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|03| fugir

N/a: aviso sobre uso de drogas lícitas e ilícitas não explícito. Esse tema será abordado ainda algumas vezes durante a obra, acredito.

 

Estou ficando sem fôlego, minha visão está turva
Não consigo enxergar nada, vou ser engolido pelas memórias
Lembro de nossas pequenas histórias
Estou bebendo, misturando com as lembranças
E enquanto bebo começo a tremer
— Run Away, Mino

 

●●●

Não havia mais ninguém além dos dois garotos, imersos em uma bolha de sons e melodias densas e alegres, confusas e reais. Mingi novamente fora levado a seguir os tortos passos do garoto de cabelos azuis, conflituosos aos seus pés e ritmados às suas mãos. Bêbados rindo e dando mais dinheiro ao dono do bar, Junkyan observando silenciosa enquanto servia cerveja para os velhos e Yunho simplesmente desligado daquele mundo, vez ou outra, uma pausa para algum líquido de teor alcoólico desconhecido. Aos poucos, a sanidade deixava aquele corpo restando apenas vestígios de sua existência. Mingi viu, aos poucos, Yunho mudar da água para o vinho. A cada gole, via algo no olhar do garoto perder a cor; a cada gole, uma tempestade se nublar; a cada gota, o sorriso contagiante morrer. Mingi viu as lágrimas se formando, os passos ficando mais pesados, viu o que antes era uma música feliz, se tornar melancólica e triste. Yunho tinha razão; não havia bebido na noite anterior. Mingi tinha sua conclusão agora.

Yunho dançou até que seus pés criassem vida própria, até que o casaco pesado fosse jogado para algum canto daquele bar, até que sua cabeça tonteasse e seu corpo tombasse de louco por conta do álcool. Estava acabado. Lágrimas salgadas faziam caminhos por suas bochechas e o desespero que insistia em esconder de toda forma consumir sua alma. Estava acabado. Mingi já havia parado de tocar, mas seu corpo ainda ondulava com a melodia que ecoava em sua mente, seus braços ainda estavam soltos acima de sua cabeça, seus quadris se remexiam incontroláveis e seus pés deslizavam pelo piso frio e áspero de cimento craquelado. Estava acabado. Sua mente; escura. Seus sentidos; falhos. Seus olhos; fechados. Em seu corpo, toques. Mãos grossas, mãos bobas, mãos decididas, mãos fortes. Mãos de homens. Mãos que não eram as dele, tocando-o a cada passo, passeando por suas curvas, insinuando contatos íntimos que extrapolavam os limites. Nojentos, repugnantes, asquerosos. Como sempre.

Mingi tirou-o dali às pressas.

— Disse que não deveria voltar aqui — Song o arrastou até o palco, sentando o garoto no canto onde costumava também se sentar, conferindo a situação atual de Yunho também agachado em sua frente. Cabelos bagunçados, olhos e lábios inchados, camiseta pouco colada pelo suor. Felizmente, nenhum ferimento físico. Não diria o mesmo de sua mente desorbitada. Olhos perdidos. Respiração fraca. Dor. — Está se metendo em problemas.

Yunho abraçou os próprios joelhos, soluçando, evitando que o álcool fizesse seu curso de fazê-lo chorar mais ainda e trazer à tona suas fraquezas. Não conseguiu. Dessa vez, não fora o efeito desejado. Não havia despreocupação, não havia felicidade, não havia animação, não havia esquecimento. Eram lembranças e mais lembranças invadindo-lhe a mente e o coração. Havia sido traído por suas próprias esperanças de fugir de si mesmo. Mingi talvez estivesse certo.

— Eu sou o problema, doce Mingi — o garoto de cabelos escuros vislumbrou mágoas naquele olhar choroso quando estes se cruzaram. — Eu... Eu sou um fodido!

Mingi sentiu o garoto desfalecer sobre si. Os braços longos circundaram sua cintura e sua coxa sentia a umidade das lágrimas de Jeong. Mingi não sabia o que fazer. Yunho soluçava pesadamente e segurava o tecido de sua blusa com desmedida força, descontando suas frustrações enquanto se afundava mais e mais. Desespero emanando do corpo que, diferente de como Mingi conhecera, parecia frágil e quebradiço. Yunho se reduzia a um garotinho indefeso, à mercê da crueldade do mundo. Mingi queria pensar em algo para que os toques agressivos cessassem, para que pudesse se livrar do peso de suas lágrimas, do peso de uma culpa que nem mesmo era sua. Song se sentia minimamente responsável por Jeong, algo que de longe soaria estranho, por serem estranhos. Contudo, sentia. Sentia a dor queimando em sua pele, abrasando seu peito. Ouvia os soluços que, em algum momento da vida, havia prendido fielmente. Não era somente sobre Yunho. Sabia que não.

Junkyan apareceu silenciosa atrás de si, deixando ao seu lado um copo de água e saindo sem olhar para trás e sem que Song pudesse sequer reagir. Mingi entendeu o que deveria fazer. E mesmo que a garota não visse, agradeceu-a com o olhar.

Mingi esperou que Yunho fosse tomado pelo cansaço. Se observara bem, o garoto era expressivo ao extremo, sempre deixando transparecer, mesmo que ilimitadamente, seus sentimentos. Uma ponta de iceberg. Ele precisava chorar. Mesmo que fosse consequência de boas doses alcoólicas, ele precisava. Precisava de um porto seguro, ainda que temporário. Mingi estava desconfortável, mas não negaria ao menos aquela ajuda, entendia que, ali, Yunho só tinha a si – uma escolha ruim, mas sua única.

Mingi hesitou ao levar uma de suas mãos em direção ao azul céu atrativo do garoto. Minsoo as vezes também tinha seus momentos e chorava; a garotinha travessa costumava se machucar quando corria sem olhar para onde ou quando ficava febril, e se sentia melhor quando seu irmão grandão fazia carinho em seus cabelos, dizendo palavras de conforto e fazendo curativos em sua pele cortada ou lhe medindo a temperatura. Mingi não sabia se funcionaria, não sabia se Yunho cederia, não sabia se era a decisão certa. Mas fez. Respirou fundo e fez.

Mal seus longos dedos passearam pelos cabelos coloridos e sentiu o aperto se afrouxar gradativamente, a atenção do garoto se direcionando a si, ao seu toque, à sua mão, à sua respiração. Yunho parava de soluçar, dava lugar apenas a uma respiração pesada e cortante, um sopro frio. Mas calma. Uma enorme calma. Jeong tentava se reerguer como podia e Mingi incentivou-o a se sentar novamente para que este bebesse a água que Junkyan havia trazido, em momento nenhum cessando o singelo carinho que deixava nas mechas azuladas.

Os olhares voltaram a se encontrar, não mais tão frios como das outras vezes. Yunho via um fio de segurança ao tocar em Mingi, e este também via um fio, mas um fio que, ao ser puxado, levaria-o para um abismo desconhecido. A imensidão, a intensidade que Jeong emanava, a forma como ele estava tão rendido a somente aquilo, um carinho no cabelo; era como um pedido contínuo de paz, uma trégua do que deveria ser uma noite de leves provocações e vidas desconectadas, um pedido para que, mesmo não tendo laço algum, que não se desprendessem agora. Mingi não sabia o que dizer. O que deveria sentir. Compaixão? Raiva? Desprezo? Pena? Empatia? Dor? Tristeza? Bondade?

— Eu não aguento mais. Não quero mais — o garoto de cabelos azuis disse, sem precedentes. — Eles me odeiam. Me odeiam. Eu não pedi pra estar aqui, sabia? Mas estou — Yunho desviou o olhar, secando suas lágrimas sobressalentes com o próprio braço. Mingi ainda se esforçava para entender suas palavras. — Eles me colocaram no mundo e a culpa ainda é minha, vê se pode? Eles me odeiam, de verdade. Eles querem me matar, eles vão me matar igual fizeram com o Pyo, eles vão.

— Eles não te odeiam e não querem te matar — Mingi respondeu, sem saber as palavras que saíram de sua boca realmente soaram verdadeiras. O contato cessou e Jeong quase murmurou manhoso quando não sentiu mais o toque macio do violinista. — Tome — o copo foi erguido ao seu olhar e Yunho segurou-o, as mãos trêmulas em esforço máximo para não derrubar o líquido. Bebeu, não sentindo o característico rasgar que sentia com whisky, não sentindo o estômago embrulhar, não sentindo a leveza atingir seu cérebro. Água, somente.

Com o passar dos segundos, o tremor deu espaço ao vazio, os músculos relaxando e a ordem retornando. Somente memórias, não estava acontecendo, perduravam pelos dias e anos, mas nenhum deles estava ali agora, não iria ouvir as vozes frias e secas se infiltrando em sua mente. Yunho estava bêbado, mas sua cabeça ainda funcionava coerente o suficiente para que entendesse que eles não iriam encontrá-lo ali, nunca iriam se submeter a pisar em solo suburbano, eram mesquinhos o suficiente para se considerarem superiores. Funcionava o suficiente para compreender o que acontecia em sua vida, para lembrar do que havia feito ele estar ali agora, lembrar os passos que percorreu até estar se entregando àquela situação. Leso, exposto, perdido, à piedade de um desconhecido.

— Odeiam sim. Odeiam tudo. Eles me matariam se quisessem, sim, não sei por que não fizeram ainda. Acho que querem que eu faça sozinho. Eles teriam até deixado eu pular d-daquele maldito prédio, ninguém liga. Deve ser porque eu nem ia bater as botas, no máximo quebrado uns trinta ossos e perdido a c-consciência — riu desgostoso, lembrando que nem estava alto o suficiente para que a queda tirasse seu direito – ou obrigação – de viver. Lembrava de seus pais rindo quando se ameaçou, das palavras duras e debochadas, lembrava do Kim abraçando-o forte e trancando a porta do quarto para que não fosse para o parapeito, lembrava do amigo segurando o choro e lhe fazendo carinho até que dormisse. Lembrava de Dongpyo e de tudo o que eles haviam feito para ele. — Eu teria pulado, se não fosse o corno do meu ami-amigo lá eu teria pulado. Não pedi pra estar aqui.

— Mas está. Você está. — Mingi ouviu o garoto suspirar, com pesar.

— Mais um dia — disse — Mais um dia.

Mingi se viu em um beco sem saída. Yunho... Yunho poderia... Não queria pensar nisso, mas nada gritava mais em sua mente do que as palavras do garoto. Pular de um prédio... Yunho tinha sérios problemas, era muito mais preocupante do que imaginava. Não queria pensar. Não queria pensar na carga emocional que aquele sorriso precisava carregar, nas cicatrizes que a dança desajeitada levava, na dor que aquele olhar transbordava. Aquele olhar desconhecido, que em tão pouco tempo, passou a decifrar. As coisas seriam muito mais fáceis de lidar se fosse apenas um garoto bonito de sorriso cativante, fora da casinha e atrevido. Mas não era só mais um garoto. E Mingi não deveria ter se envolvido nisso. Não deveria. Entretanto, já havia se passado muito para que o deixasse agora.

— E-eu não sei o que pode estar acontecendo a você e... — Song tentou escolher as palavras certas — Acredito eu que não queira falar sobre isso.

— Não quero.

— Tudo bem — respirou fundo, tentando mais tranquilizar a si mesmo do que ao próprio Jeong. Era melhor assim. — Está tudo bem.

Yunho sorriu.

— Obrigado, você me salvou, seu puto — agradeceu, rindo para o nada e logo depois fechando o rosto em um bico emburrado. — Eu deveria dizer algo mais legal, devia beijar o príncipe, mas ele não quer.

Song se permitiu achar graça da forma que Yunho dizia as coisas, uma voz arrastada e divertida que acariciava uma parte desconhecida de seu cérebro. Chegava a ser adorável, os olhos comprimidos em finas linhas e como ele tentava esconder seu sorriso com as mãos ou com o próprio corpo de Mingi. Uma faceta diferente do Yunho despido que havia presenciado há segundos. Era mais fácil lidar com a versão do agora.

Duas da manhã; Mingi viu no relógio quebrado na parede. Devia voltar para casa. Devia estar em casa. Estaria, se não fosse pelo garoto de cabelos azuis abraçado a seu corpo, fedendo suas roupas à whisky e lágrimas secas. Mingi se perguntou internamente o que deveria fazer. Devia deixar Yunho por si mesmo? Sair e esperar que ele não se quebrasse ao léu? Não. Não iria. Não conseguiria. Não queria. Não quando... Havia visto demais.

Mingi negou. Não acreditava mesmo nisso.

Pegou o casaco de Jeong, e com um acesso de força ergueu o corpo de Yunho, passando um de seus braços por debaixo do garoto e mantendo ele de pé. Ele era estranhamente leve demais para sua altura, Mingi podia deduzir que ele não estava em sua melhor saúde e isso só nublou mais seu coração. Um corinho masculino foi ouvido quando começaram a andar entre as mesas – Yunho, na realidade, se arrastando. Vozes distorcidas rindo e debochando, frases incompletas, alguns insultos desconexos. Sobre Yunho. Mãos buscando por seu corpo leve, olhares direcionados a ele, à sua casca. Mingi apertou os passos, não querendo que aquilo perdurasse mais. Não podia deixá-lo ali. Jeong era uma presa fácil para aqueles urubus. Uma presa fácil como fora um dia. Não mais.

— Ui, pra onde vamos, doce Mingi? — Yunho riu contra a pele de seu pescoço, conduzindo eletricidade suficiente para que a região se contraísse em um arrepio involuntário que, por breve segundos, surpreendeu ao Song. — Olha, eu até queria porque te acho um gostoso, mas não trouxe camisinha e...

— Nós vamos pra fora. Precisa ir embora — Mingi impediu que aquela frase continuasse.

— Vai me jogar... Na rua? — o garoto fez beicinho, verdadeiramente desapontado. — Tá vendo? Esse puto bonitão não me quer. Ele só me ilude. Me salvou e me ilude depois. Eu só queria um beijinho...

O garoto de cabelos escuros ignorou mais um dos flertes para se concentrar em não deixar Jeong cair enquanto andavam. Mas uma coisa perfurou seus pensamentos. Salvar...

— Como salvar?

— É, Song, estou ainda aqui por sua causa — Yunho confessou, novamente a respiração quente em contato com a pele alva. — Por sua música.

Mingi, pela primeira vez, sentiu sua garganta secar.

— Jeong, você está bêbado.

— Estou. Dessa vez estou. Bêbado, puto, cansado, querendo te dar um beijão e morrer em seguida — disse, tropeçando nos próprios pés e quase derrubando a ambos. Felizmente, já se encontravam na calçada, Mingi então sentou o garoto em um dos bancos próximos ao local em que estavam antes.

Pousou as mãos na cintura, pensando no que faria em seguida. Pelo menos, agora estava mais longe de confusão e perigo, não que o próprio Jeong não exalasse o mesmo do que fugia. Mas, parecia ser mais seguro. Se assegurando que Yunho estava sonolento e derrubado demais para andar, Mingi deixou-o ali somente para voltar ao bar e pegar suas próprias coisas. Não queria que Dory ficasse sozinha com aqueles brutamontes, que lhe fizessem algo. Não se conteria se acontecesse.

Ao voltar, encontrou Jeong deitado no banco, apontando para as pequenas luzes do universo expostas no céu. Os olhos curiosos passeavam pelo cosmos, dentro de seu mundinho, longe e alheio à qualquer outro acontecimento. Ao menos era o que Mingi pensava.

— Estava aqui ontem, nos meus bolsos — antes que Mingi dissesse algo, Yunho iniciou, visivelmente chateado com algo — aquelas coisinhas pequenininhas, coloridas como as estrelas, era só duas daquelas que eu ia ficar doidão e puft! Cadê Yunho? Ninguém sabe! Mas, não, você tinha que me conquistar, não é? Seu gostoso desgraçado! — Yunho levantou a voz junto a seu corpo, apontando agora para o violinista confuso em sua frente. Felizmente, não havia mais ninguém ali para presenciar a cena. — Tinha que chamar minha atenção com esses braços musculosos tocando Maaron 5 no violino? Você faz academia ou isso tudo é genética boa?

Mingi estava sem reação.

— Não faço academia — respondeu. De tudo, foi a única coisa que conseguiu.

— Viu só? — Jeong parecia ainda mais exasperado. — Não dá pra não ter raiva. Gostoso de natureza, você me deixa puto e com tesão — confessou.

— E você não deveria beber.

Yunho suspirou.

— Eu precisava, — disse — mas não me odeie, por favor.

O Song negou, se sentando ao lado dele. Entretanto, com todos aqueles sentimentos confusos... Não, não havia ódio ou qualquer coisa parecida. Era... Era um oceano calmo agora.

— Eu... Não te odeio.

— Mas eu mereço, né? — Jeong riu.

— Não, não merece.

As palavras de Mingi soaram firmes. Yunho voltou a olhar o céu.

— Você não existe — era mais uma observação de Yunho do que uma verdadeira conclusão. — Será que eu usei algum alucinógeno sem saber e você é criação da minha mente? Imagina se na verdade todos nós somos apenas uma ilusão criada pela mente de um drogado? Cara, que louco! Eu posso não existir e você também!

Mingi massacrou as têmporas, imaginando o quanto de paciência ainda lhe restava para lidar com aquelas palavras. Em situações similares, ele teria apenas saído de perto e deixado quem fosse à mercê de sua própria embriaguez e consequências, com Yunho não deveria ser diferente, ele era só mais um garoto. Mais um garoto.

Mingi talvez se arrependeria disso.

— Me dê seu celular. Está com você?

— As coisas estão evoluindo rápido — Jeong riu, ainda sem encarar o violinista. — Pensei que não ia querer mais conversar comigo. Estou tão desprezível quanto esses nojentos — disse, se referindo aos bêbados dentro do estabelecimento.

Mingi inspirou o ar da noite, voltando seu olhar aos pontos brilhantes; não aqueles que estavam no céu, mas sim, nos olhos do garoto.

— Me dê seu celular. Por favor.

Yunho colocou a mão em seu bolso direito e ergueu o aparelho desbloqueado; Mingi pegou-o então. Tomou a liberdade de entrar na agenda e visualizar os inúmeros contatos de Jeong, pensando qual deles seria confiável o suficiente para que ligasse. Um deles chamou sua atenção. Estava marcado como favorito e, diferente da maioria que era apenas um nome e um emoji, este era longo e as palavras salvas eram algo que poderia dizer de certeza que se assemelhava ao estilo Yunho, a algo que ele diria a alguém que gostava. Decidiu perguntar, para ter certeza.

— Jeong... — chamou.

Não obteve resposta. Yunho já dormia encostado em seu braço. E, mesmo que não estivesse, duvidava que algo coerente sairia por aquela boca àquela altura do campeonato. Estava bem tarde, mas então, discou.

Alguns segundos foram precisos até que fosse atendido. Um chiar baixo do outro lado que o pôs em atenção.

— Alô? — Mingi ouviu uma voz rouca do outro lado da linha, presumiu que tinha despertado há pouco por conta do horário.

— Alô.

— Yunho? É você? — a voz soava com um tom de confusão — Sua voz...

— Não é o Yunho, mas é sobre ele — Mingi não deu espaço para mais observações — Você é o "Hongie pitoco vagabundo tetudo gadão que amo" ou entende que esse pode ser você?

A pessoa soltou uma risada baixa.

— Então é assim que meu nome está salvo no telefone desse safado? Bom saber — ouviu-se um estalar de língua. — Bem, sou eu, Hongjoong. E você, quem é?

— Um colega — respondeu, não querendo dar mais informações do que o necessário. — Yunho está mal. Ele bebeu, dançou, chorou e não está falando coisa com coisa. Disse que eu sou uma alucinação e algumas vezes que queria morrer — somente o silêncio e uma respiração pesada. Preocupação. — Venha buscá-lo se puder, por favor.

Mingi ouviu alguns ruídos, mas não conseguiu distinguir.

— O-onde estão? Me passe o endereço, por favor... — a preocupação era bem mais visível que antes. — Espere, vou pegar um papel para anotar...

Mingi olhou para o garoto que agora estava sentado ao seu lado, com a cabeça em seu ombro. Havia serenidade em sua face, Yunho cochilava como se nada fosse tão sério quanto parecia.

"Droga, Yunho... De novo...", Hongjoong havia dito, mais longe da linha, contudo, audível o suficiente para que Mingi entendesse. De novo... Não era a primeira vez. Mingi sabia que não era, mas ouvir isso vindo de outra pessoa parecia pesar ainda mais. Quantas vezes Yunho deveria... Quantas vezes ele ficara naquele estado? Quantas vezes Hongjoong tivera que atender uma ligação como aquela? Quantas vezes...

Mingi afastou esses pensamentos, não era de sua conta perguntar sobre. Esperou que Hongjoong tivesse condições de anotar para enfim ditar o endereço.

— Zona Norte, perto do posto de atendimento médico gratuito, número 244, é um bar velho e caindo aos pedaços, mais à frente do tal posto.

Novamente, silêncio.

— Zona Norte... Como... — a voz de Hongjoong oscilou, um tremor que Mingi já imaginava surgir quando dissesse o lugar em que estavam. Era uma reação comum, considerando que aquela área era uma das mais perigosas daquela cidade. — C-como ele foi parar aí?

— Não sei. Mas se puder, não deixe mais ele vir. E se vier buscá-lo, não venha sozinho.

— Eu vou buscá-lo — Hongjoong disse quase que no mesmo segundo e Mingi ouviu um tilintar conhecido de chaves. — Pode ficar com ele até que eu chegue?

Mingi não pretendia fazer isso.

— Sim. Eu fico.

   

 ●●●
 

É, ninguém disse que ia ser fácil

Oi gente, como estão? Gostando do proceder até agora?

Eu não tenho noção do que pode acontecer agora. Não fiz nenhum planejamento com essa fic, estou apenas deixando fluir e até o momento temos isso. Quer dizer, tem alguns poucos capítulos prontos, mas no geral eu tô indo na cara e na coragem mesmo.

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada. Dê amor ao ATEEZ.

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