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Entre Lobos - Capítulo 10 - Um Amor Não Correspondido

"POSSO SER A SOLUÇÃO DOS SEUS PROBLEMAS. OU O COMEÇO DELES."

Parada na porta do antigo templo religioso, Amora observava surpresa Ethan trocar calorosos apertos de mão com os integrantes do Movimento Humanista.

Ele não havia mentido para ela. Pela forma como o receberam, Amora deduziu que Ethan fizera parte ativa do grupo muito antes de ela entrar para o movimento.

— Gostei muito de ter vindo aqui novamente! — Comentou após a reunião, abrindo a porta do carro para que ela entrasse. — E é animador saber que o número de adeptos cresceu desde que fui obrigado a me afastar.

— Por acaso pretende se candidatar a algum cargo humano? — Amora indagou com malícia. — Nunca vi tantos abraços e tapinhas nas costas a não ser em época de eleição.

Ethan deu a volta no carro, sentou-se à direção e pôs a caminhonete em movimento antes de responder.

— Para ser sincero, não gosto muito da política humana. Apenas me preocupo com a situação calamitosa do mundo que vocês acabaram criando, aliás, como todos deveriam se preocupar.

— Uma atitude incoerente para um Lupino que trabalha na Fundação de seu clã. — Amora ponderou irritada.

— Em vez de criar galinhas e cuidar da horta você deveria dedicar tempo integral às atividades pacifistas. — Ethan rebateu irônico, aludindo ao fato de ele precisar trabalhar.

— Sem fazendeiros não haveria quem cuidasse da pecuária ou da agricultura de seus campos e ... — Ela justificou sua participação limitada.

— E em nossa sociedade complicada, alguém tem que garantir aos fazendeiros condições para que continuem alimentando o mundo. É o meu trabalho agora. Mas anos atrás foram a sua raça que destruiu tudo e colocaram o meu povo para trabalhar nas fazendas de alimento. Meu povo foi praticamente escravizado por sua raça, mas tudo mudou quando o nosso rei surgiu. Buscar um pouco de conhecimento não faz mal a ninguém... — Ele acrescentou imperturbável.

— Pensei que sua função fosse justamente oposta... Tirar as terras dos fazendeiros humanos. — Ele não respondeu à provocação e Amora suspirou. — Acho que vou gravar em minha testa um pedido de desculpas permanente. Pouparia tempo a nós dois não é mesmo.

— Por que não experimenta contar até três antes de falar coisas de que possa se arrepender depois? — Ethan indagou com suavidade enquanto estacionava numa rua movimentada.

— Eu tento... Mas... — Ela admitiu. — Mas você tem que concordar comigo que devido às circunstâncias é impossível manter uma conversa normal entre nós.

— E por acaso você consegue conversar normalmente com alguém?

— De vez em quando eu... Olha, eu não sempre assim... Na verdade eu...

— Isto é um bom sinal. Consegui te confundir... Sorriu sem tirar os olhos da estrada. — Pelo menos nem tudo está perdido e temos alguma chance esta noite. Vamos?

Só então Amora percebeu que estavam diante de uma pizzaria. Ethan abriu-lhe a porta do carro e ela desceu.

— Mas eu já jantei... — Protestou enquanto ele a conduzia pelo braço.

— Eu também.

— Por que viemos até aqui?

— Para comer a sobremesa é claro. — Ele falou, levando-a a uma mesa de canto.

Todo revestido de madeira escura, o lugar era iluminado por graciosos lustres com cúpulas xadrezes de branco e vermelho e mesas cobertas por toalhas do mesmo tecido. Amora sentou-se, e assim que o Lupino se afastou com o pedido ela olhou para Ethan atônita.

— Você pediu pizza de sobremesa?!

— Se a minha intuição não falhar, você não é de recusar um bom pedaço de pizza, não?

— Hum... se quer companhia, está bem, eu janto de novo. Aposto como seu jantar foi comida Lupina. Está morto de fome e arranjou uma desculpa para satisfazer seu apetite. Estou certa?

— Em parte. Gosto e sei preparar pratos apetitosos. Mas não para só uma pessoa. Meu jantar foi suflê de espinafre frescos e detestei cada garfada. Meus pais tem um hábito bastante saudável na verdade.

Amora fez uma careta.

— O nosso não foi muito melhor. Meu pai está proibido de comer alimentos gordurosos e para não deixá-lo enciumado mamãe obriga a família toda a fazer o mesmo regime. Você não imagina como tenho saudade de batatas fritas, creme de leite...

— Pensei que fosse vegetariana. Pois a maioria dos humanos agora são.

— Era, quando estava na faculdade, mas então percebi que não tinha muito sentido. Criava gado para corte e não comia carne! Ou desistia de me alimentar só de verduras ou deixava de ser produtora, e é óbvio que optei pela primeira solução. Além disso, precisamos ter uma alimentação equilibrada, depois de diversas pesquisas e tantas descobertas sabemos que nós os humanos precisamos comer certos tipos de alimento, apenas em casos raros á a proibição. E pensar que foi por essas diversas restrições que no passado a humanidade acabou perdendo a sua fertilidade natural.

— Você não abandonaria suas terras por nada neste mundo, não é mesmo?

— Não... — Amora falou muito séria. — Por nada. Sei que essas terras na verdade foram originalmente de seu povo. Mas eu nasci aqui e vou morrer aqui... Ela agora é o meu lar.

— O que a atrai tanto nesse lugar? — Ethan indagou ignorando a indireta. — O trabalho árduo? A pouca renda? Ou o desafio de enfrentar os caprichos da Natureza? Ou ainda o desejo de desafiar o meu clã?

— Sempre foi meu maior sonho cuidar das terras onde nasci e cresci como lhe disse anteriormente. — Amora balançou a cabeça para afastar os cabelos dos olhos. — Bem, salvo quando eu tinha doze anos e pretendia trabalhar no circo fazendo acrobacias em cima de um cavalo.

— E o que a fez mudar de ideia? Ele riu com essa possibilidade.

— Os tombos que levei do meu pônei na fase de treinamento. Cheguei à conclusão que aquele não era o meu lugar. Como deve saber nos humanos somos apaixonados por rodeios. É uma tradição na verdade nossa...

O Lupino aproximou-se para servi-los de cerveja preta e assim que ele se afastou Ethan ergueu o copo para fazer um brinde!

— As raças que sabem o que querem.

— E àqueles que tentam ajudá-las a alcançar seus objetivos.

Eles beberam em silêncio e Amora notou que Ethan a observava por cima do copo. Por que ele tinha que ser um o próximo a governar a Russula brevemente?

— Eu preferia tê-la conhecido sob outras circunstâncias. — Ele comentou sem desviar os olhos dela.

— Eu também... — Admitiu, surpresa por Ethan ter adivinhado seus pensamentos.

— Sabia que você é uma Humana incomum?

— É o que todos dizem.

— Fale-me sobre você. Como explica essa sua personalidade diferenciada? — Ethan pediu.

— Para que me entenda é preciso que conheça toda a família Lushton. E olhe que não é pequena!

— Temos tempo. A pizza ainda nem chegou e nós só bebemos um copo de cerveja.

Amora considerou o pedido de Ethan. Não queria fornecer-lhe detalhes sobre sua família que pudessem comprometê-la com o Fundação Lupina, mas no fundo sentia que o interesse, dele era apenas pessoal.

— Está bem, então... — Concordou por fim. — Quantos dos meus irmãos e irmãs você já conhece?

— Bem, deixe-me ver... Javier e Ravier, os gêmeos sempre foram inseparáveis, Alanis, que estava um ano à minha frente na escola e... Trius?

— Sim, Trius, o gênio da família.

— Isto mesmo. Lembro-me dele no colégio. Ah... e havia Luka, um pouco mais velha do que eu. Parece que ela se casou com um magistrado de Kadilen, um tal Lucco, não?

— Certo. E Luka também é magistrada.

— Quantos ainda faltam?

— Somos doze, contando comigo. Sorriu satisfeita.

Ethan assobiou baixinho e serviu-a de um pedaço de pizza que o Lupino acabara de trazer.

— E você é a última da ninhada.

— Sou. Pode imaginar o que significa ser a mais jovem da turma? É o mesmo que ter mais onze pais se metendo constantemente em sua vida o tempo todo. Até hoje não sei como consegui sobreviver.

— Eu diria que é melhor do que ser filho único, Amora.

— Você está louco para me chamar por algum apelido qualquer, não?

— Confesso que sim.

— Promete guardar um segredo?

— Claro. — Ethan concordou.

— Meus irmãos me tratavam por Pimentinha até eu completar seis anos, eu os odiava por isto.

— De uma fruta silvestre a uma planta, bem criativos a sua família. E como conseguiu fazê-los mudar de ideia? Amora provou a pizza antes de responder.

— Um dia, Wallas, que é um ano mais velho do que eu, chamou-me de pimentinha na frente do meu melhor amigo. Eu virei uma fera e me atirei sobre ele rolando por cima do monte de feno que meu pai acabara de fazer.

— Pobre Wallas...

— Quando mamãe nos viu, eu estava sentada sobre a barriga do meu irmão distribuindo socos por todos os lados. Dez minutos depois levei a maior surra de minha vida. E ninguém, ninguém mais, ousou me chamar de pimentinha desde aquele dia. Mas isso mudou quando crescemos.

Ethan a estudou por algum tempo.

— Você gostaria de ser filha única?

— Oh, não. Você gosta?

Ele sorriu percebendo que Amora andara tirando conclusões a seu respeito.

— O que a faz pensar que não tenho irmãos?

— Bem... eu... ouvi falar... — Ela disse reticente.

— Invente outra desculpa que nesta eu não acredito.

— Está certo. Eu adivinhei... — Admitiu, sentindo o rosto corar.

— Como? — Amora estava cada vez mais atrapalhada. Como confessar a Ethan que suas conclusões se baseavam apenas no fato de achá-lo charmoso e atraente demais? — E então? — Ele insistiu sem tirar os olhos dela..

— Ora, pelo seu jeito de falar-me deu a impressão de... ah, sei lá!

— Sabe sim. Quando não gosta de alguém logo rotula esta pessoa de filho único, não é isso? Acha que fui um filhote mimado. Ou coisa pior?...

— Não. Amora tocou a mão dele sobre a mesa. — Admito que desde o princípio procurei alguma desculpa para não gostar de você, embora tivesse razões de sobra. Mas não consegui. — Ela parou para refletir sobre o que havia acabado de falar. Talvez tivesse julgado Ethan Dimitrescu pela função que ele exercia na Fundação Lupina mas não podia negar que ele a perturbava como nenhum outro.

— É bom saber disso. — Ethan cobriu a mão de Amora acariciando-a suavemente. — É a primeira vez que você me diz algo gentil. Sabe agora eu sou o filhote único dos meus pais, o meu irmão mais velho foi assassinado quando eu era ainda um filhote. E tudo aconteceu a muito tempo, com certeza a sua raça andou inventando muitas histórias.

Amora baixou o olhar para os dedos longos que deslizavam sobre sua pele e sentiu um arrepio ao longo da espinha. Lentamente, olhou para ele outra vez e falou baixinho.

— Não se sinta tão encorajado.

— Gosto de você Amora Lushton. Eu não deveria gostar, mas gosto e muito!...

Desta vez ela não se importunou quando Ruskin a chamou daquela forma carinhosa.

— Amora, querida, por que não veio me procurar antes? — Luka Lucco acendeu, um cigarro e sentou-se no sofá de sua casa em Russula, no Continente Lupino.

— Para lhe dizer o quê, Luka? — Amora caminhou até a janela, inquieta.

— Meu bem, você não devia ter esperado até a situação chegar a este ponto. Todos nós sabemos que você, Ravier e Javier têm sido os braços-direitos de nosso papai desde que ele adoeceu. Mas também queremos ajudá-los. Claro, que não deveria ter sido assim desde o início, mas fazer o quê agora?... — Luka cruzou a sala e colocou o braço ao redor dos ombros da irmã.

— Existe alguma solução imediata? — Luka suspirou.

— Por enquanto podemos apenas adiar o inevitável. Isto será o máximo, a menos que o pagamento da dívida seja feito imediatamente.

Amora sentiu vontade de chorar de desânimo. Sempre tinha pensado que era forte, corajosa, e auto-suficiente, mas nos últimos tempos seu autocontrole parecia ter evaporado! Fazia uma semana que saíra com Ethan Dimitrescu e desde então ele não lhe saíra da cabeça. Com tantos problemas na família não era o momento de se envolver alguém, especialmente com um Lupino! Além do mais o próximo líder da alcateia Garras de Sangue.

Ethan Dimitrescu, diretor geral da Fundação Lupina, o Lupino que pretendia tomar as terras de seus pais, em resumo: seu inimigo público número um! E ela não conseguia pensar nele a não ser como a companhia mais charmosa, atraente e simpática que já tivera.

Não o via desde a noite que o mesmo surgiu em suas terras, e sabia muito bem por que Luka sempre perdia a paciência com ela quando trabalhavam sobre o livro de contas. Por mais que se esforçasse, era impossível concentrar-se nos números quando estava ansiosa para ouvir o ruído de algum carro chegando.

— Eu poderia emprestar o dinheiro para pagar a dívida, meu bem. — Luka falou interrompendo seus pensamentos.

— Eu sei. O mesmo fariam Alanis ou Wallas, e até mesmo Scott hipotecaria as terras dele para ajudar papai, mas...

— O velho Lushaton não aceitaria.

— Papai é orgulhoso demais, Luka.

— Sim, eu sei. Já pensou em outra alternativa?

— O Lycan com que falamos no banco sugeriu que vendêssemos parte de nossas terras. Ele disse que é preferível fazermos isto agora do que esperarmos pela ação da Justiça Lupina, que desvalorizaria nossas terras por causa da falta de produção a alguns anos.

— Ele está certo. A propósito, Amora, com quem você falou dentro da Fundação Lupina?

— Ethan Dimitrescu, o herdeiro do clã Garras de Sangue.

— Lembro-me dele na escola. O pai tem uma ótima reputação, e se o filho for como ele, tenho certeza de que é Lycan bom e honesto.

Amora olhou para o outro lado, não desejando que a irmã percebesse o quanto ficava perturbada só em ouvir falar no nome de Ethan.

— Se vendermos parte de nossas terras, Luka, dificilmente conseguiremos comprá-la de volta algum dia. — Ela comentou para disfarçar. — Ravier e eu já examinamos todas as possibilidades e chegamos à conclusão que estamos trabalhando no limite de nossa capacidade.

— Eu poderia lhe emprestar a quantia sem que papai soubesse. Você me disse que ele anda afastado dos negócios. Não há uma maneira de modificar os livros de contas para que ele pense que algum setor está dando lucros?

— Creio que não. Papai é esperto demais para não notar e eu me sentiria mal se o enganasse. Ele confia muito em mim, Luka.

— Já falou com Scott?

— Ele também não está em boa situação financeira e, além disso, pedir um empréstimo a qualquer um dos irmãos está fora de cogitação, você sabe.

— Não se sinta culpada, querida. A responsável por tudo isto é a situação econômica geral deste condado. Scott e papai estão nas mesmas condições que centenas de outros produtores. Só espero que possamos resolver tudo isto sem causar muitos danos.

Amora abraçou a irmã.

— Obrigada por sua ajuda, Luka. Assim que tivermos novidades venho vê-la outra vez.

— Faça isso. Estamos todos juntos nessa, não se esqueça. Em último caso, me procure.

Amora voltou para casa mais desanimada ainda. Decidira falar com Luka na esperança de que a irmã, como magistrada, soubesse de alguma solução para o caso, porém, no fundo, sempre soubera que a única alternativa era seguir a sugestão de Ethan. Vendendo apenas uma parte das terras eles teriam condições de tocar o resto da propriedade, o que era melhor do que ficar sem ela.

Mas, e quanto a Slade Lushton? Seu pai certamente não aceitaria dispor de nenhum pedacinho daquelas terras. E, para ser franca, ela também não!

Tudo de repente se tornara tão complicado! "Onde estaria aquela Amora que não se deixava abater por nada? Que fim levara seu espírito imbatível, sua garra e sua fibra? Até mesmo o homem de seus sonhos tinha aparecido na hora errada, e o que era pior, como seu inimigo! Um Lycan na verdade!...", Refletiu.

Amora deu um longo suspiro e pisou com força no acelerador. O vento bateu em seu rosto e ela tomou uma decisão. Não iria desistir tão facilmente. Nunca abaixara a cabeça para nada, por que agora, quando seu futuro estava em jogo, por que agora o faria? Ninguém, nenhum Lycan no mundo, tomaria suas terras. Nem mesmo Ethan Dimitrescu!

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