Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

22| Não seja bem-vinda.

Boa leitura ;)


Capítulo 22


— Al! — Ouvi uma mulher falar vindo correndo na direção dele. Era uma das irmãs dele. A pele negra parecia um véu sedoso e brilhante. Usava um vestido de um laranja bem forte e agarrou-se no irmão abraçando-o pelo pescoço. Provavelmente ela era muito apegada ao irmão.

— Zola! — Ele disse sorrindo. Eu gostava de ver como Al sorria quando ele decidia o fazer. A menina começou a falar em português, para meu alívio.

— Por que não avisou que viria? Teríamos ido ao mercado comprar um pouco de carne. — Al parecia sem jeito. Pareceu se lembrar que eu estava ao seu lado ao mesmo tempo que todas as outras mulheres vinham. Senti pela primeira vez a pele das minhas bochechas corarem. Mas não de vergonha e sim de medo. Medo de como me julgariam.

— Quem é ela? — Perguntou uma outra irmã. Essa era tão parecida quanto a outra, só que mais altiva e com um vestido azul caneta que dava um contraste muito bonito com a pele dela.

— Vim pedir a permissão de Mama para ficar com Fernanda. — Ele disse segurando a minha mão e me puxando para mais próximo dele. Me senti como Agnes, sem conseguir deixar de tropeçar nos meus próprios pés. Eu não sabia como agir diante das mulheres.

— Al, meu filho. — Disse a mãe dele, Ondina, e seu sorriso confortante e seus braços que o abraçavam com doçura conseguiram tirar um pouco do medo que eu sentia de todas aquelas mulheres me fuzilando com o olhar.

— Esta é Fernanda. — Ele continuou, me apresentando. Fiz um aceno com a mão, mas o que recebi foram olhares confusos e recriminadores das mulheres que pareciam ainda mais brabas comigo.

— Seja bem vinda, menina. — Disse Ondina. Ela era bem mais baixa do que eu e tive que baixar o olhar para receber um leve crispar de lábios da mulher e um aceno de cabeça. Não havia preconceito, mas também não havia aceitação. A mãe dele se mantinha em território neutro.

Ainda assim eu preferia o território neutro do que os olhares das irmãs dele.

— Por que você trouxe uma branca? — Perguntou uma das irmãs sem esconder como estava desapontada. Voltei minha atenção para Al, sem saber como agir, e ele franziu o cenho, sério novamente e respondeu sem se intimidar:

— Por que é dela que gosto, Keiko. — Ele respondeu. Pelo que eu me lembrava dos nomes, ela era a irmã mais velha.

— Humpf. — Foi a resposta que ela deu.

Al me apresentou para cada uma das meninas e então entramos no terreno com a mãe dele me apresentando a casa. Eles realmente eram bem simples e ainda tinham uns costumes que eu certamente sofreria por tal. Por exemplo, como havia três casas dividindo o mesmo terreno, as três casas também dividiam um mesmo banheiro que ficava no terreno. Engoli em seco e não consegui parar de pensar se eu esquecesse uma maldita peça de roupa como seria eu andando naquele clima chuvoso, de toalha, até a casa para buscar a roupa. Ou então como seria querer fazer xixi de madrugada e desistir por estar escuro e chovendo. A ideia não era agradável.

A casa era pequena também. A maior parte da casa era a cozinha, com uma mesa grande e bancos de madeira onde se faziam as refeições. Um fogão de lenha completava o ambiente e uma geladeira que zumbia alto. Além disso, havia três quartos. Um maior onde todas as mulheres ficavam juntas, outro para a mãe e o quarto de Al. Eu queria muito ir dividir o quarto com Al, afinal, a gente já tinha avançado além das preliminares, dividir um quarto era fichinha, mas a mãe dele foi categórica:

— Você ficará aqui no quarto com as meninas. Isadora vai vir dormir comigo e você fica na cama dela. Mesmo juntos, não quero conversinhas dos vizinhos maldosos. — Concordei. Eu que não ia contra as ordens da matriarca.

Al suspirou e pensou em dizer algo, mas eu balancei a cabeça em negativa. Tentei transmitir pelo olhar para ele que não tinha problema, eu não ia morrer por isso e ele pareceu entender.

— Mas agora, vou preparar algo para comermos. Vamos a cozinha, vamos. — Continuou Ondina. Fomos todos atrás dela.

A mesa ficou lotada com todas nós mulheres e Al. Eu realmente destoava entre eles e ainda recebia olhares vez ou outra nada legais, mas me concentrei na mãe dele, neutra, a fim de tornar os dias ali mais tranquilos. Pelo menos era o que eu queria.

Ondina começou a preparar alguma coisa e gritou para que Keiko fosse comprar um peixe. Contou do rio próximo e duas filhas se juntaram na preparação da comida. A mãe de Al falava bastante, o que era ótimo, porque preenchia o silêncio da mesa e me fazia divagar pelas suas palavras.

— E de onde você é menina?

— Brasil. — Respondi rapidamente. Ela abriu um leve sorriso.

— Pelo menos Al me fez um favor de escolher alguém de um país amistoso. — Não entendi o que ela quis dizer com isso, mas Al se empertigou na cadeira, como que se preparando para uma batalha. Mas a mãe dele ria. — Temos uma vizinha lá para as bandas da ponte quebrada que é brasileira também. Mas ela veio da Bahia. Você não veio da Bahia, veio?

— Não. Vim de São Paulo. — Respondi quase num sussurro. O que diabos estava acontecendo comigo? Talvez estivesse me sentindo encurralada demais naquele lugar.

— Já vi pela pele, menina. Gislaine é mais parecida com a gente, assim de cor, sabe? — Concordei. Pela segunda vez minhas bochechas coravam. Isso não era normal. E, ainda mais, não era nada legal.

— Sim, sim. — Disse. Parei ai. Não sabia mais o que dizer. Deveria pedir desculpas por Al ter me escolhido? Acho que não era o caso.

Rapidamente a janta ficou pronta, para meu agrado. Comi me sentindo grata por as mulheres emendarem numa conversa com Al, perguntando coisas corriqueiras para ele. Se pedissem para eu falar de mim, não saberia o que dizer. Na verdade, naquele momento, eu só queria ficar invisível.

Assim que jantamos, as mulheres começaram as arrumações para a hora de dormir. Chega cama para um lado, colchão para o outro, lençol para cá, essas coisas. Fiquei com o coração apertado porque parecia que Ondina estava me dando o melhor lençol que ela tinha ali, porque as meninas arregalaram os olhos e exclamaram perguntas como:

— Esse? — Mas Ondina fingiu que não ouviu e me entregou o lençol que as meninas não paravam de encarar. Perguntei se alguma queria, mas todas me ignoraram como se eu não merecesse conversar com elas.

No fim, quando Al me deu um beijo na testa e disse que qualquer coisa era só eu chamá-lo, me deixando sozinha naquele quarto cheio de mulheres, me senti sozinha, muito sozinha, como antes de o conhecer.

Deitei no colchão fino e olhei o teto. A parede desgastada e branca parecia me encarar de novo. Estava calor e o ventilador que havia rodava de um lado para o outro do quarto tentando abarcar todas as mulheres. Não era suficiente para mim. Meu corpo ficava ainda mais melequento.

Quando a chuva do lado de fora começou a cair forte e sem aviso prévio, respirei fundo e fechei os meus olhos. Já era possível ouvir as mulheres dormindo, algumas roncando. No entanto, como eu esperava, aquela noite a insônia não me deixaria em paz. Não quando Al estava tão perto e ao mesmo tão longe ao ponto de eu não me sentir tão protegida.

Não quando aqueles olhares incriminadores pareciam me dizer o que eu já sabia: Eu não era bem-vinda.

*~*~*

Alguém sentiu toda a onda de fúria dessas irmãs ciumentas, aí??? Não vai ser fácil para Fer, não!

Alguém arrisca quando e como será que Fer vai conseguir conquistar essas meninas??

Fica a pergunta...

OBS: Preciso enfatizar que essa é uma história e não conta a verdade sobre como as pessoas se relacionam em toda Angola. Há sim, um certo olhar não amistoso para quem é branco, ao que ouvi falar, mas mais porque os angolanos foram colonizados por portugueses e todo branco de certa forma lembra muito os colonizadores. Mas, novamente, essa é uma história e esse tipo de situação que Fer está passando tem o seu motivo que vocês entenderão mais para frente...Digamos que faz parte da construção da  nossa heroína que vem pela frente...

E quero deixar bem claro que só ouço falar bem de quem é de lá ;)

Um beijo para a Angola. <3

E para todos os meus leitores queridos. <3

Bjinhoos

Diana.



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro