01 | único
Jeno encarava o celular, totalmente entediado. O dia que supostamente ele tinha planeado fazer tanta coisa em casa, se resumiu nele deitado no sofá, televisão ligada e ele nem tomando atenção e as luzes da árvore de natal que estavam, de certa forma, irritando Jeno.
Mas ele tinha um motivo para isso... E talvez... Não fosse dos melhores.
Uma simples árvore de natal que ele tem montada desde dia primeiro de dezembro lhe trazia recordações que lhe faziam sentar-se perto dela e chorar enquanto lembra-se dos bons momentos que já passou e, sobretudo, com quem montava aquela simples árvore de natal, enfeitada com várias fitinhas, bolas e luzes.
No ano passado ela estava mais alegre. Este ano, Jeno nem utilizou metade dos enfeites. Senti-la vazia era o dia a dia, pois ele montou-a sozinho, no meio de algumas lágrimas de esforço enquanto tentava subir no topo dela, mas pela altura da árvore não lhe favorecia, fazendo-o ir buscar várias vezes uma cadeira, já sem nenhuma paciência.
E mais uma vez ele estava pensando nesse ponto. O que mais lhe fez chorar nesses dias. Estava quase chegando o natal e ele ainda amava uma certa pessoa... Uma pessoa que lhe melhorou a vida para melhor, mas uma coisa ele sempre mencionou e não é mentira nenhuma: o que é bom, dura pouco.
Lembrava dele, sobretudo dos casacos pindéricos que ele usava na época natalícia. Uns casacos verde completamente pindéricos, que só o garotinho de sorriso perfeito utilizava. Jeno achava-os horríveis, mas como era o amado usando, ele não queria saber. Lhe tirava sorrisos nos piores momentos, estava sempre lá.
Mas agora... Não mais.
Em sua cabeça vem uma música que ele tinha ouvido devido a um caso por acaso de um grupo que não era muito ligado, porém, ao escutar a música, sentiu ainda mais a falta dele.
Queria ser abraçado por ele novamente, mas o que lhe abraçava era a saudade. A saudades dos cabelinhos azuis que agora estavam na cor natural. Aquilo machucava tanto Jeno.
Na Jaemin era seu nome. Jeno ainda o amava. Seu natal era incompleto com ele, e ele sabia que isso iria acontecer. Estava perto do dia, como citado, e Jeno só estava a ser abraçado por saudades e não pelo corpo do garoto.
— Eu sinto tanto a sua falta... — Se levantou quando sentiu uma lágrima lhe cair, segurou o celular com as mãos trêmulas e vasculhou seus contactos, agradecendo por nunca o ter apagado.
"jaemin meu garoto favorito embora seja um chato, ly <3"
Jeno não era de nomes de contacto grande e muito menos de lamechas, tanto que de um dos seus amigos — que já não é tão próximo, mas ainda o considera como tal porque nunca lhe falhou com algo — apenas tinha o número dez, que era a alcunha dele em inglês.
Apertou com seu dedo na tela, bem no local de fazer chamada e limpou seu rosto com as costas da outra mão, colocando em seguida o celular em alta voz, ouvindo-o chamar. Agradeceu agora, por seu número ainda ser o mesmo, sendo que ele ameaçava cancelar a toda a hora.
"Alô"
"Oi... É o Jeno"
"Eu sei, eu ainda tenho seu número salvo. O que te trás a me ligar?"
"Eu quero te ver uma última vez"
"Que história é essa? Nós terminamos, Jeno"
"Eu quero te ver uma última vez mesmo que não estejamos mais juntos... Por favor Jaemin..."
"Você está chorando?"
"Eu choro todos os dias, Jaemin. Você não sabe a falta que me trás."
"Infelizmente, nada dura para sempre"
"Percebi isso quando tudo terminou... Mas posso te ver mais uma vez?"
"Tudo bem? Sei lá, pensei que nunca mais me ia procurar"
"Porque eu faria isso? Eu ainda te amo, Jaemin"
"Não sei... Não é o que se faz quando termina?"
"Eu não sei"
"Então somos dois."
"Você está em casa?"
"Sim, mas eu ia agorinha ao supermercado"
"Posso te fazer companhia se quiser"
"Não tudo bem, eu depois vou lá. Não quero que você perca seu tempo."
"Eu só quero estar com você, Jaemin."
"Mas é melhor eu ir depois, assim eu não interrompo nada. Você ainda sabe onde eu moro?"
"Porque eu não saberia? É literalmente ao virar da esquina"
"Então... Estou esperando por você"
"Certo"
Jeno desligou e sentiu-se mais aliviado pelo fato do Na ter deixado eles se verem mais uma vez, mesmo mantendo em foco que eles terminaram e não existe mais o "nós".
O Lee agora pensou na probabilidade do Na estar com algum dos seus casacos verde vestidos, o que lhe fez rir fraco enquanto se calçava.
— Só ele para usar aqueles casacos pindéricos... — Após calçado pegou seu casaco grande, peludo e quente. Certificou-se que tinha tudo o que precisava até chegar em casa daqui um tempo e abriu a porta, sentindo o clima frio beijar seu rosto de forma violenta.
— Merda. — Soltou o palavrão, mas não recuou nas ideias de ir até a casa de Jaemin.
Nem que fosse o maior temporal do século, ele iria até à casa dele na mesma.
Seguindo o caminho a penantes, Jeno tentava esquecer o frio que mesmo com o casaco quente, estava sentindo seu corpo gelar devido à baixa temperatura que estava.
Quando chegou ao prédio, levou seu dedo até a campainha e tocou, voltando a colocar a mão no bolso, agradecendo pelo garoto não demorar para abrir a porta do prédio.
Subiu as escadas, só parando quando chegou no andar de Jaemin, e quando o viu como esperava encontrar, fez uma pequena careta.
— Eu sabia que você ia estar com um desses casacos verde pidérico.
— Credo, você não mudou nada.
— Óbvio que não, porque mudaria?
— Entra, deve estar um frio de rachar lá fora. — Jeno entrou e sentiu o espaço bem quente, tirando seu casaco por estar com vestígios de neve, tirou seus sapatos e adentrou a casa do Na, sentando em seu sofá, vendo que ele tinha a lareira acesa, aproveitando o calor fornecido.
— E está. Mesmo que eu tenha vestido um casaco bem quente, está um frio do caraças.
— Meus casacos verde sempre são quentinhos.
— Você e seus casacos verde, Nana.
— Nana? Você me chamou de Nana?
— Sim, chamei, perdão... Não devia
— Jeno, você me chamava de Nana quan...
— Eu sei... Já pedi perdão. Não existe mais nada entre nós, mas tem certas coisas que eu... Ainda não larguei muito bem.
— Pode me chamar de Nana...
— Está falando sério?
— Sim... Nana sempre foi uma alcunha para os amigos, mas...
— Eu percebo que para nós era diferente.
— Eu lamento imenso o que eu fiz.
— Não foi você, não foi nenhum de nós. O amor simplesmente acabou...
— Você disse ao telefone totalmente o contrário quanto a você...
— Mas eu estou falando do amor da nossa relação, eu não posso ser o único a ainda te amar, Nana. Entendeu agora porque eu falei dessa maneira?
— Sim... — Jaemin lhe entregou uma caneca de chocolate quente, que foi agradecido pelo Lee. — Mas não vou mentir que também senti a sua falta, porém... Sempre me achei o culpado, então não conseguia te chamar.
— Já falei que nenhum de nós foi o culpado, ok? Simplesmente acabou... — Jeno respirou fundo, olhando para o garoto que estava sentado num outro sofá mais pequeno, olhando mais propriamente para seu casaco verde, pois ele tinha notado algo. Aquele casaco estava manchado com chocolate quente e Jeno lembrava perfeitamente quando foi aquilo. — A mancha não saiu?
—Está se notando? Aish! Já fiz de tudo para sair e não sai. Jurei que você não ia ver.
— Lembro até hoje quando o manchou.
— Foi na primeira vez que saímos juntos num dia de neve.
— Hmhm... Você comeu neve também. Às vezes me pergunto se eu me apaixonei por um retardado.
— Ei! Isso me ofendeu, sabia? Eu só queria saber o sabor da neve.
— Depois você bebeu milhares de chocolate quente até ficar enjoado e quase se vomitar todo no ônibus.
— Que exagero! Eu enjoo normalmente, não foi por causa do chocolate quente!
— Foi nesses milhares de chocolates quente que você manchou seu casaco e eu te comprei um novo que achei pindérico, mas você parece que é fanático por casacos verde.
— Eu tenho ele até hoje... Mas não acho indicado usar ele...
— E porquê?
— Foi você que me deu, Neno...
— Neno... Que saudades de você me chamar isso. — Jeno sorriu, bebendo o primeiro pequeno gole do chocolate quente. — Eu tenho saudades de tudo, sinceramente... Mas né, o destino não nos quis juntos...
— É...
— E... Você me superou? — Jaemin respirou fundo. Isso acabou assustando Jeno, pois lá no fundo, ele não queria que Jaemin partisse para outro, porém, teria que aceitar, pois também, ele teria que partir para outro um dia, e esquecer Jaemin.
— Não totalmente. — Se surpreendeu com a resposta, ficando com uma face inacreditável. — Você já sei.
— Sabe aquela música nova que saiu daquele grupo?
— Que música? E qual grupo? Existem vários.
— Turbulence.
— Ah... Do Ateez... — Jaemin sentiu um nó em sua garganta. — Ela me faz pensar e chorar em um canto.
— A mim também.
— Foi assim que percebi que ainda não te esqueci.
— Porque o destino teve que ser assim para nós? Eu gostava de poder voltar ao passado, aproveitando todos os momentos mesmo que você usasse todos os dias do inverno esses casacos verdes pindéricos. Mas eu amo esses casacos! Pode parecer que não, mas eu amo porque são seus! Só você tem um péssimo gosto para os usar! Eu odeio o destino por ter tirado você de mim. Eu odeio o dia que eu falei "eu não vou correr atrás de você", eu praticamente estou correndo, eu pedi para te ver! Uma música me lembra você pelo simples trecho "O que devemos nos tornar?" ou então "Alguém está me ouvindo? Alguém pode simplesmente me abraçar?". Eu cansei de ser abraçado por saudades e agora lembranças felizes ao seu lado! Eu ainda te amo, Jaemin. E isso está me doendo muito. É a primeira vez que eu sinto a minha casa vazia num mês de dezembro. Eu sei o quanto você ama o Natal e olha as suas decorações, estão à sua maneira, assim como deixou a minha casa no ano passado. Eu simplesmente... Queria regressar no passado.
— Não precisamos voltar ao passado. Porém se o destino quer isto... É assim que temos que estar.
— Eu não consigo, Jaemin! — Jeno se levantou, colocando sua caneca em cima da mesinha. — Você disse que não me esqueceu e quando terminamos nenhum de nós errou como pensamos errar... Porque simplesmente... Não recomeçamos?
— Você acha que conseguimos?
— Mesmo que não exista neste momento o "nós" de antes... Podemos trazer ele de volta.
— Foi para isto que você me quis ver de novo? Além disso, disse uma última vez.
— Não totalmente... Eu falei uma última vez porque eu estava pensando finalmente em te superar, mas percebi que piorei as coisas. Cada vez quero menos desistir, só do que você disse... Nenhum de nós superou o outro, Nana.
— Então... Vamos voltar a viver entre amores e casacos verde? — Jeno revirou os olhos, mas não com raiva ou algo do tipo, mas sim porque lhe deu piada, tanto que soltou uma pequena risada. Jaemin se levantou, com um sorriso no rosto e Jeno o abraçou. — Parece que isso é um sim.
— Mesmo pindéricos, eu já falei que amo eles só por simplesmente ser você a usá-los, Nana.
— Obrigado por não ter me superado, Neno.
— Eu falo o mesmo, Nana. — Embora tivessem decidido recomeçar, novamente eles estariam entre amores e os casacos verde pindéricos do Na. E Jeno iria amar voltar com isso, embora dissesse em todos os idiomas que aqueles casacos verde eram completamente pindéricos.
X
gente eu vou chorar com isto aqui pq eu escrevi final feliz, eu mereço um prémio
se eu conseguir, postarei outra inspirado em um caso que me aconteceu e embora tenha corrido tudo mal devido a >ela<, eu vou voltar com aquele plot que eu acho lindo mesmo que seja inspirado no que aconteceu a um tempo :)
obrigada por ter lido e espero que tenha gostado <3
feliz véspera de natal!!
24.12.2021
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