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Lembranças afogadas

Passos eram ouvidos entre uma pequena parte do centro da floresta densa, a lua logo deixaria que sua presença entre as estrelas fosse notada, que quase não eram visíveis no céu alaranjado. Kim Taehyung estava atrasado para chegar em sua casa na pequena vila escondida entre as montanhas. O pequeno garoto de treze anos corria entre as árvores, havia se perdido durante o início da tarde enquanto colhia algumas frutas silvestres e quando se distraiu com uma bela borboleta azul, mas felizmente achou o caminho a trilha de volta há algum tempo, mas ainda estava distante da vila. Por isso corria, estava preocupado com as broncas que receberia do líder de seu povo e com as pessoas que o considerava ser da família.

Suas — ainda pequenas — asas balançavam junto ao seu corpo ao desviar-se de árvores e galhos, até poderia voltar para o seu lar voando, se já tivesse aprendido a usá-las. Os Thanagarianos, a espécie de Taehyung, os de homens meio pássaros, só aprendem a utilizar suas sagradas asas quando completam quinze anos e ao participarem de um ritual, onde também descobrem qual área de participação de sua vila lhe seria designado. E aos quinze anos as asas já estariam maiores e mais fortalecidas, assim iriam suportar melhor o peso do adolescente e a resistência do ar.

Perto de chegar na entrada de sua vila o Kim viu uma caverna ao longe, onde uma luz azulada irradiava de lá, distraiu-se brevemente e sem notar mudou o seu trajeto em direção à caverna. Estava fascinado por aquela luz, era algo diferente do seu convívio, conhecia apenas aquela tão comum luz avermelhada do fogo, mas alguns anciões contavam histórias às crianças de que as luzes azuis acompanhavam pessoas destinadas aos que a encontravam ou que são espíritos ancestrais que estavam lá para guiar. Quando se aproximou conseguiu ouvir uma voz calma e melodiosa do lugar, soava infantil, mas não deixava se ser encantadora e hipnotizante ao Kim.

Ao entrar na cavidade natural rochosa viu um outro garoto moreno dentro da água calma e cristalina. Aquela gruta era interligada com o mar, então aquela água era puramente salgada, mas com um diferencial: ela era brilhante e quase translúcida. Os raios solares que se infiltraram por algumas frestas do teto desregular, refletiam na água límpida e deixavam o ambiente muito mais caloroso e confortável de se estar, também dava um ar mágico e diferencial. O som da voz daquele garoto ecoava pelo local, aquilo sim era mágico aos ouvidos de Taehyung, a melodiosa voz acalmava seu coração e limpava sua mente.

O outro garoto estava tão distraído cantando lindamente e movendo seus braços sobre a água, que nem notou Taehyung entrando sorrateiramente na cavidade rochosa e se aproximando com cautela. Se sentou em uma pedra próxima apenas para poder observar melhor o garoto na água, mas ao se concentrar apenas nele, percebeu que ao invés de pernas o menino tinha uma cauda. Logo lembrou-se que as sereias estavam há um tempo por aquelas "terras", mas que a migração daquele grupo logo daria início.

— É um tritão... — sussurrou para si mesmo. Taehyung não queria assustar o que parecia mais novo, mas sua voz ecoou altamente pela gruta e acabou chegando aos ouvidos do garoto distraído.

O garoto na água se assustou com o Kim, virou-se rapidamente e o olhou com os olhos arregalados e ao ver as asas escondidas atrás das costas de Taehyung relaxou levemente. Não era um humano, então poderia ficar um pouco mais calmo, mas continuaria hesitante com aquele que não sabia a espécie.

Um medo mútuo entre todos os habitantes daquela ilha e uma regra entre todas as vilas e tribos era: nunca ser visto ou ter qualquer contato com um humano. Pois, caso algo do tipo ocorresse, as tribos deveriam e iriam expulsar quem fosse flagrado, era quase como se tornasse a pessoa impura.

— Quem é você? — perguntou o jovem tritão com um tom baixo. Nadou para ficar um pouco mais distante, mas com os olhos atentos no Kim, analisava-o por inteiro, desde as penas amarronzadas de suas asas aos seus pés descalços e sujos.

Taehyung se levantou da pedra em que estava sentado e foi para mais perto da água, ele sentia vontade de entrar lá, onde parecia estar tão quentinho e confortável, mas tinha medo, pois não sabia nadar, quase ninguém de sua vila sabia. Então, decidiu se sentar na areia da borda e colocar seus pés dentro da água, para aproveitar aquela água tão gostosa e ficar ainda mais perto do amorenado, mesmo que ele tenha se distanciado a cada passo que havia dado.

Estava curioso sobre o pequeno tritão, já que nunca havia tido algum contato com alguém dessa espécie e conhecia poucas pessoas com a idade parecida com a sua, era uma das únicas crianças entre as pessoas de sua vila.

— Meu nome é Kim Taehyung, mas pode me chamar de Tae — disse calmamente encarando o outro. — Qual é o seu nome?

O tritão lhe olhou desconfiado, mesmo assim aproximou-se até ficar ao lado dos pés do Kim, se concentrou na areia fofinha ao apoiar seus braços na borda e passou a fazer desenhos aleatórios com os dedos. Mas depois de um tempo pensando se deveria ou não conversar com um estranho, desviou sua atenção a um jovem thanagariano envergonhado, finalmente respondeu:

— Me chamo Jeon Jungkook, mas pode me chamar de Jeongguk — disse num tom extremamente baixo, se não fosse o silêncio e o eco que a caverna proporcionou, Taehyung não teria escutado.

O Kim sorriu, viu como o mais novo estava hesitante com a sua presença, então tentaria ao máximo mostrar que não era nenhuma ameaça. Não eram só os humanos que deveriam temer, ainda existiam guerras entre alguns povos da ilha. Aproximou-se um pouco para poder esticar seu braço para alcançar os fios pretos — com algumas mexas azuis — do pequeno Jeon, mas acabou recebendo um tapa em seu braço. Não foi algo que machucou, mas o barulho estalado soou por todo o lugar, resultando em duas crianças de olhos arregalados. Taehyung só estava curioso com as duas tonalidades no cabelo do mais novo, já que não via aquilo todos os dias, naquele momento não passou pela sua mente que, talvez, estivesse sendo invasivo.

O garoto meio pássaro chacoalhou suas asas, já que a umidade do local estava as deixando um pouco pesadas e as penas úmidas. Penas e água não são uma combinação muito boa. O movimento chamou atenção de Jeongguk, que se esticou para vê-las melhor. Também era a sua primeira vez vendo uma pessoa de outra espécie, por causa das migrações costumeiras que deveria fazer, apenas tinha contato ao longe e de forma discreta com humanos. Às vezes passavam ao lado dos enormes navios saqueadores.

Taehyung, percebendo o olhar focado do Jeon em suas asas, se virou de costas para o garoto. Faria algo incomum e que, de certa forma, era proibida entre o seu povo: iria deixá-lo tocar suas asas, o que poucos podiam, já que apenas cônjuges e pais podiam tocar. A ação era íntima e particular, mas o Kim não se importava muito com este costume, pois amava receber carinho em suas penas amarronzadas e receber toques nelas era raro para si, já que era órfão e vivia com o chefe de sua vila, que não lhe muita atenção por ser muito ocupado. Convivia muito com as outras pessoas, mas a maioria tinha um olhar estranho sobre si, apesar de nunca o terem destratado.

— Pode tocar, se quiser... — murmurou. Dobrou suas pernas contra o peito e deitou a cabeça sobre os joelhos levemente ralados, algo costumeiro por si, já que vivia se aventurando por entre as árvores. Relaxou bem as suas asas para que não assustasse o outro garoto com algum espasmo involuntário.

— Posso mesmo? — questionou baixinho mantendo a sua destra estendida perto das penas amarronzadas, curioso e ao mesmo tempo hesitante.

— Pode sim, eu gosto... — Fechou seus olhos ao sentir os dedos do Jeon se infiltrarem por entre suas penas. Suspirou baixinho com o carinho gostoso e caloroso, algo extremamente inocente e cheio de curiosidade.

Jeongguk continuou a brincar com as asas do mais velho, mas parou seus movimentos ao ouvir o outro resmungar algo baixinho. Se preocupou ao achar que havia o machucado, sem querer.

— Eu te machuquei? — Passou a palma da mão onde mexia anteriormente, tentando de alguma maneira amenizar a dor que o Kim poderia estar sentindo e arrumando as penas que ficaram bagunçadas com o carinho.

— Não machucou, não precisa se preocupar com isso. É que estava muito gostoso. — Sentiu suas bochechas esquentarem por causa do resmungo que acabou soltando, escondeu seu rosto contra os seus joelhos e esperou até que a queimação sutil em seu rosto passasse. Se virou em frente ao Jeon e abraçou suas pernas novamente, focou seus olhos na areia tentando fugir do olhar curioso do pequeno tritão.

— Já que você me deixou tocar suas asas, eu deixo você tocar a minha cauda — disse de maneira simples. Colocou força em seus braços e se sentou na borda deixando apenas a ponta de sua cauda dentro d'água. — Só tome cuidado, por favor. Assim como acredito serem as suas asas, minha cauda também é muito sensível.

O Kim assentiu rapidamente, estava ansioso para tocar aquelas escamas azuladas e levemente esverdeadas, com alguns reflexos discretos, as escamas pareciam brilhar. Nunca tocou nenhum tritão ou sereia na vida, nem ao menos os via de perto, apenas os observava bem de longe e ouvia histórias sobre eles. Se aproximou de Jeongguk e levou seus dígitos até as escamas com uma delicadeza sem igual, a textura era estranha para si, mas não era ruim.

Nem tudo que é estranho ou diferente é ruim. Às vezes o diferente é incrivelmente bom.

— É estranho... mas não é ruim — disse e se afastou um pouco para poder olhar o rosto do mais novo de uma forma melhor. As bochechas naturalmente levemente coradas, os olhos azuis escuro e quase negros, o cabelo úmido e os lábios levemente arroxeados. Ele parecia estar com frio.

Taehyung finalmente notou a discreta tremedeira do corpo do Jeon, passou a se preocupar, não sabia o que fazer. Passou pela sua mente entrar na água e aquecê-lo de alguma forma, mas o medo de afogar-se era muito maior, assim como a hesitação sobre Jeongguk recusá-lo.

— Está tudo bem?

— Está sim, é que os sereianos na minha idade não podem ficar muito tempo longe dos pais. Ainda não conseguimos transformar a nossa cauda em pernas humanas e nem conseguimos nos aquecer direito quando estamos fora d'água. — Jeongguk explicou de forma simples e se colocou de volta para dentro d'água, deixando apenas a sua cabeça e um pouco dos ombros de fora. — E como funciona a sua espécie?

Taehyung colocou seus pés sobre a areia e se ajeitou no lugar, balançando as asas para arrumar algumas penas que ficaram bagunçadas com a carícia que recebeu. Pensou sobre sua "família" e a vila, tentou listar algumas coisas que poderia dizer, mas não sabia muito o que falar.

— Não precisamos necessariamente dos pais... Como qualquer criança, a gente depende de alguém que cuide de nós, mas não é preciso ser alguém ligado por sangue. Eu não tenho pais, dizem que eram sentinelas da vila e que eram muito respeitados, mas acabaram voando alto demais. — Parou brevemente e tentou se lembrar de algo mais interessante para contar, mas viu Jeongguk se mexer de forma abrupta na água. — Aconteceu algo?

— Minha mãe está cantando por mim, preciso ir embora antes que ela venha para cá, acho que se ela nos visse juntos não teria um resultado muito legal. — Se afastou, indo em direção à entrada que juntava o mar e a caverna, mas antes de ir se virou para o Kim novamente. — Espero te ver novamente algum dia, infelizmente só voltarei para esta ilha daqui alguns meses. Gostei muito de te conhecer, Kim Taehyung, o garoto de asas macias.

E então mergulhou sumindo em meio a água salgada, não sem antes molhar um pouco o Kim, ao mergulhar e bater sua cauda contra a água. Naquele momento uma promessa inconsciente surgiu entre eles: de nunca falarem que tinham se encontrado.

Não é segredo para ninguém que é estritamente proibido qualquer relação, menos comercial e de maneira totalmente impessoal, entre pessoas de espécies diferentes. Uma lei antiga, que ninguém sabia ao certo quando havia surgido, assim como a lei de evitar a qualquer custo os humanos e que qualquer um que fosse visto por um, seria exilado. Leis rígidas, mas essenciais para a segurança de todos.

Taehyung ficou mais alguns minutos dentro daquela gruta, apreciando o ambiente e pensando um pouco no garoto que acabara de conhecer, também no que havia aprendido sobre as sereias. Esperava intensamente encontrar Jeongguk no futuro, pois ele tinha uma áurea envolto de si muito agradável e o Kim também tinha gostado muito de conversar com ele. Quando percebeu que já começava a anoitecer, voltou a correr pela floresta, em direção a sua vila, onde provavelmente já estavam procurando por si.

Com certeza teriam pessoas que o chamariam de imprudente ao ir para a floresta sozinho, mas já era um costume seu, conhecia aquela área quase como se fosse a palma de sua mão, também levaria uma boa bronca do chefe da vila, que era aquele que cuidava de si, que era responsável sobre si. E como o espera, tudo ocorreu como pensava, bem, menos a parte onde era abraçado pelo chefe; realmente havia preocupado as pessoas e foi assim que percebeu que mesmo com os olhares estranhos em cima de si, era amado por aquele povo.

Não se arrependeu de ter ido àquela gruta, pois havia conhecido Jeongguk, mesmo que tenha ficado de castigo. Queria muito vê-lo novamente e esperava incansavelmente pelo dia em que isso aconteceria. Infelizmente a migração das sereias ocorreu no dia seguinte e acabou impedindo um segundo encontro entre as duas crianças.

O cardume de Jeongguk iria para as águas mais mornas de uma pequena ilha vizinha e logo passariam por um outro arquipélago próximo, mas ainda não tinham uma data para voltar, isso, se planejavam voltar algum dia.

O encontro entre os dois foi ficando para trás com o passar dos dias, até virar uma doce lembrança para os dois e em seguida, nem mesmo uma lembrança; acabou por ser esquecida, mas bem no fundo daquelas jovens mentes, esse início de amizade ficaria guardada até que algo mais forte as trouxessem de volta.

Uma pequena chama se acendeu nos toques e conversa inocentes, uma chaminha que sempre estaria acesa no coração dos dois garotos e que seria ignorada por um longo tempo, mas que teria a chance de evoluir um dia. Essa pequena chama se transformará em algo grandioso e puro; algo eterno.

Infelizmente, o próximo encontro entre os dois teria de esperar longos seis anos e talvez, quando se encontrarem novamente, a circunstância não será a melhor. Para que algo possa renascer, é preciso morrer antes.

Dor, tristeza, amargura e decepção estariam inclusos no futuro destes dois, assim como felicidade, amor e esperança. Cada desafio será para fazê-los mais fortes e a sobrevivência virará um jogo estratégico. O caminho duro e espinhoso, com várias pedras como obstáculos, mas isso não impediria o destino dessas duas almas únicas.

Porque o amor é como uma guerra entre corações, dois lutam entre si e no final, se tornam um só. Às vezes batalhas demoram anos e, às vezes, demoram segundos.

Nada iria impedi-los de ficarem juntos, nem mesmo estar entre asas e escamas ou entre montanhas e águas.

———

Agradeço imensamente por terem lido até aqui!


Capa (incrível, maravilhosa, perfeita) por namgloo

capítulo revisado e modificado em 5/2/2024

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