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À deriva


" Todos dizem que a mentira afasta as pessoas uma das outras... Mas, olha que ironia, a verdade não as une. "


Beatrice

      Não se ouvia as cotovias cantarem, muito menos as via dançarem pelo céu. 

      Não se ouvia o sopro suave do vento, aquele que ecoava como um repentino assovio pelas manhãs. 

      Não se ouvia a imensa floresta chamar meu nome, clamando por mim para poder enfim, me ajudar a me encontrar. 

      Muito pelo contrário, o silêncio emitido é perturbador e nem ao menos um mísero inseto eu podia ver zanzar pelo bosque e voar em direção ao céu. Este que agora, acima de minha cabeça, se encontrava com uma tonalidade estranhamente avermelhada. 

      Um efeito que não era responsabilidade do sol. 

      O grandioso astro jazia no vasto véu da manhã intacto, como um titã que adormecera vítima de um sono eterno. 

      O ar gélido dava-me uma sensação de peso, uma característica dos invernos de New Paradise, no entanto era a espessa neblina que dificultava tudo. A vista esfumaçada da floresta e de todo o vilarejo contribuía claramente para a imagem embaçada e dantesca diante de meus olhos. 

      Todavia, não era isto que me incomodava. 

      Passaram-se três dias depois do MidWinter, três longos dias que não tive nenhuma notícia de Adam e nem ao menos Ray. 

      E isso me perturba. 

      Os dias que sucederam a celebração foram marcados por muita correria para tentar arrumar a bagunça que fora deixada e a chegada de um frio devastador. O que dificultou os aldeões a terminarem a limpeza e se adaptarem a sensação gélida antes de voltarem a rotina. 

      Mas graças aos Deuses conseguimos voltar a zelar pela ordem e até voltar ao trabalho. 

      Leonard e Edward saíram duas horas antes de o sol nascer para se encontrar com alguns ferreiros. Bianka está com os Cornwell e meus pais... bom, saíram cedo e não falaram nada sobre onde estariam indo. 

      E o resultado disto, é eu aqui, sozinha e mergulhada no mar turbulento que é meus pensamentos. 

      Não, não é a solidão que me corroí, apesar de estar aqui parada na batente da porta como se fosse. 

      É a simples e doce realidade do "hoje"

      Não sei... não tem como explicar, é como se eu estivesse na beirada de um abismo e dentro deste encontrasse o meu maior monstro, o meu demônio interior e não houvesse outra alternativa se não enfrentá-lo. 

      Inesperadamente, algo me puxou para a superfície e me tirou das águas profundas onde encontrava-me. 

      Era o som de passos, latidos e risadas em coro. 

      E logo pude ver saltar veloz um pequeno coelho de um arbusto e seguir em disparada para qualquer lugar o mais longe possível do que quer que fosse o monstro que o perseguia. 

      Ou melhor, do cão de caça que corria desenfreadamente tentando abocanhá-lo e que era seguido por um grupo de crianças que riam e gritavam, provavelmente doidos para saber quem levaria a melhor. 

      O caçador ou a caça. 

      E foi em um piscar de olhos que a neblina engoliu novamente os pequenos e que vagarosamente deixei de ouvir suas risadas. 

      Não pude deixar de pensar que fora como se a alegria e a felicidade se dissipassem no ar, deixando apensa uma sensação caótica pairando ali. 

      Afastei esse pensamento e comecei a caminhar. 

      Não adentrei a floresta, apenas percorri o caminho sinuoso entre ela e o vilarejo. Até me deparar com duas silhuetas emergindo por trás da cortina branca que encobria toda a vila. 

      Figuras humanas e extremamente familiares.

      - Estávamos indo ver você - Bianka se aproximou com Ben ao seu lado. - Sabe onde está mamãe e papai?

      - Na realidade, pensei que estariam na vila e que vocês encontrariam com eles.

      - Não, não os vimos.

     - Acha que estariam na casa de Ray? - Perguntei, pensando na probabilidade de estarem na companhia de Adam.

      - Talvez - Minha irmã me encarou desconfiada, já que no MidWinter Adam havia aparecido ao meu lado e eu ainda não mencionara detalhadamente o ocorrido a ela. - Então vamos.

      Mantive-me ao lado de Bianka e reparei que ela enrolara o colar que Ray nos dera no guarda-mão de sua espada. Não nego que fora uma ótima ideia, já que o tom chumbo da lâmina combinara perfeitamente com o vermelho da joia. 

      No entanto prefiro usar o meu como colar, visto que inexplicavelmente ele me encobre com uma sensação inebriante de serenidade.

      - Beatrice? - A voz de Ben chamou-me e direcionei o olhar a ele ao ver que Bianka também o aguardava para saber o assunto que iria começar. - Se me permite perguntar você e Peter brigaram?

      Estagnei, sem conseguir dar mais um passo. 

      Como é que é? 

      Não vejo Peter desde a celebração, sendo a última vez que o vi fora depois do... depois do beijo... 

      Oh céus! O que foi que eu fiz?! 

      Percebi que estava parada e que ambos me encaravam. Provavelmente vendo a expressão confusa em meu rosto.

      - N-Não... eu acho que não. - Voltei a andar e forcei um sorriso. 

     Eu tenho que resolver isso.

     Puxei a manga de meu vestido e admirei as pequeninas rosas adornando o meu pulso. A linda pulseira que Peter me dera. Imagino como deve estar se sentindo.

     - Ele está bem? - Pergunto instintivamente.

     - Quem? - Bianka me encara sem entender.

      - Peter. Ele está bem? Disse algo?

     - Sim, ele está bem, só um pouco... - Ben não termina a frase e sinto meu coração doer por causa disto.

      - Desconsolado? - Bianka arriscou dizer sem me ajudar em nada.

      Benjamim maneou a cabeça negando.

      - Acho que frustado. - Disse por fim.

      Meus olhos recaíram-se para o chão e deixei o silêncio reinar aos poucos, enquanto fingia prestar atenção nos passos que dava. Ele tinha toda razão de ficar assim.

      - Trice - Minha irmã puxou-me um pouco distante de Ben - Pode me contar o que realmente aconteceu naquele dia?

      Contei a ela rapidamente com poucos detalhes do ocorrido, vi sua expressão mudar várias vezes em um curto período de tempo. 

      Terminei quando achei que já havia lhe explicado o necessário para entender a confusão que estava em minha cabeça e também ao perceber que já deveríamos estar chegando. 

      - Trice, por favor não me diga que é o que estou pensando.

      - O que?

      - Adam, o que você pensa dele?

      - Adam? - Respondi cética por tal ideia. - Eu mal o conheço.

      Minha irmã só pode estar de brincadeira. É claro que não estou apaixonada por um completo desconhecido. 

      Ela me olhou uma última vez antes de voltar ao lado de Ben, percebi que adoraria ter falado claramente que não parecia, mas se controlou por já estramos na clareira. 

     Mas pouco se via naquele ambiente, sendo que a única certeza de nos encontrarmos no lugar certo é que notava-se um pouco ao longe a silhueta de uma casa. 

     Obrigado, neblina! 

      Demos mais alguns passos e paramos ao ouvir uma voz a nossa esquerda.

     - Beatrice. - Apesar de ter ouvido-a apenas uma única vez, eu reconheci a voz. 

      Era Adam.

      Ele vinha em nosso encontro, por incrível que pareça estava a aproximadamente quinze metros de distância de nós.

      Sem notar me vi reparando em cada detalhe seu. Principalmente na camisa que usava, que era levemente marfim e contrastava com o colete vinho. O que me intrigou foi ver o tecido do qual era feito. 

      Linho. Não o conhecia, mas de uma coisa tive certeza. Sua vida, não deveria de ser tão modesta assim.

      - Olá! - Dissera ao se aproximar, seu tom de voz soou tranquilo e espontâneo ao nos cumprimentar.

      Retribui com um sorriso singelo, assim como minha irmã e Ben fizeram.

      - Você sabe se nossos pais estão lá dentro? - Bianka indicou a casa de Ray com apenas um movimento com a cabeça. Me surpreendi ao vê-la indo direto ao assunto, sem mais delongas.

      - Sim. O Sr. e a Sra. Saunders estão lá dentro - Respondeu e as lembranças da noite do Midwinter vieram como fashes em minha cabeça. Ray fizera questão de apresentar Adam para todos, começando por minha família. - Os Cooper também.

      - Bors e Marie? - Pergunto sem ter nenhuma ideia do por que estariam ali, reunidos.

      -Sim.

      - Então se não se importa, eu e Ben já vamos entrar - Bianka me lançou um olhar indiferente e vi bailar um sorriso em seus lábios - Podem ficar aqui e conversar se quiserem. - Disse já se distanciando e levando Ben ao seu lado.

      Entendi perfeitamente seu plano e não estou a achar engraçado. 

      Benjamin e Bianka já estavam quase na casa, unidos como se já estivessem casados e parecia que a neblina havia abrido um caminho para que passassem. Mas somente parecia. Na realidade ela já aparentava estar de partida, ao contrário da coloração do céu, que se empenhava em continuar avermelhado e não voltar ao tom normal, o azul celeste que tanto amo.

      - Formam um lindo casal. - Adam irrompeu o silêncio e apenas assenti.

      Era verdade, eles formavam mesmo.

      Era um mero comentário, mas foi evidente que era o início que achara para iniciar uma conversa. 

      Me virei para ficar frente a frente com ele e foi inevitável o choque de seus olhos nos meus. 

     Ele não era muito mais alto que eu e seu cabelo loiro estava molhado, deduzo que tenha encarado as águas geladas do riacho. E seus olhos continuavam ali, vidrados nos meus, como um porto seguro. Um lugar onde nada poderia abalar. 

     Algo gritou dentro de mim. 

     Era meu coração. 

     Ele pulsou forte em meu peito, um aviso para que eu reagisse, antes que a maré daquela sensação me puxasse para o fundo da imensidão daquele olhar.

      - O que faz por aqui? - Consegui dizer - Eu digo, você e Ray, o que o levou a procura dele? - Seus olhos desviaram e fitaram algo atrás de mim.

      - Precisava de algumas respostas - Ele fez uma pausa - Raymond era amigo de meu pai antes dele falecer. - Um sorriso curto e melancólico surgiu em seu rosto.

      - Eu lamento.

      - Na realidade, ele morreu quando eu tinha apenas quatro anos, então... - Ele suspirou, me senti tocada pela tristeza que emitia.

      Começamos a andar, não tinha pressa em nossos passos e sim uma necessidade de querer conhecê-lo batendo forte em meu peito.

      - Não é desta região é?

     - Vim de Lencastre, não é muito longe daqui.

     - Sonho em viajar - Ele me olhou surpreso. - Assim como você, ir em busca de um propósito.

      - Quem sabe... um dia você irá e tenho certeza que vai gostar - Paramos a uma curta distância da casa. - Apesar dos perigos que se pode encontrar, é inevitável a sensação de liberdade.

     - Sim, imagino.

     O silêncio se instalou entre nós, como uma pedra jogada num lago. Entretanto, não foi possível ignorar a crescente chama que se instaurou em mim. Uma espécie de desejo pelo desconhecido, pela liberdade. 

     Nem percebi que o espaço entre nós havia diminuído e que suas mãos ansiavam para me puxar ainda mais para perto. 

     Jazia ali, apenas centímetros nos separando. 

      Apenas nossos segredos, incertezas e medos. 

      Tudo se fundindo num sonho. 

      A realidade se misturando com a imaginação. 

      O tempo parando e tudo se transformando. 

      E de repente, como se estivéssemos em uma praia e uma onda se quebrasse em meio as pedras. Vozes se alterando dentro da casa de Ray. 

      O instinto me levou a distanciar-me de Adam e ir em direção a porta. Ela se abriu antes mesmo que eu pudesse tocar na maçaneta.

      - Não é minha culpa que eu esteja fadada a essa maldita maldição! - Minha irmã esbravejou para quem estava lá dentro antes de sair. Passando por mim como um furacão e carregando uma expressão de ódio, tensão e lágrimas.

      Lá dentro todos olhavam para mim. Rostos tensos, com exceção de minha mãe com lágrimas lhe riscando a face. Ela estava amparada por Marie, que estava ao seu lado.

     - Pode deixar, eu irei atrás dela Sr. Saunders. - Ben disse ao me pai, que apenas assentiu.

      Adentrei a casa, minha cabeça começando a latejar. 

      Eu queria saber o que havia acontecido. 

      Eu queria gritar para que me explicassem o por que disto tudo. 

      Saber o motivo pelo qual fizera minha irmã dizer que estava fadada a uma maldição. 

      Mas não conseguia...

   MALDIÇÃO

      Uma simples palavra...

      Mas me sinto estranhamente agitada...

      Como se eu estivesse exposta, vulnerável...

      Com o passado a se avolumar...

       Como o oceano.


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Hola!!! Grandes revelações iram começar a surgir, fiquem de olhos bem abertos para não as perderem e lembre-se cada detalhe é importante!

Não se esqueçam de deixar seus comentários e suas pequenas estrelinhas ✩✩✩

Nos vemos nos próximos capítulos!!!

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