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— O que vamos fazer agora? — perguntou Krent, mexia no que sobrou da nave.
— Procurem o que ainda dá pra salvar. Vox e eu vamos consertar a nave e, Roy, quero que ande pelo planeta veja se é habitado e se podemos pedir ajuda aos habitantes. — Os tripulantes concordam.
Rebecca começou a juntar as únicas peças que possuía para manutenção de sua nave, sorte que Vox sabia fazer mágica se tratando de tecnologia, seu planeta era muito avançado tecnologicamente graças a Lorde Agualin que fez questão da melhor educação possível ao seu povo, ele só não contava que um tirano maluco manipularia a população através da sua própria tecnologia, e que isso seria a sua destruição.
— Bex, a nave ficará pronta em 24 horas. — Vox pronunciou, tinha uma ferramenta nas mãos e olhava um bloco de anotações.
— Capitã, foi isso que conseguimos achar. — Zia apontou para uma pilha de coisas no chão. Eles encontraram de tudo um pouco, desde alimentos até ferramentas.
— Bom trabalho aos três. Alguém viu o Roy? — Rebecca perguntou e olhou de um lado para o outro.
— Não o vejo desde que foi explorar o local. — Krent deu de ombros.
— Estranho, ele já devia ter voltado. Vou ver se ele está bem. Continuem e cuidem da nave.— Bex ordenou e se afastou de sua equipe, andou alguns minutos e nem sinal de Roy, até que por entre as árvores azuis e vermelhas, escutou algumas risadas, tirou sua arma de dentro da jaqueta e vai até o lugar das risadas, afastou algumas folhas da sua visão e encontrou Roy em uma cachoeira com duas habitantes, eles estavam nus.
— Senhor Queen, vejo que conheceu a vida local. Conheceu bem até. Bom trabalho! — Ela riu e fez joinha com as mãos. Roy se assustou, tentou cobrir sua nudez, mas se desequilibrou e caiu na água que é verde.
— Bex! Não me olha eu estou pelado! — Roy gritou, levantando e cobrindo sua genitália.
Rebecca não conseguiu controlar o riso, levou a mão até a testa e se curva de tanto rir, Roy começou a rir também.
— Olha, senhor Queen, eu acho que é melhor se vestir, dá pra ver tudo daqui. — Ela desviou o rosto e colocou a mão perto dos olhos.
— Por que não se junta com a gente Bex? — sugeriu Roy.
— Passo. Se veste e vem comigo. — Rebecca mudou sua expressão para mostrar para Roy que não estava de brincadeira. Ele percebeu seu tom e mudou seu comportamento.
— Meninas, foi um prazer, mas a minha capitã me chama. — Ele piscou para as moças que acenaram de volta, Roy pegou as roupas e vestiu tudo errado.
Saiu correndo em direção a Bex, ela apenas negou com a cabeça aquela situação.
— Você é uma estraga prazer. Por que veio atrás de mim? — perguntou Roy, enquanto eles começaram a andar.
— Achei que você estava precisando de ajuda. Saiu há horas. — Bex explicou, dando de ombros.
— Que saco. — Roy cruzou os braços.
— Para de reclamar. Eu fui salvar você. Devia ficar grato. — Rebecca sorriu e desviou o olhar.
— Por quê? — Roy fez uma careta.
— Estou cumprindo a promessa de te proteger. De nada. — Ela sorriu convicta.
— Eu não estava em apuros, capitã. — Ele ergueu a sobrancelha.
— Vai saber, né? E se elas, na verdade, tem alguma doença ou algum parasita que está agora no seu corpo — Rebecca apontou os dedos para o abdômen. — Não pode saber quando está em apuros, então, disponha.— Bex parou na frente dele.
Roy sorriu, era primeira vez em muito tempo que alguém se importava se ele estava bem, alguém que pudesse salvar ele, não que precisasse, mas era bom.
Os dois voltaram a andar, Roy olhou para Bex e ela virou para ele na mesma hora.
— Que é? — perguntou, confusa.
— Nada, garota. Nem olhar pra você eu posso? — revirou os olhos, tentou disfarçar por ter sido pego a encarando.
— Se apaixonou, foi? — Ela riu. Rebecca podia não admitir, mas tinha o ego inflado.
— Eu não. Você não é meu tipo. — Roy cruzou os braços, Rebecca segurou o riso.
— Ah, é? Seu tipo são possíveis hospedeiras de um parasita mortal. Claro! — Ela disse como se fosse óbvio.
— Você é muito chata. Eu não estou com um parasita! — Ele revirou os olhos, mas, no fundo, queria rir.
— Só vamos saber se você morrer. Geralmente, demora algumas horas, talvez amanhã. — Rebecca checou as horas no bracelete, Roy fez outra careta, dessa vez, mais feia do que a outra.
— Me deixa em paz. — Roy advertiu e os dois começam a rir.
Roy podia até fingir, mas gostava da companhia de Bex, ela era boa de fazer amizade. Já Bex, pensava que toda aquela pose era pra esconder que, na verdade, ele era sensível.
— Devia sorrir mais. — Bex sorriu e olhou para seu novo amigo.
— Por quê? — Roy perguntou, confuso, levantando uma das sobrancelhas.
— Fica mais bonito quando sorri. E mais agradável também.
— Se você quer saber, eu estou sendo bem simpático. — Roy continuou o caminho e Bex gargalhou. — Do que está rindo?
— Esse é você simpático? — Ela perguntou e ignorou a cara de ofendido dele.
— Ah, vocês estão aí! — era Zia, ela acenou e correu até eles.
— Oi, Zia. Já começaram fazer o jantar? — Bex questionou.
— Já. Fizemos fogo. Somos habilidosos em sobrevivência! — Zia colocou as mãos na cintura.
— Que bom. Estou fome! — Bex sorriu.
— O Krent vai mostrar os dotes culinários pra vocês. — Zia deu de ombros.
— Nossa, socorro. — Roy riu de si mesmo, Rebecca revirou os olhos levemente.
— Roy, por que sua roupa está toda errada? — Ela perguntou olhando para o contrabandista confusa.
— Longa história, Zia. — Roy sorriu, lembrando do motivo para sua roupa estar errado.
— Vamos voltar. — Zia apenas deu de ombros e voltou pelo mesmo caminho.
***
— Até que não estava ruim. — disse Roy, referindo-se a comida de Krent.
— Obrigado, eu acho... — Krent fez uma careta e sentou no chão ao lado de Zia.
— A noite está tão bonita. Alguém tem alguma história interessante pra contar? — Zia perguntou, deixando a comida de lado.
— Eu não. — Krent continuou prestando atenção na comida.
— Nem eu. — Vox negou com a cabeça.
— Eu sei que a Bex tem. — Roy sorriu de lado.
— Por quê acha isso? — Ela perguntou e franziu as sobrancelhas.
— Você parece que já viu muita coisa. — Ele desviou o olhar de Rebecca para sua comida.
— Não, não sei nenhuma.
— Que pena. Uma história seria legal. — Zia lamentou.
— Por que não contamos coisas pessoais? Pra nos conhecermos. — Vox sugeriu.
— Boa ideia. A Bex começa! — Roy encarou a mulher em sua frente.
— Por quê eu? — Ela fez uma careta.
— É a capitã. — Roy diz como se fosse óbvio.
— Fala, Bex. — Insistiu Krent, deixando de comer.
— Tá bom. O que querem saber? — Suas mãos deixaram a comida no chão, e colocou uma mecha do cabelo para trás.
— Como entrou pra O.R? — perguntou Vox, também deixando a comida de lado.
— Bom, eu tinha acabado de fugir de piratas espaciais, estava perdida quando Mirah, o antigo líder da O.R me achou, ele me falou que estava precisando de agentes para lutar contra Ludo e eu resolvi tentar e deu certo. Dediquei 10 anos a O.R e não me arrependo, ajudei muitas pessoas. — Rebecca deixou as lembranças invadirem sua mente e seu coração, não importa o que aconteceu ela sempre teria um grande carinho pela aquela organização.
— E continua ajudando. — Vox sorriu. A ex-agente acompanhou o sorriso.
— Essa vai ser minha última missão. — Bex respirou fundo.
— O quê? Não vai mais lutar contra Ludo? — perguntou Krent, incrédulo.
— Não, vou dar tudo de mim nessa missão. Por isso, vai ser a última, nem que eu morra, mas não posso falhar, eu já ia falar isso pra vocês, olha, o importante é a filha de Vox... — Ela se ajeitou para falar, tentando tomar coragem.
— Bex, o que está falando? — Zia perguntou, apertou a tigela de comida contra seu peito.
— A prioridade é a criança e acabar com Ludo de uma vez, se já tiverem a criança, Ludo estiver morto, vão e não olhem pra trás. — Rebecca os encarou, mas eles ficaram perplexos.
— Está dizendo que é pra deixarmos você pra trás? — Roy questionou, indignado.
— Não...
— Bex, isso não vai acontecer. Vamos juntos e voltar juntos. Somos uma equipe. — Roy cruzou os braços, não podia acreditar no que estava ouvindo.
— Roy, meu plano é arriscado, não sei se vou conseguir escapar a tempo, eu só quero ter certeza que dessa vez Ludo não escapa. — Ela apontou para algum ponto na mata, mas era só suas mãos não conseguindo ficar paradas.
— Bex, esquece. Eu não vou deixar você morrer! Está maluca por acaso? — Roy perguntou e negou com a cabeça.
— Você sabe como é o plano, não sei se vou segurar ele por muito tempo. Só preciso fazer o necessário. — Bex encarou o contrabandista, ele soltou uma risada falsa e ficou sério.
— Eu não concordo com isso. Se não sair de lá até o fim do plano não vou sair também. — Roy se levanta e cruza os braços.
— Não, você vai seguir o plano com os outros eu saindo ou não. — Bex também levantou, colocou uma mão na cintura e com a outra apontou para os três que ainda estavam sentados.
— Não, capitã. Eu não vou deixar você morrer. — Roy ergueu a sobrancelha e saiu pela mata deixando todos em silêncio. Inclusive Bex, que também saiu e entrou no que ainda restou de sua nave.
Enquanto Vox, Krent e Zia continuavam sentados em frente a fogueira com a comida na mão, apenas se olharam e continuaram a comer. Os dois que se resolvessem
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