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Vinte e oito: Palavras não ditas


Durante o caminho, que durou muito mais do que apenas uma quadra já que os dois andaram devagar aproveitando a conversa, Nicholas e Maya conversaram sobre a bíblia. Ambos se empolgaram ao falar sobre como tudo se encaixava, e sobre como cada história os fazia entender sobre os propósitos de Deus.

Maya o orientou a sempre consultar as escrituras durante qualquer pregação que fosse ouvida, para que ele pudesse discernir se a palavra pregada estava realmente firmada na palavra de Deus, assim como faziam os discípulos em Atos.

Nicholas assentiu, pensando primeiramente em quando terminaria de ler a bíblia inteira. Ele estava empolgado, mas provavelmente demoraria muitos meses. Ele queria ler com calma.

Quando chegaram, Maya olhou para a placa e parou na porta, olhando indignada para Nicholas.

— Não, não, não...

— Sim, sim, sim. — Nicholas sorri e em um gesto que Maya não esperava, segura em sua mão entrelaçando bem os dedos e a puxa para dentro. — Não acredito que tenha coragem para me dizer que iria facilmente a uma visita no espaço em meio a gravidade zero, mas não consegue encarar um estúdio de patinação.

— Isso é gelo. — ela aponta boquiaberta para a enorme área que apareceu em sua frente, e escondeu o rosto com a mão livre. Ela não quis soltar os dedos envolvidos aos dele. — Eu não vou conseguir. Lhe farei passar vergonha.

— Não fará. — ele para e a olha, aproximando o corpo ao dela. Nicholas não conseguia parar de pensar em como ela estava bonita, mesmo com aquela touca do casaco escondendo metade dos belos cachos do seu cabelo. Ele tentou não a encarar demais sem perder o próprio fôlego, e ousou colocar uma mecha do cabelo da garota para trás. — Você consegue, Rose. Depois de hoje, a transformarei na melhor das patinadoras de Atlanta.

— Continua presunçoso, Campbell. — ela sorri, tomando coragem para soltar a mão da dele e pegar um patins. Seus dedos reclamam de frio com a falta do contato da pele que a poucos segundos aquecia a dela.

— Faz parte do pacote para causar uma boa impressão em um encontro.

— Como? — Maya pergunta, sentindo seu ar exaurir. Seu coração se acelerou de forma estrondosa, e ela quase engasgou com a própria saliva.

— É brincadeira, Olsen. — Nicholas sorri nervoso de volta, pensando no porque havia soltado uma frase daquela. Não era brincadeira ou pelo menos, ele queria que não fosse. Desejava que aquele fosse um encontro de verdade e que ela pudesse saber disso. No entanto, ele sabia que Maya merecia alguém melhor, e o matava por dentro pensar que talvez, o melhor que Deus queria para ela não fosse ele. O garoto colocou os patins em uma velocidade considerável, e pisou no gelo, sentindo seus pés quase escorregarem. Ele estendeu a mão e a esperou, sabendo que se nada desse certo, ele poderia pelo menos segurar a mão dela uma última vez. — Vamos?

— Ok Nick, isso não tem graça! — Maya quis chorar, pela décima vez agarrada ao apoio lateral e recusando a tentar patinar e cair novamente. O garoto sorria.

— Claro que tem, Olsen. Solte essa barra e venha tentar novamente. Não foi você que disse que não era uma garota de desistir fácil de um desafio?

— Isso não é física! É uma gelatina para os meus pés, e eu não gosto de gelatina. — ela fechou o olho forte pensando que se se esforçasse o suficiente, talvez surgiriam poderes inimagináveis e ela poderia se teletransportar daquele lugar.

— É claro que isso é física. — Nicholas se aproxima e toca em sua mão, fazendo um arrepio correr pelo braço dela. Maya agradeceu mentalmente pelo grosso casaco, e pensou que a física daquele momento estava ultrapassando todos os limites que ela conhecia. — Pensa comigo, um patinador atinge velocidade vertical, estendendo a perna para baixo para empurrar para baixo sobre o gelo. O gelo por sua vez empurra para trás fornecendo uma força para cima.

— Velocidade vertical, velocidade... — a garota começa a pensar, levando um susto ao observar uma garota na pista dando um belo e perfeito giro no ar, retornando com louvor à posição no gelo, como uma bela dança. Nicholas estava certo. Havia física ali. — E movimento angular... para o salto e o giro.

— E força de atrito. — ele olha para os patins dela, e volta a encontrar seus olhos, soltando um sorriso de lado. — Aprendi com a melhor das professoras.

— Não me deixe cair novamente. — ela pede, se perdendo no azul dos olhos dele.

— Não vou. — ele sussurra, sentindo seu peito se aquecer. Nicholas segura a outra mão dela, e acaricia seus dedos trêmulos por cima da luva branca de crochê que ela usava.

— Eu... eu estou conseguindo. — ela sorri, encantada ao ver seus pés se movendo. Seu sorriso aumenta. — EU ESTOU CONSEGUIN...

Maya não conseguiu terminar a frase feliz. Seus pés vacilantes escorregam, e ela apenas sentiu o impacto do seu corpo caindo sobre outro no chão frio e duro de gelo.

Seus olhos se abriram em susto ao ver que seu corpo estava em cima do de Nicholas, e antes que ela pudesse se desesperar com medo de tê-lo machucado, a gargalhada do garoto aqueceu seu coração. Ela gargalhou também.

— Oh meu Deus! Me desculpa. —  ela tentou dizer pela décima vez, gostando da sensação de vê-lo sorrir. Sem dúvidas, aquilo caía muito bem nele.

Naquele segundo, Maya percebeu que não conseguia mais esconder o que sentia e mentir para si própria. Ela estava perdidamente apaixonada por Nicholas Campbell, e pela curva do sorriso dele. Aquilo a assustou mais do que qualquer patinação no gelo.

— Eu acho que não será dessa vez que conseguirei te transformar na melhor patinadora de Atlanta. — ele disse, encantado ao vê-la sorrindo. Literalmente, o garoto desejou que aquele momento congelasse. Sua respiração ficou difícil quando ele percebeu que seus lábios estavam tão pertos do dela.

— Obrigada por tentar. — Maya sussurrou, também se dando conta da ridícula e mínima distância dos seus rostos. Ela percebeu que ele encarara seus lábios, e sentiu que seu coração fosse parar naquele exato instante.

Ela queria, queria aquele beijo, mas não conseguiu prosseguir. Não quando a imagem de Scoot a pedindo em namoro veio em sua mente junto com toda a confusão que estava em sua vida. Tudo estava completamente confuso. Em completo desespero, ela se afastou e tentou, em uma cena vergonhosa, sair de cima dele e se levantar sobre os próprios patins.

Nicholas tentou esquecer o próprio coração quebrado e a ajudou a se levantar, soltando um sorriso fraco e falando a frase que ele não queria dizer, mas sabia que era necessário.

— Vamos patinadora, eu vou te levar de volta pra casa.


Eles não conseguiram conversar na volta para casa, o que foi excessivamente estranho para ambos.

Se seus corações pudessem se escutar, descobririam que batiam no mesmo compasso.
Se o que os dois pensassem saíssem em pensamentos audíveis, ambos descobririam que o sentimento era recíproco, e que isso era uma completa loucura. As palavras não ditas os sufocavam, mas nenhum dos dois teve coragem suficiente para dizê-las.

Não as certas.

— Chegamos. — Nicholas solta, parando com ela na calçada. Samuel como sempre, esperava na cadeira de balanço, observando os dois de longe.

— Obrigada por hoje, e pelo globo de neve. Ele é lindo. — foi o que ela conseguiu dizer, segurando com carinho o pequeno globo entre as mãos e tentando não olhar diretamente nos olhos dele. Dizer que suas mãos estavam suadas por dentro da luva era detalhe.

— Não tem de quê. Sempre que precisar eu estou aqui. — ele diz, se repreendendo logo depois pelo que as palavras possam ter soado.
— Para te fazer cair no gelo, quero dizer. — ele tenta consertar fazendo uma piada e percebe que falhou miseravelmente. Droga!

— Claro. — ela sorri, pensando que estava criando coisas demais em sua mente. — Até depois...

— A vejo no baile? — ele pergunta, com as mãos enfiadas no bolso da calça. — Você deve ir com Scoot, é claro. — ele sorri sem vontade, se sentindo um completo idiota.

— Irei sim. — ela responde, esperando alguns segundos antes de sair.

Me convide para ir com você, ela suplica mentalmente uma última vez. Ele não disse mais nada. 

Maya saiu, e não viu a expressão de derrota de Nicholas ao se despedir. Ele também não conseguiu enxergar a dela.

— Boa noite, Campbell.

— Boa noite, Rose.


— Bonito globo de neve. — Samuel tentou puxar conversa, fechando a porta atrás de si quando Maya entrou.

— É.

— Filha, eu...

— Onde está a mamãe? — Maya olhou para os lados, engolindo uma saliva.

— Ela já foi. Você demorou de chegar e...

— Ok.

— Filha, vamos conversar.

— Porque o senhor fez isso? — Maya perguntou de uma vez, sentindo o nó aumentar em sua garganta. — Porque traiu ela?

— É o maior arrependimento da minha vida. — Samuel confessou, chegando perto da filha. — Eu e a sua mãe estávamos em uma fase difícil...

— Isso não é desculpa.

— Eu sei que não é. — ele olhou para baixo, sentindo o peito apertar ao ver o olhar magoado de Maya. — Foi por isso que eu não quis te contar, eu perdi sua mãe, não queria te perder também.

— O senhor nunca vai me perder, pai. — Maya chorou, o abraçando.

— Você não sabe o quanto é importante pra mim ouvir isso. — Samuel a abraçou de volta, sentindo o alívio de ter novamente a sua garotinha.

— Eu também ganho um abraço desse? — Hattie aparece da cozinha, assustando Maya.

— A senhora não tinha ido embora?

— Eu queria dar um tempo a você e seu pai primeiro. — ela diz, com as mãos enfiadas no sobretudo.

— Vá conversar com a sua mãe lá em cima, vou preparar um chocolate quente para vocês, está muito frio lá fora. — Samuel disse, indo para a cozinha. Maya assentiu e subiu as escadas com a mãe até o quarto. As duas entraram e fecharam a porta.

— Seu quarto mudou. — Hattie disse, observando alguns móveis novos. Quando olhou para cima e viu as pequenas estrelinhas no teto, ela sorriu. — Bom, nem tudo.

— Nós fizemos juntas, eu lembro disso. — Maya falou retirando as luvas e se sentando na cama. Hattie retirou uma foto da carteira, de um bebê e de um homem ao lado dela.

— Esse é o Peter, seu irmão.

— Quantos anos ele tem?

— 2 e meio. — Hattie sorriu, tocando o rosto do garotinho na foto. — E esse é o Anthony, o pai do Peter. Eu sei que você está com raiva de mim, mas filha, eu quis te procurar, tantas vezes... eu tive medo...

— Eu entendi, mãe.

— Não, você não entendeu. — Hattie chorou, guardando de volta a foto na carteira. — Depois que eu fui embora e deixei seu pai e você eu entrei em um quadro depressivo. Eu não podia cuidar de você porque eu estava péssima... fui a diversos psiquiatras e tomei vários remédios... eu não era mais a mãe que você conhecia. Eu conheci o Anthony no consultório do psicólogo, ele também estava mal porque havia ficado viúvo a pouco tempo, e então nós nos apaixonamos e, quando eu melhorei, a primeira coisa que eu fiz foi comprar a passagem para vir atrás de você.

— E o que aconteceu? — Maya perguntou, sentindo o coração se apertar.

— Eu descobri que eu estava grávida. — Hattie sorriu, derramando mais uma lágrima. — Foi uma gravidez tão difícil... eu passava mal o tempo inteiro, e os médicos me falavam o tempo inteiro que o bebê não iria resistir, eu fiquei apavorada novamente. Seu irmão nasceu prematuro de 6 meses e eu quase morri no parto, eu pedi a seu pai que não te contasse nada disso porque eu queria que você vivesse sua vida... se eu morresse você teria me perdido duas vezes, eu pensei que era melhor você acreditar que eu estava bem em algum lugar...

Maya a interrompeu a envolvendo em um abraço. As duas choraram. Depois de um longo momento entre as duas, Samuel bateu no quarto e entrou com as xícaras de chocolate quente. Não querendo atrapalhar mais, ele saiu tão rápido quanto entrou.

— Seu pai criou bem você. — Hattie tocou no rosto da filha, sorrindo orgulhosa. — Eu pensei em você todos os dias Maya.

— Eu também senti muito a sua falta, mãe.

— Como está na escola? — Hattie enxugou o rosto, sorrindo de verdade. — Como está Becca e a Amber?

— Becca está bem, a Amber... nós não somos mais amigas.

— Não? O que aconteceu?

— Longa história.

— E os garotos? — ela pegou na mão de Maya, vendo a filha arregalar os olhos. — Já beijou algum?

— Ainda não... — Maya confessou com vergonha. — Na verdade, Scoot me pediu em namoro, mas...

— O Scoot? — Hattie abriu a boca em choque.
— O Scoot filho do pastor John? Filha, você sempre sonhou com ele!

— Como a senhora sabe? — Maya a olhou sentindo o rosto arder.

— Eu li seus diários quando você era pequena, não me mate.

— MÃE! — Maya gritou e Hattie soltou uma gargalhada. Um barulho de algo caindo atrás da porta fez as duas se olharem. A garota se levantou de fininho e abriu a porta de uma vez, pegando Samuel no flagra.

— PAI! O senhor estava ouvindo atrás da porta?

— Eu... não... eu estava vindo trazer mais chocolate quente...

— Ah é? E onde estão as xícaras? — Maya cruzou os braços e o pai sorriu nervoso, coçando a nuca.

— Então você ainda não beijou ninguém filha, que notícia boa...

— PAI!

— Deixe a menina, Samuel! — disse Hattie, sentindo a barriga doer de tanto rir.

Assim, Maya, apesar da raiva pela situação constrangedora, se sentiu como a anos não se sentia. Em casa. Depois de mais um tempo com a mãe e após ter aceitado ir morar com ela durante a faculdade, Hattie foi embora e Maya passou o resto da noite vendo Tv e comendo pipoca com o pai.

Havia sido, estranhamente e ao mesmo tempo, o pior e o melhor dia da sua vida.

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