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Capítulo 22


POV do J.V.

O dia do jogo chegou para J.V. sem grandes expectativas. Não se sentia nervoso, em parte por estar confiante da vitória de seu time e em parte (provavelmente a maior parte, se ele estivesse sendo honesto), por estar tão nervoso para a apresentação no Show de Talentos que mal conseguia pensar em outra coisa.

É claro, a chegada de seu pai naquele dia – batendo a porta com uma pancada tão alta que ele ainda estava surpreso de que não havia deixado uma marca na parede – carregando consigo o cheiro forte de cerveja e a sua voz alta e empolgada falando sobre o jogo daquele dia com alguém no telefone não havia sido uma forma agradável de acordar naquele sábado.

O longo discurso sobre tudo o que ele ganharia após esse jogo – fama, contatos, progresso em sua carreira, etc e etc.

De fato, o seu pai estava tão animado que levantou da mesa da cozinha onde fazia companhia a J.V., abriu a geladeira e pegou uma latinha de cerveja e, surpreendentemente, abriu a gaveta ao no armário ao lado da geladeira para pegar um dos cigarros caros que ele guardava para ocasiões especiais.

– Você vai ver, J.V.! Primeiro, você vai levar o nome desse timezinho de meia tigela para o estado inteiro, depois, para o país e enfim, para o mundo! Meu filho vai ser o próximo Neymar, disso eu tenho certeza. – rindo alto, ele bateu na mesa algumas vezes antes de continuar se gabando sobre toda a glória que J.V. traria para a cidade... enquanto J.V. tentava engolir o shake de proteína que parecia ser composto de pedras.

Cada palavra que ele falava, J.V. se sentia mais e mais nervoso: e se o plano deles desse errado? Agora que a hora H estava chegando, parecia que ele estava fazendo uma baita loucura. Talvez ele fosse muito influenciável, mas quando estava ouvindo Nath lhe explicar o plano, e todas as vezes que os seus amigos o reforçavam, sempre parecia algo muito razoável, algo muito possível, algo que certamente funcionaria.

Mas agora, sozinho na cozinha com seu pai e com a hora de botar o plano em prática se aproximando cada vez mais, J.V. só conseguia pensar em tudo que daria errado.

E se seu pai desconfiasse da mentira? E se a sua mãe não conseguisse fingir bem? E se ele decidisse segui-los até o hospital, ou pior, decidisse levá-los até lá? E se alguém os visse e ligasse para comentar com o seu pai? E se alguém o reconhecesse e, J.V. engoliu em seco, decidisse filmá-lo em cima do palco e mandar para o seu pai?

Esse seria o seu fim.

Todo aquele medo e aquela ansiedade tornaram o seu café da manhã daquele sábado particularmente difícil de engolir.

– Hoje o meu garoto vai colocar a primeira letra do nome dele no mundo. – O abraço do seu pai o despertou dos seus pensamentos, e J.V. forçou um sorriso. – Tô tão orgulhoso de você, filho.

J.V. sentiu uma onda súbita de náusea e respirou fundo, se forçando a manter o sorriso.

Tá tudo bem, ele pensou, respirando fundo mais uma vez. Vai ficar tudo bem.

*

– Sabe, eu sabia que a gente ia ganhar, mas de cinco a zero? – Liam sacudiu a cabeça. – Putz, eu tô com pena dos caras.

Os seus colegas de time riram enquanto se ouvia um abrir e fechar de armários. Os vestiários pareciam estar sempre uma zona, uma fumaça quente de vapor começando a aparecer enquanto alguns colegas de time iam tomar banho, chuteiras e meias espalhadas pelo chão aqui e ali e alguns jogadores checando seus celulares e jogando conversa fora enquanto aguardavam a sua vez de usar os chuveiros.

Eles estavam se organizando para comemorar a vitória – o que aconteceria em uma pizzaria, não muito distante dali – e, e claro, fofocando sobre as suas vidas fora do campo de futebol, algo que acontecia com mais frequência do que qualquer um deles admitiria em voz alta.

– Não é fofoca, é apenas uma troca de informações, – Liam tinha argumentado um dia desses, quando J.V. estava reclamando que ele não queria saber quem estava pegando quem na escola, – por exemplo, se você estiver gostando de alguém, pode deixar seus amigos saberem para que ninguém dê em cima daquela pessoa.

O que, obviamente, era o que Liam tinha feito com Olívia.

Mas isso incomodava J.V. ligeiramente, até porque, de certa forma, ele achava que era a garota em questão que devia decidir se queria ou não sair com o cara em questão, e não eles decidirem por trás dela.

Por outro lado, se o cara realmente gostasse da garota em questão, dificilmente um papo no vestiário seria o suficiente para fazê-lo realmente desistir dela...

Ainda assim aquele tipo de conversa o deixava desconfortável, então naquele dia quando o assunto começou a se focar na história de um dos seus colegas de time que descobrira, recentemente, que tinha sido traído e estava se preparando para dar o troco na namorada - ou seria a ex? - J.V. viu a sua atenção se desviando.

– Sabe, eu não entendo por que o Douglas não só termina com ela. – Liam comentou, sentando ao lado de J.V. – Ela traiu, foi errado, ele ficou arrasado... mas por que raios ele vai arrastar outra pessoa inocente para essa história toda?

– Essa é uma boa pergunta. – J.V. concordou, soltando um suspiro. – Não sei, ela errou, mas será que justifica a vingança? Não é como se ela ainda gostasse dele, afinal de contas, se gostasse, não trairia. Isso só vai machucar uma terceira pessoa que não tem nada a ver com isso.

Liam chegou a abrir a boca para continuar a conversa quando a porta do vestiário se abriu e, por ela, passaram o seu pai e mais dois adolescentes, aparentemente próximos a sua idade.

– João, filho, vem cá. – Ele chamou, e J.V. se viu respirando fundo. Seu pai quase nunca vinha ao vestiário, mas, quando vinha, raramente era por um bom motivo.

Tentando dar apoio ao amigo, Liam deu uns tapinhas nas costas dele e pegou o celular, abrindo um largo sorriso no segundo em ue a tela acendeu.

Curioso para saber o que tinha acontecido – céus, será que ele também estava sucumbindo à fofoca? – J.V. se levantou e foi atender ao chamado do pai, se confortando com o pensamento de que perguntaria a Liam depois.

E eis que um novo fofoqueiro surge em Felicidade, pensou, quase rindo até ver a expressão no rosto do pai.

Eita., pensou, revendo mentalmente no mesmo instante tudo o que tinha feito em campo, e fora dele, para tentar encontrar um motivo para o pai estar com aquela cara.

– J.V., quero te apresentar o Antônio e o Felipe. – começou, apontando para os dois rapazes. – o Antônio já está no time de base do Flamengo por alguns anos, vai ser seu colega se nós decidirmos que você vai para lá. Ah, o Felipe aqui está no Botafogo, e tá se destacando bastante por lá. Pode acabar sendo seu colega também.

– Ah, é um prazer. – respondeu, sem graça, recebendo apenas acenos em resposta. Eles eram, provavelmente, os novos jogadores que o seu pai estaria empresariando, mas isso não justificava a cara de raiva do seu pai. – Tá... tudo bem?

– Tudo ótimo filho, você arrasou, como eu sabia que arrasaria, é claro. Tenho olho para essas coisas, – continuou, massageando as têmporas com força. – os seus companheiros de time são uma porcaria, mas isso era de se esperar de um timezinho de quinta categoria de uma cidadezinha do interior como essa. Mas isso só confirma o que eu já sabia, que tá mesmo na hora de você alçar vôos maiores. Arg, e essa maldita dor de cabeça que não passa...

– Melhor voltar para o hotel então, senhor. – sugeriu o rapaz, J.V. tinha quase certeza que era o Antônio. Ele era magro, quase franzino, e muito alto.

– Até porque o rapaz aqui deve estar querendo comemorar. – O outro rapaz, o que parecia se chamar Felipe, deu uma risadinha alta e carregada de duplo sentido. – Merecido, é claro. Ótimo jogo.

– Obrigado. – J.V. respondeu de forma seca, se esforçando muito para não revirar os olhos até porque teoricamente, teoricamente, o rapaz não havia dito nada de errado.

Às vezes, era o próprio J.V. que estava interpretando mal.

– Vou indo, então J.V. Tenho certeza de que você vai achar o seu caminho para casa. – seu pai respondeu, sua voz também carregada de duplo sentido. – Até por ver a Nath na arquibancada. Ela deve estar te esperando para 'comemorar' com você.

Os três riram e J.V. subitamente teve a vontade de esfregar a cara dos três na parede.

Sério isso?, pensou, olhando para o céu. Só o meu pai não bastava não?

– Essa é a melhor parte de se jogar futebol e, deixa eu te contar, meu amigo... depois que você entrar no flamengo, as coisas só melhoram. – Antônio deu uma piscadinha conspiratória e sorriu. – Acho que vemos você por aí.

– Claro. – J.V. disse, acrescentando ''não se eu ver vocês primeiro' mentalmente. – Até mais.

Aguardando até que eles saíssem do vestiário, J.V. voltou para o banco onde Liam ainda tinha um sorriso idiota no rosto enquanto digitava no seu celular e se sentou novamente ao lado dele.

– Dá para acreditar?

Um grupo de seus colegas de time saiu dos chuveiros, suas vozes altas preenchendo o vazio entre eles subitamente.

– Que o seu pai não é o único babaca do mundo? É claro, – Liam respondeu em um tom de voz baixo, enquanto digitava algo rapidamente em seu telefone. – e é natural que pessoas que são babacas gostem de ser babacas juntas. Para ser honesto, eu ainda fico surpreso de ver o quão legal você é. Deve ter puxado o lado da sua mãe.

E, com essa conclusão, Liam deixou um J.V. congelado no seu lugar e saiu, colocando o celular dentro do armário e pegando uma pilha de roupas, seguindo enfim rumo aos chuveiros enquanto assobiava uma música.

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