que já tivera; o preço da ração dos frangos caíra, aumentando assim a margem de lucro; o gado, a carne bovina e o leite estavam em alta, tornando o momento propício para negociarem algumas cabeças. Só que não podiam vender um pé de alface sequer, pois a propriedade estava embargada até o dia do leilão.

Amora já não era mais a mesma pessoa. Silenciosa, transitava de um lado para o outro inconformada com a atitude passiva dos pais e dos gêmeos. Todos pareciam aceitar o que estava para acontecer. A despeito da conversa que tivera com a mãe, não compreendia como podiam simplesmente baixar a cabeça e aceitar um destino tão cruel. Ela estava ressentida com eles. Ressentida e com raiva!

Pela primeira vez em muitos anos, a família toda se reuniu na propriedade por ordem do patriarca Slade Lushton. Os irmãos vieram de longe, trouxeram os filhos, maridos e esposas, como se pressentissem a necessidade de darem seu apoio aos pais.

Por mais que se esforçasse Amora não aceitava aquele conformismo, e no íntimo sentia-se uma solitária na luta e no meio das pessoas que mais amava no mundo.

Observando a atitude das irmãs com os maridos, chegou à conclusão que sua mãe estava certa. Todas possuíam uma qualidade que ela não tinha: condescendência! Cada uma delas aprendera a confiar no marido e, mesmo quando discordavam, mostravam-se maduras o suficiente para ceder se fosse preciso. Talvez tivesse chegado o momento de mostrar aos pais que também era capaz de fazer isso.

Sabine e Bruce já haviam destruído suas esperanças quando afirmaram que nada podiam fazer e que a Fundação Lipina deste o princípio estava agindo com lisura. Mas não comentaram os resultados da investigação sobre a mesma, e Amora suspeitou que lhe escondiam alguma coisa. De qualquer forma, o importante era que nada havia mudado: o leilão seria no dia seguinte, um sábado de muito sol e calor como afirmava a meteorologia local, e ela não tinha outra alternativa senão aceitar, como os outros.

De repente, foi como se uma aura de paz descesse sobre sua cabeça. Aos poucos, a angústia, a revolta e a frustração foram substituídas por um sentimento diferente que pela primeira vez Amora experimentava: SERENIDADE!

Podia não concordar com a decisão de seu pai, mas agora compreendia as razões que o fizeram tomá-la. Sem dúvida ela teria feito uma outra escolha; afinal, era diferente dela. Mas amava-o, e sobretudo confiava nele. Haveriam por certo outras terras para serem cultivadas ou outras oportunidades em um mundo tão vasto como era o planeta Terra.

Embora tivesse o coração partido, Amora sentiu que em breve se recuperaria. Possuía o amor de seus entes queridos para ampará-la e a convicção de que empenhara todas as suas forças naquela luta. Isso lhe bastava. Era tempo de esquecer todos os ressentimentos e amadurecer como um ser humano.

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