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|06| seus olhos dizem part.1

As sombras do passado me seguem repetidamente
Quanto mais eu tento soltá-las, mais elas me seguem
Mas ainda quero me agarrar a isso; onde quer que você esteja
— Your Eyes Tell, BTS


 

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Mingi fez todo o percurso para a creche de sua irmã a passos rápidos. Não por estar realmente atrasado, mas para se afastar das sombras de Yunho o mais depressa que seu cérebro podia processar. Sentia-se perseguido por aqueles pensamentos e sensações. Cada local ainda queimava, esperava por mais, sentia o toque dos dedos e o cálido dos lábios de Jeong em sua bochecha; Mingi se sentia estranho. Um estranho... Estranho.

Song nunca havia experimentado estar ao lado de alguém intimamente, nem mesmo nutrira qualquer sentimento minimamente profundo por alguém, ainda que já tivesse seus dezenove anos. Evitava conhecer pessoas novas, sair de casa, falar com estranhos, interagir sem total necessidade. Não que nunca tivesse se atraído fisicamente por outra pessoa, mas sabia que para alguém como ele, que precisava se atentar somente a sua família e a sustentação desta, era perda de tempo tentar se relacionar, portanto, nunca havia deixado alguém se aproximar tanto de si que não fosse seu pai e irmã. Minsoo gostava de lhe deixar beijinhos no rosto e Eunwoo se agraciava com os abraços do filho e isso era suficiente, mas agora, com Yunho... Havia sido diferente. Muito diferente. Primeiro que este havia chegado sem qualquer permissão em sua vida e não era de forma fraternal que Jeong se aproximava, ele havia deixado claro e evidente desde o início seu verdadeiro interesse em beijar Mingi, ainda que afirmasse querer somente uma amizade. Mingi era sim um possível pretendente para Yunho e sabia disso. Então, por que era como se surpreendesse como em uma descoberta? Por que seus músculos queimavam em uma talvez expectativa de saber que alguém lhe achava atraente? Somente por um gesto tão simples como aquele, um beijo na bochecha? Mingi era um tolo. E Yunho estivera perto, perto demais. Um homem, como ele. Song nunca havia se questionado sobre isso, sempre lhe pareceu algo natural e irrelevante; pessoas se apaixonavam por quem quisessem se apaixonar. Mas Mingi não seria uma delas em nenhuma das pontas. Não sabia fazer isso. E não precisava se preocupar. Não era como se Yunho quisesse ir tão além ou até ele mesmo.

Fora somente um beijo na bochecha. Era normal. Poderia ficar tudo bem.

Song avistou a escola de Minsoo há alguns bons metros de distância. Via alguma movimentação, pais, mães e outros familiares buscando seus pequenos felizes e animados. Em sua maioria, em carros. Aquela era uma área diferente de onde moravam, exalava mais tranquilidade e pacificidade e Mingi não poupou esforços para conseguir matricular sua irmã tendo a certeza de que ela estaria verdadeiramente segura. Ela precisava estar segura. Não se perdoaria se algo lhe acontecesse. E sabia que de onde vinham, aconteceria.

Mingi parou em frente ao portão de ferro pintado recentemente com as cores vivas do arco-íris. Pessoas o encaravam. Crianças se agarravam mais àqueles que sentiam confiança. E entre eles, uma menina sorridente o esperava.

— Hyung! — A garotinha despontou de um dos brinquedos do enorme pátio, correndo apressada até Mingi. Ele se abaixou e teve seu corpo balançado por um abraço de urso. Sorriu.

— Ei, Soonye! — Mingi tirou alguns fiapos de cabelo do rosto da menina e conferiu se estava tudo bem. Estava. Se levantou, então. — Vamos para casa? — Ela acenou. Mingi segurou sua mão e começaram a andar.

— As mãos do hyung estão muito quentes e o hyung está vermelho — Minsoo comentou, apertando a mão de seu irmão. — Hyung está dodói?

Mingi não respondeu à pergunta de imediato. Sabia o que estava acontecendo. Sabia que era pelo que vivenciara há alguns minutos. Mas não assumiria.

— Não, pequena, é apenas o sol — respondeu. Minsoo acenou, olhando para o sinal e usando seus aprendizados para ver quando poderiam atravessar a rua. Assim que a luz verde dos pedestres apareceu, ela o puxou. Mingi se via orgulhoso da inteligência dela. Tão pequena... E já tão esperta. Queria que o mundo não fosse assim tão cruel, temia o que poderia acontecer a uma criança inocente como ela. Sabia do que eram capazes, do que poderiam tentar, do que poderiam induzir. Mingi se lembrava bem até demais, uma memória dolorosa, mas que havia lhe rendido um aprendizado bom o suficiente para que soubesse o que fazer em situações parecidas. Havia aprendido a se defender, mas Minsoo talvez não conseguisse fazer o mesmo. Não duvidava que sua irmã se tornaria uma mulher forte, contudo, não queria descobrir na prática. Não deixaria sua Soonye sofrer do que havia sofrido, não deixaria essa mancha cair sobre ela. Não deixaria que os abutres se aproximassem.

Olhou para os lados. Olhou para sua irmã, andando sorridente. Segurou a mão de Minsoo com mais força. Ela percebeu. Ela via seus olhos.

— Está um dia quente, não acha, Soonye? — Mingi perguntou, tentando se desviar dos recentes pensamentos assombrosos. Cenas do passado tentavam tomar forma e Mingi não queria sequer imaginar o que poderia acontecer se, em vez dele, fosse sua pequena. Começavam a se aproximar de seu bairro.

— U-hum, o sol parece mais grandão hoje — a menininha confirmou, tampando um pouco a luz de seu rosto enquanto andavam. — Jjong hyung vai ter problemas... Muitos problemas — e seguindo sua linha de raciocínio, concluiu. Mesmo sendo apenas uma criança, Minsoo demonstrava muito conhecimento, principalmente sobre a situação em que sua família vivia. Sendo tão pequena, ela encarava as coisas de uma forma diferente e mais leve, mas Mingi entendia o que havia nas entrelinhas, entendia o que ela queria dizer com aquilo. Entendia bem. Muito bem. — Fala pra ele passar protetor solar antes de ir, hyung.

— Farei isso — disse.

— E você também, Minnie hyung — Minsoo apontou para ele, com uma expressão mandona; sobrancelhas franzidas e um biquinho fofo. Mingi quis rir, mas não contrariou a seriedade da pequena. — Ou vai ficar igual vermelho lagostinha.

— Vermelho lagostinha?

— U-hum. Minha amiga Hara que disse que quem não passa protetor solar fica vermelho igual lagostinha — explicou. — Não quero que o hyung fique vermelho lagostinha.

— Hum, está certo — Mingi acenou, se permitindo sorrir um pouco. — Também farei isso.

Com mais alguns bons longos minutos de caminhada, aos poucos a atmosfera se transformava naquilo que os Song haviam se acostumado a viverem, a existirem. Os enormes prédios davam lugar a casas e casebres pouco acolhedores, as ruas se tornavam menos sinalizadas e mais esburacadas e o clima pesava a cada passo. Os belos jardins se transformavam em amontoados de terra e morte. As flores ficavam cada vez mais fracas e murchas. Varais e roupas eram erguidos nas fachadas das residências cinzentas, absorvendo a fumaça dos cigarros e se impregnando seu cheiro forte. Cachorros latiam ao longe. Latas de lixo caídas. Becos sinistros pichados com palavras infames. Pessoas de cabeça baixa andando rápidas, segurando com força seus pertences, evitando o mundo. Aquele lugar...

Mingi pegou Minsoo no colo. A apertou contra si. E andou rápido, de volta à sua realidade, ao seu verdadeiro lar.

E novamente a rotina.

[...]

Yunho trancou o quarto e se jogou na cama. Estava pensativo, mais do que costumava e do que gostava. E não gostava.

Mingi era uma peça fora de seu quebra-cabeças. Por mais que tentasse, o garoto se mostrava irredutível a si. Era como ver uma nuvem e saber que não poderia tocá-la por se tratar de vapor de água unido em formas fofinhas no céu. Tirando seu desejo por experimentar o sabor daquela boca e o toque daquelas mãos, Jeong não sabia o porquê de querer tanto estar perto de Song; mal o conhecia. O que sabia além de seu nome, que tocava violino em um bar, que tinha uma irmã e que estudava fisioterapia em uma universidade – a mesma da qual Yunho fugiu na primeira oportunidade? Na verdade, parando para pensar, talvez Yunho soubesse mais do que deveria, mais do que Mingi gostaria que soubesse. E talvez Mingi visse o mesmo em Jeong, talvez a impressão familiar fosse a mesma para ambos. E por isso ele não havia o expulsado ainda. Pois motivos tinham. Muitos motivos. Yunho sabia. Mas não queria pensar nisso.

As notas musicais ainda podiam ser ouvidas pelo coração de Yunho, cada mínimo detalhe da melodia atraindo sua mente, cada batida cardíaca ao ritmo das músicas que Mingi se dispunha a tocar como simples entretenimento a bêbados e sabe se lá mais quem naquele maldito bar. E fazia com tanto sentimento, tanta força, tanta expressão... Mesmo que ninguém visse de verdade, mesmo que fosse só mais um entre eles. Yunho poderia tocar aquela bolha de paixão que irradiava de Mingi cada vez que este tinha seu violino e arco nas mãos, uma paixão que nunca havia visto, ou ao menos não se lembrava de ver. Era lindo. Fazia Jeong se sentir bem, melhor do que havia se sentido alguma vez com os tais remédios. Talvez fosse isso. O segredo dele. E Yunho queria descobrir mais. Teria que descobrir mais. Mingi era uma peça fora de seu quebra-cabeças, uma pedra que havia feito Yunho tropeçar em seus piores planos, um maldito que havia prendido sua atenção o suficiente para que não quisesse morrer aquele dia. E nem no dia seguinte. Nem no dia seguinte do seguinte. E nem agora. Havia algo em Mingi que, mesmo tendo o conhecido há pouquíssimo tempo, fazia Jeong querer continuar, ao menos para ver até onde e quando tudo se findaria. Ainda não havia desistido de beijar Song, era seu mais novo desafio íntimo conseguir tocá-lo como queria, como notas graves de um violino sendo desbravado. Queria conhecer aqueles segredos. Queria entender... O porquê de desejá-lo tanto.

Yunho abafou um grito no travesseiro. Há quase exatos quatro dias não conseguia tirar o violinista gostoso da sua cabeça. Seja porque sentia uma enorme vontade de sentir aqueles lábios grossos contra os seus, seja porque queria ouvi-lo tocar novamente por ter gostado de seu estilo, seja porque ele lhe despertava uma enorme curiosidade e Yunho queria muito, muito entender o que se passava por trás daquelas expressões frias, palavras secas e olhar afiado. Aquele olhar que parecia dizer mais que palavras. Aquele olhar que... Lembrava a Dongpyo. E seu irmão escondia mais do que todos imaginavam, mais até do que o próprio Yunho imaginava. Ele também não conseguia parar de pensar nisso, nos motivos que haviam levado àquele dia, no que havia entre Moongyu e Dongpyo para que este primeiro não pensasse duas vezes em tirar sua vida. E no porquê de Yunho também estar sob a faca. Não havia feito nada, e provavelmente nem teria coragem suficiente para isso.

Nunca teria. E isso corroía seu ser por completo. Era covarde.

Yunho decidiu não se afundar nisso. Não queria uma crise logo agora, não queria dar motivos de preocupação à Yeosang e Hongjoong, não queria que eles arcassem com isso novamente, com seu psicológico. Já haviam feito demais. Mais do que merecia. Muito mais. Resolveu fazer o de sempre: se distrair com futilidades, cantar o mais alto que podia para atormentar os vizinhos, tentar arrumar mais algum espaço naquelas paredes para alguma arte – mas nem sequer se levantou da cama. Pegou o celular. Talvez encontrar alguém para conversar ou ficar em algum site pesquisando nada de produtivo. Poderia também ligar para Mingi e ouvir a voz irritada dizendo que haviam se encontrado há alguns minutos e que não tinha motivos para aquela chamada, e Yunho poderia responder com um flerte subentendido e provocar o outro; mas não agora. Não quando ele já havia ocupado demais seus pensamentos. E ele tinha trabalho e irmã, não seria conveniente. Não que Yunho realmente se importasse com conveniência.

O brilho do ecrã estava no mínimo, mas ainda assim parecia claro demais para os olhos do garoto próximos a tela, em uma distância nada saudável. Não ligava. Havia notificações de pessoas que seguia em suas poucas redes sociais, notícias de suas bandas favoritas, mensagens de desconhecidos e ligações perdidas de Wooyoung. Ele. Era isso. Fugiria dessa forma.

Ligou de volta. Foi atendido na segunda chamada.

— Hey, Yun — a voz do amigo denunciava certa sonolência. Na verdade, Wooyoung vivia sonolento, já era de se esperar.

— Oi, Woo. Desculpe, saí meio cedo e acabei de chegar em casa e só vi as ligações agora. Tudo bem?

— Tudo bem. Era algo importante? É meio raro você acordar antes das onze. Tão preguiçoso quanto preguiça preguiçosa.

— Ha ha, muito engraçado — Yunho riu sem humor. — Estava na Hanyang.

Breves segundos de silêncio. Yunho entendia.

Hanyang?

— Sim, por incrível que pareça, estive lá — disse, mas o silêncio fez com que quisesse esclarecer. Sabia o porquê. — Não por ele, Woo. Nem os outros.

— Então... Por quem?

— Fui ver um amigo — respondeu, somente. — Era sim, importante. De alguma forma.

— Devia ser mesmo, pra te fazer ir até aquela maldição de lugar e ainda por cima a essas horas — o garoto de cabelos roxos rolou na cama. Yunho ouviu. Não precisava ver, sabia que ele tinha mania de se deitar quando conversavam por ligação. — Mas, então, quer vir aqui? Tô no tédio. Quero alguém pra conversar.

— Quer alguém pra foder, Wooyoung — corrigiu. Wooyoung riu.

— Isso também. Mas pensava em pedir um lanche ou almoço antes. Ou depois — disse. — Você quem sabe.

— Depois. Chego aí em meia hora, vou só tomar um banho — ao se levantar da cama, Yunho ouviu um ruído abafado de risada. Riu também. — Não é pra imaginar isso, seu safado.

— Tarde demais. Já estou ansioso demais pra ter você... Cada partezinha sua, hyung... — Wooyoung abaixou dois graves em seu tom. — Vem logo, por favor.

Yunho sentiu um arrepio gostoso tomar seu corpo ao ouvir a voz manhosa e pedinte de seu melhor amigo. Aquele moleque... Ele o tinha nas mãos. Wooyoung tinha Yunho nas mãos. E Jeong gostava disso. Conseguia até mesmo imaginar Wooyoung movendo uma de suas mãos por cima da box que sabia que ele sempre usava. Um toque lento e torturante como gostavam de fazer quando juntos. Um extremo que descobriam funcionar bem com e entre eles.

— Não vá gozar antes que eu chegue.

— Só vou fazer isso com você aqui, Yunnie — Jeong mordeu o lábio. E ouviu um arfar vindo do outro lado.

— Bom saber, Woo. Me espere.
 

 
 
 

●●●


Oi oi, desculpa a demora, e... espero que estejam bem. Fiquem com a preciosidade chamada Minsoo falando vermelho lagostinha aaaaaaa (desculpa o surto, mas é que eu amo ela, sabe?)

Ok, e acho que eu nem preciso dizer o que vai ter no próximo capítulo, não é? Pois é. Kk.

Bom, espero também que tenham tido uma boa semana❤❤

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