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Capítulo 11


POV do Enzo

Ele precisava sair dessa enrascada.

Já tinham vinte e seis horas, quarenta e sete minutos e trinta e três segundos desde a última vez que ele tinha checado o seu Instagram. Suas mãos estavam coçando, seus olhos estavam ardendo e ele subitamente tinha uma onda de energia que ele simplesmente não sabia onde gastar.

O que será que estava acontecendo?

Enzo Mendes não se considerava uma pessoa viciada nas redes sociais, nem muito menos em seu celular, não, nada disso. Ele simplesmente gostava de estar bem informado.

Por que é que seus pais simplesmente não conseguiam entender isso?

Ok, talvez ele realmente devesse ter se lembrado de fazer a lição de matemática e talvez ele tivesse esquecido completamente do trabalho de geografia. Talvez a terapeuta estivesse certa e ele realmente precisasse usar de meios físicos para conseguir se concentrar melhor no mundo ao redor dele.

Mas quem é que usa agenda de papel hoje em dia?

A agenda de papel não tinha lembretes, não tinha memes engraçados nem mesmo lhe avisava qual seria o novo filme da Marvel ou quem estava fazendo aniversário hoje.

Ela era tão... tão sem graça.

Batendo o pé no chão, Enzo se virou para encarar as outras pessoas na sala. Estava no intervalo, mas ele não tinha fome... nem com quem conversar.

Porque todo mundo está nos seus telefones, pensou, abaixando a cabeça na mesa. O que é que os meus pais estavam pensando com esse castigo?

Suas mãos estavam formigando e, irritado, Enzo começou a bater os pés no chão no ritmo de "Smoke on the Water". O que os meus pais estavam pensando?

Não é como se ele não tivesse amigos, não, ele não era tão estranho assim. Ele tinha amigos, vários amigos... como, por exemplo...

Ergueu os olhos e viu Liam e J.V. conversando na porta da sala, Liam tinha em suas mãos uma bola e parecia estar querendo convencer J.V. a jogar. Aqueles dois, bem, eles eram seus amigos, disso ele tinha certeza. Conversava com eles o tempo todo online.

Bem, talvez não o tempo todo, todo, Enzo se corrigiu, se contorcendo na cadeira e tamborilando os dedos na perna no mesmo ritmo da música. Mas pelo menos uma vez por dia... ou por mês... ou, bem, de vez em quando a gente troca alguns memes.

Eram sempre memes bem engraçados, então de certo eram amigos... mas eles gostavam muito de esportes e Enzo... bem... ele não gostava muito.

Mas eu gosto de Fifa e isso é, tipo, a mesma coisa né?

Além disso, ele e Liam estavam trabalhando na Feira de Ciências juntos... podia aproveitar a chance e perguntar se havia alguma coisa que ele precisava fazer, já que, claramente, ele havia perdido acesso ao grupo no WhatsApp.

Ponderou se devia ir conversar com eles, mas os dois saíram da sala antes que ele tivesse a chance. Soltando um suspiro de frustração, Enzo se espreguiçou na cadeira e ficou lá, meio largado, batendo os pés um contra o outro.

Quanto tempo até que o intervalo acabasse?

Ele não sabia porque, como não tinha um celular, não tinha um relógio. Querendo gritar de frustração, Enzo se inclinou de volta sobre a mesa e fechou os olhos.

O intervalo geralmente não dura muito tempo... é o quê 30 minutos? 30 minutos não são nada.

Então por que raios não acaba?

Frustrado, irritado, querendo arrancar os cabelos de raiva - mas não podendo, já que tinha que trabalhar mais tarde - Enzo soltou um suspiro e começou a contar até dez.

Se ele não conseguisse o seu celular de volta, ele ficaria louco.

*

— Então eu vou mandar os detalhes para você por direct, ok? — Isabela, a secretária da sua contratante que estava acompanhando o ensaio de fotos o informou e Enzo quis gritar.

— Tudo bem, — sua mãe, que também era sua empresária, assentiu, dando um sorriso amigável e ignorando o olhar irritado do filho. — já temos uma data para o próximo ensaio?

— Ah, já está quase tudo certo, eu só estou aguardando a resposta do dono do sítio confirmando a nossa reserva e eu vou confirmar com vocês.

— Maravilha! Mal podemos esperar, não é mesmo, filho?

Lançando um olhar irritado para mãe, Enzo se virou e imediatamente abriu um largo sorriso para Isabela, ligando o que ele chamava de 'modo profissional'.

— Claro. Trabalhar como o garoto propaganda de uma marca tão incrível como a Zarco é um motivo de grande orgulho e alegria para mim, estou sempre ansioso e animado para nossos próximos trabalhos.

Enquanto a sua mãe terminava de agradar a representante da marca e se certificava de manter o seu contrato com eles válido, Enzo ia para o camarim para poder tirar a maquiagem e se preparar para ir para casa depois de um longo longo dia de trabalho.

Não é que ele não gostasse do trabalho — ele o adorava. Nem ao menos se lembrava da sua vida sem o seu trabalho, adorava gravar as pequenas propagandas e tirar as fotos, adorava os desfiles e passarelas, adorava conversar com o seu público e gravar os vídeos para o seu canal no YouTube. Brincar com poses, luzes e cores podia ser tedioso para a grande maioria, mas para Enzo era simplesmente divertido.

Adorava a parte da criação, os questionamentos de como arrancar essa ou aquela reação de seu público. Será que o tom de sépia ressaltaria o humor ácido desse vídeo? Ou será que o preto-e-branco seria uma opção melhor? Será que se enfatizasse essa ou aquela palavra ele tocaria mais o coração de seu público? Como transformar uma cena cômica em uma cena dramática e vice e versa?

Esses questionamentos o fascinavam.

O problema era que, fazer essas coisas, fazer a sua arte demandava tempo, tempo que ele largamente passava em frente do celular, não apenas criando os seus vídeos e posts como também interagindo com o seu público para descobrir o que dava certo e o que não dava... Mas depois que os seus pais colocaram na cabeça que ele estava passando muito tempo no celular, Enzo simplesmente não sabia como agir.

Não era como se ele simplesmente conseguisse desligar: seu cérebro, sua mente estava sempre trabalhando — do momento em que acordava e dava bom dia aos seus seguidores, em todo e qualquer segundo de folga onde ele ia ler os comentários do seu último vídeo no YouTube ou ia checar suas mensagens e a sua agenda...

— Isso não é saudável, Enzo — sua mãe havia lhe dito, depois que a pedagoga da escola a havia chamado para conversar. — Eu sei que você ama o seu trabalho, mas você ainda é jovem. Precisa focar nos seus estudos, e na sua vida real também.

Mas será que ela não entendia que aquela era sua vida real?

As fotos, as gravações, as mensagens... aquilo era sua vida real, e não a escola, com os professores e aqueles colegas a quem ele mal conhecia. Será que ele já tinha se divertido com alguém?

— Enzo? Já está pronto, filho?

Passou a mão pelos cabelos, pegou a mochila e saiu, dando um sorriso cansado para mãe.

— Já. Vamos para casa, mãe. — respondeu, caminhando na sua frente.

Não estava com raiva dos seus pais... não de verdade. Enzo sabia que eles só queriam o seu bem, mas... ele só estava tão, tão, TÃO entediado.

Conformado, Enzo tentou se distrair olhando pela janela do carro enquanto sua mãe dirigia de volta para casa. Eram as mesmas paisagens, as mesmas ruas, as mesmas pessoas de sempre.

Os problemas de se morar numa cidade pequena.

Sem que Enzo se desse conta, começou a bater os pés no chão do carro mais uma vez, ao mesmo tempo que suas mãos brincavam com o fecho da mochila.

Que tédio, que tédio, QUE TÉDIO!

— Enzo, — sua mãe chamou sua atenção, fazendo com que ele se virasse para encará-la. — você já fez a sua lição?

Soltando um suspiro, Enzo assentiu - tinha feito toda a lição de casa nos intervalos das fotos, já que tinha que ficar parado para que os cabeleireiros e maquiadores fizessem o seu trabalho.

Agora nem isso teria para fazer quando chegasse em casa...

Quem diria que haveria o dia em que eu ficaria triste por não ter mais lição de casa, pensou, mal-humorado.

Soltando um suspiro, a mulher afagou o cabelo do filho.

— Tudo bem, então eu vou devolver o seu celular.

Como se ela tivesse dito que estaria dando ao seu filho cinco milhões de reais, o menino imediatamente se virou na sua direção e arregalou os olhos.

— Jura?!

Rindo, ela assentiu.

— Sim, sim. Coloquei um aplicativo nele que vai limitar o tempo que você poder usá-lo, então use com sabedoria. — ainda rindo, ela terminou de estacionar o carro na garagem antes de acrescentar. — Você é um bom filho, Enzo, só precisa aprender a dividir o seu tempo com outras coisas também. É para o seu próprio bem, — começou, mas Enzo já havia parado de prestar atenção.

Ele havia conquistado o celular de volta, graças aos céus.

*

Entrando no seu quarto com o celular nas mãos, Enzo fez uma grande performance erguendo o celular acima de sua cabeça com as duas mãos tal como se o telefone fosse o Simba e o quarto, seu reino.

Soltando uma alta gargalhada, Enzo se largou na cama e abraçou o aparelho com força, dando um largo sorriso: finalmente.

A primeira coisa que fez foi abrir o aplicativo do YouTube e passar os próximos trinta minutos dividindo o seu tempo entre ver vídeos de bichos fazendo coisas engraçadas e responder os seus comentários.

Ah, como era bom estar em casa!

Após ver um vídeo particularmente engraçado de um guaxinim tentando lavar um grande pedaço de algodão-doce, caiu num vídeo do Show de Talentos de Felicidade.

— Ah, mágica. Mágica é sempre legal. — murmurou, assistindo à apresentação e deixando um like no final do vídeo.

Caindo no buraco negro do Show de Talentos, Enzo decidiu brincar de ser juiz do concurso e começou a assistir os vídeos dos participantes.

— Não, cara. Essa menina claramente tá fora do tempo, dislike. — murmurou, meneando a cabeça. — se você vai competir em um show de talentos como dançarina, tem que dançar no ritmo da música, cara.

Passou por mais um pianista — brilhante, mas chato — alguns grupos de dançarinos — alguns bons, outros péssimos — e alguns shows de mágica depois — definitivamente os favoritos de Enzo, o like era quase automático — era finalmente hora de dormir.

Soltando um bocejo, Enzo estava quase desligando o celular quando algo o chamou a atenção.

Aquele era o J.V.?

Olhos arregalados, Enzo clicou no vídeo. Cenário simples, iluminação precária, filmagem tremida...

Mas aquela era a voz do J.V.?

— Hm. — Enzo murmurou, coçando o queixo. J.V. cantava bem, concluiu, se virando na cama. Mas será que merecia o seu like?

Esteticamente falando, aquele era um dos vídeos mais mal produzidos que ele já tinha visto... de fato, era quase uma ofensa para seus olhos.

Mas...

Não podia culpar J.V., afinal de contas, nem todas as pessoas do mundo podiam ter o seu dom como editor de vídeos. De fato, ele tinha certeza de que podia até mesmo melhorar aquela piada de vídeo apenas com alguns minutos e um bom editor de vídeo e, por sorte, ele tinha os dois.

Começou a digitar uma mensagem para J.V. pedindo o original do vídeo quando algo o fez parar.

Não seria mal-educado simplesmente pedir o vídeo e editá-lo até que virasse uma obra de arte sem nem ao menos dar um like?

— Hm.— Enzo se virou de novo na cama, soltando um suspiro e apertando o botão de like. Tinha que dar like, J.V. era seu amigo, não é mesmo? E amigos precisavam se apoiar em coisas desse tipo.

Ainda que fosse uma ofensa para todos os vídeos do universo chamar aquilo de vídeo.

De qualquer forma, J.V. era um amigo, e amigos deviam se ajudar, certo? Se ele estava pensando em competir no show de talentos, ele ia precisar ser um show para começo de conversa... e só o fato de tocar violão e saber cantar, bem, não ia garantir a vitória dele.

Talvez ele devesse explicar para J.V tudo o que estava errado com seu vídeo.

De certo, uma boa crítica construtiva seria uma excelente ajuda para seu amigo, certo? E seria melhor do que simplesmente pegar o vídeo e tentar torná-lo maravilhoso — até porque, por mais que ele realmente fosse um grande editor de vídeos ele não podia fazer milagres — e tinha certas coisas que, para corrigir, só regravando mesmo.

Decidido que este realmente seria o melhor caminho, Enzo estava a ponto de começar a tecer um comentário explicando tudo o que J.V. precisaria melhorar para vencer a competição quando o celular ficou com uma tela roxa e a frase" É hora de um descanso!" apareceu em letras garrafais brancas e, após piscar algumas vezes, a tela do telefone apagou.

Paciência, pensou irritado, colocando o telefone na mesa de cabeceira. Vou ter que falar com ele amanhã.

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