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Jane Mendyn limpava sua mais nova arma, tentou ligar para Bex, mas não teve resposta então, se contentou em pensar que estava bem e logo daria notícias.
Enquanto via as naves passando próximo a sua loja ouviu batidas em sua porta, foi abrir e parou quando viu quem era.
— Oi. Preciso de armas. — Bex sorriu, tinha um machucado no rosto que cortava sua sobrancelha, devido a confusão na prisão.
— Bex! Onde estava? — Jane perguntou, aliviada por ver que sua amiga estava viva, mas notou o machucado.
— Presa. Longa história, será que tem alguma coisa pra comer? — Rebecca entrou e ficou de frente a Jane.
— Tem. Por que quer armas? E quem são eles? Espera, presa? — Jane apontou para Roy, Zia, Vox e Krent. Sabia que Rebecca se metia em confusão, mas ser presa era novidade.
— Minha equipe. As armas são para ajudar quando fomos até Ludo. Pode ajudar? Passei a noite na prisão. — Bex coçou os olhos, nem tinha dormido. Não se preocupava, pois sabia que Jane nunca negava nada para ela.
— Claro, entrem, por favor. — Eles entraram, e Bex abraçou sua amiga.
Algumas horas depois, todos já tinham trocado de roupa e esvaziado a geladeira de Jane, quando entregou uma arma de laser e explosivos para cada um, explicou como elas funcionavam e tentou não notar a maneira que Krent flertava com ela descaradamente.
— Você ainda não me contou o que realmente está acontecendo. Eu quero saber. — Indagou Jane, as duas estavam em um canto mais afastado, encostadas na parede.
— Liam entrou para a União das Galáxias. Metade da O.R agora faz parte de tudo aquilo que sempre fomos contra, o melhor jeito de me redimir é salvando a filha de Vox. — Rebecca negou com a cabeça ao lembrar dos últimos acontecimentos.
— Liam na União das Galáxias? Ele está louco? Como pode entrar pra isso? — Jane colocou a mão na testa.
— É por poder. No fim, tudo se resume a isso. Eu só estou tentando fazer uma coisa boa pra alguém, Mirah gostaria disso. — Bex se virou para sua amiga.
— Você está certa. Salve essa criança daquele tirano. Prove que a Rebecca que eu conheço ainda está aí. — Jane tocou os ombros de Bex.
— Vou tentar, não vou agir por impulso e quando encontrar Ludo acabarei com isso de uma vez. — Rebecca estava sendo sincera, já tinha quase trinta anos, não podia mais sair agindo por impulso, era adulta e estava na hora de agir como tal.
Roy Queen, embora tivesse aceitado participar dessa loucura, sentia uma leve preocupação, queria confiar que Rebecca tinha um plano.
— Bex, posso falar com você? Em particular? — Roy questionou, ouviu boa parte da conversa, mas fingiu que não.
— Tá bom, vamos lá fora. — Rebecca deu de ombros e os dois saem da casa/loja de Jane.
Já fora, ouviam o som das naves passando de um lado para o outro.
— O que foi?— Bex cruzou os braços.
— Está ciente que isso é basicamente uma missão suicida? Cinco contra um império. — Roy diz colocando as mãos no bolso.
— Eu sei, mas preciso tentar. Prometi a Vox, é a filha dele. — Rebecca explicou.
— Por isso eu não prometo nada pra ninguém, pelo menos tem um plano? — Enquanto falava fez uma careta.
— Tenho se você quer saber. Já estava indo falar com todos. — Ela cruzou os braços.
— Que bom que a capitã não está arriscando a vida da sua equipe. Olha, me sinto aliviado. — Ele tira a mão do bolso e coloca no peito.
— Eu não entendo você. Por que aceitou participar? — Rebecca franziu a testa.
— Essa ideia é completamente maluca, mas eu não posso ficar de fora. Não é todo dia que se esbarra em uma aventura. — Deu de ombros.
— Então, está aqui pelo prazer da aventura? Não se preocupe, senhor Queen, não deixarei nada acontecer com você. — Bex falou e aproximou o rosto contra o rosto de Roy.
— Espero que isso seja verdade, Rebecca. — Roy abaixou e desceu seu rosto para próximo de Bex, os dois estavam bem próximos.
— Certo, senhor Queen. Vamos voltar pra perto dos outros. — Bex desviou e se afastou indo para dentro da casa.
— Esse plano tem que ser bom. — Roy a seguiu.
Todos estavam reunidos na mesa de jantar de Jane enquanto Rebecca contava seu plano suicida, segundo Roy.
— Entenderam tudo? — Perguntou Bex e olhou para os quatro.
— Como vamos acionar todos em simultâneo? — Zia questionou, estava sentada mais perto de Bex com a cabeça apoiada no seu braço que estava em cima da mesa.
— Eles estão conectadas, ligando um todos ligam também.— Rebecca explicou.
— Certo, entendi. — Zia se ajeitou na cadeira.
— Espero que saiba o que está fazendo. — Roy a encarou, estava na cabeceira com os braços cruzados.
— Não se preocupem, sei que a Bex sabe o que faz. — Vox disse, estava sentado do outro lado, todo reto, tinha uma ótima postura.
— Obrigada, Vox. Então, está tudo certo, arrumem as coisas, coloquem o que vão precisar na nave.
— Sim, senhora. — disse Krent, sentado ao lado de Vox em frente de Zia com as duas pernas em cima da mesa.
Os quatro se levantaram e seguiram as ordens de sua capitã, Bex solta o ar e Jane lançou um olhar de você consegue pra ela.
Quando tudo já estava pronto...
— Boa sorte, Bex, toma cuidado e acaba com o Ludo. —Jane abraçou Bex e sem ninguém notar, colocou um rastreador na nave.
— Eu vou voltar vitoriosa. Você vai ver.
Os cinco entraram na nave e Bex pilotou até sair do campo de visão de Jane.
Apenas alguns minutos que estavam no espaço, com Krent contando piadas, eles até estavam distraídos e rindo quando de repente um tiro acertou a nave fazendo eles rodarem.
— É a polícia! — gritou Vox, olhando pela janela.
— Essa agora não! — disse Zia.
— O que vamos fazer? — era Krent.
— Fugir! Acelera, Bex! — Roy gritou.
Rebecca acelerou, o mais rápido que sua nave podia, todos tiveram que se segurar para não pararem no fundo da nave.
— Ainda estão vendo eles? — Bex perguntou.
— Não. Acho que conseguimos. — Zia falou.
Surgiu uma luz muito forte na frente que quase os cegou.
— Acelera, Bex. — Roy gritou.
Bex pensou que a melhor maneira era deixar a nave invisível e tentar fugir, e foi isso que ela fez.
— Pessoal, segurem firme! — advertiu, eles obedecem, a nave ficou invisível, os policiais começam a atirar e Bex acelerou, a pressão é tanta que as coisas parecem borrões, alguns tiros pegaram na nave e ela não conseguiu ir muito longe, em segundos, toda a pressão agora estava indo pra baixo e eles estavam caindo.
— A gente vai morrer! — Krent gritou.
— Falar isso não vai adiantar nada! Continuamos caindo! — era Zia.
— Eu sabia que isso era uma missão suicida! Péssima hora que fui vender armas no planeta 000789! — Roy negou com a cabeça.
— Se vamos mesmo morrer, Zia, lembra quando sua gelatina sumiu da geladeira e eu falei que não sabia onde estava? Pois é, eu comi tudo! — Krent confessou.
— Eu sabia. Seu idiota mentiroso! Como pôde? — Zia o encarou e tentou chutar Krent.
— Estava boa! — Ele sorriu, vendo que a tentativa de chutá-lo foi em vão.
— Você disse que não gostava. Por isso só comprei pra mim! — Ela gritou, ele desviou o olhar.
— Eu achei que era ruim! Desculpa. — Abaixou a cabeça.
— Não acredito que a pior coisa que Krent já fez foi comer a gelatina da Zia! Fala sério, é isso que quer confessar na hora da sua morte? — Roy questionou, incrédulo.
— Pessoal, não vamos morrer! Calma. — Vox se pronunciou.
— Como pode dizer isso? Estamos caindo! — Krent perguntou.
— Porque eu acabei de pousar. — Bex limpou a testa, nem percebeu que suava. Sua nave está destruída, mas ainda dava pra consertar, ninguém tinha se machucado, mas estavam tão nervosos que nem viram o chão chegar.
— Estou viva! Viva! — Zia gritou tirando o cinto, saiu correndo da nave com os braços abertos. Todos fizeram o mesmo.
Estavam em um planeta desconhecido, a nave destruída e sem sinal. Essa aventura estava longe de acabar.
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