Capítulo 45 Erros do Destino
https://youtu.be/xuDGIjEQpVY
''As rachaduras não vão se consertar e as cicatrizes não irão desaparecer
Acho que eu deveria me acostumar com isso
O lado esquerdo da minha cama é um espaço vazio
Lembro que éramos estranhos
Então, me diga, qual é a diferença
Entre o antes e agora ''
ZAC
Depois do ataque de fúria de Rush, me sinto sufocado. Preso em uma rede de mentiras, que tende a me derrubar cada vez mais. Por conta de uma mentira, estou perdendo pessoas que são importantes pra mim. Não julgo Rush pelo que fez. Se estivesse no seu lugar faria o mesmo. Mas seria impossível, pois Katy jamais teria as mesmas atitudes de Hanna. Penso várias vezes, o porquê de Hanna ter feito tudo isso. Não é por amor, pois quando se ama alguém, você não o machuca. E tudo o que ela fez com essas atitudes, foi me machucar. Percebo que já é tarde da noite, e fiquei muito tempo remoendo meus problemas e angústias, e daqui a poucas horas terei um enterro para cuidar. Decido correr um pouco, tentar extravasar toda a angustia que está instalada em meu peito. Não acredito ainda, que Katy não veio. Eu esperava que ela viesse. Ela me deu esperanças. E me deixou no momento em que precisei dela. Queria sua companhia, nem que fosse somente sua presença. Mas entendo que com isso, ela não voltou pra mim. Sinto que se continuar pensando nisso, vou surtar. Passo em frente à praça onde os jovens se encontram, e vejo um grupo conversando. Vejo que Hanna está entre eles, sentada no colo de Patrick. O garoto com quem ela traiu Rush uma vez. Ela me vê, e eu desvio o olhar, fingindo que não á vi, e acelero os passos. Mas é em vão. Ela corre em minha direção, chamando pelo meu nome.
-Zac! Espera! Por favor espera!
-Hanna, não tenho nada para falar com você. - Digo pra ela sem diminuir meus passos. Ela então puxa meu braço, me forçando a parar.
-Hey, só quero dizer que sinto muito pelo seu pai.
-Obrigado. É só isso?
-Achei que estivesse com Katy. Ela disse que veio atrás de você. - A menção do nome dela, dói em meu peito.
-Katy não veio para Forks. - Digo a ela, tentando entender qual o seu jogo.
-Veio sim. Chegou já faz um bom tempo. Estava com Steven. Desde o momento em que ela chegou. Estava hospedada no hotel central.
-Hanna, não vou cair na sua armadilha. - Digo deixando ela sozinha, e correndo o mais rápido que posso. Porém suas palavras não conseguem ser ignoradas, e quando eu vejo, estou parado na frente do hotel, com o coração queimando em uma espécie de esperança. Ela veio, meu coração grita em meu peito. Fico parado feito um tolo, olhando para a frente do hotel. E mais tolo ainda me sinto, quando me dou conta que se ela realmente veio, ela não me procurou. Uma cabeleira loira completamente distraída se choca contra mim.
-Desculpa! - Ela diz, enquanto eu a seguro.
-Amber?
-Zac? Quanto tempo! - Ela diz me abraçando.
-Pois é, muito tempo! O que está fazendo aqui a essa hora da noite?
-Eu trabalho aqui. - Ela diz, e só então noto que ela usa um uniforme com o logo da empresa. - E o que você está fazendo aqui a essa hora com um olho roxo? - Ela pergunta divertida.
-É uma longa história. Amber você pode me dar uma informação? - Ela levanta uma sobrancelha, estranhando a minha pergunta. - Katy está hospedada nesse hotel?
-Sim. Mas porque a pergunta? Ela não é a sua namorada?
-Bom. Nós tivemos uma discussão. E acabamos nos separando. - Uma ideia passa em minha mente, e por mais que a razão esteja magoada, por ela realmente estar aqui e não ter me procurado, meu coração pede para que eu leve a ideia adiante.
-Entendi. Sinto muito.
-Amber, será que você poderia me ajudar? Precisava de um favor seu.
-Se estiver ao meu alcance.
-Você poderia conseguir a cópia da chave do quarto dela? Eu gostaria de fazer uma surpresa.
-Zac, meu turno já terminou. E fazer algo como isso, posso levar uma demissão.
-Por favor, em nome dos velhos tempos! - Faço para ela, a melhor cara de piedade que posso.
-Você promete não me comprometer com isso? Eu preciso muito desse emprego.
-Prometo. Palavra de escoteiro. - Ela ri e a acompanho. Ela volta para o hotel, e vai até a recepção e troca algumas palavras cúmplices para sua amiga de trabalho, e então me entrega a chave. Fico olhando para o chaveiro que indica que ela está hospedada no quarto quarenta e nove por algum tempo. Penso rapidamente se isso é o certo a se fazer. Me questiono mentalmente ainda, o porque ela não me procurou. Será que ela não voltou por mim? Olho para Amber que sussurra um ''vai logo''. Respiro fundo e vou. Olho para a porta grande de madeira a minha frente, então silenciosamente abro a porta. O quarto está escuro, mas o abajur em cima do criado mudo, ilumina a cena que eu não queria ver. Esfrego meus olhos, em uma tentativa desesperada de estar vendo coisas, mas não, o que vejo realmente é verdade. Katy dorme abraçada com Steven, de uma forma muito intima. Como nós dormíamos. Ela dorme tranquilamente, com os cabelos espalhados pelo rosto. Steven a tem em seus braços nus. Quando vejo vários travesseiros e edredons do lado da cama, não consigo imaginar, o que eles realmente estariam fazendo. Minha vontade é de gritar com eles, de socar o Steven, de perguntar a Katy o porquê de ter feito tudo isso. Mas lembro da promessa que fiz a Amber. Enxugo uma das lágrimas que cai, e da mesma maneira silenciosa em que abri a porta, eu a fecho. Fecho também meu coração. Nesse momento, enquanto caminho silenciosamente para a recepção do hotel, me dou conta que Katy e eu, realmente chegamos ao fim. Ela realmente não voltou por mim. Nós nos destruímos. Eu consigo imaginar a dor que ela sentiu, quando me viu com Hanna. Mas a diferença, é que Hanna armou tudo, e o que Katy fez, não foi armação. A forma tão natural que eles estavam abraçados, qualquer um que veria a cena, diria se tratar de um casal apaixonado. Meu coração palpita, ele me força a acreditar que o que eu vi não foi real. É somente um pesadelo que já vou acordar. Mas sei que não é. E Deus, como que eu queria que isso fosse somente um pesadelo. O jeito que eles estavam dormindo, não é o jeito que dois amigos dormiriam. Estava muito intimo até mesmo para o nível de amizade dela e de Alex. Sinto uma falta de ar enorme, como se estivesse sido golpeado na boca do estomago. Chego até a recepção do hotel, e Amber ainda conversa com sua colega de trabalho. Ela me vê, e percebe que eu tenho lágrimas em meus olhos.
-Zac, o que foi? Vocês discutiram? - Não respondo. Jogo a chave em cima do balcão, e saio. Amber vem correndo em minha direção, chamando meu nome. Eu então diminuo os passos. Ela segura em meus braços, forçando com que eu olhe para ela.
-o que houve? Porque você saiu desse jeito? Achei que fosse passar a noite com ela.
-Foi só uma má ideia. Não devia ter ido até lá. - Minto. Me sinto o ser mais sozinho da face da terra. Todos em minha vida me abandonaram.
-Bom, como te disse acabei de sair do meu turno. Estou faminta. Vamos comer alguma coisa, e aí conversamos. Você parece precisar de alguém. Vamos em nome dos velhos tempos! -Ela repete a frase que eu disse a ela, e a cara de piedade também. Acompanho Amber, mas não por querer realmente comer algo. Eu a acompanho, porque não quero me sentir sozinho da forma sinto. Vamos caminhando até uma pequena lanchonete. Durante o caminho ela me conta suas desventuras amorosas. Mas não presto atenção em nada. Só vejo a cena em minha mente. Porque Katy fez isso? Porque deu esperanças ao meu coração. Me sinto arrasado. Ela não me ligou, não avisou que estava aqui, porque estava com Steven. Ao mesmo tempo que não compreendo, Steven e Katy nunca foram tão próximos. É aí que fica o obvio. Por não serem próximos, a forma com que estavam juntos, só prova que realmente aconteceu algo entre eles. E eu como o tolo que sou, fiquei o tempo todo, esperando por ela, mergulhado em minha própria tristeza, me sentindo completamente sozinho, enquanto Katy esquentava a cama com Steven.
-Zac, você não está ouvindo nada do que estou dizendo, não é? - Amber me tira dos meus pensamentos, dando uma mordida em um sanduíche que praticamente tampa seu pequeno rosto.
-Me desculpas. Estava distraído. Acho melhor eu ir embora.
-Não. Você só vai a hora que me contar o que houve. Vai, me conta o que houve? Por para fora ajuda. Vai fazer você se sentir melhor. - Ela diz, segurando minha mão sobre a mesa.
-É uma história muito longa. Você e Hanna ainda são amigas? - Ela me olha sem jeito, diante da pergunta.
-Bom. Conversamos, mas não como antes. Ela tem feito coisas, que colocariam sua sanidade a prova. Ela vem sendo maldosa, e foi ficando cada vez pior. Então, resolvi me afastar. Ela fez coisas cruel. Mas porque a pergunta?
-Por conta dela que Katy e eu terminamos. - Sigo o conselho de Amber, colocando tudo pra fora. Conto sobre Gibson, sobre Tereza, e até a cena, que está impregnada em minha mente. Pago a conta da lanchonete, e voltamos caminhando, enquanto levo ela até a sua casa. Pois já passa das quatro da madrugada.
-Poxa Zac. Eu sinto muito. Mas é estranho ela estar com Steven. Eles foram criados na mesma casa. Como irmãos. Não sei. Acho que você deveria conversar com ela, não sei. Pedir uma explicação, dar a ela a chance de se explicar, assim como ela deu a você.
-Não Amber. Não há nada para conversar. Eu vejo agora, que realmente chegou ao fim. Ela não acreditou em mim, eu sempre mostrei a ela o quanto a amo. Em todo esse tempo juntos, eu me dediquei a ela. Sempre estive ao seu lado, em todos os momentos em que ela precisou. E hoje precisei da sua companhia, e onde ela estava? Estava com Steven.
-Bom. Eu invejo Katy. Queria ter alguém pra se dedicar a mim, dessa forma. - Vejo o olhar triste da minha antiga melhor amiga.
-Você vai encontrar alguém ainda Amber. Você é uma pessoa muito legal. - Digo tentando parecer o mais animador possível. Estou dizendo a uma pessoa para acreditar no amor, no momento que eu mesmo, não acredito mais.
-Chegamos! - Ela diz, indicando que chegamos em sua casa.
-Obrigado por tudo Amber.
-Imagina. E sinto muito pelo que houve. Estarei lá com você, no enterro do seu pai. Amanhã estou de folga.
-Obrigado. Vai ser bom não me sentir tão sozinho. - Digo dando um abraço em Amber, tentando me despedir.
-Katy, vai estar lá. Tenho certeza.
-Eu prefiro ficar sozinho do que olhar para ela. Não quero que ela me veja tão despedaçado.
-Se depender de mim, você nunca estará sozinho. Nem despedaçado. - Ela diz me dando um abraço, e um beijo em minha bochecha. Eu me despeço dela, e volto a minha caminhada. Vou caminhando, e observando a calmaria que se encontra o começo do amanhecer, com apenas alguns grilos cantando, e o balançar de algumas folhas devido ao vento, que sopra devagar. Calmaria essa que não existe em meu coração. O mesmo se encontra despedaçado. Nunca me apeguei a alguém da forma que me apeguei a Katy. Percebo que enquanto caminho, algumas lágrimas caem. Olho para a escuridão da noite, e percebo que ela reflete o meu estado de espirito. Nos últimos meses, minha vida tem dado reviravoltas, que se alguém me dissesse estar enfrentando tudo isso, eu diria que tanto sofrimento assim, seria impossível. Tenho a sensação de estar em uma montanha russa, que só vai para baixo, para a dor, a tristeza, para a escuridão assim como essa noite. Quando chego em casa, o dia praticamente já amanheceu, e não sinto cansaço. Não o físico, que você irá dormir, e acordar revigorado. Mas sinto somente cansaço mental. Esgotamento mental. Entro na banheira, na tentativa de que um bom banho, ajude a aliviar toda a dor que eu sinto, mas como eu já esperava é em vão. Algum tempo depois, já estou vestido para o enterro do meu pai. Tereza não veio para minha casa, e agradeço aos céus por isso. Não seria fácil, mais um problema para resolver. Não tenho forças para enfrentar mais nada. Gal percebeu meu estado. As olheiras que estão abaixo dos meus olhos, entregam isso. Ela insiste para que eu converse com ela, mas não quero. Sei que repetir tudo o que eu disse, só vai trazer a dor à tona. Chego até o cemitério, e como tinha resolvido tudo, só sento e espero o padre fazer toda a cerimônia. Tereza chora descontroladamente abraçada a Hanna. Minha vontade é de ir até ela, e desmascara-la. Dizer a todos que esse choro falso dela, é somente o medo de ficar sem o dinheiro dele. Mas não tenho forças para isso. Recebo vários abraços de conforto, de pessoas que até mesmo não conheço. O cansaço, da noite anterior sem dormir, começa a bater. Me sinto exausto, e isso parece fazer o enterro durar horas. Com uma pequena fagulha em meu coração, esperei ainda que Katy aparecesse. Mas não. Ela realmente não veio. Fico imaginando ela acordando, e me lembro do seu jeito doce, da sua preguiça matinal. Do seu sorriso, do seu cheiro, da forma que completávamos um ao outro. Eramos como quebra cabeça, feitos perfeitamente um para o outro. Mas uma hora ou outra, por mais cuidadoso que você seja, uma peça se perde. E nada mais se encaixa. E é assim que Katy e eu, nos encontramos agora. Deus como meu coração dói. Uma lágrima teimosa cai, e fico grato por estar em um enterro. Pelo menos assim, não preciso explicar a ninguém a causa dela. Gal aperta a minha mão forte, e me dou conta que o enterro acabou. Eles descem o caixão, e de pouco em pouco as pessoas colocam suas flores sobre eles, e vão saindo, e vou ficando sozinho.
-Vamos filho. Você precisa descansar. - Gal diz com uma voz carregada de preocupação.
-Eu já vou. Só preciso de um momento. Preciso ficar um pouco sozinho. - Digo olhando para a mulher em minha frente. Ela me dá um sorriso caloroso.
-Bom, acho que você não está mais sozinho. - Gal não precisa dizer o seu nome, para eu saber quem é. Sinto o seu cheiro, e o calor que emana do seu corpo. Mas onde sentia amor, sinto raiva, magoa. E não sei nem ao menos o que ela faz aqui.
-Zac, Eu sinto muito. - Ela diz praticamente gaguejando. A raiva toma conta do meu corpo, e o forço a olhar para ela.
-Sente mesmo Katy? - Enquanto a questiono, a cena vem em minha mente, e raiva brota em meus olhos. - Você sentiu? Sentiu ontem enquanto estava com o Steven?
-Zac, como? O que você está dizendo? - Ela me pergunta, e se deixasse o que sinto por ela falar mais alto, eu diria que ela está confusa.
-Eu já estou sabendo de tudo Katy. Você e Steven.
-O que? Zac do que você está falando? - Ela me questiona. E a cena não para de se repetir em meus olhos.
-Vocês. Dormindo juntos. Abraçadinhos. Achei romântico da parte de vocês.
-Zac, por Deus! Eu não dormi da forma que está pensando. - Não aguento mais ouvir uma palavra do que ela diz, a dor em meu peito está me devastando, e não quero desmoronar em sua frente. Não preciso dessa humilhação.
-Katy vai embora. Por favor. Eu precisei muito de você. Mas você me deu as costas. Você não tem mais nada para fazer aqui. - Vejo que minhas palavras atingem ela, mas preciso que ela vá embora. Antes que a dor em meu peito, se torne mais forte do que eu.
-Eu vou Zac. Mas antes você vai me ouvir! Eu sai de Londres vim até aqui por você, passei por muita coisa... - Não quero que ela diga mais nada. Me dou conta do quanto ela é egoísta. Passou por muita coisa? E tudo o que passei então?
-Chega Katy. Nem tudo é sobre você. O mundo não gira ao seu redor, e da sua dor. Agora vai não tenho nada para falar com você. - Ela sai. Vejo que ela sai em lágrimas. Dizer tudo isso a ela me devasta por dentro. Com a visão embaçada por conta das lágrimas, vejo a minha garota indo embora. Levando consigo o meu coração, e de longe vejo Steven, correndo atrás dela. Me ajoelho no tumulo do homem que um dia odiei. E entre lágrimas digo.
-Porque você também me abandonou. Se você tivesse lutado por mim, eu teria tido a chance de ter uma família feliz, eu saberia como é ser amado. Eu não queria sentir essa sensação de abandono de novo. É como um ciclo, todos me abandonam. Eu vivi com essa dor, eu chorei muito por ter sentido essa dor. Você queria Gibson, ter estado comigo no meu primeiro coração partido, e acredite em mim, você esteve, pois ele acabou de ser estilhaçado. Ela me abandonou... Assim como você pai... - Não consigo dizer mais nada, pois todo o cansaço, raiva, frustração, transborda de mim, em lágrimas... Entre soluços de um choro dolorido e desesperador.
Olá Minhas Escolhas tudo bem? Capitulo novo chegando para vocês! Espero que gostem! Estamos chegando na reta final, falta poucos capítulos para terminarmos. Será que Katy e Zac vão se acertar? Será se todo esse mal entendido enfim vai ser resolvido? Deixem a opinião de vocês!
Beijinhos!
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