Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 08. Revelação

Aos poucos, Maria Joana foi recobrando a consciência. Sua cabeça se encontrava abaixada. Tentou erguê-la, todavia, uma dorzinha aguda em seu pescoço se fazia presente. Com certo esforço e dando uma oportunidade ao tempo, aquela sensação dolorida foi se dissipando, o que a fez levantar o crânio lentamente.

Não conseguiu ver nada. Chegou a pensar que havia perdido a visão, mas rapidamente constatou que só estava em um local frio e escuro. Também verificou que estava sozinha, só que essa informação não lhe dava segurança, pois estar ali – seja lá que lugar era aquele – causava arrepios em sua medula espinal.

Tentou se mover, porém seu corpo mal pôde responder aos seus comandos. Notou que se encontrava sentada no que parecia ser uma cadeira, mas não foi isso que chamou a sua atenção, e sim os seus braços arqueados para trás, fortemente pressionados por algo áspero e que prendia parcialmente a sua circulação sanguínea. Estava amarrada!

Quis gritar, contudo, no mesmo momento, recordou-se dos momentos antes de ter perdido os sentidos. Professor Victor Hugo estava morto em sua cama... Certamente, o assassino a havia capturado! Estava à mercê de Alan!

Confabulou no motivo de ele não ter dado cabo em sua vida logo, porém, também se recordou do que ela própria poderia representar para o seu algoz. Sem perceber, começou a hiperventilar em desespero.

Seu momento de agonia solitária não durou muito. Ouviu algo ranger não muito longe de si. Em seguida, passos calmos, os quais aparentavam estar descendo do que julgou ser uma escada, ecoaram pelo local. Aquela pessoa (Alan?) parou a sua breve caminhada e um clique foi o único som que, por um segundo, preencheu aquele ambiente.

Uma luz, que irritou os seus olhos, foi acesa. Quando finalmente se acostumou à claridade repentina, avistou uma figura, a qual conhecia muito bem, encarando-a com um sorriso macabro. Tão rápido veio a surpresa:

— Professor Victor Hugo!?

— Pensou que eu estava morto, não é mesmo? — ele rebateu como se estivesse falando algo casual.

— Eu... te vi naquela... cama...

— Ora, Maria Joana, não está óbvio que aquilo foi uma mera encenação?

— Tinha aquelas seringas e ampolas de morfi...

— Tsc tsc tsc... — Victor balançou a cabeça em negação. — Foi uma grande bola fora de sua parte ter vindo para cá apenas com aquele facão de cozinha, que já confisquei, além de não ter checado os meus sinais vitais... — suspirou em uma fingida postura de desapontamento. — Enfim, não posso julgá-la: não é uma estudante de Saúde, e sim de Letras.

Foi aí que um quebra-cabeça se formou na mente de Joana, que exclamou:

— Era você esse tempo todo! Foi você quem matou todas aquelas pessoas! Foi você quem matou até a minha...

— Agora você se mostrou a ótima aluna que conheço. Parabéns!

Se Joana estivesse com as mãos livres, teria se estapeado. Como fora injusta ao ter acusado Alan... E parecia que aquele louco tão próximo de si lia seus pensamentos:

— Eu confesso que achei que me descobririam. Sabe: as mortes com todas aquelas características, com destaque para as epígrafes de Noite na taverna, poderiam direcionar as suspeitas para mim, professor de Literatura. — Pausou e entoou uma gargalhada diabólica. — Mas foi você, Maria Joana, quem indiretamente acabou dando uma luz no fim do túnel quando começou a desconfiar do seu namoradinho... Ele foi o suspeito perfeito e, se tudo correr como o planejado, o assassino perfeito.

— Assassino perfeito?

O homem a considerou, esboçou mais um sorriso maquiavélico e respondeu:

— É aqui que vem a grande revelação: não atuei sozinho...

O queixo da moça caiu diante do espanto sentido. Ignorando a reação de sua prisioneira, Victor Hugo se limitou a retornar para onde estava localizada uma escada feita de concreto.

Nesse meio tempo, Joana conseguiu ter um vislumbre de onde estava. Não era um local grande, tampouco arejado, o que permitia sentir com facilidade o cheiro de mofo. Sob seus pés, havia barro. Ao seu redor, não constava tantas coisas, a não ser alguns itens de jardinagem pendurados em uma parede e um pequeno armário. Viu quando o homem mais velho subiu aqueles degraus, empurrou um alçapão e gritou:

— Pode vir.

Ele voltou para perto de Joana e, em questão de poucos segundos, uma nova figura adentrou aquele ambiente inóspito. Ao averiguar quem era, veio a nova surpresa da jovem amarrada:

— Você!?

Conforme se aproximava, era possível ver a expressão, que mesclava ironia e um instinto matador contido, daquela pessoa. A ficha não tinha caído totalmente para Joana até ela mesma ouvir as seguintes palavras:

— Há quanto tempo... amiga...

Em resposta, Maria Joana grunhiu, derrotada:

— Taís...

Minutos, que pareceram ser eternos, ocorreram após a chegada daquela que, até então, havia sido considerada morta. Nada fora proferido, somente seguiu-se para as encaradas – assustadas e incrédulas da parte de Maria Joana e debochadas de Taís e Victor Hugo – naquele meio tempo.

— Foi tão fácil fingir a minha própria morte lá no Pico Safira e se esconder entre as árvores... — afirmou Taís, finalmente quebrando o silêncio.

— Por... quê? — foi o que Joana conseguiu dizer.

Ela ainda estava chocada. Aquele questionamento queria dizer muita coisa e a dupla de assassinos pareceu compreender isso.

— Veja, Taís, ela quer saber sobre motivação... — disse Victor Hugo de forma irônica.

— É seguro ela saber do nosso planejamento? — questionou Taís.

— Temos também algo para ela, não é mesmo?

O homem havia falado aquilo sem ocultar a expressão e o sorriso diabólicos em seu rosto. Alarmada com isso, Joana se questionou o que eles reservaram para si. Contudo, ela não teve tempo para matutar a respeito disso, pois o professor logo emendou:

— Tudo começou quando, há muitos anos, um casal, que já era muito feliz, estava ao ponto de aumentar a sua felicidade com a chegada de um filho, ou melhor, uma filha. — Ele parou e respirou fundo. — A menina nasceu bem e saudável, porém... a esposa acabou morrendo no parto...

Por alguns instantes, a dupla ceifadora de vidas se calou e abaixou a cabeça, como se eles quisessem fazer um momento solene pela mulher que havia falecido. Em seguida, Victor continuou:

— Por isso, aquele pai mais do que se dedicou à criação da filha até a época em que ela, já crescida, foi para a faculdade.

— Durante a infância e a adolescência, a garota também construiu uma amizade muito forte com outra menina, que, por sua vez, tinha uma relação difícil com a família — Taís seguiu, interrompendo a narrativa do homem. — As duas passavam muitas horas de seus dias juntas, até estudavam nas mesmas turmas nos tempos de escola, e aquela que não se dava bem com os pais dormia com frequência na casa da outra.

— E como eu ia contando — Victor tornou a se pronunciar —, veio a fase da faculdade. A moça dessa história estava tão feliz em ter ingressado no curso que queria, Engenharia Elétrica, que nem se importou de ter mudado de cidade e, consequentemente, de vida. — Houve um suspiro profundo. — Claro que o pai dela não gostou muito da ideia e da atitude, afinal, a amou e a educou com todo o esmero, mas restou a ele aceitar a vontade da filha, que era dona de uma personalidade forte.

Mais instantes de puro silêncio. Naquelas alturas, era nítido o quanto aquela história era difícil de ser relatada, o que também indicava que falar sobre aquilo estava fora dos planos dos dois assassinos. Victor, com a voz cortada, prosseguiu:

— Se ela soubesse que isso seria a sua destruição...

O homem não conseguiu pronunciar mais nada. Coube a Taís continuar:

— Dias antes de começar o curso, a garota em questão foi para uma festa dada aos calouros. Lá, ela acabou se esbarrando com dois sujeitos... Papo vai e papo vem, eles a atraíram até um local... — Foi a vez de ela respirar fundo. — Era uma rodoviária...

Apesar de apavorada, ainda mais pelo fato de estar aprisionada, Joana ia escutando aquela narração atentamente. Conforme aqueles dois iam pronunciando palavra por palavra, mais um quebra-cabeça foi sendo montado em seu íntimo. Aquela mesma vozinha irritante já estava dando sinais de vida em sua mente, concluindo quem era a tal menina daquela história e qual era a relação dela com seus dois algozes.

— Preciso dizer quem eram aqueles dois... crápulas? — indagou Taís.

De modo instintivo, Joana quis fazer um movimento aflito de negação com a cabeça. Porém, foi Victor Hugo, com uma entonação fria, quem deu a resposta:

— Otto e Ivan eram aqueles porcos. E o termo é esse mesmo – porcos –, porque pelo que eles fizeram naquela noite...

— Não! Não é possível! — desesperou-se Maria Joana.

Reunindo certa coragem, foi Taís quem finalizou:

— Aqueles dois levaram Lúcia Helena, minha melhor amiga e filha do Victor aqui — Ela fez um gesto indicativo para o único homem ali presente. —, para o banheiro daquela rodoviária e... a estupraram...

Pela enésima vez, o silêncio predominou no local. Por um segundo, não existia uma moça cativa com seus dois captores, e sim, três pessoas que, de uma maneira ou de outra, assumiram um ar de sofreguidão com aquela lembrança compartilhada.

Entretanto, a partilha daquele sentimento foi de curta duração. Rapidamente, o professor assumiu uma feição furiosa e, apontando para Joana, esbravejou:

— E você presenciou esse crime sem nem ter feito nada para ajudar! É tão cúmplice quanto aqueles porcos imundos que fizeram aquilo com a minha amada filha!

— E o que eu poderia fazer? — a estudante rebateu com um pouco de coragem. — Eu estava indo, literalmente de mala e cuia, para a Universidade! Eu também era uma garota que estava indo buscar uma nova vida em uma cidade desconhecida! Tentei esquecer disso assim que comecei o meu curso...

— Impossível! — retrucou Victor. — Você cruzou com a minha filha em outras oportunidades.

— Cruzei? Nem vi direito os rostos de quem estava naquele banheiro...

— Você não cursou uma disciplina optativa sobre instalações elétricas domésticas quando iniciou a graduação?

As palavras dele vieram para a jovem como um golpe poderoso. Isso significava que...

— Lúcia Helena estava na mesma turma que você nessa eletiva.

Era ela aquela mesma moça que havia abandonado o curso com tão poucas aulas assistidas! Novamente, a intuição de Joana se perguntou o porquê disso. Novamente, seus questionamentos foram respondidos pelo pai da citada garota:

— Ela, em tão pouco tempo de curso, logo descobriu que seus estupradores e a pessoa que havia visto aquele crime, no caso você, estavam na mesma Universidade. — Parou por um segundo e respirou fundo. — Minha filha jamais se esqueceu daqueles rostos... Ela não suportou isso e... voltou para a casa. Claro que fiquei feliz com o retorno dela, mas isso não foi, de modo algum, libertador... Lúcia Helena se mantinha calada e frequentemente chorava pelos cantos até que um dia...

A voz dele, para variar, morreu. Coube à outra moça ali presente seguir com aquela história tão pesada:

— Ela... não quis mais viver...

Ocorreria outro momento em respeito à memória de Lúcia Helena, todavia, era também palpável a ira estampada nas faces de Victor e de Taís, que, dessa vez, não se abalaram. Foi inclusive o homem que prosseguiu:

— Minha filha deixou uma carta, contando tudo o que acabamos de narrar. Ali, ela revelava as identidades de todos os que a causaram mal, incluindo você, Maria Joana! Foi isso o pontapé inicial para as nossas motivações.

Já mais fortalecido, Victor Hugo tornou a esboçar aquele mesmo sorriso mórbido de outrora. Ele foi falando o que viria a seguir com orgulho, o que foi deixando Maria Joana assustada cada vez mais:

— Quis o destino que minha filha, que possui o nome de duas heroínas trágicas, amargasse um fim igualmente trágico.

Sendo a boa aluna que era, Joana entendeu que o professor se referia à Lúcia de Lucíola de José de Alencar e à Helena da obra homônima de Machado de Assis. Era, de fato, coincidência o curso de todos aqueles acontecimentos que culminaram no fim precoce de alguém tão jovem. Ela teria sentido uma forte empatia pela finada moça, mas a situação naquele momento lhe causava um misto de curiosidade e revolta.

— Claro que um pouco de sorte contou em nosso favor, afinal, sou mesmo formado em Letras e tenho expertise em Literatura, sobretudo a romântica. Por isso, vim para Pedras Azuis atrás dos imundos que causaram mal à minha filha.

— Também quis fazer parte desse plano — manifestou-se Taís. — Meus pais, que mais enchiam a cara do que qualquer coisa, já não ligavam para mim mesmo... Aliás, saiba você, Joana, que nunca sequer existiu um tio que me educou financeiramente na vida, embora exista, de fato, alguém que tenha me bancado por aqui... — terminou lançando um olhar sugestivo para Victor Hugo.

Joana teve que fechar os olhos e realizar uma contagem mental. Ela já não estava em sua plena racionalidade. Jurou para si própria que, se estivesse solta, teria partido para cima daqueles dois. Fora enganada por mais tempo que pensava e isso a feria. Contudo, Victor foi seguindo com a sua fala que faria qualquer um gelar de pavor:

— Otto foi a nossa primeira vítima, como todos já sabem. Segundo a própria Lúcia Helena, ele até que não a tocou muito, por isso, ele morreu de uma maneira mais, digamos, limpa... Bastou que eu o obrigasse a se enforcar naquele cemitério. Para tanto, usei essa belezinha aqui.

Ele então sacou um revólver, de modo a também intimidar a moça que ali se encontrava amarrada. Joana compreendeu que tão logo ela seria a próxima a perecer nas mãos daquela dupla de matadores. O desespero que sentia se intensificou.

— Depois, foi o Ivan... — Victor continuou. — Ele foi quem mais violou a minha filha. Assim, mereceu morrer daquele jeito, todo estraçalhado...

— Lembra quando te contei que iria começar a estudar formas de vida de água doce? — perguntou Taís. — Balela! Só estava estudando o terreno correspondente ao Rio Obitinga para a morte do Ivan. — E riu, o que, mais uma vez, deixou a prisioneira surpresa diante da nova revelação. — Você teorizou bem quando associou as mortes daqueles dois com Noite na taverna. A gente tinha que deixar uma marca nos corpos e nas cenas dos crimes, não é mesmo? Você só não poderia adivinhar quem poderia ser o próximo a morrer e qual não foi a sua surpresa ao ver que esse alguém foi justamente eu? — ela finalizou, falseando uma expressão de choque.

— Vocês são doentes! — rebateu Joana. — Não havia necessidade alguma desse esquema todo! Forjar a morte é crime...

Um forte tapa dado por Taís no rosto de Joana ecoou pelo ambiente. Depois, houve uma fingida repreensão da parte do homem mais velho:

— Taís, querida, não deveria tratar nossa hóspede assim...

— Nunca mais chame a gente de doente, sua vagabunda! — Taís gritou. — Doentes eram aqueles que feriram a minha amiga, ou melhor, a minha irmã! Isso também se aplica a quem testemunhou o que aconteceu com ela e não tomou nenhuma atitude!

Após isso, ela aparentou ter se acalmado e seguiu:

— Depois da minha "morte", fiquei hospedada aqui na casa do Victor...

— Aí, era só dar um jeito de atrair você até aqui e cá estamos — completou o docente. — Lógico que não foi só de mortes que tudo se desenvolveu no nosso esquema: o fato de eu estar trabalhando com Ultrarromantismo na sua turma foi o que também inspirou a execução de tudo isso.

Uma expressão interrogativa dominou o rosto de Maria Joana e isso foi notado por Victor Hugo, que disse:

— Está se perguntando "Por que eu?", não é? Como já afirmei, você é uma boa aluna, fora que sua participação no fatídico ocorrido com a minha filha foi mínima, embora não a exima da culpa. Sendo assim, pensei em fazer uma espécie de jogo, uma caça ao tesouro, só pelo prazer de te ver quebrando a cabeça e se desesperando com tudo isso. Foi divertido, confessa!

Joana iria falar algo, mas seu atordoamento a impediu. Pegando essa brecha, o docente ainda se manifestava:

— E você acusando o Alan foi a cereja do bolo! Ajudou a gente com a nossa narrativa, conforme já tinha te adiantado. Forçar aquela situação, em que ele hipoteticamente tirou aquela nota baixa na prova que passei, foi uma jogada de mestre!

— Hipoteticamente? — Joana indagou, embora tivesse noção da resposta que viria.

— Jamais que um aluno como o Alan tiraria aquela nota vergonhosa. Ele, na verdade, praticamente gabaritou a avaliação! — Victor gargalhou. — É que já deu para entender que precisávamos de alguém que ficasse como o culpado por todos esses crimes, não é? Ele, com aquele jeito todo reservado e misterioso, além de ser um amante das obras de Álvares de Azevedo e já ter sido alvo de investigação policial, é alguém com perfil ideal para um assassino.

— Fora que ele é caidinho por você — completou Taís —, o que ajuda nessa coisa de ele ter feito tudo por causa de uma paixão irracional...

— Tal como os personagens ultrarromânticos fazem — declarou Victor Hugo com um brilho de êxtase no olhar.

Quase que mais um xingamento escapou dos lábios de Maria Joana, porém, ela se conteve – não estava a fim de levar mais um tapa de Taís. Por falar nela, a sensação de traição dominava a estudante de Letras. Ela havia chorado pela outra quando, na realidade, a suposta "amiga" jamais tinha sido morta, nem nada. Fora o fato de ter lhe dedicado meses de amizade, sendo que as únicas e verdadeiras intenções dela eram somente espioná-la. Naquele momento, Joana se enxergava como a pessoa mais estúpida do mundo.

— Aí, o que vem depois é que Victor e eu sairemos do país, sendo que já tenho a minha identidade falsa pronta — declarou a "amiga da onça".

— Essa parte não era necessária ter falado, Taís — ralhou o professor.

— Por que não? Ela... — Taís apontou para Joana. — ... vai morrer mesmo...

No mesmo segundo, os sentidos da jovem amarrada ficaram em alerta e ela começou a se contorcer naquela cadeira, objetivando se libertar.

— É inútil! Você não sairá daqui com vida — afirmou Victor Hugo com uma tranquilidade horripilante.

A respiração de Joana descompassou, seu coração acelerou e suas pernas se agitaram mais do que nunca. Ainda escutou o que veio depois:

— Esquecemos de falar sobre as marcas de letras nos corpos — disse o professor.

Taís entoou uma risada doentia como réplica e, ao fitar Joana presa naquela cadeira, emendou:

— E eu que te fiz pensar que aquelas letras eram sobre você e o seu namoradinho...

E continuou gargalhando, ao passo que a raiva da outra moça ia aumentando. Victor Hugo, mais sério, limitou-se a começar a explicar:

— O "M", encontrado no Otto, é de Manoel, enquanto o "A", no corpo do Ivan, é de Antônio.

— Assim como o "A" na minha mão aqui... — Taís, já recuperada do seu ataque de riso compulsivo, ergueu o membro indicado. — ... que significa Álvares.

— E o "de" em mim... — O docente mostrou a marca grafada em si. — ... é a preposição mesmo, só que ela faz parte de um nome que você, cara aluna, já deve ter adivinhado qual é...

O pior é que ela tinha entendido mesmo o que aquilo representava. Tal compreensão veio com muito mais força quando Taís sacou um punhal, tomou uma das mãos de Joana e, entre seus gritos sofridos, começou a riscar um novo símbolo no dorso daquela parte de seu corpo. Logo, mais um significado foi explicado por Victor:

— E esse novo "A" se refere a... Azevedo.

Manoel Antônio Álvares de Azevedo...

Ninguém mais e ninguém menos que o autor de Noite na taverna...

E para coroar aquele momento com ares de tragédia, Maria Joana ouviu:

— Chegou a hora de morrer.


Notas feat. Curiosidades do capítulo:

Eita! Maria Joana segue em perigo, mas ao menos sabemos o porquê de todos esses crimes cometidos pela dupla assassina aqui revelada. E então? Esperavam que eles fossem os verdadeiros assassinos? Esperavam que fosse uma dupla, ao invés de um assassino apenas? Será que Joana sairá dessa?

Próximo capítulo em breve. Tchau e fechem as portas e janelas de suas casas kkkkkk.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro