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Capítulo 29

POV do J.V.

Já era tarde da noite quando J.V. saiu do hospital acompanhado apenas por Aspen, já que Nath tinha decidido ir embora mais cedo com Angela e Érica havia ficado no hospital junto com os pais.

– Preciso lembrar de avisar à Olívia que está tudo bem, – Aspen comentou em voz alta, digitando alguma coisa em seu telefone. – vou fazer isso assim que chegar em casa. Ah, e tenho que dar uma olhada na matéria de hoje também. Você chegou a ir a escola?

Sabe se perdemos muita coisa?

Cansado, J.V. assentiu soltando um bocejo.

– Foi só revisão e correção de provas, – começou, sendo interrompido por mais um longo bocejo. Aparentemente, passar o dia inteiro tenso estava finalmente cobrando seu preço: J.V. estava exausto e pronto para dormir por uns dois dias. – não teve nada de novo, juro.

– Mesmo assim, eu devia pedir as anotações de alguns colegas só por desencargo de consciência. – anotando alguma coisa em seu celular, Aspen deu um suspiro antes de se voltar para ele. – E você, J.V.? Como é que você está?

Uma onda de sentimentos ameaçou sair de sua boca, a onda tão grande que J.V. teve de fazer esforço consciente para contê-la ao invés de cair no choro na frente de Aspen. Eram tantas coisas, tantos sentimentos juntos, ele nem ao menos conseguia explicá-los para si - como explicar para outra pessoa? Para Aspen?

Como explicar que ele se sentia aliviado por saber que Liam iria ficar bem e sem sequelas, mas que também se sentia um pouco culpado pelo amigo ter sido atacado quando estava se passando por ele - teria Liam levado aquelas facadas em seu lugar? Teria tudo aquilo sido culpa dele, no fim das contas?

Tudo aquilo havia acontecido por ele ter decidido enfrentar o destino, ter decidido que queria provar para o pai e para o mundo que era mais do que apenas um rapaz que tinha talento para futebol... mas não seria isso também de certa forma arrogância? Quantas pessoas no mundo não dariam tudo para terem seu talento natural? Não era, de certa forma, ingratidão à Deus? Sua recusa de aceitar e de seguir o caminho revelado a ele por seu dom?

Seria essa a sua punição?

J.V. nunca havia sido extremamente religioso, mas não conseguia evitar pensar dessa forma... e se, em sua arrogância e ingratidão, tinha sido responsável, mesmo que indiretamente, pela quase morte de um amigo tão bom como Liam... será que ele tinha o direito de continuar naquele caminho?

Ainda assim, embora todas aquelas incerteza flutuassem em sua mente, se sentia inseguro e incapaz de externar aqueles sentimentos para a garota ao seu lado.

Não era apenas que Aspen era bonita, ou que sempre parecia estar calma e composta – o que fazia com que outras pessoas a chamassem de fria ou arrogante, algo que ele já havia começado a notar não era exatamente verdade. Aspen era uma pessoa afetuosa, mas seus gestos de afeto eram pequenos, discretos e elegantes, como todo o resto nela.

J.V. a admirava muito por isso.

Já ele, bem, ele tinha sangue quente. Sempre acabava demonstrando os seus sentimentos e nunca conseguia fazê-lo muito bem – e, frequentemente, acabava se comportando como um... babaca, como Liam havia dito uma vez.

Liam...

Enfim, Aspen nunca parecia desconfortável com o silêncio – como agora, ela apenas caminhava ao seu lado com tranquilidade, como se estivesse apenas apreciando a brisa fresca da noite. Não o apressava, não o pressionava, não sentia a necessidade de preencher o silêncio com palavras vazias ou barulhos sem sentido.

Se ele era um ritmo incessante, Aspen era a pausa. Se ele era música, Aspen era o silêncio. Tão diferentes, tão perfeitamente opostos, tão...

Talvez fosse isso que o encantava tanto nela.

– Me sinto péssimo, – finalmente respondeu, decidindo ser honesto. Alguma coisa sobre a noite, o silêncio e simplesmente a presença de Aspen o convidava a se abrir. – se eu não tivesse inventado essa história toda...

– Nada ver. – Aspen meneou a cabeça imediatamente. – Ninguém tá livre da violência, infelizmente. Liam podia ter sido atacado a qualquer momento, indo fazer qualquer coisa. Claro que eu preferia que isso não tivesse acontecido, mas infelizmente é algo do qual nenhum de nós está livre. Você não tem culpa de nada.

J.V. deu um sorriso enviesado. Sentia uma espécie de prazer estranho ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de Aspen – era agradável, até mesmo prazeroso de certa forma, culpar o destino por tudo aquilo. Poder se pensar inocente. Se julgar livre de toda e qualquer responsabilidade pelo acontecido.

Era, de fato, tentador.

– J.V.? – Aspen questionou, seus olhos escuros se focando no rosto de J.V. – Você vai ficar bem?

– Claro, não me atacaram, – dando um suspiro, J.V. subitamente se sentiu extremamente cansado. – esse não é o momento de se preocupar comigo, Aspen...

– Bem, eu acho que consigo me preocupar com vocês dois ao mesmo tempo sabe? – Para a surpresa de J.V., Aspen afagou seu cabelo cacheado e riu. – Liam vai ficar bem, e você também vai. Não se deixe abater só porque existem idiotas no mundo, tá? É para isso que existem os amigos... e a polícia, nesse caso específico. Mas bem, você entendeu o que eu quis dizer.

Se despedir de Aspen foi particularmente difícil naquele dia.

Não apenas porque o silêncio que o seguiu até em casa foi particularmente perturbador, mas também porque ele simplesmente não queria ter que enfrentar a mãe e admitir que tinha sido o responsável (ainda que indireto) pela (quase) morte de um amigo.

Será que Liam o perdoaria?

Ainda que seu amigo não o culpasse, porém, ele sabia e reconhecia que se não fosse por ele... Liam não estaria ali...

Respirando fundo, abriu a porta e se arrastou para dentro de casa. Tudo o que ele queria era tomar um longo banho quente e dormir uma boa noite de sono... no dia seguinte, ele decidiria o que faria sobre toda essa situação.

No dia seguinte, sim, quando não estivesse se sentindo tão... cansado de tudo e de todos...

Bocejou enquanto fechava a porta atrás de si, indo na direção de seu quarto quando o som de um estalo o fez congelar.

Não foi nada extremamente alto ou escandaloso, não, foi apenas o som quase silencioso de um estalo que fez o corpo inteiro de J.V. ficar tenso e ele se virou.

– Ah, aí está ele! – A voz arrastada, os passos pesados e o cheiro forte de cachaça fez com que o estômago de J.V. se revirasse. – Nosso campeão; espero que você tenha uma boa desculpa para chegar a essa hora em dia de treino.

A voz de seu pai deixava claro de que, na opinião dele, essa "desculpa" simplesmente não existia. Nada que ele pudesse dizer seria o suficiente para convencê-lo, mas, de certo, não responder também não resultaria em nada bom.

– Um dos meus colegas de time está internado, – respondeu, decidindo que se conectasse Liam ao futebol, talvez, talvez sua reação não fosse tão—

– E isso lá é motivo para ficar passeando pela cidade ao invés de voltar para casa e treinar? Escuta aqui: eu te garanto, seus outros colegas de time estão treinando. Outros meninos da sua idade estão treinando. Você acha que vai conseguir manter o seu desempenho nos jogos se não der duro? Não me faça rir! – dando um tapa no ombro de J.V. que de certo tinha a intenção de ser afetuoso, mas que fez o rapaz cambalear, seu pai deu mais alguns goles em sua garrafa de cerveja antes de continuar – Ele não é seu companheiro de time, nem muito menos seu amigo. Agora, ele é seu rival, todos os outros jogadores são seus rivais até o contrato estar assinado, estamos entendidos?

– Sim, pai. – J.V. respondeu, sua mandíbula cerrada com força. – Vou tomar um banho agora e—

– Não é assim que se diz, – seu pai respondeu, estreitando os olhos. – escuta aqui garoto. Estou apostando alto em você, tem muita gente apostando alto em você, menino. Gente que não gosta de perder, entendeu? E eles estão apostando em você porque é meu filho e porque eu não sou daqueles que perde. Os Azevedo ganham tudo aquilo que eles desejam, meu filho, é quase uma tradição de família, entende? – dando mais uma risada alta e mais uma golada em sua cerveja, ele se voltou para o filho mais uma vez. – agora, me diga, filho. O que é que um vencedor faz quando ele escorrega? Ele se levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima! – cantarolou, parando abruptamente como se a letra da música fosse muito engraçada. E enfim, se voltou para o filho com um olhar que fez um arrepio percorrer a espinha de J.V. – e nesse caso, você sabe o que quer dizer, não sabe, filho?

– P-pai—

– Quer dizer, joga essa tralha aí em qualquer lugar e vai treinar. Treine até que você consiga fazer gols em seus sonhos, pouco me importa o que você tenha que fazer para conseguir isso, tá me entendendo? Vai lá e treina.

Havia algo no olhar de seu pai, algo que J.V. nunca havia visto antes. Um brilho estranho, uma obsessão, quase uma loucura...

Não querendo investigar mais afundo – ou, talvez fosse mais adequado dizer que com medo de investigar mais afundo – J.V. engoliu em seco e saiu de casa mais uma vez, se preparando para treinar até que seu pai ficasse satisfeito, ou fosse dormir ou...

Os latidos contentes de seu cachorro o receberam no quintal – bem, pelo menos alguém parecia genuinamente feliz em lhe ver. – e J.V. parou para afagar a cabeça do cachorro.

– Sabe Pombinho? Eu to ferrado. – falou, se levantando e pegando a bola. Como se aquele fosse o sinal para o início da brincadeira, Pombinho latiu alegre e correu atrás da bola. – Toda vez que eu acho: não, agora já deu. Cheguei no meu limite. Vem alguém e me conta, então, J.V. As coisas pioraram. É incrível que, em apenas uma semana, as minhas definições de limites já foram mais atualizadas do que o antivírus do meu computador foi no último mês.

Como se entendesse que o seu humano precisava de conforto, Pombinho deixou a bola de lado e se aproximou dele, gentilmente esfregando sua cabeça em sua mão, como quem diz " me faz um cafuné, humano. Vai fazer o seu dia ficar melhor."

Rindo do bichinho, J.V. se abaixou para fazer carinho em seu cachorro, que entendeu o fato de que o seu dono se ajoelhar ao seu lado significava que 'estava tudo liberado' e imediatamente pulou em cima dele para enchê-lo de afagos que finalmente arrancaram uma gargalhada de J.V.

De certa forma, Pombinho sabia exatamente o que J.V. estava precisando naquela noite.

– NÃO ESTOU OUVINDO A BOLA BATER NO GOL! – o grito de seu pai, claramente alterado pela bebida, fez com que a alegria momentânea no rosto de J.V. sumisse.

– ESTOU TREINANDO PASSES! – mentiu, um arrepio percorrendo a espinha quando a casa voltou, mais uma vez, a ficar em silêncio.

Era um silêncio estranho. Um silêncio tenso. Um silêncio... frio.

E foi então que J.V. percebeu, finalmente, que durante toda a sua interação com seu pai em nenhuma vez, por nem um instante, ele tinha visto a sombra de sua mãe.


N/A: Olá meus amores!

Queria agradecer a cada um de vocês que lê, deixa seu voto e seu comentário aqui! Me entusiasma muito a continuar, de verdade <3

Por mais que às vezes eu demore para responder os comentários (porque eu sou a lerdeza em pessoa hahaha) vocês podem ter certeza de que eu leio cada um deles *---* muito obrigada!


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